Your Voice escrita por moonchild


Capítulo 1
It's the most beautiful thing I've ever heard


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu queria deixar registrado que eu não sou surda então se tiver algo errado, eu sinto muito mesmo e peço que pelo amor do universo me avisem. Eu pesquisei bastante sobre, mas posso ter deixado algo errado, então avisem mesmo, sério.

Segundamente, eu quero deixar extremamente claro que ninguém é superior ou inferior a ninguém por ser ou não ser surdo. Todo mundo é diferente em todos os aspectos possíveis e isso >NÃO< faz ninguém melhor do que ninguém não. Usar ou não usar aparelho auditivo é uma questão completamente pessoal e eu não posso e nem vou opinar sobre, a ideia da história veio de um post completamente aleatório do Tumblr e aqui estou.

É isso. Espero que gostem. :)



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[Casa dos Potter; 14h03min]

 

O quarto estava silencioso como sempre. Harry estava, mais uma vez, preso em pensamentos. Imaginando diversos cenários em sua mente, cenários esses os quais ele tinha medo de saber se seriam possíveis ou não. 

 

Ele soltou um longo e exausto suspiro, esfregando lentamente as mãos no rosto, tentando ao máximo desviar seu foco dos “e se?” que lhe assombravam todos os momentos.

 

― Harry? ― Ginny murmurou, entrando no quarto, olhando para o marido deitado na cama de olhos fechados. Ela se encostou no arco da porta e o observou. O cabelo longo totalmente arrepiado espalhado pelos travesseiros, os olhos fechados e as sobrancelhas franzidas no meio da sua testa. Ela se aproximou lentamente da cama e sentou, esperando um pouco antes de deitar e se aproximar dele.

 

Ele sentiu a cama afundando do seu lado direito e sorriu, virando o rosto e abrindo os olhos, dando de cara com um Ginny sorridente e animada. 

 

― Bom dia, dorminhoco. ― ela sorriu mais, assanhando o cabelo dele sem desviar os olhos dos dele. ― Dormiu bem?

 

Ele ficou em silêncio, os olhos percorrendo cada mínimo detalhe do rosto pálido e sardento dela. Ele esticou a mão e calmamente retirou uma mecha do rosto dela, prendendo-a atrás da orelha dela. 

 

― Dormi. E você? ― ele resmungou, a voz rouca de sono.

 

Ela assentiu, dando um beijo na testa dele e esticando a mão, chamando-o para levantar da cama. Ele olhou para a mão dela e depois para o rosto dela, repetindo o movimento três vezes antes de soltar uma risada baixa e virar para o outro lado, cobrindo a cara com um travesseiro e se negando veementemente a levantar da cama.

 

Ginny revirou os olhos e observou as costas desnudas dele. As pequenas cicatrizes brancas que decoravam suas omoplatas e sua nuca. Ela soltou um longo suspiro antes de pegar o travesseiro da cabeça dele e começar a bater nele repetidas vezes.

 

― Harry James Potter! ― ela exclamou, cada palavra sendo seguida de uma travesseirada nele, que apenas ria. ― Levanta dessa cama! 

 

Harry olhou para ela com um sorriso debochado antes de deliberadamente fechar os olhos com força. O arquejo indignado que ela soltou foi seguido do corpo dela levantando abruptamente da cama e marchando de forma irritada para a cozinha. 

 

Ele sentiu a cama voltar ao normal e abriu um olho, percebendo que ela não estava mais no quarto e soltando uma gargalhada alta e rouca, sentando na cama e escorregando os pés para o chão. Ele levantou meio grogue e caminhou até o banheiro, olhando seu reflexo cansado e assanhado no espelho. Ele lavou o rosto rapidamente sabendo que seria a saída mais fácil para acordar rápido e foi até a cozinha.

 

Ginny estava de costas para ele, cantando alguma coisa enquanto dançava aleatoriamente em frente ao fogão, arrancando risadas da pequena figura na cadeirinha que agitava os pézinhos alegremente observando a mãe. 

 

Harry se encostou no vão da porta e observou silenciosamente com um sorriso triste em seu rosto. 

