Gym(ny) escrita por moonchild


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

E lá vamos nós, yeehaw.



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─ Eu não acredito que você me convenceu a vir aqui, Ginny. ─ Hermione reclamou, olhando com desgosto para a grande estrutura moderna em sua frente. 

 

─ Deixe de coisa que eu sei que você veio só pela oportunidade de ver meu irmão malhando. ─ Ginny respondeu sem olhar para a amiga, subindo o cós da calça de ginástica e entrando na academia.

 

Hermione seguiu a amiga, resmungando agoniada sobre roupas de academia serem muito expostas para seu gosto. Ginny deu um breve sorriso para a amiga, tentando passar o máximo de conforto com esse gesto. Ela sabia que Hermi não gostava de se expor sem necessidade e ficou realmente surpresa quando ela aceitou começar a ir para academia com ela. 

 

─ Olá, meninas! ─ uma voz gritou em seus ouvidos de forma extremamente animada, assustando-as até a alma. ─ Como estão?

 

─ Misericórdia, Lino! ─ Hermione gritou de volta, batendo diversas vezes no menino alto e negro, fazendo-o gargalhar e puxá-la para um abraço. ─ Me larga, inferno, sai daqui! 

 

─ Fred e Jorge falaram que vocês iam começar a vir aqui e eu não acreditei até ver com os meus próprios olhos! ─ ele continuou, ignorando os protestos dela e suas tentativas de se soltar. ─ Estão tão entediadas assim ao ponto de vir aqui? 

 

─ Variar um pouquinho a rotina, né. ─ Ginny riu, olhando os dois com um sorriso. 

 

─ Eu que agradeço virem aqui. Me fizeram ganhar cinquenta libras dos gêmeos. De cada um! ─ Lino deu um sorriso de orelha a orelha, dando um beijo estalado no rosto de Hermione e incluindo Ginny no abraço. ─ Muito obrigado! 

 

─ E você, o que faz aqui? ─ Hermione perguntou com a voz abafada entre os dois. ─ Malha aqui também? 

 

Lentamente e de um modo assustador, um sorriso maroto, perigosamente parecido com o dos gêmeos, apareceu no rosto de Lino. Ginny se soltou do abraço e olhou confusa para ele, até perceber o uniforme que ele usava. Personal trainer.

 

─ Não, minha querida Mione… ─ o sorriso dele alargou e ele botou ambas as mãos na cintura da menina. ─ Eu trabalho aqui. E você vai comigo! ─ ele concluiu, jogando-a por cima de seu ombro, arrancando um arquejo de surpresa dela e uma gargalhada de Ginny. 

 

─ Não! Não! Lino Jordan, me ponha no chão! Eu não confio em você! Você vai me matar, me torturar e desovar meus restos mortais para os porcos! ─ Hermione gritava, sacudindo as pernas tentando se soltar enquanto batia nas costas dele. ─ Ginevra, me ajuda! Me tira daqui! 

 

─ Au revoir, Mione! ─ Ginny respondeu, acenando docemente para amiga enquanto virava para o lado contrário e saia rindo. 

 

Diferentemente de Hermione, Ginny já tinha uma noção básica de academia e treino. Ela jogava rugby na universidade e apesar de não ir para uma academia propriamente dita, ela fazia exercícios em casa, além de seguir uma “dieta”, se é que poderia ser chamada assim, para se manter em forma para os jogos. 

 

Ela parou de frente para o espelho da academia e pôs os fones, começando a se alongar, aquecendo o corpo para começar os exercícios de verdade e não se machucar. Quando sentiu que tinha se alongado o suficiente, ela subiu na esteira e começou a correr, embalada pela música nos fones.

 

E foi aí que tudo desandou. 

 

Pelo reflexo do espelho, o qual Ginny não fazia a mínima ideia de porque caralhos eles botaram um espelho gigante na frente das esteiras, ela viu provavelmente o cara mais lindo de toda sua vida. Talvez até mesmo a pessoa mais linda que ela já viu. Ela obviamente estava exagerando, mas se alguém perguntasse ela seria capaz de jurar por todos os seus irmãos que aquele cara era a encarnação de Poseidon em terra. 

 

Ele tinha a pele morena, muito bonita por sinal, alguns poucos tons abaixo da pele negra de Lino e músculos aparentes por debaixo da roupa. Seu cabelo completamente assanhado era preto e dava a impressão de que ele tinha abraçado uma bola de Tesla de tanto caos que eles aparentavam. 

