Lanterna Verde e Mulher Gavião: Recomeço escrita por waysieh


Capítulo 25
Trégua




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Diana tentava entender o que aconteceu, já Shayera colocava seu plano em ação. “Diana tem razão” pensou ela. Então, resolveu retribuir a gentileza de John com uma surpresa, estava tudo preparado, ele não imaginava o que esperar.

Ele chegou pontualmente, como combinado. Não esperava um jantar, achava que Shayera queria lhe falar algo e por isso não pensou em levar flores nem nada, ao menos, levar algo que evidenciasse que os dois teriam um encontro.

— John! – disse Shayera ao atender a porta. - Entre.

— Eu vim como você pediu, fiquei preocupado, aconteceu algo?

— Não aconteceu nada, não se preocupe. Eu preparei um jantar e queria sua companhia. – Dizia Shay até observar a cara de surpresa dele. – Calma John, eu não vou te agarrar. – Completou rindo

— Isso não seria um problema, só estou surpreso. Surpreso e feliz.

— Então, vamos jantar?! Eu mesma preparei.

— Você é quem manda! Vamos então...

Enquanto jantavam e conversavam, John foi surpreendido com a mudança súbita de assunto com a pergunta de Shay:

— John, o que você realmente pretende? – perguntou Shay – Quero dizer, em relação a nós dois.

— Como o que eu pretendo? Eu já disse que te amo Shayera, nunca deixei de amá-la. É com você que quero ficar, é você que quero amar. E antes que você pergunte, eu só estou esperando a Mari voltar de viagem para terminar definitivamente com ela. Você sabe que não é certo fazer isso por telefone, ela merece saber a verdade.

Surpreendendo Shayera, John se levantou e foi até ela do outro lado da mesa e se abaixou, ficando bem próximo a ela. Percebendo que ele tentaria algo mais, Shay pediu licença e levantou.

— Shayera, não sei o que você quer de mim — disse John — Você me convida para jantar, pergunta o que “pretendo” com você e quando tento me aproximar, se afasta? Agora você oscila tanto entre querer e... — Engoliu em seco —, às vezes, parece querer me ver longe. Não entendo.

Shay ficou calada por um longo tempo antes de responder:

— Não posso negar que sua proximidade mexeu muito comigo John. Tudo o que eu tinha me esforçado para esquecer tomou conta de mim novamente. Tem sido um tormento. Eu tento me esforçar para manter distância, mas ainda assim, todas as vezes que o abraço é como se um sonho se tornasse realidade. Eu quase nem posso acreditar.

Agora John é quem não conseguiu disfarçar a amargura.

— Então você se esforça para manter distância? — deu-lhe as costas — Já entendi. Você não me ama mais, não é? Me convidou para jantar apenas para agradecer o almoço que eu lhe trouxe?

— Não foi isso o que eu quis dizer e você sabe. — Tentou acalmar-se respirando fundo. — Amo muito mais do que você pensa, John — Aproximou-se dele e seus olhares se cruzaram. – Só que eu me esforcei e muito para nutrir um pouco de amor próprio por mim, entende? Não posso simplesmente me entregar sem pensar nas consequências para o meu coração.

— Você acredita no destino Shayera? Em ter uma segunda chance? – perguntou John.

— Sim, agora eu mais inclinada em acreditar. — respondeu. A voz de Shay soou grave. — Nunca pensei nisso antes, mas faz sentido dizer que aqueles que amam muito, ferem muito também. — Seus olhos procuraram os de John — Teremos coragem?

— Não posso responder por você, mas quanto a mim, é tudo o que desejo. - Ele a abraçou inclinando-se em direção a seu ombro, enquanto ela mergulhava o rosto no calor de seu peito. O corpo de John tremia de emoção. Embora se sentisse aliviado, sentia como se o coração fosse explodir. Fechou os olhos para desfrutar daquele momento de poder tê-la nos braços novamente. Acariciou-lhe as costas suavemente e disse:

— Shay, começaremos tudo de novo, só que dessa vez será diferente porque será melhor.

Quando ela ia responder, ele a beijou com ternura. Um beijo apenas não era suficiente. O desejo já não podia ser controlado. Ambos estavam dispostos a eliminar aquela distância criada ao longo do tempo em que estiveram separados.

Seus lábios tocaram-se seguidamente, cada vez mais ofegantes. Ele encostou a testa na dela e fechou os olhos: aqueles olhos grandes, quentes e límpidos tinham o poder de embriagá-lo.

— Quero você — sussurrou — Quero tocá-la, quero amar você como antes — E deslizou as mãos até os quadris de Shayera, que o abraçava cheia de prazer. Colada ao forte corpo dele, ela podia sentir todo o seu desejo. Já não havia mais motivo para que não continuassem.

— Eu também John, quero você — ela murmurou.

John se sentiu invadido por intensa ternura. A vontade de amá-la era incontrolável. Queria apertá-la de encontro a si para saciar o desejo que o atormentava. Mas apenas a abraçou suavemente, deliciando-se com a beleza daquele momento e com a felicidade de saber que Shay era sua outra vez. Tomou seu rosto entre as mãos.

— Eu te amo Shayera.

Todas as angústias, os medos e as incertezas que antes os havia separado sumiram. Ficou apenas o desejo mútuo. Ela tomou o rosto de John com as mãos e buscou seus lábios. Aos poucos, o beijo tornou-se mais arrebatado, e seus corpos se colaram trêmulos e ardentes.

