Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

olha o presente da semana!!



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— Sadjenza colocou os aprendizes dela para procurar também. - Harry andava suspirante a tarde toda. - Parece que um deles é um rastreador prodígio, ela me disse que os quatro vão sair a campo atrás da Sofia.  – Harry explicou a dupla das jovens. Em menos de um dia ele tinha sofrido dois choques totais. Agora Sofia estava desaparecida, Max está deitado de bruços após conseguirem limpar os cortes profundos em suas costas e ele teve de por o orgulho de lado e pedir ajuda a Sadjenza. não que ligasse muito para o orgulho, abdicaria de muito mais para recuperar um discípulo. – “vai ficar cicatriz”. – Pensou quando lembrou de Max que agora estava descansando.

 

— E o que nós vamos fazer? – Tânia perguntou cabisbaixa. Ela também estava frustrada com a situação.

 

— Vamos encontrar Sofia é claro! – Harry respondeu se levantando. – Se preparem porque vamos sair...
      - Apenas me deixem falar com Max. – Pediu antes de ir até o quarto, ele conhecia seu pupilo e sabia que o jovem não queria ser deixado de fora, não dessa missão, mas, nas condições em que estava ele seria mais um estorvo do que um apoio.

Doeu em si quando chegou ao quarto, sentia o cheiro de álcool e morfina, havia ataduras no chão e vários respingos de sangue. Era desconcertante observar Max deitado com as costas para cima, o estrago feito iria demorar pra se curar, mesmo com as habilidades deles.
Harry se aproximou devagar e sentou ao lado do jovem suspirando. Max estava de olhos fechados, sem muitas opções viáveis o mentor acordou o garoto.

— Max? – Devagar Harry cutucou seu rosto fazendo o caçador abrir os olhos, era visível a raiva guardada dentro daqueles olhos azuis, eles ameaçaram brilhar muito forte, mas depois voltaram ao normal para o alivio de Harry.

 

— Acharam ela? Estamos indo? – Max tentou se levantar, mas foi impedido pelo Mentor.

 

— Não a encontramos ainda, mas estamos partindo para isso. Sadjenza e a equipe dela estão ajudando também. – Harry explicou e colocou a mão sobre o ombro do mais novo. – Isso vai doer mais em mim do que em você garoto... – Harry teve de ser realista. – Você não está bem para essa missão e se fosse junto você seria o peso morto que iria aniquilar nossa vitória. – O mais novo iria protestar, mas o mentor o impediu. - É para o seu bem e não quero ser obrigado a te nocautear!

 

— Harry fui eu que falhei. Eu não pude proteger a Sofia quando fomos atacados. Você não pode me deixar aqui. Por favor. – O olhar de suplica do jovem amolecia o coração do velho caçador, mas, Harry era um líder experiente, mesmo que quisesse ele jamais poderia prejudicar a missão ou seus pupilos. Mesmo que significasse um futuro ressentimento do garoto com ele, Harry não iria apostar a vida do garoto.

 

— Um dia você será o Líder e vai entender estas ações. Me desculpe. – Terminando a frase ele deu um golpe na nuca do garoto o fazendo desmaiar.

 

 

 

[Local desconhecido – Sofia]

 

 

 

Sofia acordou sentindo o chão gelado em contato com suas pernas, a visão ainda turva e o gosto férrico de sangue na boca. – “Provavelmente um dos golpes.”— Seus braços doíam devido a estarem pendurados e presos a correntes a cima de si, ela sentia frio por toda parte e a atmosfera daquele lugar era totalmente úmida. Paredes, chão, as grades a sua frente... Tudo era cinza e muito limpo.
 Ao tentar se levantar finalmente percebeu que não estava com suas roupas, estava com um vestido branco, ele era leve e meio transparente, havia uma abertura na lateral deixando sua perna esquerda e sua marca a vista.

 

— Ei você! – Sofia foi tirada de seus devaneios ao perceber uma voz ainda infantil chamar sua atenção. Olhando para a esquerda viu que havia uma cela vizinha a sua e assim como Sofia estava presa, havia uma garota acorrentada ali, não deveria ter mais de 11 anos, cabelos castanhos escuros e olhos marrons, a pele dera era branca, mais que a de Sofia, muito mais do que a dos outros caçadores, mas, o mais chamativo na garota eram suas asas, um par de pequenas asas como se fossem de uma abelha adornavam suas costas.
— Você está bem? Sabe aonde estamos? – A voz daquela jovem estava tremula, quantos dias será que ela havia passado ali? Esse foi um dos pensamentos de Sofia misturado a muitos mais.

 

— Você é uma fada!? Anel baixo de Alfheim correto? – Sofia sabia que não adiantaria se desesperar, foi treinada para ter autocontrole e iria usar isso. Ainda tentando manter a calma a garota confirmou com a cabeça. – Me desculpe garota, mas, eu não sei aonde estamos.

