Café escrita por Nyna Mota


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Eu estava fodidamente apaixonada por você! Por isso que acabei com o que tínhamos. — Sussurrei baixinho quando ele não disse nada.

— Acho que preciso de algo mais forte que suco de uva depois dessa revelação um tanto quanto distorcida. — Ele disse irônico.

Fui pra cozinha e peguei o Whisky que deixava pra quando Edward estava ali, ou pra quando eu me sentia tensa demais e precisava relaxar.

Jasper bebeu tudo em um gole e pediu por mais. Enchi o copo novamente e o vi me encarar.

— Vamos lá Alice, você não acha que vai soltar essa bomba em cima de mim e deixar por isso mesmo. Se você não percebeu estar apaixonada por mim e me largar não é muito coerente.

Eu queria rir do tom irritado dele que muito me lembrava Cath. Eram os olhos azuis, só poderia ser.

Servi a bebida pra mim, precisando da coragem líquida e do calor do álcool pois me sentia gelada e vazia por dentro.

Jasper me olhava, cada movimento, cada detalhe.

— É complicado Jasper. Eu preciso de tempo! — Resmunguei irritada.

— Ah você teve! Você teve malditos 5 anos pra poder saber como me explicar e eu preciso de uma resposta Alice ou eu vou enlouquecer! — Jasper falou alto puxando os cabelos.

Eu não compreendia. Porque era tão importante? Tanto tempo havia passado...

— Já se passaram cinco anos, não importa mais.

— Importa pra mim porra! — Ele xingou sem levantar muito o tom de voz.

Os nós de seus dedos estavam brancos. Eu nunca o havia visto daquela forma, tão nervoso, transtornado. Jasper sempre fora o modelo de controle emocional.

— O que houve com você? — Algo estava errado.

Não que ele estivesse agressivo, nem nada do tipo. Olhei no fundo daqueles olhos azuis que me encantaram desde a primeira vez que os vi.

— Então você também quer delatar. — Ele perguntou me deixando nervosa, o que tentei não demonstrar.

— Quero. — Respondi friamente.

— Por que? — ele perguntou e parecia genuinamente curioso.

— Porque eu quero justiça. Não, eu estaria mentindo se dissesse isso. Eu quero vingança. Quero que aqueles filhos da puta sofram na cadeia. — Eu suspirei frustrada. — Eu quero liberdade, quero uma vida sem medo. — Afirmei por fim.

Ele ficou em silêncio durante minha explosão e então segurou minha mão.

— E você terá Alice. — Me senti - depois de muito tempo - confortada.

Eu contei tudo que eu sabia pra ele, todas as ligações, todos os nomes poderosos, todos os esquemas do tráfico, das drogas, das armas, da prostituição. Jasper nunca me interrompeu, nunca me julgou, e nunca perguntou mais do que eu estava disposta a contar.

Pela primeira vez eu havia sido respeitada por um homem que não fosse Tiger. Seu cuidado, sua delicadeza e sua perspicácia me encantaram, então eu me fechei. Me fechei porque eu soube o quão poderoso ele poderia ser se tivesse meu coração em suas mãos, com a lembrança de quem ele era, e de quem e o que eu era.

As lembranças me assaltaram sem que eu pudesse me conter.

Encontrei naquele olhar o mesmo que ele encontrou no meu tantos anos atrás, dor, solidão, tristeza, e um vazio tão grande que parecia que nada poderia o curar.

Meu coração se partiu e eu amoleci.

— Você foi o primeiro a me ver como uma mulher, a me respeitar como uma mulher, a me desejar como uma mulher. E mesmo sabendo de tudo, ainda sim nada mudou, de toda a sujeira, de tudo, você ainda assim não mudou. Aquilo me encantou e me assustou.

Uma lágrima escorreu enquanto as palavras saiam pela primeira vez.

— É duro admitir ok! — Resmunguei limpando a lágrima, mas continuei. — Você me tratou tão bem Jasper, com tanto cuidado, como se fosse algo precioso. Mas eu não me sentia assim. — Eu ri irônica. — Antes do fim daquele primeiro depoimento eu já estava apaixonada. Quando você segurou minha mão eu estava acabada! E então saímos do seu escritório e a realidade me bateu. Você era um promotor jovem, mas que estava crescendo. Caralho você era respeitado por todos ali, admirado e até mesmo temido.

