— Tem certas coisas que eu nunca faria por um caso. – Thomas Magnum reclamou parando na frente de uma casa. – Isso não é uma delas.

Tirando sua câmera do estojo, Thomas subiu na parede, deixando a Ferrari ainda ligada. Higgins havia decidido que ela não faria outro desses.

Ela argumentou que da última vez ela quase levou um tiro de um homem.

Pegando a máquina, Thomas clicou algumas fotos antes de ser visto pelo casal no quarto. Ele tentou não se esfolar todo, mas caiu no chão, batendo a cabeça no processo.

Acordando, Thomas percebeu que aquela não era a rua onde havia sido deixado. A câmera não estava mais ao lado dele e com certeza a Ferrari parecia ter sido trocada enquanto ele estava em um estado desacordado.

— Você, pare aí mesmo! – Katsumoto apontou a arma para Thomas. – Eu não sei quem é, mas se afaste da Ferrari.

— Gordon, sou eu, Thomas. – Magnum olhou para o homem na frente dele. – Thomas Magnum.

— Desculpe, eu nunca ouvi falar de você rapaz. – Katsumoto o jogou contra a Ferrari que agora era cor de rosa. – Vamos para a delegacia.

— Que bom que o pegou. – Higgins olhou para Katsumoto. – Eu sabia que estava sendo seguida por alguém.

— Higgins, isso é uma brincadeira? – Thomas a olhou e viu um anel no dedo dele. – Você se casou?

— Querida? – Rick apareceu ao lado de Juliet. – Esse rapaz ainda não foi preso?

— Isso aqui é algum tipo de piada comigo? – Thomas sentiu um pouco de sangue em sua cabeça. – Sou eu, Rick. Thomas Magnum.

— Não, você roubou a identidade do meu amigo que foi morto. – Rick olhou para o Thomas. – Tenha algum respeito.

Ele olhou para o lugar e percebeu que não se parecia com a realidade dele. Logo ele sentiu uma forte onda de náuseas e desmaiou.

A última coisa que ele conseguiu se lembrar era de gritos para conseguirem uma ambulância.

Juliet entrou no hospital, assustada depois de receber a ligação. Thomas havia tido um pequeno traumatismo de quando bateu no chão e estava atualmente em coma. Rick, TC, Kumu e Katsumoto estavam reunidos no quarto dele, esperando que ele tivesse uma recuperação milagrosa.

Higgins estava especialmente chorosa por Thomas e todos sabiam o motivo.

Abrindo os olhos de novo, Thomas percebeu que estava em uma delegacia de polícia, sentado na cadeira, algemado a ela. Ele pensou que era um sonho. Porque apenas isso explicaria a mudança repentina de cenário.

— Certo, senhor Magnum. – Katsumoto olhou para Thomas. – Ou seja qual for seu nome verdadeiro. O que tem a nos dizer?

— Deve ter algum engano. – Thomas sentiu seu coração quebrar ao perceber que não conseguia pensar em alguma coisa naquele momento. – Eu não entendo o que está acontecendo aqui.

— Eu entendo que você está atualmente usando um nome que não é seu. – Gordon colocou uma imagem na frente de Thomas. – E pelo o que eu vejo você está com o rosto também.

— Eu gostaria de tentar um advogado. – Thomas falou, ficando em silencio.

De repente, um flash forte o fez fechar os olhos e ele desmaiou.

— Thomas, você precisa voltar para nós. – Juliet tocou a cabeça do homem na cama. – Já chega de dormir. Eu estou farta de ficar sozinha na mansão. Eu preciso de você. Todos precisamos.

Rick estava sentado no corredor, seus olhos fechados. Ele queria que Thomas acordasse e o chamasse de qualquer coisa.

De volta ao mundo alternativo, Thomas estava na cela. Ele estava sozinho e sentiu uma presença conhecida. Olhando para o homem a sua frente, Thomas se levantou e foi até o homem que ele sabia que estava morto.

