Coração de Badboy escrita por tobinana


Capítulo 2
E o cupido lançou sua flecha


Notas iniciais do capítulo

(postei ontem no spirit e esqueci daqui rs)
Ai eu fiquei tão ansiosa que escrevi igual um jato hahaha.
Muito obrigada pra todo mundo que leu e favoritou, pra quem tá acompanhando também ♥ vocês merecem o MUNDO
Também fiquei muito feliz pois tive dois comentários aaaah, sério, obrigada de verdade.
Espero que atinja as expectativas e divirta vocês um pouco. A partir do próximo, a coisa começa a ficar boa.
Boa leitura!!



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 Finalmente! — gritou Naruto, aliviado. Depois de ler cartões desde o 6º ano do fundamental até o 2º do médio, o loiro parecia bem, bem arrependido de ter pedido pra ser o orador, apesar de um brilho no fundo dos seus olhos me dizer que aquilo tinha um motivo.

Claro que, às nove horas, quando cutuquei sua cabeça enquanto ele dormia na aula de Física, o mesmo murmurou que queria ler só os do ensino médio, que era onde tínhamos mais liberdade de “deixar passar” cartões engraçados ou maliciosos, mas eu o chantageei dizendo que se ele quisesse teria que ler de todos. Óbvio que o Naruto que eu conhecia falaria que tudo bem e voltaria a dormir, e aí depois apareceria na hora que estivéssemos indo para a sala do primeiro ano com um microfone falso e sua fantasia de cupido, mas para minha surpresa, ele apenas aceitou determinado. Fiquei meio desconfiada, mas nada que importasse muito. Antes ele lendo todo o romantismo do pessoal do fundamental do que eu.

Fora isso, de ensino médio tinha duas turmas para cada ano, porque nossa escola era bem conceituada em formar alunos preparados para o vestibular, tínhamos algumas aulas extras e simulados específicos pra isso, então tinha bastante gente. Nós estávamos no terceiro ano, e tínhamos acabado de sair da outra turma equivalente a nossa.

— Nossa, foi tão lindo — suspirou Ino, juntando as mãos na frente do peito, parecendo extasiada pelo romance, o que a fazia parecer uma fada, já ela estava com um arquinho com antenas em forma de coração e glitter por todo o rosto. — Queria que alguém fizesse isso por mim.

— Eu achei foi brega — Temari murmurou, guardando na bolsa os corações das pessoas que tinham faltado e pegando os da nossa turma, enquanto nos dirigíamos para nossa sala. As duas olharam pra mim, que normalmente dava o parecer por ser o meio termo entre “o gado e o golpe”. 

— Ah assim... — cocei a cabeça — Foi fofo, porque ela gostou. Se fosse comigo eu tinha um derrame — comentei, me estremecendo só de pensar, e Temari concordou.

Neji, primo da Hinata, tinha pedido nossa amiga Tenten em namoro por meio de uma mensagem muito fofa — que graças a Deus ele leu, se não o Naruto teria estragado o pedido. Todos gritamos muito e batemos palma, e eles tiveram a primeira foto de casal com Temari, Ino, Naruto e eu fantasiados em volta de brinde, como gurus do amor. Nós estávamos vestindo sainhas de tule por cima do uniforme, arquinhos de coração e outros acessórios improvisados. 

Menos Naruto, Naruto estava com  — atenção: — uma bermuda dourada. Não sei nem se posso chamar aquilo de bermuda, pois é apertada, bem apertada. Além disso, pra completar o visual, seu peitoral estava repleto de glitter dourado, uma auréola na cabeça e asas. E, óbvio, um arco e flecha de cupido. 

Ainda lembro dois anos atrás, quando entramos para o Grêmio, que estava bem caidinho há uns anos e não tinha muitas programações, então estávamos todos animados para fazer coisas divertidas e retomar os recadinhos de Dia dos Namorados foi uma das primeiras coisas que fizemos. Era a semana do evento, e eu tinha acabado de entrar na sala de aula quando um pedaço de tecido dourado foi arremessado na minha cara e um loiro muito animado metralhou meus ouvidos com sua empolgação acerca da “Melhor fantasia que você vai ver na sua vida”. Claro que a escola inteira riu muito e o loiro virou a sensação do momento — o que ele adorou, óbvio — então acabou virando tradição. 

Não era muito adequado? Não era. Naquela época, a diretora Tsunade levou uns bons minutos pra ser convencida a deixar um aluno andar pelos corredores seminu, mas a fantasia ficava simplesmente tão épica que nem ela resistiu. Fora isso, incentivava as meninas a mandarem corações, já que o capitão do time fazia sucesso entre o público feminino. 

— Eu achei lindo também — falou o dito cujo, com a boca cheia de biscoito recheado. Esse garoto passava o dia inteiro comendo, parecia que tinha um bicho morando dentro dele. — Queria uma morena pra fazer feliz esse pobre coração.