— Então você se fechou e fugiu de mim. — Ele enfim tinha entendido. — O babaca aqui achando que eram seus traumas e a exposição de tudo que estava me contando. Que estava fragilizada. Eu queria te proteger! Mas você nunca foi fraca ou precisou ser protegida. — Ele lamentou.

— Eu precisava me reerguer. — Eu continuei. — Enfrentar meus medos, porque eu os tinha Jasper, mesmo que não parecesse, mas eles eram só meus. Precisava enfrentar meu passado, meus pais, meus traumas. Eu precisava de uma perspectiva de futuro sem ser sua sombra, se é que isso faz algum sentido. — Bebi mais um gole da bebida ardente.

— Não faz. — Ele falou me obrigando a ser mais específica.

Eu suspirei.

— Se eu me deixasse levar pelo que sentia eu mancharia sua reputação, eu estragaria seus planos e sonhos. Os jornais só falavam disso, de como você tinha um lugar reservado na suprema corte com aquele caso, que dali vinte anos você seria um dos maiores juristas desse país. E como você acha que seria visto com uma prostituta ao seu lado Jasper?

Ele engoliu em seco.

— Eu seria taxada de interesseira, eu mancharia seu nome, eu seria atacada. E eu precisava de ar fresco, eu não podia viver sobre sua sombra, eu não tinha nada, profissão, nome, nada! Eu precisa de uma tranquilidade que estar ao seu lado não me traria.

Agora as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto.

— Eu tive medo de tudo que eu sentia, de tudo que você representava. Ao contrário do que sempre pareci eu fui uma covarde e fugi, mas parecia que quanto mais eu ia pra longe, mas você me queria perto.

— Eu queria cuidar de você. Fora o desejo louco que você me despertava eu queria te proteger. Tinha esse sentimento de querer estar perto, de não querer que te machucassem. Mas você sempre se mostrava tão forte, tão decidida, tão fodidamente independente. E cada vez que você dizia que não me queria eu te queria mais, as vezes parecia que eu via que a forteleza que ostentava mascarava a fragilidade da garota que me pediu não justiça, mas que clamou por vingança. E não, seu passado nunca me incomodou Alice. Eu não me importava.

Jasper passou a mãos pelos cabelos cor de mel e abaixou a cabeça na mesa.

— Você não entende! — Eu rugi e me levantei. — Eu precisava me reconstruir e se eu ficasse com você isso nunca aconteceria! Eu precisava me descobrir, saber quem eu era, do que eu gostava, porque eu não sabia Jasper, eu não me conhecia. Se eu ficasse, eu seria apenas uma extensão de você! Não a Alice, apenas a puta do promotor!

— Não fale mais isso! — Ele falou tenso.

— Desculpe. Eu só...

Ele se levantou indo ao meu encontro. Encostou sua testa na minha e me olhou, enquanto algumas lágrimas teimosas escorriam. Odiava chorar, sempre me fazia sentir fraca.

— Eu te amava. — Ele sussurrou.

— Desistir de você foi a coisa mais difícil que fiz na vida. Doeu demais, mas eu precisei.

Por um instante cedi ao meu desejo e passei meus braços por seu corpo musculoso. Senti seu cheiro que era o mesmo de outrora. Deus como eu havia sentido saudades!

Jasper me abraçou apertado, tornando um pouco difícil de respirar, mas quem se importava com respirar com Jasper de novo em meus braços.

Como eu queria que as coisas pudessem ter sido diferentes.

— Você me estragou pras outras mulheres, preciso confessar.

Eu ri quando ele quebrou um pouco o clima.

— Ninguém chegava aos seus pés. Todos os homens eram moles demais, entediantes demais, segundo Bella, sempre era algo mais que me fazia pular fora. — Confessei envergonhada.

Jasper limpou as lágrimas que ainda restavam e nos guiou pro sofá.

— Nenhuma mulher passou de uma noite e eu meio que passei a evitar morenas, porque nenhuma delas era você.

A sinceridade de Jasper me desconcertava. Não sabia como reagir.

— Obrigada por me contar Alice.

Ele apertou minha mão, sem deixar de olhar nos meus olhos.

— Eu te devia isso. Ter saído da sua vida daquele jeito não foi justo como você.

— Não foi justo com a gente. — Ele retrucou.

Tentei me afastar sem entender aonde aquilo nos deixava, mas ele não permitiu.

Olhei pro corredor aflita, com receio de Cath acordar e nos ver e querendo que ela acordasse e nos visse. Esse mix de sensações em deixava tensa e cansada.

