O Dia em Que... (Coletânea de Oneshots) escrita por Vanilla Sky


Capítulo 8
O dia em que Wanda estava de aniversário.


Notas iniciais do capítulo

E uma oneshot para estrear a capa novaaaa ♥ queria ter postado na semana passada porém efetivamente não foi possível.
Voltamos para Westview depois de um capítulo na Base! E, dessa vez, eu resolvi focar um pouco na terceira filha da Wanda e do Visão (nos meus sonhos, claro, mas é o headcanon de uma galera do fandom). Nas notas finais eu planejo falar mais sobre essa ideia, então torço para que gostem. Ela sai um pouco do que estou acostumada, porém curti trabalhar nela :) e consegui manter a história com menos de duas mil palavras!
Portanto, desejo uma boa leitura ♥

A imagem abaixo era para ter só a Vivian e os gêmeos, porém tinha um espaço sobrando e coloquei a mamãe Wanda também. É meramente ilustrativa, podem imaginar os personagens com as suas versões do MCU ♥



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Farinha de trigo, ovos, chocolate em pó, óleo, e todos os demais ingredientes estavam na bancada da cozinha tão organizados que Visão sorriu, orgulhoso. O relógio da cozinha tinha os ponteiros cravados às cinco horas da manhã; os dias mais longos precedendo o verão americano tendiam a iniciar mais tarde, e, portanto, da janela, havia um breu pelas poucas luzes acesas.

Wanda estava de aniversário, e Visão passou a semana inteira aproveitando os momentos em que ela estava ausente para procurar receitas de bolo e surpreendê-la assim que acordasse. Pensou em comprar um doce pronto, porém isso significaria comprá-lo na véspera e arriscar de perder o fator surpresa que era comer bolo no café da manhã. Depois de muito estudar os humanos, ele percebeu que preparar algo do zero era mais valorizado, e o ato de surpreender costumava deixar as pessoas felizes, quanto mais sua esposa. Em diferentes épocas, foram flores, cafés da manhã queimados, as crianças pulando na cama cedo para acordá-la. Era hora de tentar algo inovador, especialmente considerando as suas parcas habilidades na cozinha.

Com o forno pré-aquecendo, Visão quebrou os ovos, e foi o que bastou para uma figura alta se postar ao lado dele na cozinha:

— O que está preparando?

Vivian era tão sorrateira que quase foi passível de assustar o pai, contudo, ele já imaginava que a menina fosse aparecer a qualquer momento. Ela vestia uma blusa branca e tinha os cabelos verdes soltos, uma joia bastante parecida com a dele brilhando no centro de sua testa, carregando a carga genética de Visão e Wanda. Era seu primeiro ano vivendo na residência Maximoff, e certos hábitos humanos pareciam um pouco mais estranhos para ela do que para o seu pai, que já convivia com eles há um longo tempo.

— Desconheço o hábito de preparar comida durante a madrugada. Presumo que não seja o desjejum. O que seria?

Com o braço enganchado no braço do pai, ela atentamente observava, apenas a luz acima da janela iluminando as peles rubras de ambos, os mais diferentes da casa. Ele beijou o topo da cabeça da filha antes de responder:

— Hoje é aniversário da sua mãe. Sabe o que significa, não é mesmo?

A jovem, programada para agir como uma garota de dezessete anos, pôs a mão esquerda sobre o queixo. O aniversário dos gêmeos só aconteceria em outubro, e não tinha memórias de ter comemorado com seu pai.

— Acho que a Kamala fez aniversário em fevereiro, e as pessoas deram presentes para ela. Como eu não tinha nenhum, fiz um cartão com fotos do Sparky e imprimi lá na escola, mesmo, desejando felicitações. É tipo comemorar o Natal?

Sparky, o cãozinho que dormia em um canto da cozinha, rosnou um pouco mais alto com a menção ao seu nome; Visão e Vivian tornaram o rosto para ele, e depois para a tigela onde aquele misturava alguns ingredientes. Apesar de abrir a boca para responder a dúvida da filha, Visão foi atrapalhado por um borrão passando ligeiro ao seu lado:

— Oi, pai! Oi, mana!

Thomas, o mais velho dos gêmeos Maximoff, se aproximou ainda de pijamas e o irmão, William, pelo braço. Este bocejava e coçava um dos olhos enquanto observava a bancada de cozinha.

Havia um terno sorriso no rosto de Visão quando ele se abaixou para abraçar os gêmeos e dar um beijo em cada um deles, assim como fizera mais cedo com Vivian, e seus olhos transbordavam amor para a vista dos três filhos. Enquanto isso, Tommy disse:

— Você está fazendo um bolo para a mãe? Irado!

