Depois do fim escrita por Leehsserrano


Capítulo 16
Hognaday parte 2




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 Dia 1 de janeiro. O primeiro dia do ano de 2024. Novo ano, novos começos e novas histórias.

 

 Visão foi o primeiro a acordar, outra vez. Ele tinha Wanda adormecida em seus braços, de costas para ele e parecia que não iria acordar tão cedo. 

 

 Eles haviam retornado ao hotel tarde da noite, cerca de três da manhã, e ainda ficaram acordados até as sete horas da manhã, vendo o dia amanhecer e comemorando o recente noivado.

 

 Ele estica um braço, mas sem deixar de segurar Wanda, e alcança seu celular em cima do criado mudo. Ele confere a hora e nem se surpreende ao ver que já eram duas horas da tarde.

 

 Ele volta a deixar o celular de lado e abraça Wanda novamente, ficando de conchinha. Ele beija a cabeça dela e pega na mão direita da sokoviana, onde o anel de noivado estava posto no dedo anelar. 

 

 Ele sorri ao olhar o anel no dedo dela e se lembra da cara de surpresa que ela fez quando ele fez o pedido e em como ela tremia nos braços dele, sem acreditar que eles estavam noivando. 

 

 

—É o anel mais lindo que eu já vi - a voz rouca de Wanda invade os pensamentos dele. Visão olha pra ela surpreso por ela estar acordada. Ela olhava o anel em sua mão sorrindo.

 

—Está acordada desde quando? - ele pergunta surpreso

 

—A uns minutos... só não me diz que foi um sonho, por favor? 

 

—O que foi um sonho? 

 

—Que ficamos noivos... - ela ergue a cabeça pra olhar para ele com um sorriso no rosto

 

—Não foi um sonho, é real, meu amor, agente vai casar - a abraça por trás, ainda mais forte mas sem machucá-la, e afunda o rosto nos cabelos dela

 

—Vizh...

 

—Hmm

 

—É verdade o que você disse ontem? 

 

—Sobre amar você?

 

—Não, quer dizer isso também mas é verdade que você ia me pedir em casamento na noite que fomos atacados pela ordem negra? - ela olhava para ele

 

—Sim... eu tinha tudo esquematizado, eu estava pedindo para fugirmos e viver nossas vidas juntos quando fomos atacados, mas depois disso eu ia te pedir para casar comigo... por um lado até foi bom porque não sei como iria funcionar isso de eu ser um androide e você uma foragida e automaticamente eu também seria foragido.

 

—Ia ser normal, íamos estar como estamos agora - ela se vira de frente para ele e acaricia o rosto dele - você seria meu marido do mesmo jeito. Só precisariamos tomar cuidado para não sermos descobertos

 

—Mesmo assim creio que foi melhor termos esperado, as coisas agora se ajeitaram, podemos andar por aí sem medo de sermos descobertos. Eu sou mais normal também, tudo se torna mais fácil

 

—Pensando por esse lado, você está certo, mas saiba que eu te amo desde quando você era um androide. Eu me apaixonei por você desse jeito e confesso que no começo foi bem estranho ter você com a aparência humana. Depois eu acostumei mas foi estranho.

 

 

Ele ri. Sabia que ela gostava dele como um androide e isso fazia o coração dele querer saltar pra fora do peito de tanta alegria. Era sinal que ela o amava independente de como ele era e não só porque agora ele podia dar uma vida normal ou filhos à ela.

 

 

—Mas falando sobre o pedido, eu queria isso a muito mas muito tempo, apenas estava aguardando o tempo certo - ele coloca as mãos no rosto dela e olha bem nos olhos dela

 

—Eu gostei que tenha sido no ano novo. É romântico começar o ano ficando noiva - ele sorri quando ela fala isso e a beija

 

—Fico feliz que tenha gostado. Estava com medo de que você não fosse aceitar 

 

—Está louco? Você acha mesmo que eu ia deixar o amor da minha vida escapar assim? - ela ergue a cabeça e o encara mas com uma fisionomia brincalhona

 

 

 Ele ri e a beija novamente

 

 

—Te amo, sabia? 

