Meu nome é Nirvana escrita por belle_epoque


Capítulo 7
Vamos ao que realmente importa: Hoje


Notas iniciais do capítulo

Enfim as "introduções" acabaram ahuahuhauahu
Obrigada à Radiante como o Sol pelos comentários ♥

Bisou ♥
Belle.Époque



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O FIM DA INTRODUÇÃO

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As pessoas na minha cidade não gostam muito de mim. Isso é um fato.

Claro que tenho uma boa amiga e não é todo mundo que me acha uma garota bizarra e que faz sacrifícios de animais domésticos (sério, você tem que ver a cara que a dona da loja de Petshop faz toda vez que me demoro de mais vendo os gatinhos na vitrine). Mas a questão é: Guto é apenas a ponta do iceberg, um reflexo da sociedade em que estou vivendo desde que me mudei para cá.

Uma ponta arrogante e insuportável, se você quer saber.

Hoje minha mãe me levou ao salão de beleza para um novo corte de cabelo. Em geral, eu costumava cortar o meu cabelo sozinha em casa (para o completo horror dela) porque eu sei que na minha cidade não há ninguém especializado em “cortes de cabelos alternativo”. Muito menos que incentive isso. A cabeleira do salão, por exemplo, levou meia hora para tentar me convencer a não fazer o corte que eu pedi.

Mesmo que minha mãe estivesse pagando.

— Tem certeza que você quer isso? — ela perguntou, com uma careta, enquanto dava zoom na tela do meu celular. — Quer dizer... é uma franjinha tão curta! Aqui no salão, costumamos dizer que essa é a “franja retardada” porque deixa as garotas com cara de retardadas...

Eu olhei para a minha mãe pelo espelho.

Desde que eu havia problematizado a palavra “retardada” semana passada, me chocava a facilidade com que ela saia da boca das pessoas. Você basicamente está dizendo que uma pessoa parece ter um “atraso mental” com base no corte de cabelo que ela usa, sério mesmo? O que seria uma “cara de retardada”?

— Está vendo o como é toda torta? Esse tipo de garota não faz isso em salão, faz na própria casa, e tudo errado... — ela soltou um suspiro do tipo “essas jovens de hoje em dia, viu” e então deu uma olhadela para a minha mãe, como se lhe suplicasse: não a deixe fazer isso! Qual o seu problema mulher?

Regra Número um da Cidade dos Perfeitos e Conservadores: os pais tem que ter autoridade. E, quando não têm, acontece da filha parecer a própria noiva do Drácula, como era o caso daquela tal de Nirvana Trindade. Eca!

— Nivi está determinada, Cíntia — minha mãe respondeu, com um sorriso de “é, eu sei que minha filha é uma aberração”. — Só faça o corte, está bem. Ou ela mesma vai fazer sozinha em casa..., não pense que ela não tentou.

A cabelereira deu um sorriso que era mais desgosto que outra coisa.

Por fim, deu de ombros e disse:

— Tudo bem, mas qualquer coisa ela não fez aqui. Fechado?

Sério, é assim que você trata os seus clientes?

Foi naquele momento em que eu decidi que nunca mais pisaria naquele salão. Quando se é uma gótica que mora numa cidade como a minha, você não tinha outra escolha a não ser adepta do “faça você mesmo”. Cortar o meu próprio cabelo em casa? Moleza! Me dê um tutorial no YouTube e está feito. Não tem meia calça rasgada na sua cidade do jeito que você quer? Me dê uma tesoura e mais um tutorial rápido no YouTube.

Há dois anos eu havia comprado um coturno num pequeno brechó e o decorado com spikes e caveiras que eu mesma desenhei e colei. Hoje em dia não o tiro dos pés por nada nesse mundo e foi muito curtido nas redes sociais.

Minha satisfação com o corte, foi substituída pela raiva daquele lugar.

— Você está linda, Nivi — minha mãe falou, porque era o que toda mãe falava.

A cabeleireira deu um sorriso tenso, como se não concordasse.

— Eu sei — eu disse, confiante, jogando as mechas pretas para trás.