— Estou, sim, mas os três deveriam estar na cama a esta hora. – Visão repreendeu calmamente, mantendo o tom de voz baixo para evitar de acordar Wanda. – Ainda é cedo demais e vocês têm aula mais tarde.

— Só que nós queremos ajudar com o bolo! – Protestou Billy, já mais acordado, e preocupação surgiu no peito de Visão. Wanda certamente o mataria se soubesse que as crianças tinham acordado tão cedo. – Por favor?

Vivian se ajoelhou ao lado dos irmãos mais novos. Era interessante porque ela fora criada para agir com idade beirando a vida adulta, com seus 16 ou 17 anos, contudo, aprendia pequenas coisas todos os dias como um humano em desenvolvimento; Visão fora igualmente criado para parecer um jovem adulto, no porte e na maneira de falar, mas precisou aprender muitos costumes humanos, assim como a filha. E o fato dela imitar a expressão pedinte dos irmãos aumentava a sua humanidade a ponto de quase explodir pelo teto.

O pai suspirou pesadamente. Como dizer não para seus bebês?

— Certo. Mas vocês vão voltar a dormir antes dela acordar, e, para todos os efeitos, não ajudaram com nada, combinado? – Ele olhou para Vivian. – Inclusive você, filha. – Ele sabia que, na condição em que estava, seria o primeiro a dizer que as crianças fizeram o bolo inteiro, mas era a sua autoridade em risco naquela madrugada, o obrigando a blefar um pouco.

Vivian imediatamente assentiu e levantou segurando os ombros de seus irmãos mais novos. Os gêmeos de dez anos chegavam em sua cintura em termos de altura, e eram, em idade humana, sete anos mais jovens. Eles tanto pediram por uma irmã mais velha aos pais que, no dia que Vivian chegou em casa, uma sintozóide igual ao pai, Wanda e Visão temeram ser difícil a adaptação, porém eles a puxaram pelo braço casa adentro mostrando cada cômodo e depois saíram com ela e Sparky para andarem de bicicleta. Ela era deveras protetora com os irmãos, cuidando deles na escola – assim como Visão, ela podia mudar a aparência para uma humana quando quisesse – e sendo a irmã coruja que os punha para dormir todas as noites. Ele sorriu ao olhar os três, cobrindo a boca com a mão previamente a pegar novamente a tigela.

— Pai, temo que eu nunca cozinhei. – Vivian colocou as mãos atrás do corpo, e balançou um dos pés. – Há algo mais que possa ajudar? Não gostaria de atrapalhar.

Visão pensou por um momento.

— Que tal deixar eu e os meninos com a comida, e você cuida para a sua mãe não acordar? Chamo vocês quando o bolo estiver pronto, pode ser?

Ela assentiu e tornou-se intangível para alcançar o corredor principal do andar de cima. Wanda aparentemente dormia pacificamente, a porta entreaberta clamando para ser aberta pela jovem que, ao fazê-lo, apenas escutou um baixo:

— Viv?

Obedecendo ao chamado de sua mãe, adentrou o cômodo.

— Sim? – Respondeu.

Os olhos de Wanda pareciam cansados ao que ela sentou na cama, entretanto, seu sorriso emanava amabilidade, e Vivian nem precisava da luz principal para vê-la tão claramente.

— Venha aqui, minha filha. – Ela bateu no colchão com a palma de uma das mãos. – Deixe-me adivinhar: seu pai está preparando um bolo?

Vivian hesitou.

— Eu não conto se você não contar. – Wanda alargou o sorriso. – Vocês não são os únicos com audições sensíveis. Consegui escutar o Vizh tão logo ele abriu a cabine do armário. E, pelo barulho, sinto que o Tommy e o Billy estão ajudando.

Lentamente, Vivian flutuou e sentou na cama, o calor humano a envolvendo em um abraço antes mesmo de Wanda passar os braços ao redor de seu corpo esguio. A joia solar pulsava calmamente enquanto ela imitava a figura materna e deitava ao lado dela, a qual vestia uma longa camisola e tinha os fios do cabelo comprido desalinhados. Logo, os rostos de ambas estavam frente a frente.

— Feliz aniversário, mãe. – Vivian diminuiu a entonação para dizer aquelas três palavras. Internamente, estava feliz por ser a primeira a dizer aquilo naquele dia. – Apesar de eu não compreender corretamente essa comemoração humana, gosto de comemorá-la com minha família.

O sorriso de Wanda evoluiu para uma gargalhada contida, seguida de silêncio até que ela tivesse certeza de que Visão não a escutara no andar de baixo.

— Seu pai disse a mesma coisa no primeiro aniversário que eu passei na Base dos Vingadores. – Ela disse, e sorriu, embebida com a lembrança. – Ele não entendia porquê se comemoram aniversários, e ficou boa parte do dia questionando isso para mim, até de noitinha.