 

— Eu sou Senna. Me desculpa eu não perguntei o seu nome? – Disse a criança.

 

 

— Sofia. Eu sou uma Filha de Ullr. – A loira respondeu e um breve sorriso se formou no rosto da criança.

 

— Significa que outros como você estão a caminho certo? – A pequena tinha um sorriso esperançoso. – Minha avó me contou sobre vocês, me disse que vocês cuidam de todos os mundos!

 

— Esse é o nosso trabalho garota! – Respondeu Sofia retribuindo o sorriso da jovem – Aposto que seremos resgatadas em breve pelos meus amigos! – “Não serei eu a destruir nossas esperanças.”

 

Passos foram escutados no corredor, Sofia ficou mais atenta enquanto a jovem se encolheu no fundo de sua cela.

 

— Já está fazendo uma nova amiga Sofia? – A caçadora infelizmente reconheceu essa voz.

 

Pior do que apanhar em um treinamento, pior do que perder para Tânia em uma competição de tiro ao alvo, pior do que o golpe que Max acertou no seu nariz, pior do que os treinos absurdos de Harry em um frigorifico, lama, areia, rios, pior do que ser atacada por um monstro desconhecido, pior do que sua ultima luta onde machucou as costas...
  Essa cena poderia ser considerada a segunda pior da vida da jovem caçadora, a traição machucava muito mais do que qualquer lâmina ou golpes.

 

— Marta... – A voz de Sofia era quase um sussurro direcionada a senhora que via todos os dias quase, Marta estava a sua frente, com uma postura muito mais ereta do que o normal, ela usava uma roupa social formal, calça e blazer escuros e tinha pinturas em seu rosto.

 

— A primeira e única querida! – Respondeu a mais velha a sua frente sorrindo ao ver o estado de choque da caçadora. – Em choque certo? O que posso fazer... – Ela colocou uma mão no queixo pensando no que dizer. - Veja bem Sofia. Sua mãe eliminou muitas de nós junto dos seus amigos, incluindo a minha irmã. Nós queríamos vingança, mas, não tínhamos a força necessária para pegar todos os caçadores juntos e a maioria de nós fugiu para outros reinos. Deixando essa tarefa em minhas mãos e de mais duas amigas feiticeiras. Nós preparamos um plano certeiro. Pacientemente procurando até encontrarmos sua mãe. Colocamos o parasita nela para que ela pudesse sofrer antes de morrer, mas, ainda não era suficiente então vigiamos você para descobrir se seria chamada e no fim você foi! – A velha apontou a coxa de Sofia. – Fiquei surpresa quando vi essa marca em sua coxa no vestiário. Uma pena seu mentor ter eliminado meu Draugr, mas, sempre podemos trazer mais deles para dar conta de vocês!

 

Após o monologo da mais velha Sofia continuava em choque, sem nada falar e encarando o chão gelado. Como era possível alguém próximo, alguém da confiança dela.
  Sofia não queria aceitar que era Marta a sua frente, a mulher sempre gentil e atenciosa, sempre empolgada com as novidades, a mentora de Sofia em seu trabalho... Acabou de confessar ser a responsável pela morte da mãe de Sofia e dizer que ainda não estava satisfeita.
  Suas emoções estavam fortes agora, ela queria odiar essa mulher, mas, por que não conseguia? Sua cabeça gritava e colidia como se estivesse sendo revirada a cada segundo.

 

— O gato comeu sua língua minha jovem? – Marta perguntou ainda encarando Sofia com seu sorriso sádico.

 

— Deixa ela em paz... BRUXA! – A jovem fada respondeu encarando a senhora com olhos raivosos e seus dentes trincados.

 

— Olha o respeito com os mais velhos minha jovem! – Marta se moveu até a frente da cela da pequena. – Talvez eu deva trazer uns alfinetes! Sempre quis decorar minha sala com algumas asas de insetos difíceis de encontrar! – Marta encarava a garota antes com raiva agora acuada. – Isso mesmo minha jovem, você deve ter medo aqui!

 

— Deixa a garota quieta Marta! Seu problema é com os caçadores, não é? – Sofia finalmente se moveu e ficou em pé em sua cela, com os pés descalços sentindo o chão frio.

 

— Resolveu se mexer? – Marta debochou de Sofia. – Vou precisar dessa pequena para fazer uma conexão com seus poderes. Depois disso poderemos encontrar todos os seus amigos caçadores em tempo recorde!

 

Sofia sabia exatamente do que se tratava essa história de conexão.

