— Bom dia, alunos. – O professor Thomas entrou na sala onde os alunos estudavam. – Eu sou seu novo professor Thomas Morrow.

— Bom dia professor. – Todos saudaram o homem e ele percebeu que eram todos bem-educados com ele.

— Eu gostaria que cada um se apresentasse, podemos fazer? – Tom olhou para uma menina de cabelo escuro. – Qual é seu nome, querida?

— Abigail Beethoven Sciuto. – Abby respondeu. – Mas todos me chamam só de Abby.

— Eu sou Timothy Farragut McGee. – Tim se apresentou. – Mas me chame de Tim.

— Anthony DiNozzo Jr, mas eu prefiro só Tony. – Tony sorriu para o professor.

— Leroy Jethro Gibbs. – Gibbs disse e olhou para Jenny, lhe indicando que era sua vez de se apresentar.

— Jenny Shepard. – A menina ruiva com tranças se apresentou.

— Donald Mallard. – O jovem se aproximou do professor e apertou sua mão. – E aquele menino é meu irmão James Palmer, mas todos o chamam de Jimmy.

— Que bom conhecer vocês. – Tom distribuiu alguns livros iguais para todos. – A partir de hoje vamos começar a aprender ler.

— Com todo respeito professor, eu já sei ler. – Abby levantou a mão. – Afinal de contas, meus pais são surdos.

Tim olhou com amor para Abby. Ela havia sido sua primeira paixão um ano atrás e agora eles finalmente caíram na mesma turma de escola.

— Façam duplas para ler o livro que eu entreguei. – Tom escreveu no quadro. – Quando tiverem terminado, façam uma redação sobre o que o livro ensinou.

— Quer ser minha dupla, Abby? – Tim se sentou quando ela assentiu.

— Vem, Ziva. – Tony a deixou sentar antes de aproximar a cadeira dela na mesa. – Quer alguns biscoitos?

— DiNozzo, nada de comida na aula. – Tom olhou para o aluno e voltou seu olhar para o livro que estava lendo.

— Chato. – Tony sorriu quando Ziva começou a rir. – O que foi?

— É engraçado ver você bravo com o professor. – Ziva sorriu. – Mas se ainda quiser dividir os biscoitos, eu vou adorar no recreio.

Tony abriu o livro sem dizer nenhuma palavra. Ele viu Ziva abrir o dela e os dois começaram a ler no mesmo tempo.

Jenny se sentou com Gibbs. Ela estava de olho no homem de olhos azuis. Ele parecia chateado, mas ela fez com que ele lhe desse um sorriso.

— Eu gosto do seu sorriso, Jethro. – Jenny sorriu de volta para Gibbs. – Parece um anjo olhando para mim.

— Eu também gosto do seu, Jenny. – Gibbs voltou a atenção para o livro.

Logo a sineta do recreio fez todos guardarem seus livros sobre as mesas e todos foram para o recreio.

Abrindo a lancheira, Abby retirou um muffin de coração com chocolate e um pouco de creme.

Tim se sentou perto dela com um sanduíche e ele pegou um pedaço e deu a ela. Abby deu um de seus muffins de chocolate a Tim e eles sorriram.

— Agora você pode gostar disso. – Tony entregou a Ziva um biscoito de chocolate. – Foi meu pai que fez.

— Eles são deliciosos, Tony. – Ziva pegou uma de suas caixas de leite e a entregou a Tony.

— Obrigado, Ziva. – Tony abriu a caixa e bebeu o leite. – A nós dois.

Gibbs se sentou sobre uma arvore, esperando que Jenny logo chegasse e se sentasse com ele embaixo da arvore. A garotinha ruiva logo chegou e abriu sua lancheira, vendo que ela só havia recebido uma banana de seu pai.

Gibbs abriu a lancheira dela e com a colher ainda intocada, quebrou um pequeno da torta que sua mãe havia colocado.

— Obrigada, Gibbs. – Jenny beijou a bochecha dele. – Você é meu herói.

— Eu vou levar isso para a minha vida. – Gibbs deu um beijo na bochecha de Jenny. – Bom apetite.

— Para você também. – Jenny mordeu a torta e sorriu quando o sabor atingiu sua papila gustativa e ela estava no céu. – Essa torta é boa.

— Sim, mamãe sempre tem pronta. – Gibbs sorriu. – Apesar dela estar um pouco triste hoje em dia.

— Se precisar de alguém para conversar, eu estarei aqui. – Jenny sorriu ao ver Gibbs feliz.

O sino tocou e todos foram de volta a sala de aula.

Quando eles perceberam já era o final do ano letivo. Haviam se passado quase dez meses.

Todos passaram de ano, mas nem todo mundo ficou.

Tim foi transferido para uma escola no novo posto de seu pai e perdeu o contato com Abby. Ela por sua vez, perdeu seus pais de uma só vez e acabou indo viver com seu irmão Lucca em New Orleans.

O pai de Ziva foi transferido para Israel e levou a filha e a esposa junto.

Tony foi morar em New York com seu pai antes de ir morar sozinho em Baltimore e ser transferido para o NCIS. Em sua primeira semana de volta, ele foi até onde se lembrava que sua antiga escola ficava e descobriu que ela tinha pegado fogo, assim como todos os registros.

Gibbs foi para o exército, se casou, ficou ferido em uma ocasião e perdeu a esposa e a filha. Ele tentou outros casamentos, mas nunca conseguiu vingar.

Jenny se formou em economia, mas por algum motivo reencontrou Gibbs em uma missão. Ele parecia não reconhecer ela dos tempos de colégio e ela não mencionou nada sobre aquele tempo.

Abby se tornou uma cientista forense, com PHD e formada como primeira de sua classe. Ela acabou na NCIS com Gibbs, Tony e Tom Morrow ela estava seriamente reconsiderando sua opinião sobre coincidências.

Tim se formou no MIT e acabou entrando para marinha, mesmo que seu pai não tivesse gostado disso. Era a vida dele afinal de contas.

— Que foto é essa, novato? – Tony pegou a foto da escolinha de Tim. – É você nela?

— Sim, e minha turma de pré-escola. – Tim a tirou de Tony. – Era uma turma apenas para os avançados. Eu sinto falta de todos.

— Esse daqui sou eu. – Tony se reconheceu. – Eu e você estudamos juntos.

— Ah, fotos. – Ziva olhou para a foto. – Eu não via isso há muito tempo.

— Ziva? – Tony olhou para a colega. – Eu, você e Timothy estudamos juntos?

— Esse daqui é o Gibbs, a Jenny e meu Deus, é Abby! – Ziva olhou para todos reconhecendo as pessoas com quem ela trabalhava. – Estes são Ducky e Jimmy?

— Sim! – Abby sorriu. – Como isso pode ser possível?

— Não sei, mas eu adorei reencontrar vocês. – Tim olhou para Abby. – Eu guardei uma coisa, Abby.

Ele puxou uma flor seca de dentro de um dos livros dele e sorriu.

— O cravo que eu dei a você no último dia. – Abby sorriu. – Eu acho que agora a gente pode viver junto?

— Concordo. – Gibbs chegou com Jenny nos braços.

Era um mistério como aquilo tudo havia acontecido, mas eles se consideraram sortudos.