Ruptura escrita por Sweet Winter


Capítulo 14
Quando o mal te devora


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores!! Como estão?

Chegando aqui com um novo capítulo, espero que curtam :D

Recapitulando o que aconteceu: Anna e Harian foram parar em uma cidade sombria e foram atacadas por sombras, porém Harian desapareceu e agora Anna está sozinha.

Boa leitura!!



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Anna havia caminhado tanto pela sombria cidade que já estava começando a decorar as ruas. Elas não tinham nome, ou ao menos nenhuma placa que as identificasse, mas podia usar pontos de referência para se localizar melhor naquele lugar estranho.

Ainda não havia encontrado nenhuma alma viva, exceto por alguns ratos e baratas que passavam pelos seus pés, mas também não encontrou mais as sombras que as haviam atacado antes, o que era um bom sinal. Entretanto, parecia que Harian havia sumido completamente, até voltou para a hospedaria, esperando que talvez ela tivesse ido até lá para procurá-la, mas não havia nem resquício da garota.

— Será que ela foi embora? — murmurou para si mesma, o pensamento a deixando aterrorizada. Talvez ela tivesse ido para outro universo, deixando Anna presa ali.

Seu estômago roncou, depois de tanto tempo sem comer nada estava com fome e sede. Olhou ao redor, pensando se havia alguma comida comestível por ali, mas para ser sincera teria medo de ingerir qualquer coisa que viesse dessa cidade suja.

Com as pernas doendo de andar, sentou por um momento na pequena escada que dava para a porta do que parecia ter sido um restaurante. Olhando para si mesma, estava em um estado deplorável, com as roupas sujas, os joelhos ralados e os cabelos bagunçados.

Suspirou, sentindo que havia sido derrotada de forma humilhante. Pegou uma das pedrinhas da calçada e a jogou no lago com um som frustrado. Anna observou a água suja tremer levemente com o impacto, ondulando algumas vezes antes de finalmente parar.

Anna franziu o cenho, observando o reflexo na água mais atentamente. Olhava fixamente para uma janela das casas que estava lacrada com tábuas, vendo um vulto estranho entre as frestas sendo iluminado pela luz da lua.

— É uma pessoa…? — perguntou para ninguém.

Cansada de apenas andar em círculos e se lamentar, Anna levantou decidida a descobrir o que estava acontecendo. Atravessou a ponte de pedra sobre o rio e andou até a casa que havia visto.

Tentou abrir a porta, mas estava trancada e, mesmo que fosse apenas madeira, Anna não confiava na sua força para arrombar ela. Então olhou as janelas, percebeu que era de vidro e poderiam ser facilmente quebradas, porém haviam pregado tábuas de madeira sobre elas, assim como fizeram com as do andar de cima que havia observado.

“Se eu tivesse um martelo, poderia tirar os pregos”, pensou, mas é claro que não tinha tanta sorte. Avistou na calçada várias pedras de tamanhos variados, se agachou e pegou uma do tamanho do seu punho. “Parece que vou ter que usar a força, de qualquer jeito”.

Bateu nas tábuas repetidas vezes com toda a vontade que tinha, até que começassem a quebrar. Deviam estar ali há muito tempo, porque já estavam velhas e se desfazendo muito fácil com os golpes de Anna que não eram tão fortes assim.

Quando conseguiu tirar todas elas, quebrou o vidro, tirando os cacos afiados que haviam ficado no beiral, facilitando para que pulasse para dentro da casa. A janela não era tão grande assim, mas era o suficiente para que passasse por ela com um pouco de esforço.

Iluminou o local com a lamparina que ainda carregava consigo. De pé numa sala escura com móveis cobertos de teias de aranha e pó, Anna sentiu aquela sua coragem impulsiva se desfazer de uma vez só. Era ainda mais assustador do que pensava.

Estava silencioso a ponto de Anna apenas ouvir a própria respiração descompassada. Pé ante pé, com todo o cuidado do mundo, andou pela casa, ouvindo os leves rangidos da madeira abaixo de si. Não sabia nem pelo que estava tentando passar despercebida, mas tinha medo de fazer qualquer barulho alto demais.

