— Não quero! – Ino espichou os lábios e bateu seus pezinhos no chão, apenas fazendo charme.

Karin e Sakura se entreolharam, e depois reviraram os olhos em meio a um riso contido.

— Anda, pense nisso como um sacrifício de amor! – Sakura dissera com ar sonhador, enquanto se deixava cair ao lado de Ino que havia se espichado na cama de Karin.

— Sabe, você deveria escrever livros de romance água com açúcar, ia fazer sucesso com essa sua pieguice toda. – Karin dissera sentada em sua escrivaninha, que tinha um all in one sobre a mesa, um notebook vermelho do lado, e uma impressora grande, também.

Todo esse aparato sempre deixou Sakura e Ino invejosas. Já que a primeira tinha de dividir, o notebook com os irmãos, e como eles estavam na faculdade, ela quase nunca conseguia mexer. Já que o do escritório, Orochimaru não deixava os pirralhos da casa mexer. E, Tsunade tratava a tecnologia como se fosse sua inimiga de morte, e apenas recentemente ela tinha adquirido um celular simplesinho, para monitorar os filhos e nada mais.

E, os pais de Ino não tinham opinião favorável quanto ao acesso livre dos adolescentes a rede, o que era uma preocupação um tanto inútil, já que ela poderia fazer tudo o que eles não queriam através do celular.

Karin morava em uma casa de três andares, moderna. Com um grande jardim, piscina, etc.

— Falou o rabanete cujo papai, ganha a vida escrevendo livros eróticos. – Sakura disse com um sorriso malicioso sabendo que sua amiga detestava o trabalho de seu pai, tanto que quando perguntavam o que Jiraiya Uzumaki fazia ela jurava que ele era dentista.

— Pelo menos meu pai, não foi para a escola fingir ser professor, para bancar o pitbull de guarda, das duas filhas. – Karin revirou os olhos, sentindo um calafrio só de imaginar seu pai fazendo o mesmo.

— Nem me fala, e é por causa desse disfarce mal feito do Orochimaru-sensei, que eu estou frita desse jeito. – Ino disse fazendo questão de destacar o quão culpado por suas notas Orochimaru era.

Isso porque ele não era muito empenhado em explicar a matéria.

“Eu apresento a matéria, e você aprendem sozinhos. Não sou responsável por sua capacidade de processamento neuronal”.

— Nem vem, Ino. Você que é burra como uma porquinha, para biologia. – Sakura disse amuada, por seu exclusivo pai estar sendo insultado, por sua amiga incompreensiva.

— E, não se esqueça, Karin-nee-chan, aposto que otou-san, ficou de olho em você pelo Jiraiya-san. – Sakura disse se referindo a Karin como sua irmã caçula, quando a mais nova do grupo era ela.

Apenas para não começar mais uma discussão sem fundamento entre elas, Karin decidiu ignorar sua ousadia.

— Mas, de fato não dá para concordar quem erra na prova uma questão que pergunta, que tipo de corpo celeste é o sol. – A Uzumaki disse mal contendo o sorriso.

— Baka, até quando vocês vão zombar de um erro que eu cometi quando estava na sexta série? – Ino disse corando furiosamente, ao recordar-se de um errinho bobo em uma prova de ciências, na pressa de ir embora, ela marcou qualquer coisa na questão, assinalando que invés de uma estrela o sol era um planetoide.

A reação da outra acabou rendendo boas risadas, no trio, que fui surpreendido quando a porta excepcionalmente larga, do quarto de Karin foi aberta, e por ali passara uma mulher ruiva, de corpo escultural e andar charmoso.

— O incentivo de vocês chegou, meninas! – Fuuka dissera apoiando os braços no batente da porta e dando um sorriso convencido para as garotas que a entreolharam em um misto de admiração e espanto.

Ainda mais quando pela porta, passaram Shino, Neji e Naruto quase que de arrasto.

— Que foi? Eu os convidei... – Karin dissera dando o típico sorriso de quem dizia “eu sou um gênio”.