Bruce saiu irritado. Dizia para si mesmo que não era, necessariamente, ciúmes. Ele se aborreceu com o fato de Diana não lhe contar que veria o Aquaman. Saiu apressadamente da casa da Diana sem ao menos pensar para onde ir, ele sabia que a mansão seria o primeiro lugar que ela o procuraria, se o procurasse, pensou ele. Mesmo assim ficou dando voltas pela cidade até que decidiu voltar para casa.

Enquanto ele tentava esquecer a discussão com Diana, ela, por sua vez não sabia o que fazer. Não acreditava que a noite planejada aos dois tinha terminado assim, com essa briga. Ela não fez por mal, só não conseguia entender porque ele a seguiu e esperou até a hora do jantar para revelar que sabia do seu encontro com Aquaman. Diga-se de passagem, não foi nenhum encontro. Ela só precisava conversar com ele. Ela contaria sim, mesmo que fosse uns dias depois, Bruce saberia. Só que mais uma vez eles discutiram. Sempre a mesma situação, se não fosse iniciado por ela, era por ele. O cansaço já era visível e a conversa que ela teve com ele era justamente para evitar esses desgastes.

Mesmo sabendo que ele não voltaria tão cedo para a mansão, ela decidiu ir até lá e esperaria por ele a noite inteira, se fosse preciso.

Alfred estranhou a chegada de Diana sem o patrão Bruce. Na verdade, ele tinha esperado pelos dois. Manteve-se discreto mesmo percebendo que mais uma vez eles não estavam bem.

— O Bruce está, Alfred? – perguntou Diana

— Srta Prince, o patrão Bruce ainda não chegou. Deseja algo enquanto o aguarda?

— Não Alfred, já é tarde e acredito que você já ia se recolher. Não se preocupe comigo, pode ir que eu espero por ele aqui.

— Então, com licença srta! Se precisar de algo, pode me chamar.

Diana ficou esperando por quase duas horas. Ela estava apreensiva, não queria brigar com Bruce, ela não teve um encontro amoroso com o Aquaman, não havia motivo para ele desconfiar. Agora, ela conseguia entender como ele se sentiu quando ela desconfiou dele.

Ouve-se um barulho de chave na porta, “é o Bruce”, pensou ela.

Assim que ele entra, logo estranha a presença dela. Ele esperava mais não tinha certeza que ela o procuraria naquela noite, afinal, ele sabia quão teimosa ela era. Os dois se encararam sem dizer uma só palavra, até que ela rompeu com o silencio:

— Precisamos conversar Bruce.

— Precisamos? – perguntou desafiadoramente.

— Bruce! – Sua voz saia como suplica e se aproximou dele. – Me desculpe. Eu errei em não ter contado. Eu sinceramente achei que não era importante. Eu não quis te aborrecer ou fazer você desconfiar de mim. Eu não tenho NADA com o Aquaman e eu te contei o que fui falar com ele, não teve nada demais.

— É isso que não entendo Diana. Se não era importante, não teria problema em me contar. – Ao perceber a cara de Diana logo se defendeu. – Não tem nada haver com ciúmes e sim com confiança.

— Mais como eu vou confiar em você se você não confia em mim? Você me seguiu Bruce, tirou conclusões precipitadas e agora estamos aqui, discutindo de novo. Eu não quero mais ficar discutindo, querido. Isso cansa, passamos mais tempo discutindo algo do que aproveitando um ao outro. – Dizia Diana segurando a mão de Bruce e ficou aliviada quando percebeu que ele não rejeitou.

— Para falar a verdade, eu também estou cansado de discutir e discutir. Eu não a segui propositalmente, mais quando vi que sua localização era oposta à da casa de Shayera, achei estranho e mais ainda quando cheguei no seu apartamento e você não disse nada. Tente me entender, se fosse o contrário? Você ficaria maluca comigo.

— Eu sei Bruce, você tem razão. Eu prometo que isso não voltará a se repetir e se isso te aborrece eu não falo mais com o Aquaman.

— Não precisa ficar sem falar com ele Diana, só não quero você faça nada as escondidas. Mesmo sem ninguém saber, você tem namorado.

— Tenho é? Então quer dizer que... – dizia Diana até que Bruce a puxou e a abraçou contra si. Ela, sem conseguir resistir, retribuiu ao abraço de tal forma que suas pernas roçaram nas dele até que seus lábios se uniram, como uma paixão avassaladora.

— Isso responde a sua pergunta? – perguntou Bruce com um olhar sedutor. – Desculpe-me Princesa, eu agi como um idiota e acabei estragando nosso jantar, não é?

— Tudo bem Bruce, não foi culpa sua. Na verdade, somos dois teimosos e ciumentos. – disse sorrindo. – Podemos voltar para o meu apartamento e continuar de onde paramos, o que você acha?

— E comer aquela fria? – falou Bruce, sorrindo. – A essa altura já congelou. Princesa, podemos continuar aqui ou se preferir voltar ao seu apartamento, compramos algo no caminho.

— Mais que homem exigente! – Diana fingiu indignação. – Então vamos ficar por aqui. – Por um instante ela ficou parada e o encarou, até que por fim disse:

— Me desculpe Bruce. Eu sinceramente não queria que isso tivesse tomado à proporção que tomou. Eu o amo e não seria maluca de trocar você por homem nenhum!

— Está tudo bem Princesa – disse Bruce beijando-a. – Eu é que não seria louco de deixar você. Eu também te amo.


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