A casa era pequena, onde estava havia uma sala e uma cozinha acoplados um no outro. O chão estava tão empoeirado que quando andava podia ver o pó cinza se levantar antes de cair novamente. Pensava que, talvez, em outra vida tivesse sido uma casa muito aconchegante.

Subiu as escadas cautelosamente, para o andar onde estava a janela com o vulto. Um dos degraus de madeira se quebrou sob seu pé, assustando Anna, mas por sorte ela não caiu, apenas deu um pulo para trás. Olhou ao redor, como se temesse que alguém tivesse ouvido aquilo, no entanto a casa continuou no silêncio absoluto.

Com um suspiro aliviado continuou a subir. Quando chegou no andar de cima, a primeira coisa que percebeu é que era um enorme quarto, com três camas, sendo uma delas de casal. Assim como a sala, tudo ali tinha aparência de abandonado.

Andou até a escrivaninha do lado de uma das camas, vendo que em cima dela tinha uma lamparina apagada junto de dois livros os quais não conseguia ler o título. Parecia ser uma cama de criança, considerando os bichos de pelúcia jogados nela.

Anna, particularmente, nunca gostou de bonecas e coisas do gênero. Quando pequena preferia carrinhos ou brincar de peças de montar, qualquer coisa menos bonecas, afinal elas sempre lhe causaram arrepios, como se a estivessem encarando com aqueles olhos falsos.

Com um arrepio começando a subir pelo corpo, Anna se afastou daquela cama antes que o mal-estar a atingisse. Andando para trás sem prestar atenção, ela se assustou quando suas costas bateram em algo. Se virou, erguendo a lamparina para visualizar melhor o que era.

A primeira coisa que Anna deveria ter notado era o cheiro quando entrou lá, mas a cidade inteira fedia tanto que nem notou que naquele quarto específico havia um cheiro putrefato ainda mais forte que o normal.

A segunda coisa era que ela não estava sozinha.

Ofegou assustada, sentindo como se o seu coração fosse explodir com um ataque cardíaco naquele momento mesmo. Não conseguia nem mesmo se afastar, imóvel pelo medo, apenas observando aqueles quatro corpos pendurados na sua frente.

Estavam mortos, definitivamente, a carne apodrecida se decompondo denunciava isso. Era difícil dizer a causa da morte, estavam amarrados pelo peito, com os braços e pernas pendendo livremente. Os rostos estavam pútridos, tornando impossível distinguir suas feições, as moscas circulando ao redor da carne e as larvas as devorando.

Olhando para as três camas no quarto, Anna poderia supor que eram a família que morava naquela casa. A mãe, o pai e os dois filhos, um menino e uma menina que parecia ser a mais nova de todos.

Anna fechou os olhos com força, sentindo o enjoo a atingir, mexendo com o seu estômago vazio. Pensava que poderia acabar vomitando suas tripas, então saiu o mais rápido possível daquela cena grotesca. Dessa vez sem se preocupar que alguém a ouvisse, ela correu para a sala e pulou pela janela de novo.

Quando caiu na calçada e pode respirar o ar novamente, foi como um suspiro de alívio. Mas a cena dos corpos pendurados, da carne vermelha escura se decompondo, ainda circulava pela sua mente. Sem conseguir mandar mais para dentro, ela se aproximou do rio e vomitou tudo o que podia nele.

Se seu estômago já estava vazio antes, agora sentia como se fosse um balão que perdeu todo o ar.

Quando terminou, olhou para o reflexo na água, se sentindo miserável ao ver tudo o que botou para fora ser levado pelo rio.

— Essa merda de água já tá suja mesma, que diferença faz sujar mais? — resmungou de forma arrastada.

Encarou a água por mais alguns minutos, tentando tirar aquela imagem da cabeça. Estava fresca na sua cabeça, a torturando, era como se ainda a estivesse vendo enquanto encarava o rio.

— Hm?! — exclamou de repente, se abaixando para olhar melhor. Não era sua mente pregando peças, ela realmente estava vendo um corpo na sua frente.

Prestando atenção no que não havia visto antes, todo o fundo do rio estava coberto de cadáveres, alguns ainda inteiros, outros desmembrados, todos se decompondo e inchados pela água.

Anna cobriu o rosto com as mãos em desespero.