— Nuzo? – Thomas engoliu em seco. – Estou morto então?

— Como chegou nessa conclusão, Thomas? – Nuzo olhou para ele. – Só porque você me ve não significa que você está morto.

— Eu só quero descobrir um jeito de sair daqui e voltar para o meu mundo. – Thomas falou. – Por que estou aqui primeiramente?

— Você bateu a cabeça quando caiu daquela varanda. Você sofreu um traumatismo e agora está em coma. – Nuzo se sentou perto de Thomas. – E você está aqui porquê precisa decidir o que vai fazer a seguir. Dar o último suspiro ou voltar e dizer o que você sente pela Juliet.

— Eu não faço ideia do que está falando, Nuzo. – Thomas falou. – Eu gosto da Juliet como amiga.

— Não. – Nuzo viu Thomas se virar. – Você olha para ela mais do que uma simples amiga. Vamos, Thomas. Agora não é hora de mentiras.

— Eu a amo está bem? – Thomas se levantou chateado e de repente ele se viu no quarto onde ele estava. – Ela está chorando por minha causa?

— Sim. – Nuzo se aproximou do amigo. – E chegou a hora de escolher. Você voltar significa deixar de ter medo. Ficar significa morrer. E Thomas, ainda não chegou a sua hora.

Agora ele percebeu que ele era quem faria a escolha maior.

— Eu quero voltar. – Thomas disse. – E vou deixar de ser um covarde e contar a ela.

— Cruze aquela luz. – Nuzo apontou para uma luz. – E nunca se esqueça. Amar é para sempre.

— Eu te vejo quando for a minha hora. – Thomas correu até a luz e pulou nela.

Juliet se assustou quando os aparelhos de Thomas começaram a enlouquecer. Ela foi retirada da sala no mesmo momento. Os médicos assumiram e Juliet foi amparada por Rick.

Quase meia hora se passou e os médicos saíram com uma expressão contente no rosto. Eles se sentaram, arregaçaram as mãos e suspiraram.

— O Sr Magnum acordou. – Ele viu todos ainda apreensivos. – E por um milagre sem sequelas. Ele perguntou pela senhorita Higgins.

Juliet entrou e Rick segurou TC e Katsumoto.

— O que diabos, Orville? – TC estava sem entender.

— Deixe os dois conversarem, sim? – Ele se sentou com uma revista de fofocas. – Acho que sei o que ele quer. Eu conheço Thomas.

Juliet entrou no quarto de Thomas e o viu sorrindo para ela. Se aproximando cada vez mais, Juliet sorriu quando olhou nos olhos dele.

— Você me assustou. – Juliet sorriu. – Mas agora que está de volta eu...

Thomas não a deixou continuar antes de puxar ela para si e a beijar nos lábios. Juliet sorriu e respondeu ao beijo. Parecia que Thomas tinha passado por uma experiência traumática e...

— Nem mesmo pense que estou fazendo isso porque passei por uma experiência traumática, Higgy. – Thomas parecia ler a mente dela. – Eu estou fazendo isso porque estou cansado de mentir para mim mesmo sobre meus sentimentos.

— Eu também. – Juliet sorriu quando o beijou de novo. – E eu amo que nem precisamos trocar palavras sobre votos.

— A gente ainda vai ter um tempo. – Thomas sorriu. – Agora chame o resto que eu quero contar a eles.

Todos entraram e Rick olhou ao redor do quarto e fixou seu olhar para um ponto. Ele sorriu, sentindo a presença oculta de Nuzo. Ele tocou o anel do time e sorriu se misturando com o restante dos amigos.

Nuzo apenas sorriu e desapareceu. Independente se alguém acreditasse ou não, a experiência de Thomas provou a ela duas coisas. A primeira era que ele nunca mais pularia sacadas.

A segunda era que ele não deveria duvidar do amor de Juliet por ele.