 

—Também te amo e muito - ela fala e o beija em seguida

 

—E vai ser assim pelo resto da minha vida 

 

—Eu vou te amar para sempre, porque sem você não há mais vida, não há mais vida, porque sem você não vale mais a pena viver (Referência à música PORQUE de Floribella) - ela olha nos olhos dele enquanto fala e acaricia o rosto dele 

 

—Eu digo o mesmo. Não faço idéia do que teria feito se eu tivesse acordado nesses cinco anos sem você. Provávelmente já teria cometido alguma loucura - ele beija a ponta do nariz dela 

 

—À essa altura eu acho aue já teria enlouquecido sem você, mas o mais importante agora é que estamos juntos e nada nem ninguém vai nos separar, nunca mais - ela fala colando a testa dela na dele e acariciando o rosto dele - Agente vai casar e como você mesmo disse, vamos ter muitos bebezinhos lindos e seremos muito felizes com a nossa familia - ela fala sorrindo, visivelmente emocionada, assim como Visão, que sorri com os olhos cheios de lágrimas e a beija.

 

—Quando você quer casar? - ele pergunta assim que se separam

 

—Por mim eu casava hoje mesmo - ela brinca - mas agora falando sério, não sei... talvez na primavera, lá pra abril ou maio... o que você acha?

 

—Parece uma boa, assim temos tempo de planejar tudo - ele fala e ela assente 

 

—Mal posso esperar pra ser a Senhora Maximoff-Shade - ela se refere ao sobrenome que Visão havia adotado como humano e que estava em seus documentos.

 

 

Ele sorri e a beija. Eles trocam carícias e juras de amor por algum tempo até que são forçados a se separar pela fome. Eles resolvem descerem para almoçar, já que haviam perdido o café da manhã que era servido até as onze.

 

 Eles se levantam da cama e se vestem com as mesmas roupas da noite anterior, que estavam limpas, fazem suas devidas higienes matinais e deixam o quarto para almoçarem no restaurante do hotel.

 

 Eles almoçam e sobem novamente para o quarto, onde eles tomam um banho quente e passam a tarde deitados assistindo filme.

 

 

 

 Quando a noite cai, eles começam a se arrumar para o segundo dia do Hognaday. Pelo que Visão havia visto no site do conselho de Edimburgo, haveria uma festa de rua na Princes Street, o mesmo local onde eles haviam noivado no dia anterior, com comidas, bebidas e concertos de música tipica escocesa.

 

 Haveriam muitos outros eventos mas nenhum que os agradasse, então iriam para lá que era algo mais para famílias, sem muita badalação, como eles gostavam.

 

 Eles caminham do hotel até a festividade, pois como havia bloqueio nas ruas principais por conta do Hognaday, não tinha como pegar táxi nem uber. Porém foi uma caminhada gostosa e que não levou mais de 10 minutos.

 

 Ao chegarem na entrada, o mesmo esquema da noite anterior foi feito, eles passaram por uma revista que tinha como objetivo evitar ataques terroristas ou qualquer ato de natureza violenta.

 

 Havia muita gente lá, mas ainda sim menos que na noite anterior, pois haviam outros eventos espalhados pela cidade.

 

 Eles assistem um espetáculo chamado Messages from the sky, que eram projeções nos prédios da cidade e tinha como tema uma reflexão sobre a Escócia com o mar. Visão filmou tudo enquanto Wanda assistia admirada.

 

 

 Depois do espetáculo das projeções, eles vão para onde estava havendo um concerto de música eletronica com um DJ tocando. Haviam várias pessoas dançando. 

 

 Eles assistem ao concerto. Visão abraça Wanda por trás e encosta o queixo no ombro dela. Wanda deita uma a cabeça dela e encosta na dele.

 

 Eles ficam curtindo o momento. Ouvindo a música, observando as pessoas e o mais importante: aproveitando a companhia um do outro.

 

 Após algum tempo, um pouco cansados de ficarem em pé e com fome, eles seguem até as barracas de comida e experimentam a culinária escocesa novamente, agora optando por comerem um Shortbread, um tipo de biscoito açucarado bem típico do país. Eles também compram um Glühwein, que era um vinho quente bem tipico do norte da Europa e bem tradicional nas festas de fim de ano.

 

 Eles se sentam no meio fio, como fizeram na noite anterior para comer. Visão segurava o pacote de Shortbread que eles estavam dividindo e dava o doce na boca de Wanda. Ela achava graça dele tratando-a como uma criança mas deixou. Ele era um fofo.

 

 Ela segurava o Glühwein e eles iam dividindo a bebida, assim como os biscoitos. 

 

 Ela deita a cabeça no ombro dele e ele beija a testa dela. Eles ficam observando o pessoal dançar e casais com crianças passando por eles com sua comidas.

 

 

—Vizh...

