A Jornada escrita por SrtaAthena


Capítulo 16
Capítulo 15




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Sakura On 

Depois do treino mortal na torre, Ayame-sensei e eu voltamos pra casa, sorridentes e ofegantes de tanto lutar. Quando cheguei, mal tirei minhas sandálias e fui correndo pra sala de pergaminhos, ficando o resto da noite curando o peixe fedido, até senti lo se mover de novo, me fazendo gritar de alegria.

Os dias que se sucederam foram os mais trabalhoso, devorava pergaminho atrás de pergaminho, absorvendo conhecimento anatômico, sobre venenos, anditodos e em como usá-los em batalhas ninja, sendo pressionada por minha sensei que fosse feito tudo com perfeição, já que se houvesse um mínimo erro, poderia custar minha vida e de quem estivesse comigo. Meu controle de chakra melhorava a cada dia e meu domínio sobre o kongōken* parecia mais instável e preciso.

— Ainda está gastando chakra demais... de novo, do começo_ solto um suspiro, acumulando chakra na minha mão em punho, socando mais uma árvore, vendo seu tronco afundar a medida que minha mão penetrava na madeira, tombando pra trás. Olho Ayame por cima dos ombros, ofegante_ de novo.

Faço um bico, indo para a próxima árvore, fazendo o mesmo movimento, que foi repetido mais cem vezes até que minha sensei do mal me deixou beber água e descansar os músculos em baixo de uma árvore de copa avantajada.

Passava minhas manhãs lendo e estudando, indo a Vila de semana em semana para prestar atendimento médico aos moradores, que sofriam com insolações e feridas, principalmente nos pés e nas mãos, causando inflamações ou até mesmo infeções feias, já tinha me acostumado do o odor pungente de sangue e pus quando fazia incisões ou até mesmo pequenas cirurgias ao lado de Ayame, que, apesar da fama de morta viva solitária e de ser cega, "inválida", ajudava aquelas pessoas sempre que podia.

— Como anda sua interação com o Umibôzu*? _ tomei um gole de chá gelado, fazendo um sorrisinho sem graça_ Sakura...

— Ainda em fase de adaptação, nunca tive uma invocação, ainda mais uma tão...er..

— Moldável?_ como mais um pouco do meu arroz frito, afirmando com a cabeça devagar.

Meu contrato com uma invocação poderia ser mais legal, se não tivesse me identificado com o Umibôzu, a mesma invocação de Ayame-sensei. Não que não tivesse gostado dele, mas poderia ter vindo um bichinho mais fofinho, até mesmo uma lesma, como a Katsuyu, mas não...

— Sabe que pode moldar seu chakra para usar qualquer forma que a massa invocada queira né? _ Ayame não me encarava, apenas tinha a cabeça voltada para a frente, com as faixas em seus olhos, como todas as manhãs e tardes, enquanto me explicava os usos de uma invocação como aquela_ quanto mais controle de chakra tiver, melhor ficará a forma e mais sólida vai ficar, mas pra isso...

— Também preciso ter um bom relacionamento com meu Umibôzu, já entendi..._ encaro o pergaminho que ele geralmente ficava, enquanto terminava minha refeição.

— Poderia começar dando um nome pra ele, não vai chama-lo de Umibôzu pra sempre, não é?

Solto um suspiro, tentando pensar em algum nome apropriado, lembrando do treino, de quando batalhei com a sensei, descobri que a água usada para as armadilhas eram fragmentos de Kazumi, seu Umibôzu, na qual se mostra na forma de um dragão pequeno, mas segundo Ayame-sensei, este poderia chegar a um tamanho colossal, já que ao decorrer dos anos a mesma juntou seu chakra a água, que foi armazenada no pergaminho de invocação do mesmo por anos a fio.

Comecei assim que fiz o contrato com o mesmo, juntando meu chakra a água que saiu do pergaminho, criando o laço de companheirismo entre mim e o Umibôzu, que era nada mais do que uma massa achatada, com dois furos fundos, amarelos, como se fosse um biscoito mal feito, depois desse dia me empenho para firmar mais nossa ligação, mas não estava tão fácil quanto imaginei que fosse.

— Ainda não pensei em um bom..._ sussurro, tomando mais goles do chá gelado, sentindo a brisa da tarde me embalar. Mal dava pra imaginar, que depois daquela luta nada amigável tinha se passado apenas um mês, parecia que tinha passado anos, com tudo caminhando rápido.

Estava caindo a noite e isso só indicava mais treinamento pela frente. Descobri nesse tempo que minha sensei tinha sensibilidade a luz forte, devido aos anos de pesquisa de veneno e testes em si mesma, o que transformou seu sangue em um líquido tóxico, que deixava sua visão debilitada, mas não completamente cega, podendo apenas tirar as faixas a noite, quando podia me treinar fisicamente e me ajudar a aperfeiçoar meus jutsus de suiton.

