Hello escrita por vicky_riba, APB


Capítulo 2
Capítulo 2 - hora de conversar...


Notas iniciais do capítulo

conversamos la em baixoooooooo



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Capitulo 2 – A conversa

Totalmente sem vontade, fui até ao armário para pegar os pratos.

- Mãe, quantas pessoas vão vir aqui hoje?

- Eu não tenho certeza, mas arruma a mesa para nove pessoas - ela parou de falar por um momento e depois murmurou – seu pai nunca me avisa quando ele pretende trazer visitas, e quando traz nunca me avisa quantas são...

Maravilha! Eu moro com um bando de loucos! Como se já não bastasse uma só!

Continuei pensando com os meus botões e não percebi que o telefone estava tocando.

- Carol, você pode atender, por favor? – minha mãe berrou da cozinha.

Pausei a musica, tirei os fones e fui atender o telefone.

- Olá, você ligou para a residência dos Sollinari. Com quem você deseja falar? – atendi o telefone com uma voz muito falsa. Qualquer um que prestasse atenção perceberia isso.

- Olá eu sou o Dr. Keller e eu gostaria de falar com a Srta Carolinn Sollinari.

- Sou eu. – Por que um médico quer falar comigo?

- Olá Carolinn. Eu sou o Dr. Carllo. Será que podemos conversar por alguns minutos?

- Depende. Sobre...?  - só o que me faltava. Deve ter sido alguma fofoca...

- Uma mulher chamada Ermelinda me ligou e pediu que eu conversasse com você. Você a conhece?

- Sim. Ela é a minha tia.

- Carol, com quem você está falando?

- Só um pouco doutor…  Minha mãe está me chamando. – afastei o telefone pra falar com ela. – É uma pessoa que quer falar comigo. É sobre a tia Linda… Vou lá pro meu quarto.

Subi correndo as escadas cuidando para não cair. Assim que cheguei no quarto, entrei e fechei a porta.

- Desculpa a demora, mas é que ta uma correria anormal aqui.

- Claro sem problemas. Mas eu não estou atrapalhando?

- É claro que não! Mas o que o senhor estava falando antes dessa interrupção?

- Ah sim... Essa mulher é paciente da minha esposa, Lillian Keller, conhece?

Perai! Lillian Keller? Ela é psico- sei- lá- o- que! Então eu estou falando com um médico de loucos!?

- Si… sim. O senhor é médico de loucos?

Ele riu.

- Eu não sou médico de loucos. Eu ajudo pessoas como você.

Acho que eu entendi mal…

- Como assim pessoas como eu?

- Eu posso te propor algo?

- Eu… eu… eu tenho que desligar. Minha mãe está me chamando… eu tenho que ir.

- Carolinn, não desligue por favor. Vamos conversar por um instante, ok?

- É sério! Eu tenho que ir.

- Carolinn, eu sei que você está com medo, mas por favor! Deixe-me te ajudar!

- Eu estou bem! – nessa hora eu já estava gritando. – Eu não preciso de ajuda!

- Carolinn, me ouça por um momento. É rápido. Eu prometo!

- Eu tenho que ir. Daqui a pouco meu pai chega. É sério! Eu tenho um monte de coisas pra fazer antes que meu pai chegue!

- Carol, me escute! O que sua tia me contou me deixou muito preocupado! Eu sei o que você faz consigo mesma!

- Como assim?

- Eu aposto que seu braço está cheio de marcas e cicatrizes...

- Como... como você sabe disso?

- Posso te propor algo?

- ...

- Seu pai me convidou para jantar em sua casa. Ele quer conversar com Lillian e com Pablo sobre uns negócios, enquanto eles estiverem conversando, que tal se nós dois conversássemos sobre o que esta acontecendo com você?

- Tudo bem.

- Então até daqui a pouco, Carolinn.

- Me chame apenas de Carol.

- Só se você me chamar de Carllo.

- Então ta. Até daqui a pouco Carllo.

- Até Carol.

Assim que eu desliguei o telefone, me deitei em minha cama e fiquei olhando para o teto.

