Indômita escrita por CM Winchester


Capítulo 10
Capitulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794206/chapter/10

Hershel mandou todos me deixarem descansar, Beth me traria comida e quando eu estivesse mais forte alguém me ajudaria a chegar no banheiro. Eu estava empapada de sangue e suor.

As primeiras horas foram de dor, mas Glenn conseguiu remédios. Beth me trouxe uma sopa.

Forcei a sopa para dentro.

— Todos estão agradecidos. Seu plano foi ótimo.

— Nem tanto quanto gostaria. Tinha algumas falhas. Sorte que ninguém morreu.

— Você aguentou firme. - Maggie estava encostada nas grades da porta. - Achamos que você morreria pelo tiro depois pela dor. Foi aterrorizante. - Ela entrou na cela. - Daryl ficou louco. Me xingou varias vezes, mas relevei. Era tudo coisa de momento.

— Por que ele ficou louco? - Sorriu me encarando.

— Você levou um tiro por ele, deve significar algo.

— Não significa nada. - Respondi.

— Sabemos. Já comeu? Vou leva-la ate o banheiro, mas se quiser ajuda no banho eu chamo o Daryl.

— Quando eu melhorar vou atira-la pelas grades. - Ameacei a fazendo gargalhar e Beth rir.

Entreguei o prato para a Beth e Maggie me ajudou a levantar da cama.

— Vou caminhando, minhas pernas estão ótimas.

— Você perdeu muito sangue pode estar fraca.

— Estou bem. - Assim que cheguei no corredor minha visão ficou com uns pontos pretos e senti minhas pernas bambas.

— Teimosa. - Maggie falou.

Antes que eu caísse no chão alguém segurou meu corpo, olhei para cima encontrando os olhos azuis que tanto me fascinava.

— Esta bem?

 

— Claro que não. A teimosa não quer ajuda, Daryl.

— Eu estou bem. Consigo ir ate o banheiro tomar banho sem ter que... - Ele me ergueu nos braços. - O que esta fazendo?

— Te carregando.

— Não preciso disso. Eu consigo caminhar ate lá.

— Você vai cair, se machucar mais, abrir os pontos.

— Bobagem. Foi só uma tonteira. Estou bem. Me coloca no chão, Daryl.

— Não.

— Me coloca no chão!

— Não!

— Me coloca no chão!

— Agora sim. - Meus pés se apoiaram no chão, mas seus braços ficaram me segurando.

Estávamos ao lado da porta do banheiro, durante a discussão não vi que ele já estava caminhando e me levando para o banheiro.

Entrei no banheiro de má vontade, consegui tirar a roupa. Claro que doía bastante o ombro. Tomei banho rapidamente por causa da agua fria. Vesti meu short e a camisa antes de sair do banheiro.

Maggie e Daryl estavam me esperando no corredor.

— Esta bem? - Maggie perguntou preocupada.

— Não gosto de todo esse cuidado. Não é o primeiro tiro que eu levo.

— Mas nós gostamos de você por isso nos preocupamos, acostume-se.

Não respondi. Daryl avançou já me erguendo do chão.

Quando chegamos na cela voltei a deitar na cama. Lancei um olhar para Daryl. Estávamos sozinhos.

— Obrigada. - Me forcei a agradecer.

— Eu devo isso já que salvou minha vida.

— Não costumo cobrar dividas então não se preocupe.

— Por que fez aquilo?

— Já respondi.

— Mas eles não precisam de mim.

— Esta errado. Eles precisam sim. São sua família.

— A sua tambem. Se tornou da família.

— Não me sinto assim.

— Eu tambem não, mas eles sentem. Mesmo que você não queira que eles entrem, eles vão entrar.

Ia falar mais alguma coisa, mas Rick e Carl apareceram.

— Atrapalho? Posso voltar depois. - Rick falou.

— Não. - Falamos juntos.

Rick parou na porta nos encarando depois avançou com Carl atrás, o mau humor do menino podia sentir de onde estava.