— Você está parecendo uma retardada! — Axel disse, vindo até nós.

Ele fora colocado de castigo numa cadeira de espera enquanto eu terminava de cortar meus cabelos. Era uma imagem irritante, o meu irmão. Seus cabelos estavam baixos e curtos, como um perfeito almofadinha. Daquele tipo de corte que não dá nem para bagunçar e passar a mão pelos fios de cabelo.

— No dia em que eu me importar com a moda intergaláctica eu te pergunto o que você acha, menino alien — eu retruquei, mostrando língua para ele.

— Quantos anos você tem, Nirvana? Cinco? — minha mãe perguntou com um suspiro, estendendo o cartão de crédito para a mulher, Cíntia.

— Idade o suficiente para escolher meu corte de cabelo — me gabei.

E ela riu.

Minha mãe podia dizer o que quisesse, mas eu era a sua predileta. Sabe como é, poder feminino e essas coisas. Talvez eu a fizesse lembrar de si mesma, ou talvez mamãe gostasse de pessoas fora do padrão. Uma pequena lembrança de sua própria juventude.

— Falando em idade, o que você vai querer fazer no seu aniversário esse fim de semana? — ela me perguntou. — Não é todo dia que uma garota faz dezesseis. Eu queria que você tivesse uma festa grande, porque, afinal, você não debutou. Mas você conhece o seu pai...

“Para que vou pagar uma festa? Para os ouros comerem?” — eu o imitei.

Até meu irmão riu, porque eu sou muito boa em imitá-lo.

— Provavelmente vou chamar a Cib e vamos ver uns filmes — eu respondi para a minha mãe, sem interesse. — Não faço questão de festa, você sabe.

— Claro, porque você não tem amigos! — Axel riu de mim.

— Axel! — mamãe brigou, num tom autoritário atípico.

— É verdade. Ela não tem nem um namorado! — ele continuou. — Porque você é estranha! Todo mundo diz isso... os garotos dizem que você tem gosto de cemitério.

Outch.

Pelo visto Guto havia espalhado até para as crianças seu apelido para mim.

Eu não tinha outras amigas além de Cibele porque parecia que as pessoas não queriam ser minhas amigas. Além do mais, a maioria das pessoas do meu ano são amigas de Gus, e Gus é meu inimigo número 1, logo, eu sou inimiga dessas pessoas.

Quanto a namorar, eu não estava me preocupando com isso no momento.

Já havia um tempo que eu havia decidido que namorar não era tudo na minha vida. Não era minha prioridade e eu certamente não estava desesperada por algo assim. Se eu já havia me imaginado namorando alguém? Se eu já tive meus crushs? Obviamente. A começar por Silas. Ele era bonito, legal e mais velho. Qualquer garota teria sonhos românticos com ele (salvo as lésbicas). Principalmente depois de compartilharmos aquela noite – e meu deus, eu sei, soou muito errado, mas eu juro que não teve nada além do que foi escrito aqui.

Mas era como eu disse, namoro não era tudo na vida.

Aqueles filmes melosos e adolescentes (que Cibele me fazia ver com ela) é que fazem parecer que tudo tem que ter namoro e amor no meio, mas a verdade é que uma pessoa pode muito bem passar o ginasial e o ensino médio sem namorar, certo?

— Me admira que você esteja interessada na minha vida amorosa, Axel, já que você não consegue nem falar com uma garota — eu retruquei maldosamente, para encerrar com chave de ouro aquela discussão.

Regra número 1 de irmã mais velha: sempre dê a última palavra, ou eles vão achar que têm razão até sobre o que eles podem ter razão.

— Axel! Não vou falar de novo! — mamãe brigou, mais uma vez. Dessa vez, com raiva — Isso não foi nada gentil! Vá esperar a gente no carro!

— Olha o que ela me disse! — ele protestou.

— Quem fala o que quer, escuta o que não quer! Para o carro!

Ele bateu o pé, como qualquer outra criança birrenta, e foi para fora do salão de beleza. A cabeleireira fez aquela cara de quem está doida para dar a opinião, mas tem amor ao próprio salário. Enquanto fiquei fazendo a maior cara de “não me importo com porra nenhuma do que esse merda fala. Ele próprio não era o maior exemplo de garoto popular na própria turma do fundamental, onde é mais fácil”.