— É só um pesadelo, é só um pesadelo… — Mas sabia bem que não era, o cheiro e os detalhes que sua imaginação não conseguiam criar eram bem reais.

Respirando fundo, abriu os olhos lentamente, tentando se acalmar, mas na mesma hora que o fez deu um grito alto. Olhou horrorizada para suas mãos, agora em carne viva. Não havia percebido antes, mas era como se estivessem se desfazendo, morrendo.

Anna olhou mais uma vez para os corpos na água e lembrou da família morta dentro da casa, era assim que ficaria se continuasse ali? Seu corpo inteiro iria apodrecer para virar comida de insetos e larvas? Será que acabaria virando uma parte daquela cidade sombria e fétida?

— Chega! Eu não vou mais ficar aqui! — gritou e saiu correndo sem rumo certo, o desespero se tornando mais forte que o seu raciocínio lógico. Estava farta daquele lugar horrível.

Anna estava tão desnorteada que levou um susto quando foi bruscamente parada no meio do caminho. Uma sombra, como uma mão aveludada e sinuosa, envolveu o corpo de Anna, deixando-a imóvel. Não havia percebido quando havia chegado perto, mas em poucos segundos a dominou ao ponto de não conseguir gritar.

Você nunca vai escapar de mim.

A garota fechou os olhos quando a sombra começou a criar forma, como um monstro a assombrando. Ela não queria ver, não queria criar mais pesadelos para si.

Você sempre foi a pior deles, Anna. É por isso que eu gosto tanto de você.

Ela franziu o cenho, balançando a cabeça negativamente, recusando-se a deixar a sombra se infiltrar na sua mente mais uma vez. Mas Anna nunca soube lutar, nunca precisou afinal, era mais fácil do que parecia subjugá-la.

Você lembra, não é, Anna? De quem você é.

Anna abriu os olhos lentamente, aquela voz preenchendo seus ouvidos até se instalar dentro de si mais uma vez. Na frente dela, a cena mudou, não estava mais na cidade fantasmas e sim na sua casa. Mais especificamente na enorme biblioteca que possuía, com grandes estantes preenchidas de livros cobrindo as duas paredes, uma mesa no centro e duas poltronas, além de um sofá no canto.

— Por que eu estou aqui? — murmurou.

Olhe.

Anna virou o rosto, encontrando seus pais e, do lado deles, havia uma garotinha de vestido rosa, fita no cabelo e sapatilhas pretas. Era a própria Anna.

— Isso é uma memória? — E então ela percebeu a presença de uma empregada no recinto, uma moça jovem de cabeça baixa que parecia prestes a chorar.

Confusa, continuou a assistir a cena.

— Você sabe o quanto isso custa?! Tem alguma ideia?! — gritava seu pai para a empregada, seu tom de voz forte certamente a assustava, já que se encolhia cada vez mais e mais.

— Sinto muito, mas eu não… — ela tentou dizer em um fio de voz.

— Não quero saber de suas desculpas! Vou descontar isso do seu salário!

Anna acabou se lembrando, como em um flash. Sabia o que estava acontecendo. Naquela época deveria ter por volta de oito ou sete anos, como qualquer criança era muito agitada e gostava de brincar pela enorme casa dos seus pais. Mas, como podia se sentir solitária na maioria das vezes, costumava pedir a eles que brincassem com ela e sempre acabavam se irritando e a mandando para a biblioteca para estudar sob a vigilância de uma empregada.

Porém Anna nunca aceitava que lhe negassem qualquer coisa, não compreendia, então fazia qualquer coisa para chamar atenção. Naquele dia ela quebrou um vaso caro quando ele caiu no chão. De primeira havia dito que era apenas um acidente, mas era mentira, claro, ela só queria ver aquela coisa feia em cima da mesa se despedaçar no chão da biblioteca.

Quando seus pais chegaram no local, sua segunda reação após o ocorrido foi culpar a empregada, apontando o dedo sem hesitar. A jovem moça com ela foi apenas uma azarada, chegou há pouco tempo na mansão e havia sido designada justo naquele dia para cuidar da filha da família.

Seus pais nem ao menos questionaram a veracidade da história antes de gritar com a coitada e cortar parte do salário dela. A empregada, assustada, não podia sequer se defender.