 

No dia em que seus pais morreram e ele ganhou a cicatriz, ele também perdeu a audição. Ele não sabe como, ou porquê, ele apenas não consegue ouvir nada além de um zumbido irritante. Ninguém além de Ron, Hermione e Ginny sabiam disso, todos achavam que ele era apenas distraído e lerdo por não conseguir entender de primeira as coisas quando as pessoas falavam.

 

Ele lembra de contar aos tios quando era criança que ele não conseguia ouvir, que tudo não passava de zumbidos estranhos e disformes em sua cabeça, mas quem disse que eles se importaram? Ele nunca foi a uma consulta para ver isso, além de ter sido forçado a aprender a falar “como gente normal”, como diziam seus tios, e a ler lábios por saber que eles nunca iriam se esforçar o mínimo para aprender língua de sinais para se comunicar com ele.

 

O pequeno bebê na cadeirinha pareceu sentir a presença do pai e virou o rosto para ele, abrindo um sorriso gigante e soltando um gritinho animado que assustou Ginny até a alma.

 

― James Sirius, o que di- ― ela se virou, vendo Harry fazendo caretas para o filho, fazendo ele gritar mais e bater as pequenas mãozinhas gorduchas. ― Ah, é você. ― ela revirou os olhos, voltando a prestar atenção nas panquecas que estava cozinhando. 

 

Harry soltou uma risada breve, andando até a cadeirinha e pegando James no colo. Com um outro gritinho animado diretamente no ouvido de Harry, que ele genuinamente agradeceu internamente por não conseguir ouvir, o pequeno enfiou a mãozinha no rosto do pai e deu um beijo babado no rosto dele, dando um sorriso aberto com os dentinhos aparecendo. O peito de Harry apertou e pareceu que explodiria de tanto amor, fazendo ele apertar a criança nos braços enquanto repetia diversas vezes um “Eu te amo” arrastado entre beijos na cabeça assanhada dele.

 

― Potter. ― Ginny tocou o braço dele, chamando sua atenção. ― A reunião é hoje de que horas? 

 

Ele olhou para Ginny e suspirou baixo. Ela tinha aprendido língua de sinais para poder falar com ele, mas ele mesmo pediu para ela continuar falando normal, só um pouco mais lento para que ele pudesse ler seus lábios, mas dessa vez, ele olhou-os por outro motivo. Ele inclinou o corpo em direção a ela e roubou-lhe um beijo rápido, sentando apressadamente na mesa com James no colo, sabendo que ela ia, com toda certeza, lhe dar um tapa por não ter prestado atenção no que ela disse. 

 

― Harry James Potter. ― ela resmungou, pondo as mãos na cintura e o olhando feio, lembrando muito a Sra. Weasley reclamando com os filhos. ― Faça isso de novo e eu coloco uma fita na boca e passo o dia sinalizando! ― ela ameaçou, revirando os olhos enquanto tentava esconder o sorriso. 

 

― Me desculpe, Ginny Potter, por atrapalhar o seu brilhante discurso de dez pergaminhos. ― ele revirou os olhos, enfiando rapidamente uma panqueca inteira na boca e partindo um pedaço pequeno para James. 

 

― Me lembre por quê eu disse sim pra você, por favor. ― ela resmungou, pegando James no colo e o colocando na cadeirinha, entregando uma panqueca para ele que, copiando o pai, enfiou-a toda na boca de uma vez só. Ginny arqueou a sobrancelha para o filho, esperando ele pedir ajuda, mas ele só olhou para ela com os olhinhos brilhando e as bochechas cheias. 

 

― Porque você me ama. ― Harry deu de ombros, colocando o copinho com suco na frente de James. ― Enfim, repita a pergunta, por favor.

 

― Eu perguntei de que horas é a reunião hoje. 

 

― Ah. ― ele desviou os olhos, franzindo o cenho e olhando para o relógio na parede. ― Duas e meia. ― ele sorriu, enfiando outra panqueca na boca e levantando. ― Preciso ir, já estou atrasado. 

 

― E eu te chamei. Cinco vezes. ― Ginny revirou os olhos para ele com um sorriso leve. ― Chuta a canela do Ron por mim, sim? 