— Cath...— Tentei dizer.

— Esse é um ponto interessante que gostaria de esclarecer. — Ele falou de modo muito sério. — Aliás, ela é encantadora Alice. Estou irrevogavelmente apaixonado por aquela menina.

Eu sorri orgulhosa.

— Catarina era algo que eu queria demais. Queria uma família, pertencer a algo, não estar mais só. Edward e Bella sempre estiveram perto sabe, mas eu ainda sentia que faltava algo. O tempo foi passando, e de repente eu percebi que ninguém seria como...— Me interrompi envergonhada.

— Como eu, pode continuar. — Ele sorriu arrogante.

— Que ninguém seria ideal para ser pai do filho que eu queria criar. Eu tinha um dinheiro guardado, uma indenização do Estado, o do salão, então comprei essa casa, fiz um empréstimo e paguei pelo tratamento da fertilização. Eu poderia ter adotado, claro, mas eu queria aquelas sensações, queria saber que aquele pequeno ser nasceu de mim, que era parte de mim e que eu seria a melhor mãe do mundo pra ele, como meus pais não foram.

Ele me puxou pros seus braços me confortando.

— E assim nasceu Catarina.

— E colocou meu mundo de cabeça pra baixo. — Eu ri. — Ser mãe solteira ás vezes não é fácil, ainda mais de uma menina esperta como ela. Às vezes me pergunto se fiz certo ao tê-la sozinha, sabendo o que a ausência de um pai pode fazer com uma criança.

— Pare. Não ouse Alice! — Ele parecia irritado. — Sabe quantos filhos da puta já tive que jogar na prisão por não pagar pensão? Por espancar o filho? Por estuprar a filha? Ou por sei lá que motivo distorcido e fodido foi tudo, menos um pai? Então pare. Ter a porra de um pau não torna ninguém um pai bom. E você está fazendo um excelente trabalho com ela.

— Obrigada. — Agradeci sincera. Encarei Jasper vendo mais uma vez uma sombra em seu olhar. — O que aconteceu Jasper?

— Sempre tão perspicaz. — Ele deu um sorriso triste e um peteleco no meu nariz.

Franzi a testa.

Me afastei de seus braços e o olhei. Realmente o olhei, ignorando toda a beleza e indo mais fundo, Jasper parecia cansado e desolado.

— Me conta. — Sussurrei apertando sua mão, como ele tinha feito comigo todas as vezes que eu precisei contar algo que me machucava ou me envergonhava.

— Eu foquei no trabalho, trabalhei, trabalhei e trabalhei. Depois que você foi embora, bem, talvez eu tenha tentado salvar toda “Alice” que aparecia, e me afundei no trabalho. Me tornei um dos bons Alice, um dos melhores modéstia parte. Eu realmente estava indo no caminho da Suprema Corte. Mas eu não tinha vida, não tinha amigos, e deixei de lado minha família. Eu estava obcecado em salvar quantas vidas pudesse, mas acontece que eu não conseguia salvar a todos, e cada pessoa que eu prendia dois novos criminosos surgiam, era algo sem fim.

Ele suspirou pesado e ficou calado um tempo.

— Meus pais faleceram, primeiro meu pai, um ataque cardíaco, logo depois minha mãe, ela dormia e partiu serenamente.

Novas lágrimas caíram de meus olhos.

— Eu sinto tanto Jasper. — O apertei em meus braços, acalentando o enorme homem.

— Tudo bem Alice. — Ele beijou minha testa. — Eles se amavam de verdade. Quase cinquenta anos de casamento e ele ainda mandava flores no aniversário dela. Eu só sinto que os desapontei, que foquei tanto em ser um profissional exemplar e não aproveitei o tempo que tinha, que não fui um bom filho.

— Então você saiu.

— Então eu sai. Eu salvava várias pessoas todos os dias ao prender criminosos, mas não conseguia salvar a mim, de mim mesmo, não pude estar ou vivenciar a velhice dos meus pais. Fiquei alguns meses à deriva, até que um antigo colega de faculdade me arrumou uma entrevista de emprego aqui em Seatlle, numa firma relativamente pequena, mas que parece ser exatamente o que preciso agora.

Me sobressaltei pulando do sofá.

— Você vai se mudar pra cá? O emprego é seu?

Eu estava nervosa, e não sabia determinar se é porque estava feliz ou com medo, ou triste, acho que um pouco de tudo.

— Sim e não.

— É. O que? — Perguntei confusa.

