Entre Lobos e Monstros escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa é a sequência da trilogia "Os irmãos Lahote". O primeiro livro, Entre Fogo e Gelo, já está completo em meu perfil. O segundo conta a história do imprinting entre Embry Call e Erin Landfish. Para quem não leu Entre Fogo e Gelo, a história narra o início de um romance entre o lobo Paul Lahote e uma vampira Cullen, a doce e generosa Wendy. Em EFG, Erin tem uma breve passagem em um dos capítulos, em que Paul rejeita a garota ao ser abordado por ela na praia. A situação é constrangedora, pois o Lahote tem Wendy ao seu lado, que apesar de nessa fase da história ainda não estarem juntos, começam a cultivar sentimentos um pelo outro. Erin foi utilizada rapidamente para criar uma certa tensão entre o casal e provocar rivalidade entre as garotas. Rivalidade esta que não foi explorada em EFG, visto que Wendy não a vê como uma adversária, mas que vai ser bastante desenvolvida em ELM. Então sim, pessoal! Paul e Wendy vão aparecer bastante na história. Não como personagens principais, mas com certeza como os personagens secundários mais importantes.

Resolvi estender a história para não dois, mas QUATRO livros!
Livro 1: Entre Fogo e Gelo - Paul Lahote
Livro 2: Entre Lobos e Monstros - Embry Call
Livro 3: Entre Uivos e Suspiros - Seth Clearwater
Livro 4 (spin-off): Entre Orgulho e Paixão - Leah Clearwater
Então recomendo que leiam o primeiro (se não tiverem lido), pois ainda que dê para entender a história, vão perder milhares de referências.
Já tenho a data para o início da postagem. DIA 27 DE FEVEREIRO DE 2021, iniciarei Entre Lobos e Monstros.
Para aqueles que me acompanham desde o início, é um imenso prazer tê-los de volta, amo vocês demais! Aos novatos, desejo que aproveitem a trilogia (e o spin-off) tanto quanto aproveitei ao longo da escrita, vocês também já ganharam um pedacinho do meu coração.

SEJAM BEM-VINDOS! (Deixo aqui o prólogo para dar um gostinho da história a vocês. Nos vemos dia 27 DE FEVEIRO DE 2021).



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Prólogo

por N.C Earnshaw

 

A RISADA DE ERIN CESSOU assim que seus olhos se encontraram com a figura de Paul andando pela praia. Seu coração acelerou com a imagem dele depois de tantos dias longe. O porte alto e cheio de músculos, o sorriso largo e as mãos… As mãos grandes do Lahote eram sua parte preferida no corpo dele. Aquelas mãos tocando sua pele, apertando sua carne e a fazendo gemer de prazer. Sentia falta do calor incomum e do sexo. 

Paul e ela apenas transaram uma única vez, no entanto, foi a melhor foda da sua vida. Diferente dos outros caras com quem ela tinha ficado, o garoto se preocupava com a sua parceira, fazendo-a gozar não uma, mas três vezes em apenas uma madrugada. 

Após aquela noite, nenhum dos seus outros ficantes conseguiram deixá-la tão entregue quanto ele, e vendo-o ali, a poucos metros de distância de si, fazia seu estômago doer e suspeitar que sim, estava apaixonada por Paul Lahote. 

— Uau, Erin! Parece que o Paul já trocou de brinquedinho — debochou Jane, sua melhor amiga das noitadas. Ela era uma garota baixinha e a única dos seus amigos que vivia em La Push; o restante morava em Forks e era o que os quileutes denominam “caras pálidas”. Seu rosto inocente enganava a todos, por isso, Erin era vista pelos outros habitantes da reserva como má influência. Entretanto, o que eles não sabiam, era que Jane era a mente maquiavélica por trás de todas as suas saídas. — Achei que estivessem saindo.

Erin franziu o cenho, sem entender, e semicerrou os olhos tentando enxergar melhor com a distância. Ao lado de Paul, agindo com intimidade, encontrava-se uma garota que a Landfish nunca tinha visto pelas bandas de La Push. 

— E estamos — afirmou Erin, sem dar abertura para os outros tirarem mais sarro. 