Vivian se manteve em silêncio, absorvendo aquelas palavras.

— Depois eu soube que a Natasha, minha amiga, contou para ele sobre ser um dia difícil para mim, e ele estava buscando me distrair.

— Ainda é difícil?

A pergunta deixou os lábios sintéticos de Vivian tão automaticamente quanto as outras frases que costumeiramente dizia, e por muito pouco ela não notou a expressão de sua mãe entristecer em um segundo antes de se iluminar novamente. Wanda moveu uma mão para as bochechas dela, surpreendentemente quentes, e sussurrou:

— Desde que vocês chegaram, não mais. Seu pai. Meus filhos. Copiii mei.

Wanda mordeu o lábio inferior enquanto conferia a porta.

— Posso te mostrar uma coisa? – Ela levantou a mão e olhou para a filha, a aura vermelha característica de seus poderes cobrindo parcialmente seu braço.

A garota assentiu, inclinando a cabeça levemente para frente, ainda recostada no travesseiro, e fechou os olhos. Wanda aproximou os dedos da joia solar acoplada em sua testa, movimentando-os devagar para mostrar uma memória para ela.

Vivian subitamente se viu em um casamento, com vários Vingadores conhecidos, e outros nem tanto, presenciando uma valsa entre seu pai e sua mãe. Ela vira aquele exato momento em fotos de um álbum de casamento, contudo, nunca tivera a oportunidade de presenciar tão vividamente. Visão beijava as mãos de Wanda, belamente vestida em um extendo vestido branco e um véu, pequenas lágrimas se formando no canto dos seus olhos, e, surpreendentemente, no canto dos olhos dele. Era a maior demonstração de amor a qual vivenciara, e um sorriso simples desabrochou em seus lábios.

— Obrigada por me mostrar. – Vivian sussurrou depois que Wanda afastou a sua mão.

— Obrigada por ser minha filha. – Wanda murmurou em resposta.

As duas permaneceram em silêncio por um longo tempo, minutos ou talvez horas, nenhuma das duas saberia precisar. Porém foram instantes em que ambas compartilharam o amor em seus corações, por mais sintéticos que pudessem parecer, o maior presente que Wanda poderia desejar em seu aniversário.

— Vivian! – Visão gritou do andar de baixo. – Pode vir!

Um tanto relutantes, elas se levantaram para descerem até o andar de baixo. Ao ouvir quatro passos descendo as escadas, Billy manteve o bolo flutuando no ar enquanto Tommy corria ao redor para despejar chantilly e escrever, um pouco torto, mas legível:

FELIZ ANIVERSÁRIO, MÃE!

Wanda abraçou e beijou os filhos, juntamente com Vivian, e, quando as crianças saíram da cozinha, ela sorriu para o marido.

— Sua ideia? – Questionou.

— Exatamente. – Ele sorriu. – Porém, minha outra ideia envolve um almoço bem romântico com você enquanto as crianças...

Visão não terminou de falar, apenas viu seus três filhos adormecidos, abraçados no sofá.

— ... Almoço para três humanos e dois sintozóides? – Perguntou, e Wanda apenas balançou a cabeça enquanto sorria.


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Notas finais do capítulo

Copiii mei = meus filhos em romeno. Um tempo atrás, vi uma fanfic que usava romeno para colocar frases da Wanda, então acabei aderindo!

Teoricamente o aniversário da Wanda é em março, por ser a primeira aparição dela em X-Men #4, mas deem um crédito, por favor asuasuhas.

Semana passada teve um aniversário aqui em casa! (não foi o meu, sou sagitariana, asuhas). E eu fiquei muito feliz de acordar cedo para preparar algumas coisas, que me fez pensar nessa oneshot. E, nesse mesmo dia ou em algum dia próximo, eu e o Areiko estávamos comentando sobre a Vivian eventualmente participar do MCU, e ele falou sobre como ela poderia já ter aparecido em WandaVision, então me deixou pensando bastante em com seria a vida deles em Westview. Tentei não complicar muito, então só saibam que, nesse headcanon, a Wanda e o Visão criaram a Vivian com base nos padrões mentais deles misturados. Se quiserem ler mais sobre isso, em breve eu devo fazer uma fanfic que posteriormente vai tratar sobre a criação dela no MCU, como poderia ocorrer segundo as minhas teorias :)
Se não gostaram tanto desse capítulo, peço desculpas! Ele foi menos romântico e mais focado em uma relação de mãe e filha mesmo, retornando para Westview após um tempo na Base. Nas próximas semanas, retornamos para a Base, com uma fic para deixar o coração quentinho :D
Um beijão, fiquem bem, e tudo de melhor! Recebam um abraço quentinho da Vanilla Sky ~ ♥ ~



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