— Sim eu vou me mudar. E não, não sei se o emprego é meu. Só vão dar a resposta na semana que vem.

— Mas como vai se mudar se não sabe se a entrevista...

— Você está aqui Alice, e não vou permitir que escape novamente. Eu falava sério sobre fazer parte da sua vida, e da vida de Cath.

Eu congelei no lugar.

— A menos que você não me queira Alice. — Ele apontou sério.

— Eu quero. Não. Quero. — Puxei os cabelos. — Você está me deixando nervosa e confusa. É muita coisa pra um dia só.

Ele assentiu contido.

— Você está certa, podemos ir com calma.

Algo em seu tom me deixou claro que o calma dele era bem diferente do meu.

Ficamos sentados em silêncio durante um longo tempo, nossas mãos unidas, e os pensamentos em diversas direções.

— Mamãe? — Cath olhava do corredor com um enorme sorriso. — Você ficouuuuuuuuu! — Ela gritou correndo em direção ao Jasper.

Soltei a mão de Jasper quando Cath se sentou entre nós dois. O loiro colocou o braço no encosto do sofá, me abraçando.

— Querida está sentindo dor? —Ele perguntou.

— Não doi. — Ela desdenhou com a mãozinha. — Eu já fiz planos pra hoje. Pizza ou comida chinesa, e tenho que te apresentar alguns filmes, aqueles que você disse que não conhecia lembra?

Eu estava em choque. Abri e fechei a boca diversas vezes enquanto eles faziam planos como se eu não tivesse ali.

— Eu só preciso ir no hotel tomar um banho e começamos a maratona. Se sua mãe deixar, claro.

Enfim lembraram de mim, olhei pros dois de cara feia.

— Catarina, Jasper deve ter coisas melhores a fazer do que uma maratona de desenhos.

— Na verdade não tenho. Vou adorar conhecer todos os filmes de princesa que perdi nos últimos dez anos.

Eu o fuzilei com o olhar.

— Jasper, sério, não precisa. — Tentei falar.

— Eu quero Alice. Eu falei sério mais cedo. — Ele arqueou a sobrancelha.

— Não é simples, precisamos conversar sobre isso.

Ele me dispensou com a mão e virou sua atenção pra Cath que esperava ansiosamente por minha permissão.

— Por favor mamãe! Sei que ele vai gostar da Elsa e da Merida, a Rapunzel também é incrível. Ele vai gostar de mim. — Cath falou baixinho a última parte quebrando minha resistência.

— Ele seria um louco se não gostasse de você.

— Eu já gosto de você Cath, e pretendo estar sempre por perto de agora em diante. — Ele jurou solenemente.

Aquela promessa aqueceu e gelou meu coração.

Ambos me convenceram a ir ao hotel e ao supermercado, eu ficava meio por fora da conversa, apenas observando a interação deles, em como Cath convencia Jasper a fazer tudo que ela queria com apenas um sorriso doce e sua voz suave. Como o duro promotor que jogou criminosos cruéis e perigosos na prisão era convencido facilmente de que sorvete de morango era melhor que de chocolate, que pipoca sabor bacon era realmente mais saborosa que a com manteiga extra, e que pantufas eram necessárias pra maratona de filmes.

Jasper fez todas as vontades da minha garotinha, assistiu, discutiu e comentou cada filme, acompanhou na hora de escovar os dentes e a colocou na cama, como um pai deveria fazer.

— Você tinha razão, eu realmente gostei de todos. Mas acho que a Merida é minha favorita.

— Eu sabia que ia gostar. Amanhã podemos ver tudo de novo.

Eu ri da careta de Jasper, mas logo sua feição mudou, se suavizando e ficando branda. Ele beijou a testa de Catarina, verificou estava bem embrulhada, cuidando de cada detalhe.

— Boa noite Cath Chiclete. Durma com anjos, amo você.

A lágrima deslizando no rosto de Cath reluziu sob à luz do abajur.

— Também amo você pai.

Como duas pessoas conseguiram ficar tão ligadas em menos de vinte e quatro horas eu não poderia dizer, mas eles estavam extremamente ligados um no outro. Tive medo de como Cath ficaria quando Jasper fosse embora, ou quando ele arrumasse outra pessoa, quando tivesse os próprios filhos. Crianças amam com tanta facilidade e pureza, e se magoam na mesma proporção. Eu não podia permitir que ela sofresse, nunca, não se eu pudesse evitar.