Ela fechou os punhos com força ao sentir o olhar zombeteiro de Jane sobre si. A Miller agia como uma vadia sempre que o nome Paul entrava na conversa. Nos primeiros encontros com o Lahote, Erin levava Jane como “apoio moral”, e a garota acabou gostando de Paul mais que o devido. Diferente dos outros caras que a quileute cedia para sua amiga quando ela se interessava, a Landfish foi bem dura. Não iria compartilhar dessa vez. Sendo assim, ver ele com outra após semanas ignorando Erin, era uma vitória para a Miller. 

— Ela é gostosa. — Os olhares do grupo se voltaram para Michael com expressões diferentes de surpresa. Alyssa, instintivamente, agarrou o braço de Alex e o puxou para mais perto, tentando cobrir a visão do namorado para a ficante nova de Paul. 

— Cala a boca, Michael! — grunhiu Alyssa ao ver a expressão desconcertada de Erin. 

A quileute lançou um sorrisinho agradecido para a loira, e voltou-se para o casal andando pela praia. Alyssa era uma amiga antiga de Erin, mas elas haviam perdido a intimidade quando ela iniciou seu namoro com Alex. Eles eram grudentos e os programas da Landfish incluíam muita bebida e pegação, afastando-as cada vez mais, mesmo que ainda continuassem a andar juntas como grupo em algumas ocasiões. 

— O que acham que devo fazer? — Erin levou o dedão até a boca e roeu um pouco do esmalte vermelho de suas unhas. — Dou as costas e finjo que não vi, ou vou até lá tomar satisfações como uma louca? 

— Acho melhor fingir que não viu — sugeriu Alex com o semblante inebriado. 

A namorada dele o deu um tapinha no braço. 

— Ele está chapado — lembrou Alyssa. — Não dê muito crédito. Além disso, Alex não entende nada sobre relacionamentos. 

Alex Carter bufou, desacreditado, e deu outro trago no cigarro de maconha em suas mãos. 

— Você merece uma explicação — intrometeu-se Jane. Ela sorriu maliciosa em seguida. — Além disso, quero saber quem é a garota. 

Erin revirou os olhos e sentiu a dúvida a corroer. Nunca tinha exigido explicações de ninguém. Achava que aquilo era somente para pessoas que estavam em um relacionamento sério; longe do que Paul e ela tinham. No entanto, algo a impulsionou e, quando percebeu, já estava andando em direção ao casal. 

— Ei, Paul — gritou Erin, forçando para que sua voz soasse firme. Ela observou o momento em que eles se viraram em sincronia com enjoo. A garoto ao lado de Paul era perfeita, admitiu à contragosto. 

A pele pálida sem marcas de espinha ou manchas era o desejo de milhares de adolescentes, os olhos eram de uma cor exótica e pareciam dois potes de mel a encarando, diferente dos olhos de Erin, que eram castanhos e sem graça. O corpo era magro e esbelto, como as mulheres que a Landfish apenas havia visto em revistas. E os cabelos foram o que mais chamaram sua atenção. Eram tão escuros quanto os seus, mas com cachos grossos, que formavam uma auréola ao redor do seu rosto. Erin teve que se controlar para não tocar seus próprios fios com desdém. Eram lisos demais e, mesmo usando o babyliss, não ficavam tão bonitos quanto os da outra, que ela apostava serem naturais.

Erin se sentiu arrasada. Era uma injustiça competir com aquela deusa.

Ela parou em frente aos dois tentando controlar sua respiração. Pela expressão de Paul, o surgimento de Erin não pareceu alegrá-lo. Entretanto, a quileute fez o máximo para não demonstrar que tinha sido afetada. 

— Oi! — cumprimentou Erin, usando toda a confiança que restava em seu ser. Ela evitou olhar para a garota, focando-se apenas em Paul. Se analisasse mais uma vez o quão linda e sem defeitos ela era, perderia completamente a confiança e passaria vergonha. Seus amigos não a deixariam escapar e iriam perturbá-la pela eternidade, pois não existia no mundo uma pessoa, homem ou mulher, que Erin Landfish deixasse ser intimidada. — Faz tempo que eu não te vejo. 