Como alguém pode saber sobre algo tão... Particular? Ninguém sabia do que eu faço, apenas tia Ermelinda suspeitou do que poderia ser, mas nunca mencionou o fato. Mas será... ?

Toc toc toc...

A porta foi aberta e alguém começou a falar.

- Posso entrar?

- Já entrou... - eu disse enquanto me sentava na cama.

- Como você está, Lina? - tia Emer me perguntou enquanto se sentava ao meu lado.

- Como você acha?

- Pelo visto ele ligou aqui... E é por isso que você está chorando? - eu tava chorando e eu não percebi? Chorando?!

 Por um momento, eu me senti... feliz. Feliz por conseguir chorar, feliz por ter evitado aquele no. Mas a realidade veio abrindo espaço nesse momento, me mostrando que eu ainda estava lá e que eu tinha problemas sérios a resolver.

Ergui minha cabeça e limpei as lágrimas que abencoadamente escorriam por minha face, e olhei dolorosamente para tia Linda.

- Por que você falou pra ele? Por quê? Você não tinha o direito! Você não podia fazer isso comigo. Eu achava que podia confiar em você, confiar que você não contaria pra ninguém... mas na primeira oportunidade você vai e conta pra um estranho. Justo hoje que vem gente aqui, você tinha que se intrometer... – fui falando tudo o que vinha na minha mente ate que ela me interrompeu.

- Carol, me escuta! Eu fiz isso porque sou sua tia e estou preocupada com você. Eu fiz o que eu achava que era certo. Eu te conheço o suficiente para saber que se fosse esperar que ate que você decidisse pedir ajuda, esse dia nunca chegaria, Carol! Pare de brigar comigo e veja aonde você chegou! Carol, você chegou ao ponto de começar a se machucar… você pensa que e isso que as pessoas que estão no estado normal fariam?

- Eu não machuco nem nunca machucaria a ninguém!! Eu só faço algo que me mantém longe de perder a cabeça e por em pratica tudo o que eu penso nos momentos de raiva. Não seria nada bonito chegar aqui um dia e encontrar minha família inteira morta, seria? Ou então me encontrar encolhida num canto enquanto meus pais esperam a ambulância que vai me levar pro hospício?

- Carol, você sabe que existem outras formas de canalizar a raiva e o ódio!

- MAS SERA QUE VOCES NÃO ENTENDEM QUE EU JÁ ME ACOSTUMEI A FAZER ISSO? QUE EU ME VICIEI  NISSO, QUE EU PRECISO DISSO PRA VIVER? – eu gritei não conseguindo controlar o impulso de gritar que eu estava sentindo. – Será que você não percebe que já e tarde pra tentar me ajudar? – falei me abraçando pelos joelhos.

Por tanto tempo eu desejei chorar e quando eu menos quero, elas não param de cair!

Tia Erm me abraçou talvez comovida pela quantidade de lagrimas que caiam sem parar, e tentou me consolar.

- Lina eu… queria ter percebido antes e… - eu a interrompi saindo do abraço que ela inutilmente me dava.

- Eu não quero que você fique se lamentando, muito menos que tente me ajudar. Eu estou bem e não preciso da ajuda de ninguém! – eu não quero nenhum estranho se intrometendo na minha vida.

- Então o que você quer que eu faça?

- Nada. Apenas finja que esta tudo bem, que você nunca viu nada de estranho comigo e que convença ao doutor Keller de você se enganou.

- Eu não posso fazer isso.

- Então não faça nada e fique longe de mim! Eu não quero ter que ficar perto de você nunca mais. E me faz um favor? SAI DO MEU QUARTO!

- Não faça isso, por favor! Você é a minha única sobrinha, por favor! Eu não quero te ver triste…

- Sai, por favor!

Ela tentou falar mais alguma coisa, mas desistiu e saiu. Assim que ela saiu, comecei a me sentir a pior pessoa do mundo.

Me deitei na cama e fiquei olhando pro teto enquanto alguns flashes de alguns minutos atrás inundavam minha mente.

FLASHBACK ON...