Vamos ser sinceros, as coisas são fáceis para o meu irmão mais novo.

O garoto ainda não está no ensino médio. Não teve que lidar com um bully imbecil como Augusto Macciani. Ele nasceu naquela cidade. Se encaixou nela perfeitamente com seus cabelos curtos e roupinhas engomadas. As pessoas olhavam para ele como se fosse um anjinho e eu como um demônio. Uma aberração.

Ninguém gosta de mim naquela cidade. Nem o meu irmão.

Talvez mamãe tenha percebido que eu realmente fiquei magoada com ele. Isso era algo que mães fazem, sabe? Ou pelo menos o que a minha faz. Mesmo eu sendo esquisita, com gosto peculiares para filmes e roupas, ela nunca ficava pegando no meu pé a respeito disso. Pelo contrário, sempre fazia questão de deixar claro que me apoiava.

— Isso é a sua cara — ela disse, apontando para um caderno numa vitrine.

Nossa cidade não possuía shopping centers e nem nada evoluído desse jeito. Sendo assim, as lojas ficavam todas numa galeria chamada de Galeria das Buganvílias, que era um complexo bonitinho de tijolos vermelhos com todo o tipo de serviço e comércio que você pode imaginar. Combinava com aquele lugar: arrumadinho e perfeito.

Olhei para ela e encarei o pequeno caderno com o desenho de uma garota com maquiagem de caveira mexicana na capa. Não vou mentir, realmente era a minha cara, mas eu lhe disse:

— Um diário?

Eu nunca havia tido um antes.

Talvez isso justifique a minha total falta de noção de como começar a escrever.

— Você é uma garota muito criativa — ela explicou. — Um caderno de anotações ou um diário te ajudaria a organizar suas ideias, Nivi. Vou comprar para você.

Minha mãe nem perguntou se eu queria.

Esse era o seu jeito de me consolar. Porque ela sabia que eu não me dava bem com pessoas falando coisas do tipo: “vai ficar tudo bem”, “seu irmão é um idiota”, “não dê ouvidos à ele” ... tipo, dã! É óbvio que vai ficar tudo bem e que meu irmão é um idiota.

Quem é você? A Mãe Diná?

E foi assim que eu fui parar com um diário.

E tendo que resumir 16 anos de existência em páginas pequenas e amareladas.

Eu me perguntei por muito tempo como começaria a escrever. Senti que, seja lá quem fosse ler isso no futuro (talvez eu mesma) precisava ter um panorama de toda a situação. Minha vida não começou a partir do momento em que mamãe comprou um diário para mim. Começou muito antes disso. Com um casal apaixonado e Nirvana.

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VAMOS AO QUE INTERESSA: O HOJE

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Hoje eu escapei de uma visita à sala do diretor.

O que é bom porque eu sei que a desculpa “não fui eu, foi o Augusto” não colaria com ele. Sabe como é, homem sempre defende outro homem e “qualquer coisa, tenho certeza que é culpa dessa garota esquisita e de maquiagem pesada que usa coturnos ao invés de tênis na escola”. Ele havia desistido de brigar comigo depois que lhe dei uma pequena palestra sobre “criatividade” e a importância de deixar os jovens “expressarem suas individualidades” e o como isso era saudável para as pessoas como sociedade.

— Odeio quando você se faz de esperta, Nirvana — ele disse, cansado.

— Odeia porque eu sou esperta — eu retruquei, convencida.

Se havia algo que adultos odiavam, eram jovens que os fizessem se sentir antiquados e ultrapassados... por mais que na maioria das vezes, eles fossem isso.

Bem, de qualquer forma não foi por minha roupa que eu quase fui para a diretoria de novo. Tudo começou quando eu estava vivendo a minha vida. Era horário de almoço. Cibele e eu estávamos sentadas no anfiteatro à céu aberto da escola. Comendo pizzas geladas que eles serviam na lanchonete (meu tipo de pizza preferido) quando vi Guto se aproximando pelo chão concretado.