 

Uma risada abafada escapou dele. Ele deixou um beijo na testa de James e outro na cabeça de Ginny, indo para o quarto trocar de roupa. Ele desceu as escadas e acenou para sua família na cozinha antes de sair e desaparatar.



[NW1 7JH, Reino Unido; 14h21min]



― Você precisava mesmo dessa roupa? ― Hermione perguntou assim que ele apareceu em sua frente, os braços cruzados e a sobrancelha arqueada para ele. 

 

― Eu disse pra Ginny que ia pra uma reunião do Ministério. ― Harry murmurou, passando as mãos pelo cabelo de forma estressada. ― Vamos? Por favor? 

 

O olhar de Hermione suavizou e ela puxou Harry pelo pulso, abraçando ele o mais forte que conseguiu, tendo o abraço retribuído sem hesitação. 

 

― Eu sei que você tá nervoso, Harry, mas vai dar tudo certo. ― ela sorriu, separando do abraço e o olhando nos olhos. Ansiedade e medo estampados nele. ― Confie em mim.

 

Ele engoliu em seco e assentiu. Ela segurou a mão dele e o puxou para fora do beco em que estavam. Eles andaram um pouco e entraram no prédio do consultório, Harry apertando o braço de Hermione com mais força a cada passo que eles davam. 

― Boa tarde! ― Hermione sorriu para a recepcionista. ― Temos uma consulta marcada para agora no nome de Harold Porter. ― ela apertou a mão de Harry, tentando disfarçar o riso com o nome falso que eles inventaram. 

 

― Ah, claro, podem entrar. Segunda sala à esquerda. ― a recepcionista sorriu de volta, alheia à ansiedade dele e da óbvia crise de riso interna de Hermione. 

 

Harry assentiu e olhou para a porta com receio. Toda a ansiedade que estava sentindo caiu sobre si como uma bigorna, travando seus movimentos e sua respiração. Ele olhou aterrorizado para Hermione, apertando a mão dela com tanta força.

 

― Vai lá. ― ela sorriu, apertando a mão dele sem ligar para a dor. ― Vai dar tudo certo. 

 

― Você não vem? ― ele a olhou com os olhos levemente arregalados. 

 

― Não. É simples, você só precisa falar com ele e pegar o aparelho. Você não disse que queria que a primeira coisa que você queria ouvir era a voz de Ginny? Eu vou ficar, você testa e a gente volta pra casa. ― ela sorriu, ficando na ponta dos pés e dando um beijo na bochecha dele, antes de empurrá-lo em direção a porta. 

 

Ele olhou uma última vez para ela antes de entrar na sala, engolindo em seco. 

 

O consultório branco e creme cegou seus olhos momentaneamente, fazendo-o piscar diversas vezes antes de se sentar silenciosamente na cadeira em frente a mulher idosa sentada atrás da mesa. 

 

― Nervoso, querido? ― ela sorriu, olhando-o com atenção. Ele assentiu lentamente, engolindo a saliva que se acumulava em sua boca. ― Não precisa ficar, é simples. ― ela se levantou, caminhando até um armário, abrindo a gaveta e tirando uma pequena caixa de dentro dela. ― Isso ― ela iniciou, se virando para ele balançando a caixa de leve. ― são seus aparelhos auditivos. 

 

Harry prendeu a respiração, olhando ansiosamente para a caixinha que continha, indiretamente, a voz de sua esposa, as piadas de Ron, a risada alegre de James e as reclamações de Hermione. Ele não se importava com mais nada, ele podia trabalhar sem ouvir, podia conversar normalmente, podia viver. Mas a chance de acordar todos os dias e ouvir Ginny cantando na cozinha com James e ouvir de fato Hermione xingando Deus-e-o-mundo por conta dos finais dos livros que ela lia enquanto Ron conversava com ele sobre o último jogo de Quadribol que eles haviam visto parecia perfeita demais para ser verdade. 

