Onde crescem as rosas selvagens escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa história começou a ser escrita no início de 2017 e desde então já ficou meses parada e sofreu uma reescrita. Quem me deu a ideia para ela, e pra quem ela é escrita, foi a Vika (highonbooks aqui no Nyah). Ela é, talvez, uma última empreitada minha no universo Tomione. Espero que gostem e, como sempre, digam o que estão achando, por favor.

A classificação pode acabar mudando para +18



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Evil that calls itself virtue
is the paranoia
of men whose minds have broken down[...]

— Orestes, Eurípides (trad. Anne Carson).

 

Foi Riddle quem lhe falou que Londres era capaz de apagar as pessoas. Antes, quando pensava em eremitas e exílio, Hermione imaginava uma casa no meio da floresta ou um farol encarrapitado em um penhasco ao lado do mar. Anos depois, ela entendeu que uma cidade como Londres conseguia isolar e extinguir alguém tão bem quanto lugares abandonados.

Hermione gostava do manto de invisibilidade que a capital lhe oferecia. Havia tanta gente, tantos trouxas e tantos bruxos, que era impossível prestar atenção em todos. Ela passava despercebida, de vez em quando com modos indecentes, outras vezes perambulando como se nem estivesse mais viva.

Riddle temia desaparecer. Sob os escombros de um bombardeio, dentro de um departamento do Ministério, no meio da sala de aula, em um casamento, na história ou na morte. Nunca havia falado isso com todas as palavras, nunca admitira ter medo de algo, mas o medo estava sempre ali, nas unhas roídas, nas noites de insônia e nos planos mirabolantes.

Malfoy tinha mais em comum com Hermione. Aceitara desaparecer dentro da vida de uma família puro-sangue tradicional. Havia uma certa segurança nisso, assim como Londres fazia Hermione se sentir confortável em sua multidão anônima. Riddle nunca conseguira entender ou aceitar aquela decisão de se deixar sumir. Não completamente.

Enquanto olhava pela janela e via a rua úmida depois de uma tarde chuvosa, Hermione se lembrava da sensação do sol lhe queimando a pele e das pedras sob os pés em uma praia no norte da Inglaterra. Lembrava-se também do tempo fresco e das noites compartilhadas na mesma cama, acompanhadas por sussurros e conforto. Era curioso como as lembranças daquele verão e do outono subsequente continuavam tão vivas em sua mente. Havia outras memórias tão fortes quanto aquelas, mas a maioria ela preferia esconder no fundo da mente e ignorar o quanto pudesse. As memórias de Hornsea, no entanto, eram revividas em todo e qualquer detalhe: no calor do sol durante uma caminhada no parque, no gosto do vinho enquanto lia um livro, no cheiro de flores nos jardins londrinos… Mesmo quando tentava ignorar as lembranças atreladas a Riddle e Malfoy, elas voltavam, cedo ou tarde. Riddle, no fim das contas, havia conseguido o que queria: a imortalidade, nem que fosse na mente de Hermione.


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