Ah, pronto. Né?

Preciso deixar registrado para o meu eu-do-futuro que, com o passar dos anos, seu rosto de rato parecia ir melhorando, mas sua personalidade continuava podre. Ele também havia ganhado um pouco de músculo porque era esportista. Estava no clube de basquete... como um certo conhecido que me encontrei numa casa abandonada.

— Meu deus, Nirvana! O que aconteceu com o seu cabelo? Brigou com a tesoura? — ele me provocou, fazendo sua namorada rir.

Sim, até ele tinha uma namorada.

Eu preferia enxergá-la como era de verdade: uma plateia que obedecia à placa de “risos” e “aplausos”; às vezes eu a comparava a um cachorrinho adestrado. Algo fofo como um Yorkshire e tão irritante quanto. Quer dizer, você já os ouviu latindo? Eu já. Nossa vizinha do lado tem um que vive fugindo e indo para o nosso quintal.

Já o amigo dele, revirou os olhos.

É. Nem os amigos de Guto o suportavam.

Dele eu gostava. Parecia ser um garoto sensato, e eu sabia que ele era inteligente. Do tipo que era raro: inteligente e atlético. Ele participava tanto do clube de basquete quanto do clube de ciências. Os dois (Guto e Renato) haviam sido a revelação do meu ano, o que foi um saco porque apenas inflou ainda mais o ego de Augusto Macciani.

— Não lembro de eu precisar te dar explicações a respeito do meu cabelo, Augusto — eu respondi com sarcasmo. — Agora, dá para vazar? Você está acabando com o meu apetite com sua presença nojenta.

Ele deu uma risada sarcástica.

— Pensei que bruxas gostassem de comer ratos e baratas — ele respondeu.

— Hum, não, preferimos deixar isso para animais como você — retruquei.

Ele levou uma mão ao peito, fingindo estar ofendido.

— Poxa, Nirvana, você me magoa falando assim. E eu ainda vim aqui em missão de paz — disse, fingindo tristeza com o meu desprezo.

Eu revirei os olhos, começando a perder a paciência com aquele joguinho.

— O que você quer, Guto? — Cibele perguntou, sua voz delicada soando nervosa.

Existia dois tipos de pessoas no mundo: Nirvana e Cibele. O tipo Nirvana prefere ser como uma faca Tramontina (“Corte rápido”) e grosseira; o tipo Cibele infelizmente é o tipo de pessoa que dá voz para gente maluca, provavelmente porque acha que se você ouvir o que alguém tem para dizer, é um jeito de se livrar dele. Sinceramente, se algum dia você passar por essa situação, nunca seja o tipo Cibele.

Augusto sorriu, como se ela houvesse mordido a sua isca.

— Ouvi dizer que esse fim de semana é o aniversário de alguém — ele comentou, seus olhos se voltando em minha direção.

Eu revirei os olhos, enojada.

— Você sabe demais da minha vida para alguém que me odeia — eu resmunguei, terminando o meu refrigerante. — O que foi? Anotou no seu calendário em caneta vermelha e pequenos corações?

Barbie, como eu chamo a namorada dele, cerrou os punhos como se quisesse me esbofetear.

Adolescentes eram tão patéticos. Ainda bem que eu nunca fui assim.

— Bem, eu não sei como bruxas perdedoras comemoram o aniversário, mas eu não recebi o meu convite e estou muito desapontado — ele disse. — Pensei que tivesse um lugar especial na sua lista de convidados...

— É, você tem. Mas é em outro tipo de lista. Sabe a lista de pessoas que eu preferiria enfiar agulha nos meus olhos a ter que convidar para uma festa. O seu é o único nome nela, parabéns — eu retruquei com um sorriso sarcástico. Então peguei minha lata de refrigerante vazia e coloquei na mão dele, dizendo: — Como ganhador, vou lhe dar essa latinha de Coca-Cola cheia com a vontade que eu tenho de olhar para essa sua cara nojenta todos os dias.

Eu o deixei em choque.