 

A senhora tirou-os da caixa e explicou para ele como funcionavam, como manusear e o que ele podia e não podia fazer. Ele queria poder dizer que prestou atenção no que ela disse, mas a cicatriz em sua mão o lembrava constantemente de que ele não podia contar mentiras e sinceramente, se ele entendeu alguma coisa era um milagre. Sua atenção inteira estava focada nos pequenos aparelhos que ela segurava enquanto explicava. Ele poderia pesquisar depois como funcionavam e o que ele tinha que fazer, mas naquele momento, tudo que ele queria era que ela os entregasse e ele pudesse ir para casa o mais rápido possível. 

 

― Entendeu, querido? ― ela perguntou, tocando seu ombro, tirando-o de seus devaneios. Harry sentiu as orelhas quentes de vergonha por não ter prestado atenção em nada e torceu para que seu cabelo, que Ginny chamava de cabelo-de-cotonete, estivesse cobrindo-as. 

 

― Sim, senhora. 

 

― Então é a hora de testá-los. ― ela sorriu, se aproximando dele. ― Eu colocarei um e o outro você coloca para já ir se acostumando com isso, certo? ― ele assentiu e ela se aproximou dele, afastando seu cabelo e posicionando o aparelho atrás de sua orelha, pondo o plug dentro do ouvido dele. 

 

Harry prendeu a respiração. Ela entregou-lhe o outro aparelho e ele o pegou com as mãos tremendo. Seus olhos observaram por alguns segundos o pequeno pedaço de plástico e metal que lhe daria a chance de ouvir sua família e seus amigos. Lentamente, ele repetiu o que ela fez e conectou o outro, erguendo o olhar para ela, esperando. 

 

― Vou ligá-los agora, tudo bem? ― ela o olhou nos olhos. Seus olhos sorriam e algo o dizia que ela sabia que ele não tinha ouvido absolutamente nada do que ela falou, mas que ela não ligava para isso. 

 

Incapaz de falar, ele assentiu, fechando os olhos e apertando a barra da camisa com as mãos. Ele sentiu ela mexer atrás de suas orelhas e se afastar. 

 

― Harold? ― ela perguntou, fazendo-o abrir os olhos assustado. 

 

Sua boca se abriu involuntariamente e ele ergueu as duas mãos, mexendo nas duas orelhas. Ele ouviu a risada baixa da senhora e olhou para ela de novo, completamente perdido, sem saber o que sentir. 

 

Ele ouvia buzinas fora do prédio e alguns barulhos estranhos que ele não sabia dizer o que eram. Sua boca estava seca como se ele tivesse tomado toda a poção na lagoa dos Inferi e ele realmente se sentia assim. Seus instintos de correr ou brigar estavam a flor da pele por conta dos sons novos que ele nunca tinha ouvido antes.  

― Harold? ― ela repetiu, um sorriso bondoso estampado em seu rosto. ― Consegue ouvir direito ou tá muito baixo? 

 

― Eu ― ele parou, franzindo o cenho para a própria voz, arrancando uma risada da médica. ― Eu consigo ouvir sim. 

 

― Certo. Vou só regular a altura e você me diz como fica melhor, certo? ― ele assentiu e esperou ela arrumar, respondendo as perguntas que ela fazia.  ― Vou deixar assim. Aqui estão as anotações sobre seu aparelho e como cuidar dele. ― ela entregou um pequeno bloco de papéis para ele. ― Qualquer coisa é só ligar para o consultório e elas encaminharão a ligação para mim, certo? 

 

Ele assentiu, erguendo-se da cadeira, confuso com todos os sons ao seu redor e todas as novas sensações que passavam pelo seu corpo e mente. 

 

― Senhora? ― ele se virou para ela, uma mão na maçaneta e a outra segurando os papéis. ― Como faço pra desligar mesmo?

 

Ela se aproximou dele e desligou seus aparelhos, ligando-os de novo e sorrindo para ele. Ele sorriu, abraçando-a e agradecendo por ajudá-lo. Ele saiu da sala e fechou a porta atrás de si, desligando o aparelho e guardando-o na caixinha de novo. 

 

Ele caminhou até Hermione, que levantou num pulo quando ele se aproximou.

 

― Harry! E aí? Deu certo? Onde estão? ― ela disparou, olhando-o de cima abaixo como se ele tivesse mudado na meia hora que esteve lá dentro. 

