Foi protocolada a denúncia de roubo de óvulos e fertilização indevida envolvendo as CC medical e a rede de laboratórios LabCorp, segundo as primeiras informações recebidas pela imprensa a recém -descoberta filha de Edward Cullen descobriu através de um exame de DNA que sua sobrinha na verdade é sua filha Biológica, acredita-se que a irmã gêmea Ella Cullen esteja envolvida no caso...

O volume da TV do refeitório do hospital vou baixado quando eu passei pela porta, tentei ignorar os olhares curiosos em minha direção, porém havia um olhar diferente dos demais, Nahuel que estava sentado em uma das mesas um pouco mais distante dos demais me encarou por alguns segundos, mas desviou seu par de olhos azuis para sua xícara de café, respirei em alívio com o fato dele ter ignorado minha existência e apressei meus passos me juntando a mesa com Quil, Claire e Angela.

— Por que parece que me tornei o centro das atenções? - Reclamei ao me sentar na cadeira.

— Seria pelo fato de ter sia foto estampada nas principais notícias da TV? - Respondeu Ângela.

— Ângela! Claire falou em um tom de desaprovação.

— O que eu falei de errado? Ângela se defendeu.

Dei um tímido sorriso.

— Está tudo bem Claire, Ângela está certa.

— Nessie, que loucura essa história de você ser a mãe da Jade, devo imaginar o quanto está sendo difícil- Disse Quil.

Eu suspirei - Ainda não digeri toda essa situação.

— Deve ser estranho acordar e descobrir que é mãe - comentou Claire.

Dei um tímido sorriso, apesar de todos os conflitos pensar em Jade me fazia feliz- Apesar de assustador, eu estou pronta para essa mudança.

— Com a ajuda do Black bonitão quem não estaria? Disse Ângela me fazendo rir- Nessie que sortuda você, além de fisgar o doutro delícia ainda ganhou uma filha com ele.

Rimos juntos, Ângela conseguia deixar qualquer situação mais leve com seus comentários absurdos.

Pedi um café e conversamos mais alguns minutos, Nahuel se levantou da sua mesa e caminhou pelo refeitório um pouco distante da nossa mesa e segundos depois saiu do local.

— Nossa o clima até melhorou - Disse Claire.

Dei um tímido sorriso, conhecia Nahuel melhor que ninguém e aquele comportamento era estranho, como todos tinham seus plantões para cumprir terminamos nosso café da manhã e após nos despedirmos saímos do refeitório para finalmente iniciarmos nosso trabalho.

Peguei o elevador para a pediatra ainda incomodada com os olhares curiosos e apressei meus passos entrando na brinquedoteca da pediatria, Emily havia me avisado que levaria Jade para se distrair com as outras crianças.

Ao me ver entrar minha pequena que brincava com outra criança deu um largo sorriso - Mamãe - Disse ela correndo ao meu encontro.

— Meu amor- Sussurrei a pegando no colo.

— Que bom que voltou- Disse Emily organizando alguns brinquedos - Ela não parava de perguntar por você e pelo Jake.

Me sentei com Jade na cadeira - Estava com saudades da mamãe filha?

— Sim- Ela respondeu balançando a cabeça em confirmação - Jade quer mamãe e papai- Disse ela inocentemente me entregando sua boneca.

— O papai deve estar a caminho- Respondi pegando a boneca das mãos dela, retirei o aparelho celular de meu bolso e sorri ao ver que havia uma mensagem de Jake.

— Bom dia meu amor, daqui a pouco estarei no hospital, como nossa filha passou a noite?

— Jade está bem, superanimada, estamos emprestando brinquedos para os coleguinhas do hospital- Respondi devolvendo a boneca a menina que pegou e levou para a outra menina.

" Essas são minhas garotas." Respondeu ele.

Sorri olhando para Jade que brincava com as demais crianças e suspirei, ela era tão pequena e não imaginava toda a loucura que estava acontecendo em nossas vidas, mas Jake faríamos qualquer coisa para que nada do que estava por vir pudesse recair sobre ela.

Deixei Emily com Jade  brinquedos, tinha alguns pacientes para atender, apesar de ter passado a noite no hospital eu não estava cansada, trabalhar me enchia de energia para enfrentar os desafios.

Após sair do elevador segui pela recepção cumprimentando as secretárias - Bom dia! Falei de forma animada pegando meus prontuários que estavam organizados sobre a mesa de uma delas.

— Bom dia doutora - Respondeu a moça dando um sorriso- Seu pai está  na sua sala a sua espera, espero que não fique chateada, ele é o chefe...

— Tudo bem não se preocupe – Interrompi a secretária tentando tranquilizá-la, não precisava de uma bola de cristal para saber qual seria o assunto que Edward Cullen tinha para tratar tão cedo, arriscava pensar que naquelas alturas ele já estava ciente do início do processo contra Ella.

Abri a porta de minha sala e meu pai sorrio ao me ver entrar levantando-se do sofá – Bom dia filha! Disse ele de forma gentil e carinhosa.

— Bom dia pai! Respondi olhando para o rapaz sentado na poltrona, era alto, loiro e com olhos azuis, deduzi pelo jaleco e crachá do hospital que se tratava de alguém da equipe médica, porém eu não o conhecia – Aconteceu alguma coisa? Perguntei me aproximando de ambos.

— Filha, peço desculpas por invadir sua sala, mas precisava apresentar a você o doutor Volturi, com a urgência no caso de Jade ele antecipou sua vinda a PortLand – Meu pai se justificou – Doutor Volturi essa é a Doutora Cullen, minha filha, mãe e doadora da minha neta.

