Naraku, Banjo e Bell se encontravam  sob os portões da Sala da Aurora dos Tempos, uma construção retangular branca feita de metal Seiken, na qual, em seu interior, guerreiros que almejavam grandes feitos treinavam. Os guardiões esperavam, caso houvesse alguma invasão inimiga, que pretendesse interromper as lições de Zarama:

— Está tudo tão quieto por aqui que queria que alguém invadisse só pra poder matar o tempo... - Bell, de corpo magro e estatura baixa, vestia um turbante azul na cabeça, que fazia contraste com seus trajes de batalha - Me pergunto por que não fui incluído nesse "treinamento"...

— Se você lutasse usando a inteligência ao invés da maldade, seria um de nossos melhores guerreiros, Bell. - Banjo, o Namekuseijin que era filho de Piccolo Jr. em outra dimensão, diz, trajando vestes azul marinho, assim como capa branca - Vai ver você tem de se desenvolver por si só. Acredito que é isso o que Zarama-Sama pense... 

— Não que seja muito difícil! - Naraku diz, olhando para o horizonte - Esse tal Domínio dos Deuses, bem, ele tem suas vantagens. Desde que cheguei aqui sinto uma energia diferente. Acredito que em meu próximo combate, recobrarei poderes a muito esquecidos! Não é mesmo, Lord-San? - o monstro assente em seu interior

Na Sala da Aurora dos Tempos projetada por Zarama, Bardock acabara de despertar. Ele se encontrava meio tonto e cambaleante, se colocando de pé, ao encarar o cenário inusitado. Kogeta tentava unir os pedaços da Spiritual Sword através de seu Ki, enquanto Kraad, sob os poderes do Deus Espiritual, tentava abrir buracos dimensionais. Ritsuko tentava uma sincronia forçada com Draugon, num farfalhar de energia azul. Zarama se coloca ao lado de Bardock, perguntando:

— Está pronto, Bardock? Lembre-se que é seu filho quem senta sobre o Trono Celeste... 

— Ao que parece terei de treinar com você, não é? - Bardock via tudo mais claramente agora - Mas a pergunta é, por que eu estou aqui? Como vim parar aqui?

— É difícil dizer, mas, você surtou após a morte de sua esposa, se tornando uma ameaça para nós. Shin foi quem o parou, colocando-o num sono profundo, o qual apresentou resultados satisfatórios, pois vejo que já está com a cabeça no lugar, ao menos. - Zarama conclui - Você está aqui para dominar suas trevas, para assim ascender a luz. Uma luz muito poderosa!

— E que luz seria essa? - Bardock raciocina - Você está falando do Super Saiyajin 3? - Zarama exibe um leve sorriso, guiando Bardock até o centro do salão - Entendi... darei o meu melhor para alcançá-lo! Essa é por você, Gine...

Distante dali, nos Palácios de Bronze de Liquiir, o Android Número 17 confrontava o Hakaishin que representava tais domínios. Portando duas espadas de energia verde, ele desferia o corte, que seguiu em formato de X contra o Deus Raposa. Liquiir disparou tiros através de suas três caudas eriçadas, os quais destruíram o golpe de Número 17 facilmente. Em seguida, ele partira para uma corrida e o confrontara de frente, desferindo um soco envolto em magia de fogo:

— Interessante... - Número 17 vê a cortina de fogo se alastrar através de suas espadas, recuando a invocar um escudo de energia verde, com o qual cessou o vendaval - Parece ter aprimorado suas habilidades, Liquiir-Sama...

— Não necessito de sua admiração, Número 17! Você deu trabalho demais no passado durante a Guerra Cibernética, colocando a vida de meu irmão Katasuke em perigo! - Liquiir o repreende - Não estou aqui em conversa! - de pele alaranjada, orelhas pretas e pontudas, o Deus Raposa vestia uma calça cor de vinho, tendo dois braceletes nos punhos e um no pescoço, em contraste com os adereços de pano típicos de seu cargo

— Eu também fui prejudicado pela vingança de Gero, mais do que você imagina. - Número 17 se lembra de como Gero alterou suas percepções para que matasse seus próprios filhos - Mas por ironia do destino, bem, estou com eles de volta! Ainda mais forte... - ao girar um tridente de energia verde em torno de si, 17 desfere uma colossal rajada de energia verde contra Liquiir, que revida com um cortina de chamas 

O Deus Raposa atravessa as próprias chamas, carregando duas esferas de energia dourada, as quais lança em direções opostas, as guiando rumo a 17, que move o tridente e estilhaça uma delas. A segunda esfera o atinge no ombro, causando um explosão. Liquiir fecha os olhos, em pura calmaria, quando desperta num Ki avermelhado, de olhos dourados. O Instinto Superior viera a tona:

— Acabou... - num movimento, um tiro de energia vermelha seguiu da mão de luvas marrons de Liquiir, o qual se revelou num torrente de tiros de energia, devido a velocidade do Instinto Superior. Número 17 revelou os dois tridentes, agora de olhos esverdeados, envolto em energia, os girando ao seu redor e renegando os tiros de Liquiir - Hum...

