Millennium Odyssey: Uma Odisseia de Milênios Atrás escrita por Aquele cara lá


Capítulo 10
Capítulo 10




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Kaito, Èris e Cirius estão em seus Makais, parados na frente de uma grande muralha branca.

"Chegamos." - Diz Èris. "Aqui é Artemis, Capital da Riqueza. O local com a maior quantidade de pontos de escavação de pedras preciosas em todo o mundo."

"Você tá bem ?" - Pergunta Cirius. "Não tá falando muito."

"É que eu não pensei que ia voltar aqui tão cedo…" - Diz Kaito.

"É porque ele brigou com a família, Cirius." - Diz Èris.

"V-Você brigou com sua família !? Mas famílias não deveriam ser unidas ?" - Pergunta Cirius.

"…Você vai entender…" - Diz Kaito. "Tem uma regra. Andem sempre perto de mim."

"Por quê ?" - Pergunta Cirius.

"Porque as pessoas daqui não gostam de estrangeiros. Não é, Kaito ?" - Diz Èris.

"Você entende rápido." - Diz Kaito. "Vamos, mas fora dos Makais."

Eles descem de seus Makais e entram na cidade, com várias pessoas de aparência nobre e cheias de pedras preciosas. O local tem várias ruas cobertas por ouro e pedras preciosas. Conforme o grupo passa, as pessoas encaram eles com desgosto.

"Não é muito legal, não é, Cirius ?" - Pergunta Èris. "São bem diferentes das pessoas do seu reino."

"Eu não entendi…" - Diz Cirius. "Eles são pessoas, assim como a gente. Mas parece que somos monstros…"

"E nós somos, garoto." - Diz Kaito. "Pra esse povo, qualquer coisa que não esteja coberta em ouro e riquezas é uma aberração."

"Se começar a ficar muito desconfortável, é só olhar para mim, tudo bem ?" - Diz Èris.

"Certo…" - Diz Cirius.

Algum tempo depois. Eles chegam nos portões de uma grande mansão.

"C-Caramba ! Você mora aqui !?" - Pergunta Cirius, espantado.

"N-Nem eu sabia disso !" - Diz Èris, espantada. "Eu sei que esse povo de Artemis mora nessas coisas, mas isso é maior do que eu pensei !"

"Quando entrarmos lá, eu falo, ok ?" - Diz Kaito. "Meus pais não vão querer ouvir vocês. Duvido até que eles vão me ouvir…"

"Certo." - Diz Èris.

Kaito abre o portão e entra em um jardim. Èris e Cirius o seguem. O grupo caminha um pouco, até chegar em uma porta. Kaito abre essa porta. Dentro dela, há um grande salão, com vários empregados indo de um lado para o outro. Uma empregada nota Kaito.

"Mestre Hexallem !" - Diz a empregada.

Os outros empregados vão para perto do grupo.

"Seja bem-vindo de volta, mestre Hexallem." - Diz uma empregada.

"O mestre Hexallem voltou !" - Diz outra empregada. "Há que devemos a honra de sua visita, mestre Hexallem ?"

"Ugh ! C-Corta essa !" - Diz Kaito. "Eu só vim fazer uma coisa rápida."

"Mestre Hexallem… ?" - Diz Èris, segurando uma risada.

"Tá rindo do que, cavaleira ?!" - Pergunta Kaito, bravo.

"Naaada, mestre Hexallem~" - Diz Èris.

"Pfftt ! Ahahaha ! Por essa, eu não esperava." - Diz Cirius.

"A-Até você, carinha !?" - Diz Kaito.

"O que é toda essa comoção ?" - Diz um homem de cabelo branco, grande bigode, olhos pretos, vestindo um paletó, uma calça e um par de sapatos todos pretos.

Os empregados se assustam e voltam aos afazeres.

"Ah, é apenas você, Nakaitokura." - Diz o homem. "Finalmente abandonou sua ideia idiota de viajar o mundo e decidiu cuidar do que realmente importa: nosso negócio de família ?"

"Viajar o mundo não é uma coisa idiota !" - Diz Kaito. "E eu não tô nem aí pra aquelas minas velhas !"

"Bobagem !" - Diz o homem, bravo. "Todos sabem que a coisa mais importante nesse mundo é o dinheiro ! E nada dá mais dinheiro do que nossas minas !"

"O Kaito tá certo !" - Diz Cirius. "Viajar o mundo é legal, pai do Kaito !"

"É senhor Altair, para você. E quem acha que é para falar nesse tom comigo ?" - Pergunta Altair.

"É disso que eu tava falando, Cirius." - Diz Kaito. "Entra em uma orelha e sai pela outra."

"Que seja." - Diz Altair. "Se ainda não criou juízo, não merece estar aqui." - Ele vai embora.

Kaito solta um suspiro. "Odeio esse lugar."

"Agora eu entendo o motivo de você não gostar da sua casa…" - Diz Èris.

"Tch. Quanto mais tempo eu passo aqui, mais me dá vontade de sair." - Diz Kaito. "Vamos logo ao que interessa."