Talvez a metáfora por detrás daquilo tenha sido demais para o seu cérebro de amendoim. Mas não me importei com isso, naquele momento. Puxei Cibele pelo braço e nos levantamos da arquibancada, a fim de irmos embora dali. Enquanto descíamos, nós duas, ele atirou a latinha na minha cabeça.

Fui tomada por uma raiva enorme e insana.

— Você é uma vaca, Nirvana! Uma vaca! — ele gritou para mim.

Cibele segurou o meu braço, como se quisesse me impedir de cometer um assassinato. Mas eu já estava me virando lentamente para ele, com sangue nos olhos. Tinha completa ciência de que todo mundo ao redor está observando a cena: o anfiteatro era um ponto badalado para o almoço. Mais do que a lanchonete que tinha um cheiro enjoativo de gordura no ar.

Sempre que Guto e eu nos encontrávamos, era como um Show.

Sério, não entendo o problema desse garoto comigo.

Tudo bem, eu entendia que ele me odiava. Eu entendia que ele não gostava de pessoas que eram de fora da cidade, mas nada justificava alguém ser tão baixo, cretino e nojento. Alguém ter prazer em vir provocar quem está apenas curtindo seu momento de paz comendo pizza fria e tomando refrigerante.

— Como é que é? — perguntei, lentamente.

— Você é uma vaca — ele respondeu destemido.

Tenho certeza que muita coragem já deve ter levado alguém para o necrotério.

Eu recolhi minha latinha de refrigerante vazia do chão e voltei até ele. Cibele ficou onde estávamos, como se tivesse medo de participar do que quer que fosse acontecer daquele momento em diante. Garota esperta. Pude ver nos olhos dele o quanto ele queria recuar e sair correndo, mas era um garoto orgulhoso.

Apesar dos músculos tensos, ele ficou parado no lugar.

— Eu vou dar uma festa na casa do lago dos meus pais esse fim de semana! — ele gritou para que todo mundo ali ouvisse. Então se virou para mim e disse: — Mas você, você não está convidada.

Ele falou como se eu quisesse ser convidada. O que eu não queria.

Ele falou como se eu precisasse do seu convite para fazer o que eu quiser.

Ir onde eu quiser.

Garoto burro.

— Guto, meus parabéns — eu disse, cruzando os braços atrás do meu corpo. — Hoje eu confesso que você se superou.... Eu nunca vi os lixos da escola sentirem tanta inveja do que está saindo da sua boca.... Vai ganhar o segundo prêmio do dia. Veja só, dois prêmios de uma vez só!

Ele franziu o cenho para mim, como se não entendesse, então peguei a latinha de refrigerante e enfiei na boca dele.

Não, eu não enfiei completamente na boca dele (isso é impossível, né?), mas eu enfiei só uma parte e saí correndo com Cibele. Acho que toda escola foi capaz de ouvir o grito de raiva que ele deu, algo como: “NIRVANAAAAAAAA”, mas tudo o que me importava naquele momento eram as risadas que as pessoas deram por toda aquela cena.

Quando chegamos na porta do prédio da escola, para irmos à sala de aula, eu me virei para ele e cantei:

Here we are now! Entretain us!

Regra número 1 de como escapar de algo que te faria ser suspensa: vá para o lado oposto de onde o crime ocorreu. No instante em que o professor de história entrou na sala de aula, 15 minutos antes da sua aula, ele olhou para mim e Cibele, sentadas em nossas carteiras e fazendo cara de inocência.

— Você enfiou uma latinha na boca de Augusto Macciani? — perguntou.

— Eu? Não — eu disse, sonsamente. — Estava aqui com Cibele o tempo todo.

Ele me olhou como se não acreditasse.

— Nirvana...

— É isso o que você vai dizer ao diretor — eu deixei claro.

— Me consiga mais alguns biscoitinhos sem açúcar que sua mãe faz — ele respondeu. — Eu digo que você estava comigo.

— Fechado.

Ele assentiu com a cabeça e deixou seu material sobre a mesa.

Era por isso que eu sou a melhor impostora no AmongUs.

 


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