— E agora o Sexto Ato do Gladiador! - Número 17 escapa por cima, entre os tridentes a rodar - Um Mero Mortal, o ato em que luto como eu mesmo! Só que de uma maneira muito mais brutal... - uma manto de energia verde eclode rumo aos céus, dissipando as nuvens, ao revelar os céus azuis do Domínio Hakaishin - Curioso, nos Domínio Hakaishin tínhamos cinco luas, mas aqui, bem... não temos nenhuma!

— Hakaishins dormem em qualquer hora, então não necessitamos de noite. Não aqui. - Liquiir carrega energia dourada em sua mão direita, num farfalhar de raios, quando desfere o golpe guiado pelo Instinto, o qual se revela como um pulsar de fogo, como se um vulcão entrasse em erupção 

— Super Photon Strike!! - o losango de energia dispara tiros de seu interior, os quais abrem vãos por entre a cortina de lava, mas Número 17 é obrigado a invocar uma barreira suprema para sair vivo do ataque - Entendo... você não exita em matar, ou é impressão minha? Parece que as coisas aqui no Domínio Hakaishin são um tanto diferentes. - rompendo a barreira, Número 17 arremessa a esfera de energia dourada, a qual é parada por apenas um dedo de Liquiir - Má ideia, Deus Raposa...

Uma explosão catastrófica ocorre, com pedaços das torres mais altas dos Palácios de Bronze se soltando. Liquiir se revela com nove caudas agora, as quais protegeram seu corpo, ao serem guiadas a frente, como um escudo. As caudas retornam a traseira, quando os palácios começam a pegar fogo:

— Meus domínios finalmente vem ao meu chamado. - Liquiir desativa o Instinto Superior - A Raposa de Fogo, o Deus que Caminha nas Montanhas da Danação... - a energia circulava pelo peito de Liquiir, num circulo de milhões de voltas - Ó, Forma Ultra Divina, eu lhe invoco!! - um dispersar de energia ocorre, levantando geisers de fogo dos palácios ao redor, deixando 17 sem saída

— Droga... por essa eu não esperava... - o Android gera uma barreira em torno de todo o seu corpo, tentando não sucumbir ao calor do inferno - O que diabos é isso? - uma raposa gigantesca, quadrúpede, se movia entre os prédios. Tendo nove caudas e trajando uma armadura de fogo azul, ela babava em sua boca entreaberta, de dentes afiados - Então esse é o significado de "Deus Raposa"...

— Um mero mortal jamais fará frente aos verdadeiros poderes de um Deus, Número 17! - a voz de Liquiir agora era monstruosa e um bafo de podre invadia o local ao ele falar - Eu já devorei bilhões de vidas! A sua será só mais uma, esquecível e inútil igual a todas as outras! - ao escancarar a boca, uma esfera de Hakai colossal é carregada

— Merda, preciso ser rápido! - Número 17 desce nas profundezas de sua alma, entrando em conexão com o sétimo ponto - O Sétimo Ato do Gladiador... - a esfera de Hakai vinha em sua direção - Revolução Cibernética! - um losango preto se forma sob sua testa. Sua camisa se torna pó, revelando quatro pontos de energia em seu peito. Seus músculos se moviam de forma mecânica, com seus braços aderindo a tons de preto. - É minha única chance! 

Dos quatro ponto de energia vermelha em seu peito, quatro raios laser de energia são disparados, rodando e partindo a Esfera de Hakai de Liquiir em quatro pedaços. Número 17 dispara, como um foguete, deixando um rastro por onde passou, seguindo pelo vão entre os quatro pedaços de Hakai:

— Final... Delta Shot!! - o tiro de energia verde, disparado do losango em sua testa, segue de forma triangular, rumo ao tronco de Liquiir

— Grwaaaaaaah... - um pulsar de energia cor de fogo se revela, desfazendo o tiro de 17 em partículas - Meu Hakai agora flui através de minhas veias! Todos os meus ataques tem potencial de destruir mundos agora! - as torres em chamas começam a sucumbir

— Não se preocupe, eu ainda não mostrei tudo o que tenho... - Número 17 aponta seus braços escuros para a cara do Deus Raposa - Infinite... Delta Shot!! - uma metralhadora de tiros de energia verde invade o campo de batalha, atingindo até mesmo as torres que ficavam atrás de 17 

— Isso não funcionará comigo... - os olhos da raposa se tornam vermelhos, quando os tiros de energia brecam no ar, por uma potente telecinesia - Recebe seu ataque de volta, 17, agora com o potencial destrutivo de um Deus! - a energia verde se converte em Energia da Destruição - Você já era! Essa é pelo meu irmãozinho!

