Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 37
All The Things She Said


Notas iniciais do capítulo

Definitivamente a minha música favorita da t.A.T.u.
Velha história, "quando eu vi a letra no MultiShow sabia que estaria na fic". Hehe. Eu me planejo, é.
Sugiro que leiam ouvindo ATTSS. A letra inteira tem super a ver e blablabla, e foi difícil pegar um trecho só [a]
Enfim, por enquanto, just enjoy (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/79627/chapter/37

Eu estou numa séria encrenca, Eu me sinto totalmente perdida

Se estou pedindo ajuda, é apenas porque

Estar com você abriu meus olhos

Eu poderia acreditar em uma surpresa tão perfeita?

Eu continuo me perguntando, imaginando como

Eu continuo fechando meus olhos mas não consigo tirar você da minha cabeça

Quero voar para um lugar onde haja somente você e eu

E ninguém mais, para que possamos ser livres

All The Things She Said - t.A.T.u.

*-*-*-*-*

 

     E eu fiquei ali parado, imóvel, sem saber o que fazer.

     Então começou a tocar Durch den Monsun lá em cima e quinze segundos depois o Tom chegou esbaforido dizendo:

     - Bill! Onde é que você tava?, você tem que subir agora. Olha o que tá tocando, e não fui eu, nem o Gustav, nem o Georg que pediu pro cara lá colocar! Cadê a Maria, eu aposto que foi ela. ‘Bora, vamos subir.

     - O único lugar para onde eu vou subir agora é o sexto andar. Eu tenho umas coisas pra resolver e tem que ser já.

     - Mas e quanto a...

     - Dane-se! – falei já indo longe.

     Peguei o primeiro elevador que veio – o de serviço, mas isso não é hora para luxo. Saltei no sexto andar e caminhei até o apartamento 62.

     - Mari – chamei batendo na porta. – Maria abre aqui.

     Sem resposta.

     - Maria! Abre essa porta, por favor. – continuei batendo, mais ansioso. – Mari, meu amor, eu sei que você tá aí... Abre...

     Novamente sem resposta. Girei a maçaneta e descobri que a porta estava aberta. Entrei. E a vi deitada no sofá, chorando copiosamente.

     - Mari, o que... O que houve?

Ela não respondeu. Ajoelhei-me perto dela e perguntei novamente:

     - Por que você tá assim? O que eu fiz?

     Ela simplesmente apertou uma almofada. Sentei-me na ponta do sofá e me curvei para beijá-la, mas ela levantou e deitou a cabeça do outro lado do encosto do sofá antes que eu fizesse alguma coisa.

     - Não me obrigue a fazer isso, Bill. Por favor...

     - Isso o quê?! Eu não tô entendendo mais nada! O quê que tá acontecendo aqui?!

     - O quê que tá acontecendo?... Eu também queria saber.

     - Me conta, vai... Por favor. Como acha que eu estou agora?

     - Vai mesmo me fazer fazer isso?

     - Acho que vou. Eu quero saber o que está havendo.

     - Bill, por que você...? Se eu te disse pra...? – pausa. – Hem?

     - Acho que porque eu não tenho a capacidade paranormal de mandar nos meus sentimentos. Você queria que eu fizesse um mantra dizendo “não caia pela Maria... caia por qualquer uma, menos pela Maria... Ammmmm...”, hein? Desculpa, não consigo.

     - Tem quanto tempo?

     - Um ano e meio. Eu me dei conta... em meados de fevereiro do ano passado.

     - E o que você fez durante todo esse tempo?

     - Não soube se negava ou se admitia. Não tive coragem de te contar. Você sempre disse que nós somos só amigos, e...

     - Essa era a desculpa que eu usava pra me convencer de que eu não podia me apaixonar por você! Prometi isso pra mim mesma antes de chegar aqui!...

     - Espera um pouco... Quê que ‘cê disse aí?

     - Prometi a mim mesma, antes de chegar aqui, que não ia me apaixonar por você.

     - Não tô entendendo.

     - Foi você quem pediu para eu fazer isso. Agora escuta. Eu conhecia você, o Tom, Georg e Gustav antes de vir pra Alemanha. Pela banda. Não a Devilish. Nem a Black Question Mark. Pelo Tokio Hotel.

     Abri a boca pra perguntar que história era aquela, mas não tive tempo pra dizer nada.

     - Não diga nada! – ela disse. – Me espere terminar. Eu não só não sou da Alemanha como também não sou desse tempo. Eu vim pra cá graças a uma máquina do tempo que a Maria Eurídice de 2020 levou pra Maria de 2009 alterar o passado como dizia a História realizando uma quimera retardada da adolescência. Eu, a Maria de 2009, vim pra cá fazer isso; eu queria saber como era a vida de vocês antes do Tokio Hotel alcançar fama mundial; eu vim pra cá com o intuito de apenas observar, de não me aproximar, de não alterar os fatos, porque isso pode congelar o futuro existente; mas eu fiz tudo errado, eu interferi nos fatos, eu alterei a História e sabe-se lá o que vai estar acontecendo com o mundo quando eu voltar à minha realidade amanhã de manhã!

