Reputação imperfeita escrita por Nina Grassi


Capítulo 3
a decisão e o duelo


Notas iniciais do capítulo

Olá, bem-vindos ao ultimo capítulo desta pequena história de como eu acho que as coisas poderiam ter sido.



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  —O que?! Não! Escute Helga querida, sei que você não se apaixonou antes, ou se o fez por Salazar... Bem, Salazar foi diferente, mas de toda a forma, o que eu quero dizer é que você não pode ir! Nós precisamos de você aqui, já perdemos o Slytherin, não podemos perder você também. Por Merlin, esta é uma escola e exige um grande grau de comprometimento, sabia? Godric me ajude!

  —Ela está certa Helga. Nós não podemos seguir sem você.

  —Eu sei queridos, e sinto muito. Mas creio que já dediquei tudo que podia para nossos alunos, vocês terão que seguir sem mim de agora em diante.

  —Tenho uma ideia. Traga seu futuro marido para cá, se ele te ama como você a ele isso não será um problema e nós ainda ganhamos mais um par de mãos, mesmo que ele não leve jeito para ensinar ainda assim pode ser útil. — Godric pronunciou sua frase e fitou Helga com um ar esperançoso.

  —É, esta ideia nem é de todo mau, pode dar certo e todos nós ganhamos. — Rowena lançou um olhar de aprovação para o bruxo.

  —ah, isso não será possível. Ele não sabe que eu sou uma bruxa.

  —O que? Você está negando quem você é?!

  —Pretende abandonar tudo que conquistamos, sua vida toda para ficar ao lado de um homem em quem você nem confia o suficiente para revelar quem você realmente é? — Rowena completou a indagação indignada de Godric.

  —O amor me mudou como pessoa. Dei tudo de mim, tudo que podia para nossa escola, para nossos alunos, ajudei vocês a concretizar nosso sonho e a escrever nosso ideal na história da magia. Não acham que eu tenho o direito de ser feliz? Mesmo que para isso eu tenha que mentir e omitir algumas coisas? — os dois bruxos trocaram um olhar de profunda apatia.

  —Você tem certeza? — Rowena perguntou ainda relutante.

  —É a maior certeza que já tive na vida, Rowena.

  —Bom, então nós apoiamos você. — Godric falou e apanhou uma das mãos dela que estava sobre a mesa a apertando com carinho. —Sabe que se um dia decidir voltar Hogwarts estará de portas abertas, certo?

  —É claro que sei, meu amigo. — ela concordou embora soubesse que uma vez que partisse nunca mais poderia voltar.

  Ela entrou no bar e vasculhou o ambiente com o olhar, sorriu ao avistar Salazar sentado em uma mesa no canto rabiscando qualquer coisa em um pergaminho. Andou apressadamente até o balcão e cumprimentou Rufos pedindo uma cerveja amanteigada que pegou e se dirigiu para a mesa onde o bruxo loiro estava entretido com suas anotações, só Salazar mesmo para ir em um bar e ficar rabiscando coisas em um pergaminho com um copo de whisky praticamente intocado a seu lado, se aproximou e se sentou sem dizer nada.

  —Esta mesa está ocupada e eu não tenho interesse em companhia. — ele resmungou sem levantar os olhos, ela sorriu e espiou o pergaminho.

  —Posso lhe ajudar com isso se desejar Slytherin, trouxe algumas raízes de mandrágora comigo e não vejo problema em dividir um pouco com você. — ele soltou a pena e levantou os olhos para ela.

  —Helga? O que por Merlin faz aqui? — ela sorriu de forma descontraída.

  —Tive vontade de beber um pouco esta noite. E não sei se você sabe? mas aprecio muito a cerveja amanteigada deste estabelecimento. — ele a fitou incerto e ela lhe roubou o pergaminho.

  —Hum, interessante. Permita que eu te ajude com isso? Terei muito tempo livre e desejo algo de bom para fazer. — ela devolveu o pergaminho e sorriu.

  —Você terá muito tempo livre? Responda as minhas perguntas Helga.

  —Bem, você anda muito impaciente Slytherin. — ela bebeu um gole de sua cerveja antes de prosseguir: —Desisti da minha carreira como professora, creio que Rowena e Godric vão se sair muito bem sem mim e além do mais minha mente não estaria plenamente disposta a ensinar, não quando meu coração está aqui na Irlanda. — o bruxo sorriu e ela o acompanhou, mas de uma forma debochada, —Então se ouvir por ai que Helga Hufflepuff desistiu de sua escola e de suas crianças por causa de um trouxa, saiba que é a mais pura verdade.