— E essa é por minha família! - Número 17 crava os dedos sob os pontos vermelhos em seu peito, quando o rasga, num verter de sangue, revelando um centro de energia escura - Delta Destruction!! - um a um, os tiros de Hakai são negados, numa explosão que se alastrou por todos os lados, derrubando as torres que ainda restavam e arremessando o corpo de Liquiir longe 

— O-Onde ele foi parar? - a raposa gigante indagava, olhando para os lados - Não posso sentir sua energia, devido a genética de seu corpo. Será que é assim que os mortais se sentem ao lutar contra nós? Isso é... medo? 

Crash!! O chute de alta potência parte a armadura de fogo azul em pedaços, levando o corpo de Liquiir a se estatelar ao chão. Número 17 corre pelo dorso e agarra sua crina, puxando-o pelo pescoço e o arremessando para outra extremidade, revelando uma força além da compreensão. De peito dilacerado, ele agora foca suas energia em sua testa, carregando o losango negro em energia verde:

— Final... Delta Cannon... - o canhão de energia verde se vai num piscar de olhos, atingindo o corpo de Liquiir em cheio, o qual é tragado pela destruição - Essa luta acabou, Deus Raposa... - Número 17 aterrissa, fraco, regredindo a forma base num estalar de dedos, caindo de costas ao chão

O peito outrora rasgado se revela ileso, assim como maior parte dos ferimentos que recebera ao estar sob os poderes do Sétimo Ato, porém, o contato contínuo com o Hakai lhe causara feridas internas e músculos distendidos. Não longe dali, Liquiir, em sua forma base, se levanta, cambaleante, com sangue escorrer de um buraco no tronco. Ele vê a figura de 17 caída e caminha até ele, quando lembranças de seu irmão vem a sua mente:

"Liquiir-Onii-Sama! Dessa vez vou poder te acompanhar em sua missão?" - Katasuke indaga, mais baixo, porém, muito parecido com seu irmão - "Desde que se tornou um Deus e assumiu seu cargo, bem, não temos muito tempo juntos... eu só queria uma chance de mostrar que me tornei poderoso, assim como o Onii-Sama..."

"Não se preocupe, Katasuke. Chegará o momento em que lutaremos lado a lado..." - Liquiir faz um cafuné na cabeça dele - "Mesmo que isso signifique uma ameaça universal, valerá a pena cada segundo, apenas por poder estar ao seu lado, irmão..."

"Liquiir-Onii-Sama..." - Katasuke fica corado, com lágrimas escorrendo pelo rosto - "A que devo tal honra? Um Deus dar tanta importância assim a um mortal? Por quê?"

"Por que pra mim... família vem em primeiro lugar." - Liquiir estende a mão para Katasuke - "Levante-se, irmão..." - Katasuke estende e mão e é levantado por Liquiir - "Hoje, você mostrará do que é capaz!" - o soco de fogo atinge o estômago de Katasuke, que revida com um gancho direto no rosto de Liquiir, assim os dois se desvencilhando e seguindo numa troca de socos de alta potência 

"Liquiir-Onii-Sama, você está usando quantos por cento de seu poder?" - Katasuke, ofegante, desvia de um soco a atinge um chute direto no peito do irmão, que é arrastado alguns metros 

"Creio que cinco por cento, irmão..." - Liquiir responde, vendo que Katasuke ficara cabisbaixo - "Não se preocupe, algum dia poderá se tornar tão poderoso quanto eu! Não se lembra que no Torneio do Poder houve um mortal que superou os deuses? Bem, o próximo pode ser você!" - e assim, os irmãos seguem com seu confronto, até anos depois estarem lado a lado, em plena Guerra Cibernética 

— Esse tal Sétimo Ato, bem... - Liquiir, no presente, frente ao corpo de Número 17, diz - Ele me lembrou aqueles malditos Androids Protótipos e de como eu lutei ao lado de meu irmão naquele dia. Ele é o único que restou de minha família. - Número 17 não dizia nada, apenas o contemplava, enquanto caído - Eu entendo sua dor. A dor de perder sua família, por isso, não o matarei hoje... - Liquiir da as costas para 17 - Ande logo, sua família está a espera...

— Não mereço a piedade de um Deus... - Número 17 se levanta, mal conseguindo se manter de pé - Eu ainda posso continuar, Deus Raposa. Eu ainda posso vencê-lo!

— E você acha que eu sou idiota? - Liquiir vira o rosto pra trás, furioso - Eu sabia durante toda nossa luta que você não estava utilizando seus poderes máximos! Você possuí um Oitavo Ato! Você teria me vencido se elevasse seus poderes, mas escolheu não o fazer, como um desafio a si mesmo, não é?