Anna observou quando ela saiu chorando e como, no mesmo momento, um mínimo sorriso surgiu no rosto do seu pequeno eu. Naquela época não havia pensado em nada além do alívio de ter se safado de uma bronca.

A cena mudou novamente, dessa vez para uma biblioteca. Aquela ela conhecia bem, era a biblioteca da escola que frequentava no Ensino Médio, onde ela e suas amigas costumavam passar mais tempo conversando em sussurros do que lendo propriamente.

Anna se aproximou para ouvir melhor a conversa entre seu eu e suas antigas amigas.

— Dizem que ela está irritada com você, alegando que quer um pedido de desculpas formal — dizia uma delas, uma garota de cabelos loiros e nariz empinado que costumava seguir Anna para todo lugar que fosse.

— Quem disse que eu me importo? Se ela está chateada o problema é dela, apenas falei a verdade — disse seu antigo eu com um rosto desinteressado.

A outra garota, de cabelos pretos ondulados e voz anasalada, riu.

— Ela com certeza se acha no direito de te cobrar algo — disse.

— Se ela vier até mim, eu vou apenas… — Anna não pode nem completar a frase antes de alguém surgir na frente delas e bater as duas mãos na mesa com raiva.

— Vai fazer o quê?! — Era uma garota de cabelos castanhos lisos e de rosto sardento, ela usava óculos de armação marrom e, naquela hora, possuía uma expressão irritada. — Fala pra eles! Fala que você mentiu, que inventou aquele boato estúpido porque me odeia!

Anna se lembrou finalmente do que se tratava aquela memória. Foi no primeiro ano do Ensino Médio, quando ela apenas espalhou para toda a turma e depois para toda a escola que uma de suas colegas havia dormido com o professor de História para tirar notas boas. Era mentira, claro, mas Anna não se importou, estava particularmente ressentida com aquela garota, que chegou há pouco tempo na escola e tentado se enturmar com ela e seus amigos.

Anna achou ela irritante, desde o jeito que falava, o modo que se comportava, até o fato de achar que valia alguma coisa ali. Então fez aquilo, apenas para vê-la cair um pouco.

— Eu não inventei nada, se você precisa recorrer a esse tipo de método para ganhar algo, tenho apenas pena de você. — Anna manteve sua face inexpressiva, sabendo que não havia como desmentir ela.

A garota de óculos tremia de raiva.

— Você é uma vagabunda, é isso que você é! Uma mentirosa! Falsa!

Em pouco tempo a bibliotecária tirou ela dali por estar fazendo muito barulho, ignorando completamente o motivo da situação. Anna apenas passou o resto do seu dia tranquila, como qualquer outro, enquanto a garota chorava no banheiro durante o intervalo porque não aguentava os olhares das pessoas e o seu professor de História recebia um aviso de demissão.

Anna nunca mais viu ela depois disso.

A imagem da biblioteca da escola virou um borrão, até desaparecer e ser substituída pelas ruas escuras da cidade fantasma. Estava de volta, ainda presa pela sombra.

Você percebe agora? Que pequena garota dissimulada você é?

— Isso aconteceu há tanto tempo — murmurou Anna.

Não, Anna, essa é você. Apenas te mostrei quem você realmente é, sempre olhando para todos de cima, com um sentimento de superioridade e nojo escondidos pela face de menina boazinha.

A voz se infiltrava cada vez mais dentro de si, a levando no seu embalo e hipnotizando.

Você vai acabar que nem as pessoas desse lugar, amaldiçoadas pelas suas ações. Já está acontecendo, olhe para você, vai acabar no fundo desse rio como todos eles.

Cada vez mais aveludada e macia, como se pudesse a levar a fazer o que quisesse com apenas uma ordem, assim como fazia antes.

Eu sei o que tem dentro de você. Nós sabemos. Não pode se esconder para sempre.

Anna balançou a cabeça negativamente.

— Sei que nunca fui uma boa pessoa, mas isso não é motivo para eu ser levada por você — disse. — Eu não preciso de você, posso fazer melhor se eu quiser.

É tarde demais para se arrepender.

— Antes eu teria te ouvido, mas agora suas palavras para mim… — libertou as pernas do aperto, em seguida os braços — …são igual a merda.