As meninas e eu o olhamos acusatórias.

— Naruto, fala sério. Tem um monte de garota correndo atrás de você — Temari revirou os olhos. — Você já viu a pilha de corações que tão com seu nome, para de biscoitagem.

— Fazer o que se eu sou lindo — o loiro sorriu — Sakura, para de revirar esses olhos pra mim, se não eu vou lá chamar o Rock Lee hein.

Estremeci. Tinha acabado de encontrar o moreno, e, não me levem a mal, não tinha nada de errado com ele, tirando sua obsessão aleatória por mim. 

— Você viu que ele ficou me olhando, tipo, decepcionadaço, porque o coração que ele recebeu não era meu?

— Sim cara, achei que ele ia começar a chorar ali mesmo — Temari riu.

— Eu também notei — Ino gargalhou — Tadinho Saky, iludindo o menino.

— Ele se ilude sozinho e a culpa é minha — resmunguei. Nunca, nunca tinha dado qualquer abertura para ele, nem nada a entender, o máximo que eu fazia era tratar ele com educação, porque minha mãe me criou bem. 

— Sakura anda arrasando muitos corações... — Naruto comentou em ar de mistério, ignorando meu olhar questionador. Nem beijar eu tô beijando e sou obrigada a ouvir isso, pensei, mas como estávamos chegando na sala, fiz vista grossa. 

— Acho que você tá me confundindo com aquela ali — apontei pra Ino, que na outra turma, entregou pessoalmente seus corações para Deidara e Sai, que deram a entender ser algo recíproco. — E aquela ali, que no caso arrasa um coração específico — alfinetei a outra loira, que tinha um caso de mais de um ano de amizade colorida com o pentelho do Shikamaru, e que agora parecia estar evoluindo para algo com sentimentos. Os dois negavam até a morte, mas eu me lembro bem de ter vendido um único coraçãozinho para cada um dos dois. 

Temari, bem madura, se deu o trabalho apenas me dar o dedo do meio.

Por fim, chegamos na porta da sala, dei dois toquinhos e abri. O professor Kakashi, que explicava algo monotonamente virado para a turma, olhou pra mim e, num suspiro, já foi para a mesa, se sentou e abriu seu livrinho misterioso.

— Estão dispensados, turma — sua voz entediada causou alívio geral. Que bom que ele não nos fez esperar até o intervalo. A galera da turma se agitou, o falatório começou e uns pareciam mais ansiosos que outros. 

 Alôoooo galera! — Naruto entrou berrando, tacando pétalas de rosas no ar, que arrancou do jardim alheio especificamente para nossa turma. Se antes parecia cansado, agora era como se tivesse acabado de cheirar uma carreira de pó. — O amor está no ar.

Todos riram, até a máscara de Kakashi deixou passar um sorrisinho. O loiro sabia como ser teatral. 

— Bom dia gente — falei com resquícios de risada na voz — Naruto vai ler os cartões que estão pra ser lidos em voz alta, e enquanto isso, eu e as meninas vamos distribuindo o restante dos mimos nas carteiras. Aproveitem!

E estávamos lá em meio ao caos, cada uma com uma ecobag com os bombonszinhos, biscoitos e balinhas. Hinata tinha feito um esquema de códigos nos bilhetes com símbolos na ponta pra saber o que tinha de brinde em cada, e fora isso tinha organizado tudo direitinho. A mesma, assim que entramos, foi conversar com Ino sobre como tinha sido nas outras turmas, e apesar de cuidar de tudo ela não gostava muito de perder a aula para ir nas outras turmas, e nem de ter que falar para muita gente e alto. 

Nem parecia que na Direção botava o pau pra quebrar e tinha altas discussões com Tsunade sobre os assuntos do Grêmio.  

Coloquei o bolinho — sim, bolinho, deviam ter uns 20 cartões ali — de declarações, bombons e balinhas na mesa de Ino, rindo da sua carinha sapeca ao entregar seu coração pra Gaara — na hora de comprar, a pessoa tinha como entregar por si mesma ou deixar conosco, sendo que a maioria deixava com a gente mesmo, por ter todo o glamour da leitura em público. Sorri comigo mesma ao notar Temari discretamente entregando um coração avulso de seu bolso para Shikamaru, e por coincidência, a ponta de algo vermelho saía da lateral do caderno da loira. 

Ai ai esses dois acham que enganam quem.

Ao fundo, Naruto dizia:

— Professor Kakashi, o único cálculo que quero aprender é a distância das nossas bocas!! — e a turma ia à loucura. Dos professores, Kakashi era o mais assediado nesse dia.

Captei mais algumas coisas, conforme entregava os presentes distraída. “Meu amor por você é igual a obra do governo, nunca acaba” foi uma das minhas favoritas, e teve “Usa aquele shampoo pra esquecer o ex, o Euserve”, que eu tenho quase certeza que foi pra Ino.