O grupo vai embora. Eles caminham até chegarem em uma escada.

"É lá em baixo que a gente tem que ir." - Diz Kaito. "É o porão da casa."

"Que lugar escuro…" - Diz Èris.

"Relaxa." - Diz Kaito, pondo uma pedra em sua luva. Uma luz é criada. "Vamos."

Uma empregada aparece e impede o grupo, antes que eles entrassem na escuridão.

"Não faça isso, senhor Hexallem !" - Diz a empregada.

"Qual o problema ?" - Pergunta Kaito. "É só um porão."

"É que, desde que o senhor saiu daqui, o porão tem sido assombrado por um fantasma !" - Diz a empregada.

"Fantasma ?" - Pergunta Cirius.

"Um fantasma vem roubando a comida da nossa dispensa." - Diz a empregada. "Ele vem todas as semanas."

"Um fantasma, huh…" - Diz Kaito, pensativo. "Relaxa. Minha amiga aqui é de uma família de paladinos. Ela veio aqui pra eliminar esse fantasma."

"Eu vim ?" - Pergunta Èris, confusa. "A-Ah, é ! Eu vim !"

"Oh, era isso ?" - Pergunta a empregada. "Então perdoe minha intromissão." - Ela se curva e vai embora.

"Ufa ! Vamos." - Diz Kaito.

O grupo entra na escuridão. Andando um pouco, eles se deparam com uma bifurcação.

"E-Eh !? Por que tem uma coisa dessas aqui ?" - Pergunta Cirius.

"Depois eu explico." - Diz Kaito. Ele vai para uma parede e põe uma pedra nela. Um buraco aparece. "Ta-da~" - Kaito entra no buraco.

Èris e Cirius se olham, dão de ombros e seguem Kaito. Algum tempo de caminhada depois. Eles continuam em um local escuro.

"Vai demorar muito ?" - Pergunta Cirius.

"Na verdade, a gente já chegou faz um tempinho." - Diz Kaito.

"Tá fazendo a gente andar à toa ?!" - Pergunta Èris, brava.

Kaito dá de ombros.

"Eu vou matar você !" - Diz Èris.

Èris tenta se aproximar de Kaito, mas ela e Cirius são jogados no chão.

"Ugh ! O que é isso !?" - Pergunta Èris.

"Que cheiro ruim !" - Diz Cirius.

Kaito solta um suspiro. "Tá tudo bem, eles são amigos."

Èris e Cirius são levantados. Kaito põe a luz mais perto deles. Há um macaco com quatro braços no meio dos dois.

"Hein !?" - Diz Cirius.

"Q-Que coisa é essa !?" - Pergunta Èris, assustada.

O macaco pula no ombro de Kaito e começa a rir dos dois.

Kaito faz carinho na cabeça do macaco. "Também é bom te ver de novo, amigo."

"E-Ei ! Que coisa é essa !?" - Pergunta Cirius, assustado.

"Relaxa aí. Ele é inofensivo." - Diz Kaito. "O nome dele é Yonzaru. Esse carinha aqui é o guardião do labirinto."

"Isso é um labirinto ?" - Pergunta Èris. "Por que tem um labirinto aqui ?"

"É uma looonga história." - Diz Kaito.

De repente, a voz doce e gentil de uma garota ecoa pelo local. "Tem alguém aí ?"

Uma garota de longos cabelos cinzas, olhos brancos, vestindo um vestido branco sujo e rasgado e descalça começa a se aproximar deles. Yonzaru pula no ombro dessa garota.

"Ah, Yonzaru. Que susto você me deu." - Diz a garota.

"Eh !?" - Diz Cirius.

A garota se assusta. "T-Tem alguém aí !? Se tiver, tudo bem, eu não vou te machucar !"

"Você... não vê a gente ?" - Pergunta Èris.

"Não, me desculpe. Eu sou sou cega." - Diz a garota.

"Por que tem uma menina cega aqui, Kaito-" - Diz Cirius, sendo interrompido por Kaito, que tampa a boca dele com sua mão.

"Kaito ?" - Pergunta a garota. Ela se anima. "Se vocês estão aqui, devem ser amigos do Kaito ! Vocês são, não são ?"

Èris olha para Kaito, que faz um sinal para ela ficar quieta. "É... Pode-se dizer que somos."

"Ele está bem ? Tem comido direito ? Não está arranjando muita confusão, não é ? Ele veio com vocês ?" - Pergunta a garota.

"Ele… não veio." - Diz Èris.

"Tem mais alguém com você ? Jurei ter ouvido a voz de um garoto." - Diz a garota.

"Meu amigo, Cirius, veio junto. Meu nome é Èris." - Diz Èris.

"Yo." - Diz Cirius.

"Olá. Meu nome é Iris." - Diz a garota. "Vocês poderiam me acompanhar, por favor ?"

Ela vai embora. Os outros a seguem. Kaito e Cirius começam a cochichar.

"Ei, cara ! Que droga é essa ?!" - Pergunta Cirius, bravo.