 

Ginny, tão discreta quanto um elefante, o encarava descaradamente pelo reflexo. Sua boca tinha aberto ligeiramente de espanto e todo o foco que ela tinha estava voltado para o moreno. Ele usava óculos redondos que pendiam pelo nariz enquanto ele arrumava os pesos em uma máquina na diagonal direita dela. 

 

Ela observou ele alongar a coluna e virar o torso em direção ao espelho, fazendo contato visual com ela que praticamente tinha impresso a figura dele em sua retina de tanto que o encarou. Ginny tentou desviar os olhos sem deixar muito na cara que ela tinha passado os últimos dois minutos olhando ele ininterruptamente, mas isso apenas serviu para desestabilizá-la, fazendo-a tropeçar nos próprios pés e passar perigosamente perto de cair de cara na esteira na frente de todo mundo. 

 

Com o rosto mais escuros que seu cabelo e suas orelhas quentes, ela olhou para os próprios pés e continuou a correr se xingando mentalmente.  

 

“Deus, Ginevra Weasley, precisava pagar tanto mico assim? Sorte sua que ninguém notou.”

 

Motivada pela força do ódio e da vergonha ela continuou correndo, mantendo uma respiração controlada e focando no “caminho”. Passada meia hora, ela desligou a esteira e olhou ao redor, levemente perdida para onde ir primeiro. Ela e Hermione decidiram fazer uma semana de teste primeiro antes de se matricular de vez na academia, então ela não tinha muita noção de pra onde ir ou o que fazer exatamente. 

 

Ela olhou ao redor de novo e percebeu que o cara bonito estava, para seu grande prazer, fazendo perna numa leg press alguns metros à sua esquerda. Ela tentou ser o mais discreta possível para não babar e tropeçar de novo enquanto secava descaradamente o cara, mas aparentemente isso não passou despercebido por todo mundo. 

 

─ Ei, Ginny! ─ Lino surgiu ao seu lado, assustando-a pela segunda vez em menos de uma hora e fazendo ela desviar o olhar depressa para ele, dando um sorrisinho amarelo para disfarçar. ─ O que foi? ─ ele perguntou desconfiado.

 

─ Nada não. ─ ela sorriu mais ainda, rezando internamente para ele sair de perto sem perceber o que ela estava fazendo. 

 

─ Certo… ─ ele a olhou, o cenho ainda franzido em desconfiança. ─ E o que você tá fazendo aqui de pé parada no meio da academia?

 

─ Ah! ─ ela sentiu seu rosto esquentar novamente. ─ Eu meio que não sei pra onde ir agora? ─ ela respondeu em tom de dúvida. ─ Aliás, cadê a Hermi? 

 

─ Ela pediu misericórdia por cinco minutos. Quando sai de perto ela tava estirada num colchonete com um disco de vinte quilos na barriga parecendo morta. ─ Ginny arregalou os olhos. ─ Mas ela tá bem! Garanto! 

 

─ Lino Jordan, se minha amiga morrer eu te mato. 

 

Lino ergueu as mãos em rendição sorrindo antes de passar o braço pelos ombros da menina e começar a arrastá-la para uma máquina. 

 

─ E pra onde o senhor tá me levando, posso saber? 

 

─ Ora, você disse que não sabia pra onde ir, então eu estou te guiando! ─ ele parou entre duas máquinas, uma de perna e uma de braço. ─ Você só correu até agora, né? Prefere fazer perna ou braço hoje? 

 

Ginny parou para pensar por um momento e uma parte de seu cérebro gritou “Faça perna e bunda! Chame atenção do cara gostoso! Faça aquele pecado humano olhar pra você e desejar ser sua calça pra ficar tocando na sua bunda maravilhosa!”, mas ela ignorou essa parte com a maior força possível. Primeiramente, ela não iria nunca ir para academia por ninguém além dela mesma. Ela estava lá porque ela queria melhorar seu corpo e aumentar seus músculos e não para conseguir um homem ou mulher. Nunca por ninguém, ela se negava. E segundamente, ela não tinha problemas com roupas coladas como Hermione tinha, mas ela não se sentia confortável usando seu corpo para chamar atenção assim. 

 

─ Braço. ─ ela deu de ombros. ─ Não quero fazer perna agora. 