Hinata recebeu uma cantada infame que a fez ficar da cor de um pimentão, e eu quase morri de cringe com a declaração de amor do Rock Lee, onde ele dizia “Minha paixão por você arde como o fogo da juventude”.

As cantadas seguiam rolando quando vi que tinha chegado ao meu nome nos cartões. E tinham três deles, além do de Rock Lee, que Naruto tinha me entregado, dois bombons e duas balas, o que me fez sorrir satisfeita, porque um docinho não cairia mal. 

Dois deles eram de Hinata e Ino, com um pequeno textinho em cada sobre nossa amizade. O de Hinata tinha o texto alinhado, com uma caligrafia bonita:

“Saky, sua amizade foi um presente pra mim quando cheguei nessa escola. Sei que a levarei daqui para a vida, e que viveremos muitas coisas juntas além da escola! Você é meu chamego ♥

Com muito amor, Hina.”

Dei um sorriso sincero, o coração doendo um pouco, porque dali a alguns meses, terminaríamos a escola, e não nos veríamos mais todos os dias, nem seríamos da mesma turma. Mas, com toda certeza, fiz amigos que levaria para além dali.

Eu — e Naruto, Ino, Temari e mais alguns poucos — estudávamos desde o 6º ano nessa escola, mas a maioria, inclusive Hinata, tinha entrado no 1º ano do médio. A princípio, fui logo de cara com ela, o que gerou um conflito com Ino, que era muito ciumenta, mas no final deu tudo certo e viramos um trio parada dura. Nossa amizade era um dos laços mais importantes da minha vida, elas eram as irmãs que não tive. 

Gritei seu nome e balancei meu coração animada, e a cara confusa da morena logo foi tomada por compreensão e ela mandou um beijo no ar, depois de eu ter dito um “Amei” mudo para ela. Por um momento fiquei insegura se o meu textinho para ela seria tão fofo assim, mas graças a Deus Ino existia para abaixar completamente o nível.

“Gatinha me manda o orçamento pra anunciar nesse outdoor que é sua testa. Se já tiver alugado, manda o orçamento desse bundão.

Beijos!”

Não precisava nem estar assinado pra eu saber que era da loira, até porque só ela me chamava de Testuda e, além disso, ela tinha desenhado duas bonequinhas palito, uma loira toda bem produzida com um triângulo-vestido florido e a outra com cabelo rosa, a testa circulada em vermelho e nas mãos-palitescas, várias coisas desenhadas: dinheiro, por causa do Grêmio, “Dr.House” porque eu era viciada nessa série e um café gigante. 

É, Ino sabia reconhecer a minha essência, e ao ver que a mesma me observava, mandei meu belo dedo do meio. 

Depois disso, reli o cartão de Rock Lee, balançando minha cabeça em negação, percebendo que ele se deu o trabalho de comprar duas balas e um bombom pra mim. Bem, presente não se recusa. O último cartão estava anônimo, e dizia apenas “Se beleza fosse flor, você seria um Jardim Botânico”.

Sorri e guardei todos no bolsinho do meu fichário, satisfeita. Estava saindo da minha carteira, pois ainda faltavam alguns corações na minha ecobag para entregar, quando Naruto surge na minha frente, com um coração esticado.

 — Aqui, é pra você. Estava perdido entre os meus.  — E piscou. Peguei de sua mão e cerrei os olhos para o seu sorriso suspeito, mas ele logo voltou para a frente da turma, sem me dar chance de fazer perguntas.

Nele, letras simples, porém bonitas, estavam alinhadas bem no meio do cartão, e admirei o dom dessa pessoa de escrever reto sem ter uma linha pra ajudar  — o que também já me aliviou, pois por um momento pensei que Naruto estava me dando um cartão, o que seria uma situação completamente chata, já que Hinata era completamente apaixonada por ele. Diferente da caligrafia da morena, que era caprichosa e cursiva, as letras nesse coração eram mais retas e simétricas, pareciam letras de computador, o que dava um efeito legal. 

Li uma vez e franzi o cenho. Levantei o cartão um pouco, piscando, porque eu estava fazendo sombra sobre o papel e só podia ter lido errado. Li mais uma vez, mas era aquilo mesmo.

Uma pequena frase, e uma assinatura simples. Só isso foi o suficiente para entender todo o comportamento estranho de Naruto e me fazer entrar em estado de choque.

“Sou afim de você. 

— Sasuke Uchiha.”


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Notas finais do capítulo

Eu realmente estou bem animada pra escrever um Sasuke meio bad boy mas ao mesmo tempo cadelinho e espero que fique divertido de ler aaaah. Enfim, muito obrigada se você leu até aqui, espero que tenha gostado e que acompanhe. Beijos!!



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