"Relaxa, cara. Só não fala meu nome, beleza ?" - Diz Kaito.

Cirius solta um suspiro. "Tá. Mas é melhor você explicar, hein !"

"Como vocês conheceram o Kaito ?" - Pergunta Iris.

Èris permanece em silêncio, encarando o ar.

"Èris ?" - Diz Iris.

"Eh ?" - Diz Èris, saindo de um transe. "Desculpa, eu a acho que não ouvi sua pergunta."

"Eu conheci ele quando os dois me ajudaram a sair de uma caverna chata." - Diz Cirius.

"Entendo…" - Diz Iris. "Kaito sempre ajudou as pessoas, até quando não faz sentido."

"Como assim ?" - Pergunta Cirius.

"Quando era criança, eu enxergava perfeitamente, até que acabei desenvolvendo uma doença chamada Maldição da Lua." - Diz Iris. "Ela tem esse nome porque deixa o cabelo de quem a desenvolve da cor da lua."

"Como foi que desenvolveu isso ?" - Pergunta Èris. "S-Se não tiver problema perguntar, é claro !"

"Tudo bem, eu não me importo." - Diz Iris, sorrindo. "Não existe uma coisa certa que se faz para ter a Maldição da Lua. Ela só aparece em uma pessoa."

"Isso aí tem cura ?" - Pergunta Cirius.

"É por isso que disse que Kaito ajuda mais do que o necessário..." - Diz Iris, cabisbaixa. "Ele saiu em uma missão, há muito tempo atrás. Uma missão para achar uma cura para a minha doença. Mesmo sabendo que ela não tinha cura, ele decidiu procurar. Prometeu que só voltaria para casa quando tivesse achado a cura. Eu não falo com ele desde então..."

"Não precisa chorar, ok ? Você parece ser uma garota bem forte, e definitivamente é, se é amiga do Kaito !" - Diz Èris.

"Não se preocupe, eu não vou chorar." - Diz Iris. "Isso é impossível."

"Essa é nova." - Diz Cirius.

"Não consegue chorar ?" - Pergunta Èris.

Iris nega com sua cabeça. "É impossível. Há um tempo atrás, fui sequestrada por um grupo de pessoas ruins. Eu comecei a resistir tanto, que eles me torturaram, deixando meus olhos abertos perto de uma luz forte. É por isso que sou cega, o que já ia acontecer, por causa da minha doença. Mas isso também me fez incapaz de chorar."

Èris e Cirius ficam chocados ao ouvirem isso.

"Eu… Eu não sabia…" - Diz Èris, triste.

"Foi mal aí..." - Diz Cirius, também triste.

"A-Ah ! Eu fiz vocês ficarem triste, não é ? Desculpa ! Desculpa mesmo ! Não devia ficar contando essas histórias ruins para vocês !" - Diz Iris, receosa.

"Não, não, não ! Tá tudo bem, Iris !" - Diz Èris.

"É ! A gente é que não devia ficar perguntando essas coisas !" - Diz Cirius.

Yonzaru pula de cima do ombro de Iris.

"Chegamos." - Diz Iris.

O grupo chega em outro buraco.

"O que é aqui ?" - Pergunta Cirius.

"Kaito construiu uma rota de fuga, para as garotas que são sequestradas pelos homens." - Diz Iris. "Ele fez esse labirinto para confundir qualquer um que decida entrar aqui. Eu sou a guardiã do labirinto. Sirvo para guiar as garotas para a única saída verdadeira."

"Whoa ! Você é a guardiã de um labirinto ? Que legal ! Você é muito legal !" - Diz Cirius, animado.

"V-Você me acha legal !?" - Pergunta Iris, envergonhada. "Eu não acho, mas obrigada. Ehehehe."

"Com certeza." - Diz Èris, sorrindo. "Eu não sei se teria coragem."

"Obrigada." - Diz Iris. "Vocês vieram aqui para descer lá, não é ? Esse lugar só serve como passagem para sair de lá, e, como vocês já estavam fora, acho que vieram para entrar, certo ?"

Kaito concorda com sua cabeça.

"É isso aí." - Diz Cirius.

"Não sei que assuntos têm à tratar lá em baixo, mas tomem cuidado." - Diz Iris.

"Por quê ?" - Pergunta Èris.

"Em baixo de Artemis, existe outra cidade, Simetra. Ela é governada por homens que sequestram garotas bonitas para vendê-las como escravas, em leilões ilegais." - Diz Iris. "A maioria das pessoas que frequentam esse leilões são os ricos de Artemis, procurando uma escrava sexual."

"I-Isso é horrível !" - Diz Èris. "Como podem existir pessoas horríveis assim ?"

"…Minha irmã está lá em baixo..." - Cirius sussurra para si mesmo. "Eu não vou deixar ela lá." - Ele entra no buraco, correndo.

"Cirius !" - Diz Èris, surpresa.

"Vocês dois ficam aí !" - Grita Cirius. "Eu vou resgatar a Mira !"


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