     - Mas... mas isso... é...

     - Incrível, impossível, extraordinário, chame do que quiser.

     - Você não pode estar falando sério.

     - Você jura mesmo que acha que eu tô chorando desse jeito porque decidi esvaziar o estoque de lágrimas? Você acha mesmo que eu tô com cara de quem tá tirando uma contigo?

     - Mas o que você acabou de me falar é no mínimo inacreditável!

     - Mas é a verdade. Pergunte ao Tom se quiser, ele sabe. Eu o fiz prometer que não contaria nada pra você. E antes que você fale de novo, eu nunca falei tão sério na minha vida.

     - Verdade ou não, isso não vai me descer tão fácil. Em primeiro lugar, que história é essa de...

     - Bill, por favor, não ralha comigo. Isso já tá sendo difícil sem precisar que você me odeie. Olha... se você chegar a acreditar ainda hoje, eu só preciso que você saiba compreender uma coisa... Eu vivi aqui na Alemanha como clandestina dimensional durante esses dois anos e a minha existência aqui é uma mentira. Mas tudo, tudo o que eu vivi, passei e senti aqui com vocês foi verdadeiro. É verdade que eu não tava brincando quando te avisei pra não se apaixonar por mim. É verdade que eu não devia ter feito nada do que eu fiz aqui... E mais importante do que tudo, é verdade que eu acabei me apaixonando por você. Neste momento, aqui, as duas únicas certezas que eu tenho são de que em questão de horas eu vou sumir no ar e você nunca mais vai me ver na vida... e de que eu te amo.

     Uma parte de mim queria acreditar. A razão me dizia: “você não vai acreditar nisso. Não tem sentido, é impossível, é insano!”, mas a outra parte queria acreditar e eu fiquei sem ação.

     - Eu não sei o que pensar. – falei. – As duas únicas certezas que eu tenho neste momento são de que eu te amo e de que eu não sei o que pensar.

     - Se você quiser deixar pra acreditar amanhã de manhã, quando eu voltar a não existir aqui, vai dar no mesmo. A diferença é que vai ser tarde demais pra você dizer que queria ter acreditado.

     Fiquei um instante em silêncio pra organizar as idéias.

     - Você tá certa. A razão tá me dizendo que é uma insanidade acreditar nisso; mas o coração, que é um puto dum idiota por só ter me deixado te dizer isso agora, tá me gritando que eu vou ser mais imbecil do que ele se jogar fora o que eu guardei na gaveta esse tempo todo agora que eu consegui tirar. Isso que você acaba de me contar é extraordinário demais pra eu poder crer de primeira, mas eu prefiro não arriscar. E mesmo que até amanhã  de manhã eu não consiga... Apenas quero que você nunca duvide do amor que eu sinto por você, ok?

     Ela sorriu.

     - Eu não devia existir longe de você, Bill.

     Enxuguei suas lágrimas e sussurrei:

     - Foda-se o dia seguinte. Temos o agora. E penso eu que ainda podemos nos amar pelo tempo que temos. São poucas horas, pelo que você diz, mas temos muitos minutos e cada segundo podendo amar você vale todo o tempo em que eu só sonhei. Me deixe amar você, Maria Eurídice... Nem que seja só como uma criança...

     Puxei-a para perto e ensaiei dar-lhe um beijo. Ela cedeu e eu avancei. Vire-a para o outro lado e deitei-a no sofá. Continuei beijando-a. Era incrível a urgência que nós dois tínhamos de sucumbir ao gostinho da reciprocidade dos nossos próprios sentimentos; nem que fosse como crianças, nem que só por um segundo.

     A única coisa que me importa NESTE segundo é essa vontade desvairada de apenas amá-la enquanto der tempo.

     - Eu... – ela sussurrou ofegando – eu te amo... Bill Kaulitz... como jamais amei outra pessoa.

     Ao ouvi-la dizer isso, tranqüilizei o facho. Envolvi seu corpo com meus braços e ficamos os dois imóveis deitados no sofá.

     Depois de alguns minutos, alguém bateu na porta e ouvimos a voz do meu irmão perguntando do outro lado:

     - Maria? ‘Cê tá aí? Sabe onde tá o Bill?

     Nós dois levantamos do sofá rapidamente.

     - Estamos aqui, Tom. – ela disse enquanto calçava o sapato. – Tá aberto, pode entrar.

     Tom entrou no apartamento e indagou:

     - O que vocês dois... estavam fazendo aqui... sozinhos, escondidos e quietos?

     - Acertando algumas contas – respondi.

     Ele não entendeu.

     - Pode descer do muro, Tom – disse ela. – Bill me contou tudo e... eu também.

     - Ufa, até que enfim. Vocês dois são uns idiotas. Mas espera... vocês não se mataram?

     - E por que nos mataríamos, animal? – perguntei.

     - Porque você – apontou pra mim – tava cheio de não-me-toques com essa história e você – apontou pra Mari – tava toda morrendo de medo do que ele ia pensar.

     - Hm. Tá. Mas estamos vivos, não estamos? E o que você veio fazer aqui?

