— Eu juro que se eu soubesse que você existia eu teria ido sem pensar duas vezes. Achei que Bella estivesse magoada e eu não quis ir atrás depois de um tempo para não ser um peso morto na vida dela. Ela merecia uma vida melhor. Com alguém que pudesse amá-la de verdade e não alguém que tivesse que cuidar todos os dias — Edward completou em voz baixa.

Meus olhos embaçados fitaram seu rosto pálido e  quando notei meus braços estavam ao redor de seu corpo magro. Um choro estridente soou de dentro do meu peito e um sentimento de culpa tomou conta de mim. Se eu tivesse sido mais paciente e conversando com minha mãe. Ao invés disso apenas gritei e ignorei todos os sinais de sua mágoa. Edward nunca teve opção e se tivesse ele teria feito alguma coisa a respeito e tudo o que eu podia pedir era desculpas.

— Eu sinto muito —  disse entre os soluços.

— A culpa não é sua. Me arrependo todos os dias de não ter ido atrás de Bella. Ela deve se achar responsável por isso. —  Edward lamentou com a voz em barganhada.

Apoiei minhas mãos em seu rosto e sequei suas lágrimas com as pontas dos dedos. Seu cabelo parecia ralo e eu notei as olheiras profundas. 

— Não é culpa de ninguém —  disse convicta — Temos que ir falar com a minha mãe. Explicar o que aconteceu. Agora!

Meus pés se moveram em direção a porta e gritei pelo meu avô. 

— Carlisle? Carlisle! 

— Carlisle não está em casa. Ele tinha um compromisso hoje cedo. 

— Ah.

Levo um minuto para pensar em uma solução. 

— Eu posso te levar de carro! — exclamei.

Minha mãe havia me ensinado algumas coisas eu seria fácil lembrar. No entanto, a expressão de Edward dizia outra coisa. Ele moveu sua cadeira na minha direção. 

— Aposto que você não tem carteira habilitação, né?

Balancei a cabeça em concordância. 

— Jacob! — gritei — Jacob pode nos ajudar. Você tem um carro para transporte da cadeira, não é? 

— Jacob é um garoto muito novo e… 

— Ele sabe dirigir e tem habilitação —  disse às pressas interrompendo sua frase —  Não pensa muito nos detalhes. Temos que ir agora. Já perdemos tempo demais.

Ao invés de deixar Edward inventar qualquer obstáculo eu empurrei sua cadeira até a porta da frente e para meu alívio Jacob estava no jardim podando as plantas. 

— Ahn, ainda bem que você está aqui. Preciso da sua ajuda —  disse tomando o fôlego.

— O que foi que aconteceu? Está tudo bem senhor Cullen? — Jacob fitou Edward.

— Ele está ótimo. Preciso que você me leve até a cidade. Agora!

— T-tudo bem —  Jake disse ainda meio confuso.

Não importa o tempo que levou para descobrir essa história. Eu sabia o que deveria fazer e estava ciente disso naquele momento. Edward ficou impressionado com meu entusiasmo e enquanto Jacob foi buscar o carro eu olhei em seus olhos e disse:

— Eu te amo, pai. 

O sorriso em seus lábios foi a resposta sincera desse amor. Não importava o tempo que passamos longe um do outro. A mágoa afetou muita coisa e saber a verdade trouxe de volta um sentido sublime. Amar um pai e algo que não tem explicação e eu amava o Edward Cullen.

— Eu também amo você, querida.

Apertei sua mão em concordância e explodindo de felicidade.