Os dias foram passando e pelo menos uma vez por semana Hugo se via obrigado a sofismar sobre os motivos de não pintar a prima. Infelizmente Lily fazia o mesmo, sentia-se obrigada a sofismar sobre todos aqueles sentimentos que insistiam em florescer mesmo quando ela deixava de regar.

Os dois aprenderam a viver em uma dança, como quando as folhas brincam na brisa. Como as pinceladas colorem a tela. Movimentos calculados, sincronizados, transformando rotina em evento especial. Fugindo de todos os excessos que existiam.

Lily fazia o coração de Hugo acelerar.

Hugo fazia a boca de Lily secar.

Estavam perdidos.