 

― Deu. ― ele murmurou, mostrando a caixa para ela que pegou-a e abriu, olhando o aparelho de forma curiosa. ― Vou colocar em casa. Com Ginny. 

 

Ela assentiu, fechando a caixa e o puxando para um abraço apertado, escondendo o rosto no ombro dele. Ele retribuiu o abraço tão apertado quanto. Harry sentiu-se lacrimejar e escondeu o rosto no cabelo dela, fungando baixo e a apertando o máximo que pôde.

 

― Obrigado, Mi. De verdade. Por tudo. ― ele falou baixo, dando um beijo na cabeça dela e se afastando. Ela também tinha os olhos marejados e um sorriso feliz. 

 

― Obrigada também, Harry. Por tudo. ― ela apertou a mão dele, fungando baixo e sorrindo para ele. 

 

Eles saíram silenciosamente da clínica e caminharam até o beco anterior para desaparatar. Com um último abraço e um “boa sorte” sorridente de Hermione, eles desaparataram. 



[Casa dos Potter; 15h08min]

 

Dizer que Harry estava nervoso era o de menos. Ela abriu a porta de casa com a mão tremendo, segurando a caixa do aparelho auditivo com força e os papéis se amassando em sua mão. 

 

Ele abriu a porta e entrou, esperando ver Ginny brincando na sala com James já que era fim de semana e ela não tinha treino no dia, mas a casa estava vazia. Ele fechou a porta e saiu procurando em todos os cômodos da casa, resmungando que quando ele precisa eles não estão em casa. Ele entrou na cozinha e andou até a geladeira, vendo um pequeno bilhete pregado com fita. Ele se aproximou e leu. 

 

“James estava impossível querendo comer os móveis de novo e eu achei melhor sair um pouco de casa e evitar mais uma ida ao médico. Estamos na pracinha. Mande um patrono quando chegar.    - Ginny”

 

Ele sorriu e riu ao ver o canto do papel faltando sabendo que James teria arrancado um pedaço e enfiado na boca sem que Ginny visse. Ele caminhou preguiçosamente para o quarto, tomou banho e se jogou na cama, colocando os papéis e a caixa debaixo da cama. Sem que ele percebesse, ele adormeceu. 

 

Pouco tempo depois ele, acordou. Piscando lentamente e sentando na cama, ele se esticou e pegou os papéis e a caixa, lento preguiçosamente as instruções e olhando o aparelho silenciosamente. Ele apertou-os na mão e respirou fundo, colocando-os nas orelhas e ligando-os.

 

Foi quando ele ouviu a voz da sua esposa cantando na cozinha e as risadinhas de seu filho no fundo. Harry pensou que nem vivendo ao lado de músicos renomados, assistindo óperas e concertos, ele seria capaz de ouvir algo tão lindo quanto aquela pequena sinfonia cotidiana. 

 

Um sorriso se espalhou pelo seu rosto e ele sentiu o coração bater o mais rápido que ele já havia sentido em toda sua vida. Ele levantou da cama e caminhou até a cozinha, o coração batendo mais rápido a cada passo que ele dava. 

 

Ele parou na entrada da cozinha, olhando James sentado no chão com um mordedor colorido na boca enquanto Ginny preparava algo para ele lanchar enquanto cantava. A visão fez seu coração parar e acelerar ao mesmo tempo em um paradoxo imperfeitamente perfeito. Ele pegou James no chão e deu um beijo na testa dele antes de abraçar Ginny por trás, assustando-a. 

 

― Harry! ― ela exclamou, virando para ele. Ele se derreteu por dentro ao ouvir seu nome sendo falado por ela, mesmo que fosse em tom de reclamação. ― Que susto! Quando voltou? ― ela franziu o cenho com o olhar completamente rendido dele. ― Você tá bem? ― ela arqueou a sobrancelha para ele. 

 

Ele assentiu, seus olhos brilhando e um sorriso idiota no rosto. 

 

― Melhor impossível. ― ele murmurou, dando um beijo na testa dela. ― Volta a cantar, Gin. ― ele a olhou nos olhos, vendo-os arregalarem e a boca dela abrir em surpresa. ― Por favor. Sua voz é a coisa mais linda que eu já ouvi.


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