— Então, querido, se tudo der certo eu vou sair cedo hoje. – Any acenou para um táxi que passava. – Estou indo encontrar um novo “cliente” da promotoria. Ele está sendo acusado de várias coisas e eu fui designada.

— Eu vou sentir sua falta no almoço, querida. – Sam sorriu para o telefone, virando-se na cadeira.

— Quarta com Ashley, por favor. – Any falou para o motorista, mas ele ficou em silencio. – Senhor?

— Eu já ouvi. – Ele pegou o telefone dela e Any sentiu uma picada nas costas.

— Any! – Sam sabia que havia algo de errado no momento que ele ouviu a voz do taxista. – Amor, responda"!

— No momento sua querida está tirando um cochilo, Sam. – Tahir deu uma risada ao celular de Any. – Eu vou fazer você pagar.

— É melhor saber que eu vou até você. – Sam viu Callen se levantar e ficar do seu lado. – E se você ousar tocar nela, eu vou quebrar cada osso seu.

Tahir deu uma risada, parando o carro e abrindo a porta de trás, pisando com força na perna de Any.

Sam ouviu o som de osso sendo quebrado e aquilo o matou por dentro.

O celular foi desconectado na sequência. Tahir voltou para a direção e partiu, jogando o telefone de Any pela janela e a levando para longe da cidade. Ele tinha uma cabana no meio da mata e seria o lugar onde ele prenderia Any por algum tempo.

Sam não esperou um segundo antes de correr atrás de seu carro. Callen foi atrás de seu parceiro e quando ele entrou, ganhou um olhar de Sam.

— Eu vou estar com você, Sam. – Callen ajustou a arma. – Fique tranquilo. Vamos acabar com esse homem e descobrir onde Any está.

— Eu não posso perder ela, Callen. – Sam confessou. – Não depois de Michele.

— É por isso que eu estou indo com você. – Callen foi direto. – Vamos procurar Tahir.

— Ele não levaria Any para um quarto de hotel. – Sam disse. – Nem na cidade. Ele quer machucar Any para me machucar junto.

— Então? – Callen já estava ao celular com Elisa. – Amor, Sam e eu estamos indo para aí. Não saia sozinha.

— Grisha, Any me contou algo está manhã sobre o homem que havia chamado ela para uma consulta. – Elisa comentou. – Eu procurei um arquivo e encontrei a foto de um homem do Afeganistão, talvez Sudão.

— Tahir Kaledh. – Sam olhou para as fotos do arquivo que Elisa havia mandado. – Ele se fez passar por alguém precisando de ajuda. E Any tem um coração grande nunca conseguiria ignorar isso.

— Sam, acho que você tem uma mensagem. – Callen notou a notificação, mas ambos tiveram medo de abrir ela.

Tahir estava adorando ver a promotora e namorada de Sam daquele jeito. Ele havia colocado a jovem em uma espécie de cruz aberta no meio de um galpão abandonado. Ele cortou o belo vestido vermelho vinho dela e agora ela estava apenas em roupas intimas.

Dando um soco nela, ele a viu gemer ainda inconsciente. A perna perigosamente inchada. Ele a chutou na outra perna e depois pegou um taco de beisebol e quebrou seu braço esquerdo.

— Pare com isso! – Any gritou, sentindo a dor a despertar. – PARE COM ISSO!

— Grite, sua vadia! – Tahir apertou o botão de gravação da câmera e começou a bater em Any.

Ela ainda tentou gritar, mas sentiu a dor a impossibilitar.

Sam fechou os olhos ao assistir à gravação. Ele fez Callen parar o carro e vomitou ao lado da estrada para o interior. Callen fechou os olhos ao ver o estado de seu parceiro.

Ele jurou que ajudaria a encontrar Any e no processo óbvio de cura que viria.

— Eu estou vendo uma plantação de trigo ao fundo? – Sam teve que bloquear os gritos de sua namorada. – Ele está em uma casa de fazenda?

— Sim, Sam. – Eric virou a cadeira para o próximo computador. – Só tem duas fazendas aqui em Los Angeles que ainda plantam.

— Mande Kensi e Deeks para a fazenda de Santa Clarita. – Callen fez Eric fazer. – Sam e eu ficamos com a segunda.

— Feito. – Eric pegou o discador. – Também vou mandar ambulâncias para esses lugares. Sabemos que ela está machucada.

— Obrigado, Eric. – Callen viu um olhar novo em Sam. – Está pensando no que eu estou?

— Vamos pegar Tahir e salvar minha noiva. – Sam chocou Callen ao revelar que ele e Any estavam noivos. – E depois, eu vou me casar com aquela garota.

— Sim, você vai. – Callen acelerou o carro.

Ele sabia que Elisa estava a salva no prédio da NCIS. Ele mandou uma mensagem para ela.

Any finalmente foi solta da cruz. Ela caiu no chão em um amontoado sem esboçar nenhum som. Sua garganta ardia e ela estava completamente machucada.

— Apenas espere meu amor. – Ela ouvia a voz de Sam e a música com a qual ele a pediu em casamento. – Estou perto.

Ela fechou os olhos, tocando a aliança e desabou na escuridão da dor.

Tahir começou a rir quando viu o estado da jovem. Ele ainda jogou um copo de vinho sobre ela. Ele quebrou a taça a centímetros dela.

Assim que Callen parou o carro, os dois pegaram suas armas. Sam estava literalmente com fome de sangue. Ele ouviu os gritos de Any e sabia que ela estava machucada.

Chutando a porta da casa, ele viu Tahir pegar sua arma.

— Finalmente frente a frente. – Tahir sorriu e apontou para Any no chão. – Ela ainda está viva, mas por pouco tempo.

— Que tal lutarmos sem essas armas, hum? – Sam jogou a dele no chão, doido para socar Tahir. – Ou você não sabe lutar, Tahir?

O bandido jogou a arma no chão e foi para cima de Sam. Callen nesse meio tempo, correu para Any, apenas tentando achar um pulso nela. Ele pegou uma coberta e a cobriu, tentando deixar ela menos exposta.

Sam pegou Tahir pelo colarinho e o jogou contra a parede, o fazendo bater a cabeça na parede e em alguns quadros. O homem se recuperou, mas Sam foi mais rápido e o jogou no chão.

Tomado por uma fúria mortal, Sam começou a bater a cabeça de Tahir no chão. Ele dava socos enquanto fazia isso, sem escrúpulos nenhum. Callen olhou para o parceiro quando ele se levantou e Tahir não.

Pegando Any com cuidado junto ao cobertor, ele agradeceu a Callen pela cobertura e por ter cuidado de sua noiva.

A ambulância parou e Deeks e Kensi correram para perto de Callen que ainda estava parado. Eles pouco se importaram com o bandido no chão.

Any acabou na uti por causa da extensão de seus ferimentos. Perna quebrada, braço quebrado, várias lacerações pelo corpo. Felizmente ela estava viva.

Sam passaria a vida toda cuidando dela se isso fosse necessário. Ela era seu mundo.

Ele pegou seu telefone e colocou os fones sem fio nela. Dando play na música, ele sentou com o outro fone.

Hungry eyes era a música que ele havia usado para pedir sua Any em casamento. E seria a música para quando eles trocariam as alianças.

— Eu sinto a mágica entre eu e você. – Sam cantou e viu um dos olhos dela se abrir. – Olhos famintos, um olhar para você e eu nem consigo disfarçar...

Any apertou a mão de Sam e ele sabia naquele momento que tudo ficaria bem.