 

Um Caçador e uma criatura podem se conectar através de determinados rituais para se tornarem então “irmãos de sangue” tal como Loki e Odin, mas há um preço a ser pago e ele é muito mais caro para as outras raças do que é para os caçadores.
Enquanto um Caçador ganha um aumento significativo em suas habilidades e sentidos dependendo da conexão que é feita, o outro fica preso ao caçador, mesmo que o caçador morra a criatura nunca poderá voltar ao seu mundo independente de qual mundo seja, condenados a andar juntos até o fim de ambos.
Se um deles é ferido o outro sabe, se um deles morre é como perder uma parte de si mesmo. Os filhos de Ullr abandonaram essa pratica a séculos.

 

— Você não pode fazer isso! – Sofia falou puxando suas correntes tentando se aproximar da porta. – Eu não vou aceitar e nem ela!

 

— É uma pena... Se não aceitarem a vó dela morre... Depois o seu pai! – Marta disse virando as costas e deixando as duas em silêncio.

 

 

 

[Rodovia principal – Equipe toda]

 

 

 

— Bem nós estamos até onde o rastro chegou, a partir daqui é procurar a moda antiga... – Harry estava desconcertado, agora ele não conseguia mais sentir rastros mágicos ou Sofia, dirigiu por meia hora na esperança de um resultado apenas para quebrar a cara. Restava torcer para Sadjenza e seus discípulos terem mais sorte.

 

— E agora? – Andromeda perguntou a Tânia. Estava sentada sobre o porta malas com seu bidente em mãos enquanto a outra se alongava.

 

— Esperar pacientemente de tocaia. – Explicou Tânia. – Pega um salgadinho pra gente! Está no banco.

 

Andromeda pegou o pacote do salgadinho e as duas sentaram lado a lado sobre o carro para comer, ambas se entendiam muito bem desde a chegada da morena. Tânia entendia exatamente pelo que Andromeda passou, apesar de ser menor do que o terror enfrentado pela loira, ela ainda sim tinha sofrido muito, quem sabe o que aconteceria se não tivessem chego naquela hora.
Ninguém dizia nada, Harry uma vez ou outra usava seu celular enquanto as duas tentavam manter uma conversa trivial na esperança de tranquilizar a mente, nada de bom poderia vir do desespero, ainda mais com uma vida em risco.

 

— Ok... Certo!! Obrigado Sadjenza. – Harry desligou o telefone ao lado das meninas e estava sorrindo.

 

— Coisa boa? – Tânia perguntou.

 

— Eles chegaram a um prédio onde encontraram muitos vestígios de magia sombria e também pistas sobre essas bruxas! Vamos investigar uma velha clinica que oficialmente não tem subsolo, mas na planta encontrada há mais dois andares pra baixo! – O mentor explicou correndo ao banco do motorista. Tânia ao seu lado e Andromeda no banco de trás.
— Estamos chegando Sofia!!

 

 

[Local desconhecido – Sofia]

 

 

Oito Draugrs estavam na frente das celas com Marta supervisionando seus leais soldados por assim dizer. Draugrs não deveriam prestar obedecimento a ninguém além de seus iguais, mas esses tinham alguma coisa diferente dos outros. Sofia só não era capaz de discernir o que.

— Andem logo saco de ossos! – Ordenou e eles abriram as celas cinco deles estavam em frente a Sofia e os outros três já haviam pego Senna a levando para outra sala.

 

— Sem chance! – Sofia falou baixo antes de chutar o primeiro Draugr no alto da cabeça, o chute foi rápido o suficiente, mas não impediu o segundo e terceiro Draugr que acertaram seu rosto e depois sua barriga a deixando sem ar por alguns instantes.

 

 

— Estou curiosa. Depois de bater neles esperava fazer o que? – Marta mais uma vez perguntou debochada. – Peguem ela e tragam logo!

 

Sofia teve as pernas também acorrentadas e em seguida foi carregada por três dos cinco monstros.
    No caminho para onde quer que estivesse indo Sofia pode observar diversas celas, corredores, portas, todos manchados com sangue já seco, havia escrituras rúnicas ao redor do lugar, círculos mágicos, nada fazia muito sentido. – “Você tinha que ser contra nos ensinar magia né Harry?” – Mais adiante passaram pelo que Sofia julgou ser um centro de pesquisa sombrio, havia animais ou partes do que um dia eles foram, diversos artefatos, plantas, tudo com uma aparência horrenda como se tivessem sido ressecados e torcidos diversas vezes. A palavra repulsa soava bastante em sua mente.
Finalmente chegaram ao seu objetivo final, uma grande sala com uma luz amarelada. No centro haviam duas mesas de pedra e Senna estava sentada em uma delas com um semblante de derrota. Sofia viu Marta e mais duas mulheres vestidas da mesma forma no outro canto, todas tinham o mesmo sorriso perverso no rosto.

 

— Finalmente! – Marta se levantou. – Vamos dar início ao ritual!


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Notas finais do capítulo

Eai o que acharam?
mandem suas duvidas, criticas e outras informações rsrsrs
tem uma atualização nos arquivos do Site. Deem uma olhada kkkkk