Shino tinha acabado de chegar em casa, depois de largar Ino ali naquela mesma casa, e já tinha acabado de chegar em casa, quando se surpreendeu com um recado deixado por Karin, em sua residência.

“Ajude-nos a estudar”.

Ele não dava a mínima para as notas de Sakura e Karin, mas quanto a Ino era sua obrigação ajudar Ino que abriu um grande sorriso ao vê-lo e pulou em seus braços, sem cerimônia, lhe dando um selinho casto, entre assobios de Sakura e Karin, e até Naruto fez coro, com exceção de Neji que estava ali com a mesma expressão neutra de sempre.

— Sakura podemos conversar? – Neji perguntou educadamente, mas ela o olhou de um jeito frio, arrebitou o nariz e o ignorou, como Karin e Ino haviam a instruído para agir.

Ela se inspirou em sua irmã quando ela ficava chateada com o namorado dela Nagato Uzumaki, que por sinal era tio de Naruto, só que criado como irmão do mesmo.

Entretanto, o Hyuuga não se intimidou com a cara feia que sua namorada sob encomenda estava fazendo.

— Então, não vou lhe dar o presente que comprei para você. – Ele disse calmamente.

E, Sakura até tentou fingir que não era com ela, mas a curiosidade acabou levando a melhor.

— Te garanto que não vou gostar, e vou jogar fora. – Ela disse espichando ainda mais os lábios, e fazendo uma carranca ainda mais acentuada. Naruto suou frio ao ver aquilo, e ficou aliviado por ter desencanado de Sakura-chan, algum tempo atrás.

Neji que não era nenhum idiota, já ficava em mãos lençóis com ela, imagina ele?

Karin bem que tentou avisar Sakura com o olhar para não cair naquele truque barato, mas já era tarde, porque a testuda não se aguentou e queria saber qual seria o presente que Neji lhe daria daquela vez. O entusiasmo era porque o rapaz tinha um ótimo bom gosto para lhe dar presentes, primeiro foi um conjunto de pulseiras rosa e roxo, depois foi uma almofada de morango muito fofa, depois ele lhe deu um porta retrato em formato de coração, com uma foto dos dois, pena que sua mãe havia confiscado a tal foto e substituído por uma dela com seus pais e seus três irmãos, dizendo que mocinhas decentes tem apenas fotos com a família no quarto.

E, agora ela queria muito saber o que era o quarto presente, e ficou muito feliz e satisfeita quando recebeu um gato de pelúcia, estranhamente rosa, deitado sobre uma almofada em forma de coração, com os dizeres, você me faz sonhar.

Shino vendo a animação de Sakura ao receber aquilo, e o brilho sonhador no olhar de Ino, ele deduziu que ela quisesse algum presente também, o problema é que ele nunca comprou nada para nenhuma garota.

 — Então, gostou? – Neji perguntou louco para poder tocar na mão da garota, que fez bico e fez que “sim” com a cabeça, mas não deixou ele se aproximar.

O que o deixou um tanto perdido, pois não sabia porque aquela princesa da testa grande ficou brava come ele, já que estava apenas conversando com Fuu, que até havia se declarado, mas ele já estava comprometido com aquela que fazia um bico charmoso para sua pessoa, apenas para não dar o braço a torcer.

“Deveria ter aceitado a proposta de Hiashi-sama, para desposar Hinata-san”.

Já que estamos em dupla, vamos logo aos estudos, porque é para isso que estamos aqui.

Karin dissera com um sorriso de orelha a orelha, puxando o Naruto pela mão, determinada em ter sua recompensa depois de gastar sua pouca boa paciência, estudando com o Uzumaki, que até poderia ter alguma inteligência, mas ela se manifestava muito lentamente.

E, um friozinho atormentava sua barriga, enquanto ela o puxava pela mão.

Sakura não precisava de ajuda com a matéria. Seu pai era tão apaixonado por ciências biológicas, que tudo que ele fazia com os filhos, tinha alguma coisa a ver com seu gosto pela ciência. Quando não era alguma atividade laboral era ler algum livro chato de curiosidade sobre aranhas, por exemplo. Ou assistir, um não tão emocionante documentário sobre genoma humano.