 

─ Certo! Então você senta aqui. ─ ele apontou para a máquina e ajudou ela a se arrumar nela. ─ Eu vou aumentando o peso aos poucos ali atrás e você vai me dizendo quando começar a ficar levemente complicado de levantar, certo? Tu já faz exercício, então não acho que precise colocar pouquíssimo peso, mas colocar muito peso de uma vez é perigoso, mesmo que você sinta que consegue. 

 

Ginny assentiu e o peso da máquina foi ajustado sem muitos problemas. Eles decidiram deixar em vinte e cinco quilos para não forçar muito e ela não se machucar, antes de Lino se despedir com uma continência dizendo que ia impedir Hermione de fugir da academia, mas deixando dois halteres de vinte quilos ao lado da máquina para quando ela terminasse a série ela já fazer outro exercício sem ficar parada no meio da academia esperando, em suas palavras, “que Jesus descesse do Céu e segurasse suas mãozinhas de princesa Fiona e a guiasse para a vida”. 

 

Os fones continuavam a tocar suas músicas enquanto ela tinha os olhos fechados, seguindo as instruções de Lino. Seus pensamentos voaram para bem longe, levando-a para todos os trabalhos da universidade que ela tinha que fazer em casa, para a partida contra Durmstrang que aconteceria na semana seguinte e, contra a sua vontade - porém nem tanto assim -, para o Poseidon malhando perna em algum lugar do salão. 

 

Ginny tinha alguma coisa com pernas. Algumas meninas preferiam braços musculosos e com veias saltadas, enquanto ela preferia pernas definidas, femininas ou masculinas. E as pernas dele eram muito bem definidas. 

 

─ Puta que p-... ─ ela começou a xingar, antes de se levantar de supetão e marchar irritadiça até um banquinho ali perto para começar a usar os halteres. 

 

Ela arrumou a posição e começou com tríceps, esticando o braço até o chão e o dobrando em um ângulo de 90º para trás. Ela preferia esse estilo de exercício do que as máquinas. 

 

Ela ouviu um pequeno burburinho na entrada da academia e ergueu os olhos, vendo seu irmão Ron entrando pela porta com um ar completamente cansado de quem acabou de acordar. Ela abriu um sorriso instantâneo e assoviou, acenando para ele, chamando-o.

 

─ Ei, praga. ─ ela disse, abraçando sua cintura quando ele chegou perto. 

 

─ Oi, adotada. ─ ele bocejou, assanhando rabo de cavalo dela. ─ Se divertindo? 

 

─ Muito mais que a Hermi pelo menos. ─ ela deu um sorrisinho maldoso quando o sono pareceu ter escapado de seu irmão como se nunca tivesse existido. 

 

─ Mione tá aqui? ─ ele perguntou, o rosto avermelhando e um sorriso bobo aparecendo. 

 

─ Deus, vocês são muito óbvios. ─ ela revirou os olhos. ─ Tá sim, ela tá com Lino em algum canto. Ele disse que ia botar ela pra fazer o treinamento de um halterofilista. 

 

Ron fez uma careta.

 

─ Eu acho melhor eu impedir um homicídio. 

 

─ De quem? Dele matar ela sem querer ou ela matar ele por querer? ─ Ginny arqueou a sobrancelha, olhando-o. 

 

─ Eu acho melhor eu impedir um massacre. ─ ele reformulou, o rosto preocupado. ─ Eu vou lá, cuidado ai. 

 

Ela assentiu e sorriu, voltando a olhar para o chão e fazer seu exercício.

 

─ Ah, oi, Harry! ─ ela ouviu Ron exclamar e instintivamente ergueu o olhar, vendo seu irmão abraçar o cara bonito.

 

Seu cérebro demorou cerca de meio segundo para processar a cena em sua frente e seu primeiro instinto fora arregalar os olhos e abrir a boca. Ela, surpresa demais para sequer lembrar o que estava fazendo, largou o peso instantâneamente, derrubando-o diretamente sobre seu pé. O arquejo de dor e susto que ela soltou fora alto o suficiente para chamar a atenção de quem estava ao redor, incluindo Ron e Harry.

 

─ Ginny! ─ Ron correu até ela, sendo seguido pelo cara, que aparentemente se chamava Harry. ─ O que foi? O que aconteceu? 