- Carol, me escuta! Eu fiz isso porque sou sua tia e estou preocupada com você. Eu fiz o que eu achava que era certo. Eu te conheço o suficiente para saber que se fosse esperar que ate que você decidisse pedir ajuda, esse dia nunca chegaria Carol! Pare de brigar comigo e veja aonde você chegou! Carol, você chegou ao ponto de começar a se machucar… você pensa que e isso que as pessoas que estão no estado normal fariam?

FLASHBACK OFF.

EU FIZ O QUE EU ACHAVA QUE ERA CERTO. Essa frase ficou “piscando” na minha mente.

Eu não suporto quando se metem na minha vida, mas por que eu to me sentindo tão mal?

Me virei e encarei o meu armário.

Esta na hora! Eu não posso mais esperar, já to ficando sem tempo!  Tem que ser agora!

 Me levantei e fui pegar a chave que abriria a minha única esperança. Assim que abri o armário, ouvi a campainha tocar.

- Carooliiiinn, desce aqui! – mais gritos! Bufei de raiva e tentei me acalmar pra responder.

- To indo.

Tranquei o armário e fui ver o que era. Pensei que talvez eu estivesse com problemas, mas eu não esperava ver uma pessoa toda descabelada, com vários cortes nos braços, no tórax, na boca e supercílio.

- Ang, o que aconteceu? – não pude conter a pergunta que saiu da minha boca.

- Eu precisava muito conversar com alguém e pensei que talvez você pudesse… - seu rosto estava inchado, seus olhos vermelhos e a maquiagem escura borrada. Tudo indicava que ela estava chorando há algum tempo.

- Eu… É claro que podemos conversar.

- Meninas, eu tenho que ir ao mercado. E Ângela, se você quiser pode ficar pra jantar conosco…

- Obrigada, tia Re.

- Caca, to indo. Se eles chegarem antes, faça sala.

- Mãe, você pode trazer algumas coisas pra curativos?

- Mas não tem ainda? – oops...

- Faz tempo que você comprou. Os que tinham da ultima vez já acabaram.

- Ta certo. Bom, to indo e já volto.

No que minha mãe saiu, Ângela me abraçou e recomeçou a chorar compulsivamente.

- Ang, vamos entrar e daí você me conta o que aconteceu. – ela apenas confirmou com a cabeça e se dirigiu ao sofá. – Eu vou ali na cozinha preparar um chá pra você. Eu já volto ok?

- Tudo bem… - Ang se abraçou pelas pernas e ficou se balançando pra frente e pra trás… parecia uma criança.

Na cozinha, peguei o chá e coloquei numa xícara preta junto com a água quente.

O que será que aconteceu pra ela ficar nesse estado?

Quando voltei pra sala, Ang continuava na mesma posição que ela estava quando eu sai.

- Ang, beba… É camomila, vai te acalmar um pouco. – eu depositei a xícara na mesinha de centro e me joguei num puff que tinha no meio da sala.

- Obrigada. – Ang começou a bebericar o chá e eu percebi que sua mão estava tremendo muito.

Ficamos alguns minutos em silencio enquanto ela se acalmava um pouco.

- Ang, se você quiser… você pode tomar um banho… Eu te empresto umas roupas, e quando você tiver preparada, podemos conversar.

- Minha aparência esta tão ruim assim? – ela forçou um sorriso.

- Esta assustadora... – brinquei.

- Então eu aceito. – nos levantamos e subimos a escada em silencio. Ângela parecia querer falar alguma coisa, mas desistia.

Agora a pergunta que não quer calar: O QUE OU QUEM FEZ ISSO COM ELA?

Chegamos em meu quarto e enquanto ela se dirigia pro banheiro, e ia ate o armário.

- Ang, tem uma toalha limpa no armário do lado da pia. Se quiser, pode usar a banheira; se precisar do xampu, ele esta na muretinha ao lado da banheira.

- Obrigada Linn. Saiba que o que você esta fazendo por mim não tem preço. Eu vou me lembrar disso por muito tempo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

e ai???continuo ou paro??????????????????????????????????


obs.: desculpem a demora, mas ta ai...