— Certo, as meninas estão fazendo suas compras hoje e nós podemos muito bem trocar nossos papos. – Callen entregou uma garrafa de cerveja para Sam. – Quem aqui gostaria de começar?

— A gente vai mesmo trocar experiências? – Sam bebeu um gole. – Eu ainda não sei como dizer o que eu passei com Any.

— Bem, o motivo de estarmos reunidos como o clube da Luluzinha é exatamente isso, Sam. – Tony sorriu. – Estamos aqui para compartilhar as coisas mais loucas de uma gravidez ou duas como Tim e Abby.

— Ei! – Timothy corou. – Ainda era segredo.

— Segredo? – Gibbs olhou para Tim. – Nada entre você e Abbs fica em segredo muito tempo.

— Sim, o laboratório... – Tony sentiu um tapa na cabeça de McGee. – Desculpe.

— Certo, talvez eu possa apenas começar. – Callen se sentou. – Como todos sabem já estamos no terceiro bebê. Elisa nas duas primeiras gravidezes teve desejos normais. Talvez houvesse espaço para uma barra de sabão ou outra, se eu não as escondesse, mas com certeza vocês já ouviram falaram sobre a síndrome de Pica.

— Sim, quando Abby me falou achei que fosse outra coisa. – Tim coçou a cabeça. – Mas acabou não sendo no final de tudo.

— Certo, a síndrome é caracterizada por desejos incomuns como comer tijolos, giz escolar ou algum alimento incomum. – Gibbs recebeu olhares de todos. – Ducky ministrou o curso de puericultura. Ele pode ser incrivelmente competitivo.

— Elisa decidiu que queria uma coisa diferente. – Callen disse. – No quinto mês....

Alguns meses antes...

— Callen, onde estão os gizes de cera que compramos na semana passada? – Elisa abriu a geladeira. – Eu procurei em alguns lugares, mas não encontrei nenhum.

— Desculpe, docinho. – Ele a chamava assim por causa da menina superpoderosa. – Eu os escondi.

— Por que? – Elisa se sentou. – Estou com vontade de comer alguns.

— Deixe eu tentar comprar alguns diferentes? – Callen ofereceu. – Há naquela papelaria do lado da loja de chocolate.

— Está bem. – Elisa suspirou. – E Callen? Me traga aqueles discos de chocolate.

— Trago. – Callen apenas saiu de casa em busca de uma maneira diferente.

A loja que ele foi era especializada em produtos diferentes. Ele olhou para as prateleiras e viu o que pareciam serem giz de cera, mas eles estavam na prateleira errada.

— Desculpe, mas acho que eles deveriam ficar na parte de papelaria. – Callen pegou um dos saquinhos, mas parou quando percebeu o que segurava. – Eles são feitos de chocolates?

— Não apenas chocolate. – A mulher se aproximou. – Mas são chocolates suíços. Foram feitos para aquelas mulheres que sentem vontade de comer giz de escola.

— Vou levar quatro. – Callen pagou os kits e passou em uma papelaria.

Ele comprou giz de cera reais e trocou a embalagem para que a esposa não descobrisse a pequena travessura.

Agora...

— E para encurtar a história, Elisa até hoje nunca descobriu porque os gizes de cera tinham gosto de chocolate suíço. – Callen recebeu aplausos. – Apesar dela ter me perguntado porquê de repente apareceram mais giz de cera na caixinha de brinquedos.

— Eu queria ver isso. – Gibbs olhou para todos. – Jenny queria um tipo de comida e eu tive que ir as quatro e meia comprar ou ela disse que ele nasceria com cara de picles.

Um ano atrás...

— Jethro! – Jenny chamou o marido. – Jethro!

— O que, querida? – Gibbs jogou o pompom da sua touca de dormir para trás. – Aconteceu algo?

— Não, eu só estou com desejo. – Jenny disse. – Eu queria uns picles com chantilly e morangos.

— Jen, são quase cinco da manhã. – Gibbs bocejou. – Só tem um mercado aberto e estou com sono.

— Vai logo. – Jenny deu a ele um olhar bravo. – Ou essa garotinha vai nascer com cara de picles e vai ser sua culpa.

Gibbs não se importou se estava de pijamas. Ele apenas pegou a chave e dirigiu, sentindo que chegando lá, deveria tentar comprar alguns tampões de ouvidos, mas ele apenas comprou um vidro de picles, duas bandejas de morango e uma lata de chantilly.

Ele aproveitou e pegou alguns curativos, porque com a sorte que ele tinha, ele poderia muito bem acabar com algum hematoma.

Em casa, Gibbs cortou os picles no meio, cortou os morangos e deu o chantilly para a esposa, a vendo comer satisfeita.

Atualmente...

— Acabei esquecendo de comprar um pote de caramelos. – Gibbs suspirou. – E percebi que estava de pijamas.

— Que bom que não ganhou nenhum empurrão. – Tony deu um olhar assustado. – Ziva literalmente me fez cair no chão enquanto estávamos montando o bercinho e depois me obrigou a ir às compras.

Quatro meses antes...

— Tem certeza que precisamos de todas essas fraldas? – Tony olhou para a esposa. – Ziver?

— Olha! – Ziva apontou para um vidro de esmalte vermelho com um nome diferente. – Maça do amor.

— Sim, quer que eu o compre? – Tony o pegou e colocou no carrinho. – Zee?

— Eu quero maçã do amor, Tony. – Ziva quase implorou para ele. – Eu não como há muito tempo. Eu quero me entroncar com a groselha.

— Certo. – Tony olhou para a mulher que vendia e viu que ela já havia vendido a última. – Merda.

Tony correu para um mercado ao lado da farmácia e suspirou ao ver o molho de groselha a venda. Ele pegou um grande, comprou um quilo de maçãs e depois alguns espetos de churrasco e sorriu, os levando para casa.

Logo ele começou a operação “Ziva feliz” e provou ser bom com doces. Ele sorriu e agora finalmente tinha um motivo para usar o fogão de casa.

Agora...

— Naquele dia eu provei a todo mundo que dizia que eu não era bom no fogão que eu poderia fazer uma comida. – Tony sorriu. – E você Timmy?

— Não pretendo divulgar. – Ele apenas deixou a cerveja ao lado. – Ela só queria fazer uma coisa. E eu me recuso a dizer isso.

— Já entendemos, Tim. – Callen pigarreou. – Elisa também gosta dessa coisa.

— Mas nosso amigo Sam ainda não contou o que faz a Any mais excêntrica na gravidez. – Gibbs literalmente colocou o agente na “parede”. – É tão excêntrico assim?

— Eu escondi pasta de dente em casa. – Sam apenas disse. – E o que o Tim e o Callen sabem que as esposas gostam, Any também.

— Deus do céu. – Gibbs olhou pela janela. – Parece que as meninas trouxeram o shopping todo.

— Provavelmente. – Callen deu um beijo em Elisa. – Onde está nossas crianças?

— Com meu pai. – Elisa o beijou. – Abby e Any estavam jogadas em uma loja de bebês. Acho que as duas pegaram todas as peças femininas.

— Ambas vão ter meninas. – Callen sorriu. – E você está gostosa hoje.

— Você é bem doido, Callen. – Elisa o puxou para fora. – Mas eu gosto.

Todo mundo revirou os olhos para os dois. As garrafas de cerveja foram para a reciclagem, os pratos de aperitivos foram guardados e é claro, houve um certo gemido dentro da casa de Gibbs.