Por isso, ela teve tempo de ficar fazendo caras e bocas, só para torturar um pouco o Neji e o deixando só na vontade de lhe dar uns beijinhos, se bem que ela ia acabar ficando na vontade, então... Quando o Neji menos esperava ela levou sua boca na sua, e ele não se fez de rogado (mesmo sentindo que era errado) e aceitou o carinho, achando que aquilo era uma trégua, e na verdade não era.

Já Shino não era a pessoa mais falante do mundo, mas agora que Karin tinha saído de fininho do quarto, e Sakura e Neji tinham ido para a grande varanda do mesmo conversar, eles estavam com mais privacidade.

— Então, o que você não sabe da matéria? – Ele perguntou dando o seu melhor para ser eloquente.

— Nada. – Ino disse em tom risonho.

— Ninguém sabe nada. – Shino disse arqueando uma sobrancelha.

Ino por sua vez sorriu olhando para seu namorado, não resistindo e puxando seu óculos do rosto.

— Prefiro olhar seus olhos, do que ficar estudando essa chatice de matéria que não vai me ser útil no futuro, já que quero ser design de moda. – Ino disse resoluta.

— Todo conhecimento é importante. – Shino franziu o cenho, surpreso e ao mesmo tempo não surpreso pela escolha de profissão de sua namorada.

— Seria mais útil se eu tivesse mais tempo de aulas de artes, desenho, até história ou geografia, do que essa porcaria de matéria que não vou usar para nada. – Ela disse mais baixinho, para se certificar de que Sakura não iria ouvi-la.

Shino não concordava com aquele ponto de vista, mas percebeu que não valia a pena discutir, então tratou de baixar a cabeça, e buscar alguns tópicos nos livros e nos cadernos para eles revisarem.

— De qualquer forma, para fazer o curso que você quer, passar pela biologia do ensino médio, será um requisito básico. – Ele disse ficando com uma ruguinha charmosa na testa, enquanto se concentrava na leitura daqueles textos, que o deixavam com um brilho lindo no olhar.

— Não deveria esconder seus olhos tão bonitos atrás desses óculos. – Ela disse segurando os queixos com as mãos, acariciando a canela dele com o pé.

Aquilo lhe causou uma sensação bem gostosa e inusual para ele.

— São tão bonitos assim? – Ele perguntou não levando a mínima fé no que ela estava dizendo. Mas, ela parecia convicta disso, tanto que balançou a cabeça afirmativamente, estando resoluta.

— Então, melhor esconder. Vai que as gatinhas da escola, caiam de amores por mim... De repente, eu fico em dúvidas e... – Ele não conseguiu continuar sua pequena brincadeira, já que levou um tapa estalado no meio da bochecha, ele até ficou zonzo, e o mais bizarro é que Yamanaka-san, pareceu não perceber isto.

“E, eu que estava achando a Senju assustadora com aquelas caras e bocas”. – Ele pensou.

— Bobo. – Ela disse parecendo ofendida.

— Boba é você. – Ele retorquiu. – Sabe que só tenho olhos para você. – Ele disse aproximando seu rosto, e recebendo uma bitoca ciente de que não a merecia, já que ter só olhos para a pessoa amada, era algo bem relativo, claro que uma garota bonitinha iria chamar sua atenção, mas olhar e cobiçar são coisas distintas. Mas, era melhor nem querer debater essa sublime diferença com Ino.

— Vamos ao que interessa! – Shino disse querendo retornar o foco, embora fosse difícil com Ino ali, olhando para ele toda sorridente, querendo um outro tipo de foco. – Mas, alguém tinha de ser a parte séria e centrada da relação, e esse papel cairia como uma luva para ele.

Embora ele estivesse descobrindo naquele instante, que ter companhia para fazer as coisas mais banais, como estudar, tinha suas recompensas.