 

—Hmm 

 

—E se daqui alguns agente voltasse aqui com os nossos filhos? 

 

 

Ele olha pra ela sorrindo 

 

 

—Me parece um plano

 

—Ah não sei, apenas pensei... como seria se agente voltasse aqui em alguns anos com os nossos filhos? 

 

—Seria ótimo eles conhecerem onde nós noivamos

 

 

 Ela ergue a cabeça e olha para ele sorrindo

 

 

—E quantos você quer?  

 

—Quantos você quer? 

 

—Eu perguntei primeiro, Vizh

 

 

 Ele pensa um pouco e encolhe os ombros

 

 

—Ah não sei... uns dois ou três, e você?

 

—Também... mas acho que até quatro eu encaro 

 

—Quatro? - ele pergunta surpreso

 

—É... mas não quer dizer que teremos quatro, apenas não sabemos o que pode acontecer... não sei se te contei mas minha vó materna era gêmea identica. Minha mãe não era mas teve eu e o Pietro. Tenho grandes chances de ter uma gestação gemelar. Podem vir dois ou três bebês de uma vez... ou mais. Acontece.

 

—Você tem mesmo a genética então - ele brinca e envolve os braços ao redor dela - Tenho certeza de que quando a hora chegar vai ser perfeito, não importa se vinher apenas um ou mais.

 

 

 Ela assente e deita a cabeça no ombro dele. Visão beija a testa dela e ela sorri.

 

 

—Te amo 

 

—Também te amo - ele fala e dá um selinho nos lábios dela - Agora vamos dançar 

 

—Que? - ela arregala os olhos - não não não... eu não sei dançar

 

—Muito menos eu... mas o pessoal nem está reparando, estão dançando, se divertindo - ele aponta para o pessoal dançando - vem - ele se levanta e pega na mão dela. Wanda se dá por vencida e se levanta.

 

 

 Wanda caminha até a lixeira mais próxima e se desfaz do saquinho que embalava o shortbread que ele haviam comido e retorna até Visão.

 

 Visão a pega pela cintura, a puxando pra perto dele. Wanda coloca seus braços ao redor do pescoço dele e os dois dançam coladinhos. 

 

 A música de fundo era agitada mas eles dançavam em seu próprio ritmo.  

 Eles dançavam agarrados um no outro, do jeito deles, mas estavam se divertindo bastante.

 

 

 No meio da madrugada, quando a festa estava chegando ao fim, o casal retorna ao hotel, cansados mas felizes. Ao chegarem no quarto, eles colocam suas roupas de dormir e se deitam.

 Eles logo adormecem nos braços um do outro.

 

 

 No dia seguinte, como ainda era feriado nacional e tudo estaria fechado, eles fizeram o mesmo esquema. Ficaram a manhã e a tarde toda no quarto de hotel, apenas saindo para tomarem café da manhã e almoçarem. 

 

 Pela noite eles saem para festejar o último dia do hognaday e vão para a Royal Mile, onde estava ocorrendo um festival de fantasia.

 

 Eles se divertem com o pessoal vestido de Vikings a guardas romanos. Também haviam piadas sobre a Rainha Elizabeth 1º, filha de Henrique VIII da Inglaterra que mandou degolar a prima escocesa, Mary Stuart (assistam a série reign, é muito boa e retrata bem esse periodo), com fantasias de época cuidadosamente feitas e usavam efeitos especiais para retratar a decapitação, que fazia parte da história do país. O modo que encenavam era muito divertido e arrancava risadas do público. 

 

 Wanda estava com a barriga doendo de tanto rir. A tempos ela não se divertia assim. Visão também ria e filmava tudo ao mesmo tempo que tinha um braço envolta da cintura de Wanda, com a mão pousando no ventre dela.

 

 

 Depois do desfile, eles foram para um festival de drinks que estava havendo em um pub bem popular. Eles tem seus documentos de identidade (Passaportes) revistados para comprovar que eram maiores de idade para poder consumir álcool e após a confirmação, sua entrada é liberada.

 

 Eles aproveitam para saborearem os mais diversos coquetéis que eram típicos da região e que eles ainda não conheciam. Eventualmente eles acabam por pedirem uma porção de salmão grelhado, outro prato tipico, para jantarem e forrar o estomago para não acabarem bêbados.

 

 

 Após curtirem o último dia do Hognaday, eles retornam ao hotel quando já eram por volta das duas horas da manhã e adormecem rapidamente nos braços um do outro.


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