— Como sabe de tudo isso? - Número 17 indaga, sem camisa e com escoriações pelo corpo 

— Eu vejo através de sua alma, garoto... - Liquiir envolve seu corpo em chamas - Saiba que você teria me derrotado. É tudo o que precisa saber pra seguir em frente, não é? Agora vá embora antes que eu mude de ideia. Seus filhos estão a sua espera! - Liquiir ia alçar voo, quando 17 o chama

— Espere! Esse irmão de que você tanto fala, ele está aqui? Ele está bem?

— Ele está morto. O Guardião do Paraíso me disse que morreu para proteger aqueles que amava... - Liquiir alça voo - Diferente de mim, ele conseguiu ter uma nova família. Aqueles a quem os mortais chamam de amigos... 

E assim, Liquiir se vai, sumindo em meio as brasas dos Palácios de Bronze. Número 17 suspira e começa a sua caminhada. Seu alvo já estava calculado, dessa vez, mais do que nunca. Ele seguia rumo a teia de Clowd, para abraçar seus filhos...

Milhas atrás, no interior de teia invisível de Clowd, o Mago demonstrara mais uma de suas virtudes mágicas, ao invocar uma tenda especial, na qual Bulma e Yuki poderiam continuar seu projeto de forma mais eficaz. Chi Chi e Tarble também ali se encontravam, no interior da tenda, para auxiliarem como pudessem, enquanto o restante dos guerreiros em espera, assistia os combates no Domínio Hakaishin através do Losango de Cristal de Clowd:

— Papai... - Hiyori, ao ver que Número 17 havia perdido a luta, fica boquiaberta - Ele perdeu? É isso mesmo?

— Na verdade, o próprio Liquiir admitiu que seu pai teria vencido se lutasse com todo seu poder. Mas considerando os termos mortais, bem, seu pai venceu de outra maneira... - Clowd responde, se referindo a escolha final de Número 17

— Ele está vindo para cá. - Sekyo diz - Está vindo para nós... 

— E por que ele viria até nós se pode continuar lutando? - Tenkou, o irmão do meio, indaga - Será que é aquilo do que a mamãe falava? Amor? - Dendê, que estava ali parado ao lado de Piccolo, sorri para Tenkou, assentindo com a cabeça 

Clowd expandira o alcance de seu losango, revelando mais uma projeção. Conforme os combates iam se intensificando, eles se revelavam sob a mente do Mago Eterno, que dessa vez se recusara a realizar apostas para obter poder, pois confiava em seu taco, assim como Ragnar, que ali também se encontrava:

"Ao que parece Goryuu sobreviveu ao final de tudo..." - ele pensava consigo mesmo - "Merus como sempre se metendo onde não é chamado..." - ele faz uma pausa e analisa o próximo combate, que já rolava em tela - "Yamcha... hum, Ragnar me disse que ele conseguiu romper seu controle sob Broly, então deve ser no mínimo interessante, embora aparente ser um tanto impulsivo..." - Yamcha invocara o Sokidan, no interior do Losango de Cristal, pronto para a batalha

Dentro da tenda, sob mesas e bancadas, Bulma e Yuki continuavam a construir sua cartada final, aquilo que ajudaria a todos a chegar até o Grande Arauto. Auxiliados por seus ajudantes, Tarble e Chi Chi, acabavam de terminar o décimo artefato:

— Infinite Charge... - Tarble murmura - A arma mais letal já criada por Zero! Estão dizendo que poderemos peitar os Anjos de igual pra igual se as usarmos? É bom demais pra ser verdade...

— Não só isso, como se tudo der certo com nossa atualização, superá-los! - Yuki responde - No passado, Giblet conseguiu peitar Yamoshi a utilizando, algo que seria impensável ele o fazer sem ela. É uma arma letal, a Infinite Charge...

— Mas ela não possuí nenhum efeito colateral? - Tarble indaga - Giblet era o Saiyajin Apagado, a reencarnação de Yin! Seu corpo suportaria tal carga de poder, mas... será que nós, meros mortais, suportaremos os poderes de um Anjo? 

Naquele momento, Bulma e Yuki ficaram sem reação. Alguém leigo no assunto conseguira chegar a um reciocinio que eles não haviam chegado. Seria todo o trabalho deles inútil? Será a Infinite Charge uma carga pesada demais para os mortais, tendo em vista que o Domínio dos Deuses eleva os poderes das divindades, incluindo os Anjos? 

Enquanto eles eram tomados por essas incertezas, num campo de batalha distante dali, Yamcha encarava a face de Bergamo, atual Hakaishin do Universo 9, seu oponente em batalha. Dois lobos ferozes, almejando ascender ao status de Alpha, prontos para acabar um com o outro!