  —Como é?! — a fúria pingava das palavras e dos olhos de Salazar, seu sorriso de segundos antes desaparecido em uma carranca de puro ódio, —Você pretende se casar com um trouxa, Helga?! Está maluca?! O que tem na cabeça?! — ela riu de leve e tocou em seu braço com gentileza.

  —Acalme-se Salazar, o que você esperava? Que eu dissesse para os meus dois amigos fundadores que desistiria de tudo por você? Foi você mesmo quem disse que isto acabaria com minha perfeita reputação. E creio que assim estamos quites, você me abandonou e me perseguiu por anos sem que eu pudesse ter notícias suas, eu esqueço isto, ignoro o seu comportamento recriminável e você em troca releva esta pequena mentira que tive de contar.

  —Você me denominou mesmo que indiretamente de trouxa, que é o que mais odeio, para me punir? — ela sorriu pra ele e se aproximou levemente, os olhos dele faiscavam de raiva.

  —Se eu vou me casar com uma cobra, Você não pode se irritar porque fui ardilosa, na verdade deveria até ficar orgulhoso.

  —Não sei se gosto deste seu plano, Senhorita Hufflepuff. — ele ainda parecia emburrado.

  —Prefere que eu volte? Godric disse que eu poderia se quisesse.

  —Não ouse se mover. Eu não aprovo isto, mas o que está feito, está feito. E não me resta mais do que aceitar sua decisão, afinal não é da minha índole mandar uma dama para casa logo após dela ter me pedido em casamento.

  —Uma ova que eu te pedi Slytherin. Pode ir baixando seu nível de presunção e fazer você um belo pedido.

  —Foi você quem disse agora mesmo que iria se casar com uma cobra, por tanto foi você quem decidiu o casamento, eu apenas concordei.

  —Se você bem se lembra, eu também disse que iria me casar com um trouxa, por tanto ou você pede ou eu posso escolher qualquer idiota e me casar com ele.

  —Você vê o que está dizendo? — ela sorriu diante da nova irritação dele.

  —Está bem, Querido. Não quero irritar você, — ela esticou a mão e tocou de leve em seu rosto, —Por que não fazemos assim? Duelamos, quem ganhar receberá um pedido de casamento feito de joelhos.

  —Você jamais me venceria em um duelo Helga, sabe disso.

  —Estranho, porque se eu bem me lembro, eu sempre te venci.

  —Isto porque eu sempre deixei. — ela sorriu mais.

  —Ótimo. Então será um duelo mesmo.

  —Desta vez pode ser que eu não facilite tanto as coisas para você.

  —Sim, sim. E vai querer uma noiva ferida, meu querido Salazar? Pense nisso.

  —Está sugerindo que eu te deixe ganhar?

  —Não. Estou dizendo que você deve me pedir logo em casamento, seja com um duelo antes ou agora mesmo.

  —Eu jamais recuso um duelo.

  —Então que seja.

  —Está bem, mas quero mais uma condição.

  —E qual seria?

  —O perdedor pede, o perdedor escolhe a data.

  —Por mim está tudo bem, concordo.

  —Se eu perder a data será hoje, assim que o próprio duelo terminar.

  —Não vejo problemas nisso.

  —Devo avisar que por melhor bruxo que eu seja, e eu sou, minhas mãos estão um tanto trêmulas devido a um equívoco que cometi com uma poção. — ele piscou e Helga sorriu, como se Salazar Slytherin cometesse erros em suas poções.

  —Vou me lembrar disso.

  Quando a varinha voou de suas mãos no primeiro instante do duelo Salazar sorriu, duvidara durante toda a sua vida que acabaria se casando, duvidara que se ajoelharia e que faria um pedido de casamento romântico até porque julgava tudo isso uma atitude estúpida para um homem com seus conhecimentos, entretanto quando apertou Helga em seus braços e a beijou teve a certeza de que de alguma forma esperara por aquilo tudo durante toda a sua vida, soube então que faria tudo por Helga, que gastaria todos os seus dias tentando redimir seus erros apenas para que aquela bruxa teimosa e voluntariosa se sentisse feliz a seu lado, soube que jamais a deixaria partir e que jamais partiria de novo e chegou a conclusão que perder duelos para sua agora esposa não era algo tão ruim de se fazer, até porque perder, duelos, objetivos, convicções, desistir de planos, de fortunas, de ideais, desistir de tudo não era nada se tivesse Helga.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Espero que vocês tenham gostado, beijocas e até...



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