 

─ Ah. ─ ela começou, a mente embaralhada pela vergonha e pela dor. Ela sabia que tinha quebrado no mínimo um dedo. ─ Escorregou. ─ ela respondeu, a voz fraca e a respiração pesada. Ela fechou os olhos com força e respirou fundo, o maxilar trincado e as mãos tremendo de dor.

 

─ Com- Ah, esquece, vem cá. ─ ele a colocou nos braços e a levou para a enfermaria. 

 

Ginny tentava ao máximo se concentrar em qualquer outra coisa que não fosse a dor em seu pé, mas estava muito difícil.

 

─ Eu vou tirar seu tênis, certo, querida? ─ perguntou a enfermeira, ao menos era o que Ginny achava já que ela continuava de olhos fechados. Ela assentiu fracamente e sentiu seu tênis ser retirado com cuidado junto de sua meia. 

 

─ É muito ruim, senhora? ─ Ron perguntou, preocupado. 

 

─ Parece quebrado… Ligarei para o hospital, certo? 

 

Ela ouviu Ron concordar e a enfermeira sair para ligar para a emergência. Ela abriu os olhos lentamente e olhou para seu pé, inchado e avermelhado. Ela não conseguia mexer os dedos e o pouco movimento que fazia dava a impressão de ter todos os seus nervos escaldados. Ela mordeu o lábio choramingando e olhou para seu irmão. 

 

A expressão de Ron era pura preocupação. Sua mão apertou a dela e ele deu um sorriso nervoso. O interior de Ginny se acalmou um pouco mais com isso. Eles podiam não falar em voz alta, mas eles amavam muito um ao outro e só a presença dele era suficiente para distraí-la de sua dor, ao menos por um tempo.

 

─ E ai? O que deu? ─ Harry perguntou entrando na enfermaria, o cenho franzido de preocupação.

 

Ginny arregalou os olhos. A dor tinha feito ela esquecer do real problema.

 

─ A enfermeira disse que acha que quebrou. Ela foi chamar uma ambulância. ─ Ron respondeu, soltando um suspiro cansado, sendo interrompido por uma Hermione invadindo a salinha como um furacão.

 

─ Ginny! Sai, Harry, sai. ─ ela exclamou, empurrando Harry para o lado sem nenhum cuidado e abraçando Ginny. ─ O que houve? 

 

Hermione falando tão naturalmente com Harry foi o necessário para despertar ela de seu torpor e fazer o sangue fluir para seu rosto, mas dessa vez de raiva. 

 

─ Harry James Potter! ─ Ginny rugiu, se soltando de Hermione e apontando o dedo em riste para ele. A vergonha que ela sentira antes fora tomada por uma fúria incontrolável ao reconhecer quem era a divindade que ela estava babando antes. ─ Como você ousa voltar pra essa merda dessa cidade e nem sequer pensar em me avisar?! ─ sua voz havia entrado no modo que os gêmeos gostam de chamar de “5 segundos”, por ser o tempo exato que eles normalmente tinham antes dela jogar o que quer que ela pudesse em direção a eles. 

 

Harry soltou uma risada descrente e nervosa, claramente assustado com a mudança de aura da ruiva. 

 

─ Eu achei que Ron tinha falado que eu voltei…? ─ ele perguntou, olhando ao redor para ver se não tinha nada potencialmente perigoso ao redor dela que ela pudesse usar contra ele. 

 

─ Não! Não contou! ─ ela voltou o olhar para Ron, que se encolheu instintivamente antes de fazer uma cara ofendida. 

 

─ Falei sim! Eu falo direto dele, Ginny!

 

─ A gente tá na Inglaterra, sua ameba ruiva do caralho, metade da população se chama Harry! 

 

─ Olha, ela tem um ponto. ─ Hermione comentou, completamente confortável com a situação ao seu redor. Ela sentou numa cadeira do lado da cama e cruzou as pernas, olhando a confusão desenrolar em sua frente.

 

─ Não é pra tanto. ─ Ron resmungou.

 

─ Pelo amor de Deus, Ronald, tem pelo menos três Harry na minha turma de literatura. ─ Ginny revirou os olhos. ─ Mas esse não é o ponto! ─ ela se voltou para Harry, que a olhava admirado e levemente bobo. ─ Foram sete anos, Harry Potter! Sete anos! Nem pra dar um “oi? tudo bom, melhor amiga de praticamente toda a minha vida?”. ─ ela respirou fundo, olhando-o nos olhos com decepção e mágoa. 