Mas era no taijutsu, usando a técnica do kongōken que mais me sentia a vontade, além de poder usar meu controle de chakra com precisão, me aperfeiçoando melhor a cada vez que usava, além de ajudar no ninjutsu médico em si, claro.

— Hoje vou pegar pesado_ solto uma risada nervosa, enquanto o sol afundava entre as árvores, deixando a noite tomar conta do cenário sem pedir licença, e, consequentemente, a segunda fase do meu treinamento iria começava_ está pronta?

— Haii!_ "Não!!!", riu com o sentimento de minha Inner, que tremia de medo do que viria a seguir.

Ah, a noite ainda ia render muito....shannaro....

 

/_

 

Sasuke On.

— Não acho que vá demorar muito, são dois dias de viajem caminhando e mais dois de barco_ a voz irritante de Kabuto ecoava pela trilha segura, de Orochimaru, enquanto seguimos andando para a costa, tentando desviar o máximo das estradas comuns.

Aquilo soava ridículo, eu, um Uchiha, fazendo uma missão qualquer, enquanto deveria estar praticando no esconderijo, ficando mais forte, pra ter minha vingança o mais rápido possível!

— Está me ouvindo, Sasuke-san?

Tsc! Encontrei alguém tão inconveniente quanto Naruto.

— Nossa, que garoto mais tagarela_ reviro os olhos, apertando o passo, tentando ignorar minha vontade de mata-lo ali mesmo.

Lembro quando tinha que aguentar as gritarias do dobe, enquanto desviava das investidas irritantes de Sakura, que sempre perguntava como estava ou me oferecendo coisas, era ingenua e teimosa, sempre ajudando os outros, nem se preocupava se iam se aproveitar dela, ou algo do tipo, mas eles nem tinham condições de tal coisa, já que eu sempre a protegia dos inimigos e dos engraçadinhos que ficavam perto demais, não que eu ligasse pra quem a rosada se relacionaria, mas me doía no fundo da alma vê-la perto de gente aproveitadora.

Droga, Sasuke, pra que se lembrar disso, são coisas do passado que devem ficar ali, no passado, mofando, junto com meus laços antigos, que não me ofereciam nada alem de um fardo e um futuro fracassado, nunca me tornaria alguém forte se tivesse ficado naquela vila, acomodado, fazendo missões simplistas, com aqueles três, principalmente com a Sakura.

— Vamos parar num esconderijo perto daqui, reabastecer e descansar, Orochimaru-sama foi estritamente rígido com sua proteção, ainda e cedo e podem ainda estar lhe procurando_ reviro os olhos, seguindo o platinado apenas.

Depois da surra que dei naquele dobe, duvido muito que continuem me procurando, e Sakura....deve estar cuidando dele, na vila, em segurança.

Kabuto se esgueirou pela mata, seguindo seu rastro ate um alçapão, que ficava escondido pelas moitas de uma arvore grande, adentrei, como uma minhoca, me embrenhando no breu, ao lado do platinado, que estava em absoluto silencio. Aquele esconderijo era profundo, como uma torre, além de estar vazio, aparentemente.

Mas logo que nos aprofundamos mais, demos direto num salão grande, iluminado por velas amareladas, com alguma movimentação.

— Kabuto-sama

— Queremos quartos, mas apenas por essa noite, adiante reservas de comida pra uma semana ou mais, agora_ o homem, de cabelos brancos, de pele acinzentada, apenas deu uma reverencia e nos indicou uma passagem. Adentramos a um corredor parecido com o do esconderijo que estava, com inúmeras portas, que poderiam dar a nenhum lugar.

— Aqui, Kabuto-sama e Sasuke-sama_ o mesmo nos indicou duas portas, uma de frente pra outra, com o mesmo tamanho, cor e etc. Ficar perto daquele asco era difícil pra minha paciência.

— Descanse, saímos assim que o sol nascer _ afirmo com a cabeça, me limitando apenas a gestos, entrando no meu quarto, no mais absoluto silêncio.

Já tinha me acostumado com as sombras dos escravos da cobra, além dos inúmeros esconderijos que o mesmo tinha, despistando Konoha ou seus inimigos de outros lugares, era perfeito pra alguém como eu, um fugitivo e desertor, seguindo o caminho de nukenin, como Orochimaru, meu sensei, ou um mero peão que necessitava para chegar no lugar que queria. No final era apenas eu e o mundo, e uma vingança que cumpriria com fervor.


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Notas finais do capítulo

Glossário do capítulo

Umibôzu: Literalmente significa "bonzo do mar", nada mais é do que a água que foi recolhida e mantida junto ao chakra, tornando-se praticamente indestrutível, a menos que seja completamente evaporado.

Kongōken: O Punho Adamantino, é um estilo de luta caracterizado por um controle de chakra preciso e minucioso.



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