— Carl tem algo para devolver a você. - Rick falou.

Carl se aproximou e sua expressão suavizou.

— Esta bem? - Perguntou.

— Estou.

 

— Sua faca. - Me estendeu a faca.

Agarrei sua mão e segurei firme seus dedos fechados em volta do cabo.

— Pode ficar para você.

— Meu pai não me quer usando armas.

Rick estava com as mãos na cintura nos observando.

 

— Sim, mas ele tem que entender que no mundo em que vivemos ficar sem uma arma para se defender é o mesmo que correr para a morte.

 

— Você não pode ir contra a decisão de um pai. - Rick respondeu.

 

Sua expressão não mostrava raiva ou qualquer coisa do tipo. Ele estava relaxado.

— Não, mas se algo acontecer a ele nunca vai se perdoar então estou lhe dando uma chance. Ele trabalha na horta agora vai precisar de uma faca para cortar alguma coisa. Ou vai proibi-lo ate de usar uma tesoura?

Rick ficou em silencio me encarando. Carl estava de cabeça baixa, esperando a decisão do pai. Sensato da parte dele.

— Ok. Mas qualquer coisa ele devolvera para você.

— Tudo bem. - Encarei Carl que estava sorrindo. - Agradeça a ele. - Sussurrei baixinho.

— Obrigado pai. - Guardou a faca na bainha do cinto, arrumou seu chapéu de xerife e saiu da cela.

 

— Obrigado por conversar com ele. - Rick falou.

Fiquei surpresa quando ele sorriu.

— Hum... Ele é um bom garoto. Esta passando por uma fase difícil. Incompreendido.

— Ele não conversa comigo.

— Claro que não. Você é o pai. Filhos não conversam com os pais principalmente nessa fase da adolescência. E você tirou a arma dele que é algo que ele gostava. Então vem a birra, e tentar faze-lo te obedecer, acredite vai só piorar. Sabe que ele trabalha na horta para ver se consegue um pagamento depois não é? E não estamos falando de dinheiro.

— Hershel esta certo. Ele é novo demais para ter uma arma. É muita responsabilidade matar uma pessoa.

— É o mundo que vivemos Rick, ou matamos, ou morremos. É cruel, mas é a realidade. Ele precisa de alguém que o entenda. Todo mundo só o manda resolver com você por medo, eu não tenho medo de você, ele precisa de alguém que de um conselho. Precisa parar de fazer birra e trabalhar duro, mostrar que é um homem agora.

— De novo obrigado. As coisas estão meio confusas. A morte da Lori, o Governador. Acho que vai ser bom esse tempo sem carregar o mundo nas costas.

— Você não vai muito longe, Rick. É da sua natureza liderar.

 

— Mas por enquanto vou aproveitar esse tempo de paz.

Assenti e ele saiu nos deixando sozinhos.

— Isso foi estranho. - Comentei com Daryl. - Achei que ele fosse me dar um sermão por me colocar a cima das regras e educação com o filho dele.

— Você acabou de dizer que não tem medo dele.

— Não tenho medo dele. Mas isso não o impediria de dar um sermão.

Daryl balançou a cabeça.

 

— Se precisar de alguma coisa.

— Eu grito.

 

— Sim, não vai tentar descer as escadas sozinha.

— Como pode ver minhas pernas estão ótimas. - Apontei para as pernas.

Seu olhar demorou mais que o necessário nas minhas coxas, mas eu fingi não ver.

Eu sabia que era bonita, tinha um corpo bonito que chamava atenção. Isso não me incomodava.

Daryl saiu me deixando sozinha. Estava acostumada a ficar sozinha, foram meses assim, mas foi a primeira vez que me senti solitária.

Lancei um olhar para a cama de cima do beliche e suspirei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero agradecer a khaleesi por favoritar Marcados e Marcados - Crescendo. Outras das minhas historias do universo de The Walking Dead. Obrigada. Bjs. CM.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Indômita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.