Anna saiu correndo. Enquanto a sombra estava distraída conversando com ela, havia usado do máximo de si para se libertar sem que notasse.

Ela corria pela cidade que já havia decorado as ruas de tanto andar por ela, o que facilitava a fuga. A sombra atrás de si tentava alcança-lá, mas por algum motivo estava mais lenta.

No desespero, Anna pensou em Harian e em como queria que ela aparecesse para tirá-la dali. Desejou profundamente que tivesse ido para um lugar menos sombrio e assustador, em sua mente visualizou aquela estrada pela qual havia passado antes, pedindo para que fosse para lá ao invés de ficar presa naquele terror.

Implorou aos céus e à terra para que lhe dessem mais uma chance, ao menos uma de fazer algo bom nessa vida. Se lhe deixassem sobreviver, faria o que fosse possível para se tornar alguém melhor.

Uma gota de água caiu no seu rosto. Em seguida várias outras, uma atrás da outra.

Anna parou quando percebeu que seus pés não tocavam mais a calçada de pedra, e sim que pisavam em várias folhas sobre um asfalto molhado.

Se ajoelhou ali mesmo, as pernas contra o peito, com o suspiro mais aliviado daquele dia. Não haviam mais cadáveres, maldições ou sombras a perseguindo. Suas mãos ainda estavam machucadas, em carne viva, mas pouco se importou com aquilo no momento.

As gotas de água caindo sobre seu rosto e a refrescando soavam como uma bênção. Pela primeira vez em vários anos, ela sorriu sinceramente, o sorriso mais largo e brilhante que ela já deu em toda sua vida. Nem podia acreditar, estava viva, uma chance foi dada a ela.

Olhou ao redor, estava sozinha. A estrada cortava uma floresta de folhas vermelhas, como se fosse outono, e por ela não passava um único carro. Anna achou estranho, afinal se havia uma estrada asfaltada, ao menos alguém deveria passar por ali, certo?

Se levantou do chão, pensando para onde iria. Se não encontrasse mais nenhum morto no meio do caminho, já seria um ponto positivo.

Decidiu seguir aquela estrada, para ver se daria em algum lugar. Enquanto andava viu algumas placas de sinalização, porém elas pareciam inúteis naquele momento.

Por causa da chuva incessante, fazia um friozinho ali, mas ao contrário da cidade fantasma ela não sentia que congelaria até os ossos.

Anna parou no lugar, percebendo que era perda de tempo continuar naquela direção. Talvez apenas uma estrada deserta que não dava em lugar nenhum mesmo. Não havia nem sinal de civilização.

Olhou para a floresta ao redor, cogitando se deveria se embrenhar nela e tentar a sorte de novo, foi quando ela ouviu algo. Era uma voz.

O corpo de Anna ficou tenso, procurou algum lugar para se esconder, mas não fazia ideia de onde.

Prestando atenção percebeu que era uma voz feminina resmungando algo. Ela ficou curiosa, então parou no lugar tentando ouvir melhor.

— …daí ela some desse jeito depois de me dizer para esperar. “Ah, são só alguns minutos”, foi o que ela disse e depois nunca mais voltou. E agora ainda começou a chover! — Ela parecia revoltada com algo. — Me disse que precisava salvar não sei quem, só porque chamou ela. Podia ter me levado junto? Podia, mas não quis, agora desapareceu…

Anna sentiu que aquela voz era familiar demais, já tinha ouvido antes.

“Será que é…?”, pensou. Logo saiu correndo na direção do som, eufórica.

— Você…! — Anna se cortou no meio da fala quando deu de cara com a pessoa e as duas foram surpreendidas.

Ela era extremamente parecida com Harian, na verdade idêntica a ela - e também a Anna -, exceto pelas roupas e por não carregar uma espada, e sim uma arma na cintura. As duas se encararam confusas, antes da garota que não era Harian e nem Anna exclamar:

— Fala sério! Quantas pessoas com a minha cara existem andando por aí?!


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam do capítulo de hoje? Teorias?

Críticas são sempre bem aceitas :)

E uma feliz Páscoa para todos vocês, um dia adiantado ksksks ♥

Até!!



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