Nos acordes escrita por AmanteSolitária


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo 2 de "Nos acordes"
Espero que gostem!



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“And we danced all night to the best song ever

We knew every line, now I can't remember

How it goes but I know that I won't forget her

'Cause we danced all night to the best song ever”

— One Direction

 

Era o dia do baile. Por este motivo, meu sono foi completamente agitado e quase não dormi. Levantei, me arrumei e fui para a escola, preparar os equipamentos. Cam não queria que Sam soubesse que faríamos o teste de som de manhã. De acordo com ele, ela merecia que o dia do baile fosse seu dia de princesa.

Por este motivo, fomos só eu e ele. Montamos tudo, fizemos as checagens necessárias, desmontamos tudo, já que o DJ que o comitê organizador ainda tinha que finalizar as decorações para a noite.

Voltei para minha casa, dormi um pouco mais, ensaiei um pouco mais, me arrumei, e fui para a escola. Nem eu, nem Cam chamamos garotas esse ano. Da minha parte, por saber que estaria concentrado demais no show. Da parte dele, por só ter olhos para uma única garota, Sammy Vermond.

Eu estava nervoso. Aquilo, de certa forma, reafirmaria ou negaria o meu talento para buscar o que eu tanto quero para mim. Enquanto esperava para entrar no palco, eu mal conseguia ouvir sons externos, já que o meu coração martelava forte contra o peito.

A primeira música começou e a reação da platéia foi espetacular. Pela hora que transcorreu a partir daí, éramos apenas eu, o microfone, minha guitarra e meus colegas de banda fazendo algo que me fazia sentir completo.

Sam era perfeita e Cam tocava com paixão. Foi incrível. Ter o som da minha própria voz ecoando pelo ginásio e as pessoas dançando e cantando junto era um sensação indescritível. Não restavam mais dúvidas de que era aquilo que eu queria fazer para o resto da minha vida. Saímos do palco e nos abraçamos. Cameron e Samantha não demoraram muito para começarem o flerte de sempre. Me afastei, descendo para a pista.

Menos de dez minutos depois, vi um tumulto no fundo da festa. Samantha passou pela porta com Cam logo atrás. Cinco minutos mais tarde, Cam voltou, derrotado:

—O que aconteceu? - Questionei

—A Sammy descobriu.- Ele bufou e passou as mãos pelo cabelo.- Sobre a aposta. - Completou.

—Isso é bom! - Respondi animado. - Isso quer dizer que ela não corre mais o perigo de transar com um babaca. - Ele me olhou. - Além disso, o caminho está livre para você.

—Ela me odeia, Tyler. - Ele se escorou na parede e sentou no chão.- Ela sabe que eu já sabia de tudo e me odeia por não ter falado nada. - Meneei com a cabeça.

—Se estivéssemos em um tribunal, seu pai falaria que você foi cúmplice, considerando esse cenário. - Ele olhou para mim com raiva. Levantei os braços em rendição. Depois de alguns segundos, respirei fundo. - Faz o seguinte: vai pra casa, descansa, e pensa no que você vai fazer pra que ela te perdoe. Eu fico aqui e desmonto os equipamentos, quando tudo acabar.

—Tem certeza, Ty? É muita coisa. - Eu assenti.

—Não tenho nenhum compromisso nem ninguém para deixar em casa antes do toque de recolher. Vai colocar sua cabeça em ordem. - Ele me abraçou e saiu sem dizer mais nada.

Quando a última pessoa deixou o ginásio, comecei a desmontar os instrumentos. Quando acabei, parei no meio do palco, de pé, e relembrei os momentos que tinha passado ale naquela noite.

 

***

A verdade era: eu era privilegiado. Meus pais sempre souberam e nunca se opuseram ao fato de que eu cursaria música. A única exigência era manter as minhas notas da escola em boas condições, para que eu tivesse chances de escolher qual faculdade depois disso.

Meu pai também me fizera prometer que eu trabalharia quando concluísse a faculdade, mesmo que não nos palcos. Essa era uma promessa fácil de cumprir. Mesmo que eu desse aulas em escolas ou particulares, eu viveria de música da mesma forma.

Estava cogitando começar a dar aulas particulares de guitarra ainda no ensino médio. Seria interessante ter algum dinheiro guardado para a minha mudança no final do ano que vem. Esse interesse só foi agravado nas semanas seguintes, já que Cam e Sammy estavam imersos demais um no outro para mantermos uma rotina constante de ensaios.

Minha primeira aluna se chamava Louise Creston. Ela tinha treze anos e seus pais queriam que ela aprendesse a tocar algum instrumento, pois acreditavam que isso ajudaria em suas notas na escola:

—Eu não tenho o dom pra isso, Tyler. - Ela dizia irritada.- Não adianta.

—Você está gostando de tocar, Lou? ou faz isso apenas porque seus pais pediram? - Perguntei com ternura. Ela pensou algum tempo antes de responder.

—Meus pais me pediram para escolher um instrumento, e eu escolhi a guitarra. - Ela respondeu sem me olhar.

—Porque?

—Todos os artistas famosos tocam guitarra.- Ela olhou para o outro lado.- Achei que seria melhor tocar músicas que eu gosto do que aquelas coisas clássicas e chatas.- Soltei um pequeno som de indignação.

—Em breve teremos uma conversa muito importante sobre a importância da música clássica, mocinha. - Despenteei seu cabelo, a deixando irritada. - Mas, por enquanto, eu quero deixar uma coisa bem clara para você: A facilidade vem com o tempo. Quanto mais você treinar e se dedicar, mais fácil vai ficar. E isso se aplica para toda e qualquer coisa. - Seus olhos estavam fixos em mim. - Se você quer tocar como seus artistas preferidos, precisa treinar tanto quanto eles. E eu te garanto que eles treinam muito. - Ela assentiu sorrindo.

 

***

Em paralelo, eu havia decidido que investiria ainda mais tempo na minha carreira. Semanalmente, eu postava vídeos tocando e cantando na internet.

Com o passar das semanas, fui ganhando alguns seguidores, mas nada muito considerável. As palavras que eu tinha proferido para Louise tinham virado meu mantra pessoal: Tentar e treinar tanto quanto eles.


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Notas finais do capítulo

Me contem o que acharam, o que querem ver por aqui, como acham que a história vai decorrer...
Nos vemos amanhã com um capítulo novo!
Beijinhos.



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