— É, eu estive ocupado. — O desdém de Paul quase a fez se encolher. E ela, tendo dispensado milhares de caras que havia perdido o interesse, sabia que o Lahote estava desejando que ela desse o fora dali e parasse de importuná-lo. 

A semelhança entre Paul e Erin era o que havia conquistado a quileute, e ela teve que segurar o sorriso que queria escapar dos seus lábios.

Sentindo o olhar da outra garota sobre si, e querendo empatar a próxima foda de Paul, ela esticou o braço e afagou um dos bíceps fortes dele, lembrando de quando aqueles braços a seguraram e a apertaram contra seu corpo. Erin deu um passo a frente, tentando arrancar uma reação do Lahote. Ela se inclinou para mostrar o seu decote, visto que quando tinham saído, era a parte do seu corpo que Paul tinha elogiado mais.  

— Depois daquela noite achei que você ia me ligar — pressionou, fazendo sua voz sexy. 

Ele limpou a garganta, desconcertado, e Erin controlou suas expressões quando Paul olhou a “deusa” de esguelha. 

“Então ele se importa com o que ela acha”, pensou a Landfish. 

Erin admirou o semblante neutro da outra. Se, de fato, eles estivessem juntos, era muito controle da parte dela ignorar outra mulher dando em cima do seu homem. No entanto, mesmo se fosse verdade, Paul devia explicações para ela, pois ainda estavam ficando não muito tempo atrás. Além disso, a “cara pálida” merecia saber no que estava se metendo e ter consciência que Paul era um tremendo galinha. 

— Estive ocupado com umas coisas — desconversou ele dando um passo para trás. A esquiva dele somente a incentivou. 

Erin fez um biquinho; que ela sabia ser sensual porque tinha treinado aquela droga por horas na frente do espelho e sempre funcionava com os homens. Inclusive, antes, havia funcionado com Paul. 

— Ocupado até mesmo para mim? — fez charme. Homens, mesmo não interessados no momento, nunca desejavam decepcionar uma mulher bonita e confiante.

A garota ao lado de Paul bufou, e Erin quase sorriu ao perceber que finalmente havia arrancado uma reação dela.

— Erin, podemos conversar sobre isso em outra hora? — perguntou Paul, desconfortável. — No momento estou ocupado. 

Ser dispensada com tanta frieza acendeu uma fagulha de raiva dentro dela. Até aquele instante tinha levado a situação na esportiva, mas mal Paul sabia que estava brincando com fogo a evitando. 

Ela se virou para a companhia do Lahote com suspeita. Jane a mataria se não descobrisse ao menos o nome dela. 

— Quem é essa? 

Paul hesitou por alguns segundos. 

— Sou Wendy — apresentou-se a garota secamente, arrancando um olhar surpreso do quileute. 

Erin pensou que, se não estivessem interessadas no mesmo cara, até que gostaria de ser amiga dela. Naquele curto espaço de tempo, percebeu que Wendy não levava desaforo para casa. 

— Te conheço de algum lugar? — checou a Landfish, mascarando a curiosidade com desdém. Tinha certeza que nunca havia encontrada aquela Wendy antes. Uma beleza daquele tipo não passava despercebida. 

“Ela deve ser nova”, cogitou. 

— Acho que não — respondeu Wendy, dando de ombros. Erin sacou que ela estava tentando conter a raiva mostrando uma faceta relaxada por fora. Tinha ganhado sua animosidade. 

— Queridinha, você pode se afastar um pouco para conversarmos a sós? — ordenou Erin, buscando fazê-la perder a cabeça. — Você só está atrapalhando. 

Paul arregalou os olhos, surpreso com sua audácia, e Wendy cerrou os lábios numa expressão dura.

Erin aguardou com ansiedade sua resposta. 

— Claro — concordou ela, para a decepção da quileute, forçando um sorriso. — Vou voltar para juntos dos outros. 

A Landfish agarrou o braço de Paul quando viu ele fazendo menção de seguir Wendy. E juntos, assistiram à garota andar rapidamente para longe. 

Erin voltou seu olhar para o Lahote, e o que avistou na expressão dele fez seu coração doer. Os olhos do quileute brilhavam em angústia pelo afastamento da outra. O desespero era nítido e Erin pôde enxergar, com um soco no estômago, o amor que Paul sentia por Wendy. 