 

Ron olhou confuso e desesperado para Hermione pela súbita mudança de Ginny. 

 

─ Eu vou pegar as coisas no armário, tá, Gin? ─ Hermione levantou, dando um beijo na testa dela e arrastando Ron pelo braço para fora da sala. ─ Ron vai ver a ambulância. 

 

Quando a porta se fechou atrás dos dois, a nuvem de tensão caiu sobre os dois como uma bigorna. Harry engoliu em seco. Seu instinto dizia para sentar perto dela e conversar, abraçar ela e ficar lá, mas seu bom senso sabia que ela, nesse ponto, podia simplesmente bater nele e gritar para ele sair de perto e Harry não tinha condições de ouvir isso dela, sem falar de que essa não era uma situação boa para irritar mais ela. 

 

─ Desculpe, Ginny. ─ ele murmurou, se aproximando lentamente, coçando a nuca nervosamente. ─ Eu não sabia como falar, ou como você iria reagir. 

 

─ Bem, né, Harry. ─ ela respondeu, o rosto virado para o outro lado. Seus braços estavam cruzados no peito e a perna machucada esticada na maca que ela estava sentada. 

 

─ Olha, você não tá reagindo bem agora, então né…

 

─ Eu não tô reagindo bem porque você não contou! ─ ela resmungou e virou o rosto para ele, o olhar cansado e sem paciência. ─ Não acredito que quebrei o pé por ter te achado bonito pra no final descobrir que era você. 

 

A primeira coisa que Harry sentiu foi incredulidade. Ela quebrou o pé porque tinha achado ele o quê? E como assim “pra no final descobrir que era você”? 

 

─ Ei! Qual o problema comigo? Eu sou lindo, tá? 

 

─ É esse o problema, você é, mas você é você. 

 

─ E o que tem eu ser eu? Isso deveria ser um bônus! ─ Harry pôs as mãos na cintura e fez uma cara ofendida assustadoramente idêntica a de seu pai, arrancando uma risada dela.

 

─ Certo, certo. Se você diz. ─ ela suspirou, olhando para o pé e tentando mover ele. Ela prendeu a respiração com a dor e sentiu os olhos lacrimejarem instantaneamente. 

 

─ Deixa paradinho. ─ ele foi até o final da maca e segurou o tornozelo dela com o máximo de cuidado possível, arrumando-o na maca de um jeito confortável. ─ Assim tá bom?

 

Ginny concordou e fechou os olhos, contraindo os lábios em dor. 

 

─ Senhorita? A ambulância chegou. ─ a enfermeira avisou, abrindo a porta e empurrando uma cadeira de rodas até a maca. ─ Venha, pode sentar. 

 

─ Não precisa, eu levo ela. ─ Harry sorriu para a enfermeira. ─ Mas muito obrigado pela sua ajuda, senhora. ─ ele agradeceu antes de passar o braço pelas costas e debaixo dos joelhos de Ginny e a erguer da maca como se ela não pesasse nada menos do que um saco de farinha. 

 

Ginny ia reclamar, mas no momento que ela sentiu seu corpo contra o de Harry seu único pensamento foi um sonoro “UAU” mental. Os músculos não eram só delineados visualmente como dava para sentir eles contra a camisa dele. Não aparentavam exagerados, mas só vendo para tirar a prova, não é? 

 

“Caralho, Ginny, para de ficar pensando coisa, teu pé tá quebrado e tu pensando aí em como deve ser tirar a camisa dele e jogar longe enquanto ele te beija e… CERTO, entendi já.”

 

─ Ginny? ─ Harry perguntou, tirando-a de seus pensamentos e fazendo ela corar como ela não gostaria que fosse possível. 

 

─ O quê?

 

─ Me dá uma chance de retribuir pela minha merda? 

 

Ela soltou uma risada descrente e assentiu com a cabeça por falta de resposta melhor. 

 

Harry abriu um sorriso feliz, subindo na ambulância e a colocando deitada na maca em frente a Ron, que estava sentado esperando a irmã.

 

─ Beleza, te pego amanhã às seis. ─ ele sorriu para ela, antes de dar um beijo em sua testa e descer da ambulância, parando ao lado de Hermione. 

 

A última coisa que ambos ouviram antes das portas fecharem foi um sonoro e esganiçado “O QUÊ?!” de Ron e uma gargalhada esgoelada de Ginny.


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