O Médico sorriu gentilmente e estendeu a mão – É um imenso prazer conhecê-la – Disse ele olhando em meus olhos.

— Bem-vindo ao CC medical – o cumprimentei de forma gentil desviando meus olhos dos dele.

— O Doutor Cullen me passou algumas informações sobre o caso de sua filha, mas eu preciso das fichas e todos os exames para que possamos realizar a cirurgia – Explicou o médico.

— Claro, posso lhe passar a pasta da Jade agora mesmo – Respondi caminhando até minha mesa deixando a bolsa sobre, abri minha gaveta e peguei uma das pastas, em seguida retornei me aproximando novamente de ambos – Eu deixei tudo organizado, os exames, as medicações – Expliquei entregando a pasta ao médico.

Alec Volturi sorriu timidamente pegando a pasta de minhas mãos – Eu não esperava menos doutora – Disse ele gentilmente abrindo a pasta.

— O que acha doutor Volturi? Perguntou meu pai.

— Os exames mostram que Jade está apta para o transplante, porém...

— Porém? Sussurrei o interrompendo.

— Está  ficando bastante frágil por isso sugiro que esse seja realizado o mais breve possível, e preciso dos seus exames doutora.

Sorri timidamente – Claro, vou pedir ao Brad que me entregue uma cópia.

— Ótimo! Disse meu pai animado – Enquanto Brad lhe entrega os resultados vou continuar mostrando o hospital a Alec.

— De acordo – Alec concordou e sorriu – Nos vemos daqui a pouco então senhorita Cullen.

Eu assenti e sorri olhando para meu pai que ao passar ao meu lado deu um beijo carinhoso em meus cabelos, Alec Volturi o acompanhou e seu par de olhos azuis buscaram pelos meus quando ambos passaram pela porta.

A porta fechou e eu suspirei caminhando novamente até minha mesa, peguei o telefone e liguei para o laboratório enquanto ligava meu notebook – Brad bom dia, preciso de uma cópia de meus exames.

“ bom dia,  Nessie, eu não posso levar para você pessoalmente, é urgente?”

“ O médico responsável pelo transplante da Jade pediu, mas se está ocupado posso ir buscar.”

“ Não é necessário, Leah está aqui e disse que leva para você.”

“ Que ótimo, preciso falar mesmo com a Leah, obrigada Brad.”

Brad encerrou a ligação e eu suspirei abrindo novamente minha gaveta e peguei alguns prontuários deixando-os sobre minha mesa e retirei o aparelho celular do bolso me preparando para iniciar meus atendimentos, mas o abrir agressivo da porta me deixou em alerta, Nahuel entrava em meu consultório seguido de uma das secretárias.

— Quero conversar com você - disse ele em um tom rude.

— Doutora eu não consegui impedir- a Secretária tentou se explicar.

— O que significa isso Nahuel? Você não pode entrar dessa forma na minha sala! O confrontei.

Ele cruzou os braços - Você me deve algumas explicações Doutora.

Olhei para a secretária que também percebeu que Nahuel estava totalmente alterado e assenti, a mulher saiu da sala sabendo exatamente o que precisava fazer, Nahuel fechou a porta passando a chave e a colocou em seu bolso.

— O que pensa que está fazendo? Perguntei dando alguns passos e me coloquei atrás da minha mesa - Vou chamar os seguranças! Falei em um tom de ameaça.

Ele deu um sorriso irônico - Eu já sei de toda a verdade Renesmee, sua irmã me disse tudo.

— Você está maluco, me dá a chave da porta! 

— Me enganou durante anos e achou que eu não descobriria? Conheceu sua irmã em Seattle, doou seu óvulo, arrependida veio para Portland para roubar a filha e o marido da irmã, ou você e o Black já eram amantes?

Apesar de nevosa eu sorri - Você está usando algum tipo de substância entorpecente Jones? 

— Não me provoca! Ele falou em um tom alto e agressivo batendo com as mãos sobre minha mesa.

O encarei- Me dá a chave, eu não te devo satisfações e se não abrir aquela porta agora mesmo vou te denunciar por cárcere privado.

Nahuel gargalhou- Quer a chave Cullen, vem pegar.

— Não seja idiota, não percebe o papel ridículo que está fazendo? Você está desrespeitando o hospital e a mim, isso não é atitude de um médico.

— Me poupa do seu falso moralismo Renesmee! Ele Rebateu.

— Me dá a chave! Insisti dando a volta em torno da mesa ignorando o fato que Nahuel já havia tido outras atitudes agressivas.

— Você não vai se desfazer de mim dessa forma- Ele respondeu me ignorando e segurou meu pulso o apertando.

— Me solta agora! 

— Que foi ? Só o doutor Black pode tocar em você? Você não passa se uma vadia...

Nahuel não terminou a frase ofensiva, minha mão livre se direcionou ao rosto dele e o som do tapa em seu rosto o calou - Você me respeita Nahuel, não tem o direito de vir aqui cobrar explicações de nada, eu não sou sua propriedade.

Os olhos dele ficaram vermelhos e sua expressão se tornou ainda mais furiosa, a mão que estava em meu pulso folgou, mas ao invés de apenas me soltar ele devolveu a agressão com um tapa tão forte que me desequilibrei e bati com o rosto na minha mesa.

O olhei assustada e gritei me afastando - Sai daqui! 

— Vou fazer uma coisa que deveria ter feito a muito tempo para baixar esse seu nariz empinado- Ele falou vindo para cima de mim.

 Desesperada, eu corri até a porta e bati com ambas as mãos pedido por ajuda, mas ele me puxou novamente continuando com as agressões.

Por um breve momento acreditei que Nahuel me mataria, mas uma voz masculina me devolveu a esperança.