Ela afastou sua mão do braço dele como se sua pele desse um choque. A realização de que Wendy não era apenas mais um caso na lista de Paul a tirou do eixo. Com o tesão, Erin podia competir, mas com amor…

— Me trocou por aquela garota? — perguntou ela, sentindo seu estômago embrulhar. A Landfish não conseguiu conter seu semblante enojado. Paul gostava de outra. Paul gostava de outra quando Erin tinha acabado de descobrir que estava apaixonada por ele. 

Paul grunhiu e se afastou. 

— Não é da sua conta. 

“Como não é da minha conta?”, pensou ela. Como não era da sua conta quando Paul era o único garoto que fez o seu coração bater mais forte, suas pernas tremerem e ela sentir vontade de jogar a vida de festas de lado e engatar um relacionamento sério? 

— É da minha conta sim! — sibilou ela, fuzilando-o com os olhos. — Passei semanas esperando por você! Liguei várias vezes e você não atendeu nenhuma das minhas ligações. Até fui à casa do Jared para saber o que tinha acontecido com você e ele me disse que você estava doente e não podia receber visitas. Agora aparece do nada com essa garota estranha e vem me dizer que não é da minha conta? Vai se ferrar, seu imbecil!

Paul riu cruelmente e passou a mão no rosto para se acalmar. A Landfish sentiu suas pernas fraquejarem com a risada cheia de desdém. Ela não significava absolutamente nada para ele. 

— Olha aqui, Erin, eu te avisei que não queria nada sério e você até mesmo falou que pensava do mesmo jeito que eu, que só queria transar sem compromisso, por isso que te chamei para sair, então não vem agora encher meu saco pedindo satisfações, tá legal?

Os olhos dela se encheram de lágrimas raivosas e Erin cerrou os punhos. As verdades jogadas na sua cara, queimavam como se ele estivesse jogando sal em uma ferida aberta. 

A quileute já havia passado pela mesma situação, diversas vezes, mas era ela a pessoa que humilhava, não ao contrário. O carma era uma vadia nojenta. 

— Você é um cretino mentiroso! — gritou ela enraivecida erguendo a mão para dar um tapa nele. 

Sua própria reação de raiva a chocou. Estava agindo feito uma doida e não conseguia se controlar. Encontrava-se magoada, irritada e se sentindo a mulher mais ridícula do mundo. 

Paul segurou a mão dela antes que atingisse seu rosto e a conteve num aperto firme. A mão de Erin doeu pela força que ele a segurava, e ela teve que controlar as lágrimas que queriam escorrer pelo seu rosto. 

— Nunca mais se atreva a levantar a mão pra mim, entendeu? — ameaçou ele, soltando a mão dela. A Landfish suspirou de alívio. — Nós nunca tivemos nada. Nós nunca vamos ter nada. Nós só saímos, transamos e ponto. Sinto muito se você esperou ligações e foi atrás de mim, mas eu disse a você que não queria nada sério com ninguém! Além disso, se algum dia eu for ter um relacionamento, não vai ser com você!

— É aquela vadia, não é? — “Cala a boca, Erin. Cala a droga dessa boca!”, xingou-se mentalmente, enxugando as lágrimas que teimaram em cair. 

Paul rosnou alto e a garota se afastou, temerosa. O som inumano fez todos os pelos dela se erguerem e ela se controlou para não correr dali. Sabia que Paul tinha um temperamento terrível, mas ela nunca tinha dado motivos para ele descontar sua raiva nela. 

— Erin, nunca vai rolar entre nós dois — explicou ele com a voz mais calma. — É melhor você seguir em frente. 

Ela assistiu Paul dar as costas e correr atrás de Wendy, e Erin aceitou que havia perdido antes mesmo de ter qualquer chance para virar o jogo. 

Era uma droga estar apaixonada por alguém que nunca a consideraria mais que uma foda fácil. 

— Lembrei de onde conheço aquela garota — disse Michael aproximando-se juntos com os outros amigos. Erin limpou o restante das lágrimas e colocou sua melhor expressão de desinteresse. — Ela é uma Cullen!


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Notas finais do capítulo

Relembrando! A data de postagem do primeiro capítulo, é dia 27 de fevereiro de 2021.