     - Te procurar. A mãe tá doida atrás de você.

     - O que ela quer?

     - E você pergunta? Você foge da sua própria festa de aniversário e ainda pergunta por que estão atrás de você?

     - Ok, vam’bora. Vem, amor?

     - Aham.

     - Espera, espera, Bill, “amor”? Eu escutei direito? Vocês...? – Tom começou a dar chilique.

     Ergui a minha mão que estava entrelaçada com a da Mari.

     - Se o que temos são algumas horas – falei -, é por algumas horas que ficaremos juntos.

     - Então tá, né. Agora vamos voltar antes que a mãe morra do coração.

     Quando chegamos de volta ao salão, mamãe veio direto ralhar comigo:

     - Bill Kaulitz, onde é que você estava? Como some assim da sua própria festa? Tá todo mundo atrás de você!

     - Desculpa, mãe. É que eu e a Mari, a gente tinha que conversar, e fomos pra um lugar mais calmo.

     Ela notou que estávamos de mãos dadas.

     - Estamos juntos. Até a hora em que a Mari for embora.

     - Graças a Deus. Fico feliz pelos dois... mas triste porque isso não pode durar. Este meu filho te ama tem um ano e meio, Maria. Viva esta noite com ele ao máximo. Eu queria ter sido sua sogra por mais tempo, porque você vale ouro, menina.

     Mari sorriu.

     - Mãe... pega leve, a gente não tá casando.

     - Ah! Tem razão. Me desculpe, eu me empolguei. Ah, Bill, Ina quer falar com você.

     - Ok, er... Vou procurá-la. Vem, Mari?

     - Aham.

     Mamãe se afastou um pouco.

     - Mari... A Ina, que a minha mãe falou... É minha ex-namorada.

     - Ina Wunder? Eu sei. Eu a conheço.

     - Conhece? De onde?

     - De uma certa ocasião. Mas isso não vem ao caso. E também conheço Jacqueline Feuer.

     - Nossa... Ah, olhe elas ali.

     Andamos onde as garotas estavam. Ina logo me viu.

     - Billzinho... Então você está de aniversário... Parabéns!

     - É, pois é. Ina... você ouviu? Um pouco depois do Parabéns, tocou Durch den Monsun... Primeiro single da minha banda. E em uma semana será lançado o CD.

     - Eu vi... Mordo a minha língua, Bill. Sua banda saiu da garagem. A Maria tinha razão. Aliás, como vai, Mari?

     - Bem. – Mari disse sorrindo.

     - Algo entre vocês dois ou por que estão de mãos dadas? – Jacqueline perguntou.

     - Algo entre nós. – respondi. – Mari e eu estamos namorando. Por muito pouco tempo, porque ela vai embora amanhã, mas de qualquer forma...

     - Mas Maria – Ina falou -, você já não tinha namorado com o Tom por um tempo?

     - Hãm... na verdade a gente só ficou umas duas vezes, e não foi nada muito sério. É uma outra história, e eu gosto mesmo é do Bill. – Mari respondeu.

     - Entendemos... – disse Jacqueline. – Então beija.

     - Beija! – Ina deu corda.

     - Gente, por favor... – disse Mari ficando vermelha.

     Peguei-a pelo queixo e trouxe seu rosto para perto de mim, dando-lhe um beijo, que ela correspondeu suavemente. As garotas aplaudiram.

     - Maria, você é a pessoa mais sortuda do mundo. – disse Ina – Bill, obrigada pela festa, feliz aniversário e boa sorte com a banda. Preciso ir, só estava esperando poder falar com você mesmo.

     Larguei da Mari e dei um abraço em Ina, cumprimentei Jacqueline e depois as duas se foram.

     - Ina e eu continuamos amigos. A gente se gostava, sempre se deu bem, e eu ainda a admiro muito. Viu como ela reagiu quando contei que estamos namorando? Ela é incrível. Qualquer outra garota poderia ter dado um chilique.

     - Tem razão. Ela realmente é muito legal. Mas vem cá... estamos namorando?

     - E por que não estaríamos? Eu te amo, Maria Eurídice.

     - Eu te amo, Bill Kaulitz.

     Nos beijamos de novo no meio do salão.

     - Escuta, Bill... Eu vou pra casa. Vou tentar dormir um pouco.

     - Como você vai fazer?

     - Vou sair de madrugada, deixar uma carta, e ir pra qualquer lugar escondido onde ninguém me veja desaparecer.

     - Então...

     - É adeus.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

6 páginas no word, quem reclamar do tamanho apanha! #Q
Ignorem a provável caca com a epígrafe de novo, o nyah está com problemas pessoais e anda se recusando a me obedecer, é.
Hoje à tarde eu dei um spoiler maroto no twitter, lalala. E foi SPOILER mesmo, dos bons. :B
Quando eu clicar em "Salvar a história" aqui embaixo, vai aparecer que 15 pessoas foram notificadas. Mas review por capítulo, recebo só 7. Eu não mordo, galëre, pode comentar.
Review não mata, nem dá doença: te rende cash e experiência (8)
Até sexta, gemt :*