Sentada no sofá com um chá na mão esperei enquanto Jasper não aparecia, ele continuava no quarto, mesmo após Catarina ter dormido. E eu? Eu esperava, pensando nas coisas, e em como rapidamente Jasper fez o papel de pai e pra Cath se tornou um. Em como faria com aquela situação.

Ele apareceu no corredor, com uma calça de pijama, uma regata branca mostrando a pele branca e musculosa, e pantufas nos pés. Pantufas azuis de menino, segundo minha filha. Era uma visão e tanto, de tirar o fôlego, e a calcinha, mas foquei nas pantufas e no significado delas.

— Jasper, eu acho que isso não é uma boa ideia, Cath já está te chamando de pai e...

Em silêncio Jasper me puxou pros seus braços e me beijou duramente.

— Pare! Pare de achar motivos pra que eu vá Alice, pare de pensar demais. Eu não estou indo há lugar algum! — Ele me beijou novamente, me deixando quente e sem ar. — Entrar naquele café hoje foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, então por favor me deixe fazer o café pra você todas as manhãs, me deixe ser pai da Catarina e fazer parte da vida de vocês! Eu nunca te esqueci Alice, então só me deixe te amar!

Eu queria tanto, mas tinha medo de que em algum momento ele se fosse, e eu e Cath ficássemos sós novamente, com um buraco no lugar do coração.

— Eu não vou embora Alice, nunca mais. Você duas, são tudo que sempre quis. As duas, porque Cath me conquistou no momento que a vi. Eu só...nos dê a chance de tentar!

— Eu sou teimosa, cabeça dura, determinada e mandona. — Pontuei. — Vou sempre buscar motivos pra que você nos abandone porque esse é o único padrão que conheço, e uma hora você vai cansar. A gente vai brigar, terminar e Cath vai sofrer, eu vou sofrer, e não quero mais sofrer Jazz. — Falei me abrindo.

— Cada vez que brigarmos vou te levar pro quarto e vou te amar lentamente querida.

— Na tpm fico insuportável, e logo mais serão duas mulheres irritadas.

— Eu comprarei chocolate e remédio, farei compressa de água quente e verei todos os filmes de romance que vocês quiserem.

— Eu sempre saio com Bella, pra noite de garotas. — Pontuei.

— Ficarei com Cath esperando você chegar. Se vomitar bêbada vou cuidar de você, e pela manhã teremos café e analgésico. E quando você se irritar comigo, porque você vai, eu vou implorar seu perdão porque minha vida é vazia sem você.

— Acho que devíamos colocar todos esses termos num contrato, pra que não possa voltar atrás depois.

— Podemos redigir agora? — Ele perguntou.

Eu ri. Eram promessas tão lindas, ambos sabíamos que não seria fácil.

— Eu nunca quis tanto outra coisa como quero que dê certo agora. — O puxei pela blusa e beijei com paixão, me entregando ao amor pela primeira vez.

— Faremos dar certo querida! Eu prometo.

***

Alice e Jasper se casaram, tiveram um filho chamado Ethan. Toda semana se reuniam com a família de Edward para o churrasco de domingo. Uma vez ao mês Bella, Alice e Rosalie saíam pra noite de meninas.

Cath se formou na faculdade, virando uma advogada como o pai. Se apaixonou e se casou com Luke, tornando as famílias ainda mais unidas.

Todas as manhãs Jasper preparava o café de sua amada, e assim foi, até que a morte os levou para se amarem na eternidade.


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Notas finais do capítulo

Alguém por aqui? hahaha
Presente de Natal pra vocês.
Não vou me delongar, mas vou justificar minha demora. Eu tenho um trabalho fixo das 8 às 18, e estou arriscando num lance meio autônomo à noite, então estou trabalhando meio que em dois turnos, isso consome meu pouco tempo.
Mas segue o baile que eu voltei.
Gente eu amei Café do fundo do meu coração, porque pra mim foi intenso, foi rápido, foi alucinante. Amo a forma com Jasper foi decidido, e como Alice sempre tão forte se deixou mostrar fraca.
Por trás de toda mulher forte existe alguém que tem suas fraquezas, seus medos e suas inseguranças.
Agora sim esse é o fim definitivo de Arena Mortal e nossos personagens!
Obrigada por estarem aqui.
Um feliz natal, boas festas. Cuidem da sua família, mesmo que a distância.
Foi um enorme prazer estar aqui.
Beijinhos
Até breve em Hope!
23/12/2020.



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