Os sete jeitos gregos de amar.-CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capitulo um.




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1.    Philia 

Luca foi muito bem educado e tinha orgulho disso, seus pais, médicos, eram pessoas muito dedicadas ao filho e a sua profissão. Sua casa é um lar amoroso pode lhe ensinar as mais diversas lições, sendo a que mais se orgulhava: o amor.  


Ah, o amor, uma palavra, quatro letras, que para cada um impunha significado diferente. Para alguns, era a coisa mais altruísta que se poderia sentir e para outros, a mais egoísta. Mas para Luca era mais que um sentimento, era uma qualidade; a habilidade de amor, de dar amor, de recebe-lo também. Fazer o bem era o que o mantinha vivo, foi assim que aprendeu. 


E foi com isso em mente que sempre ajudava Mônica, mesmo que sempre acabasse de alguma maneira machucado, talvez, quando criança não entendia a força daquilo. 


Nunca entendeu o porquê de basicamente todo garoto do bairro odiar a garota, poxa! Ela podia ser meio estressada as vezes, mas nunca lhe apareceu um motivo bom o suficiente para aquele ódio latente, então sempre recusou cada plano infalível, sempre a defendeu em cada momento, foi seu amigo nos momentos mais difíceis sem nunca esperar nada em troca, sabendo que isso deixaria seus pais orgulhosos. 

2.    Pragma 

Parecia um plano bem simples quando Mônica contou, mas desde o início o ruivo sabia que não seria bem assim, brincar com os sentimentos de alguém nunca lhe pareceu uma coisa legal de se fazer: soava-lhe como manipulação, talvez fosse só o tiro saindo pela culatra, Cebola sempre foi meio manipulador de qualquer maneira. 


Era um plano bem primitivo, quase como um filme clichê adolescente, tudo o que Mônica queria era fazer Cebola provar do próprio veneno, segundo a mesma ele estava saindo demais com Irene e ela queria chamá-lo para um cineminha como forma de punição, o ciúme excessivo na relação dos dois soava para o ruivo como um veneno abrasivo que corroía de dentro para fora e não parecia uma boa ideia de forma geral: dois adolescentes juntos, no escuro, um antigo crush de infância, parecia uma receita pronta para tudo dar errado, até que... 


‘’Se me ajudar com essa coisa do Cebola, te ajudo com o trabalho de física.’’ 


Luca odiava física, seu forte sempre foram os esportes, por mais que não quisesse aquilo, precisava MUITO passar em física naquele bimestre caso não quisesse reprovar, e foi assim que o ruivo entrou para o plano infalível da dona do limoeiro.


Que bela ironia. 

3.    Ludus 

O falso encontro foi mais divertido que qualquer um dos dois poderia imaginar, por mais que tivesse começado em desastre. 


Luca se atrasou um pouco fazendo com que não pudessem ver o romance meloso que Mônica queria e, consequentemente, foram ver um filme de comédia um milhão de vezes mais divertido, cujo o ruivo nunca havia ouvido falar. Após isso, tomaram um sorvete e comeram o máximo de porcaria que conseguiram comprar em uma loja de conveniências perto do cinema, o tipo de coisa que deixaria Magali com inveja.


A garota fez Luca provar picolé de cajá-manga e ele fez com que ela provasse sorvete de milho verde, os dois odiaram, mas ainda assim era extremamente engraçado ver a careta um do outro. 


Luca acompanhou ela até em casa com o cavalheiro que sua mãe criou, dando um fim ao encontro que deixou os dois sorrindo bobo por mais algumas horas, quero dizer, do falso encontro. Falso, tinha que se lembrar disso. 

4.    Eros 

Deveria considerar aquilo um segundo ou um primeiro encontro? Não sabia, mas o ruivo não poderia estar mais feliz em poder levar a dona da rua para mais um passeio, dessa vez de verdade. 


Ela parecia tão bonita quanto alguém poderia se: estava animada, sorridente e a blusa roxa com os cabelos presos de alguma forma faziam seus olhos castanhos brilharem ainda mais. Luca poderia passar horas olhando para aqueles olhos e nunca se cansaria. 


O que sentiu naquele momento foi além de paixão, era quase adoração. 


Naquele momento soube que aquela mulher seria sua esposa. 

5. Ágape 


Quando Mônica pediu, especialmente para Luca, que cuidasse de Monicão enquanto viajasse o ruivo sabia que teria problemas.


Normal. Tinha uma conexão e amizade muito fácil com animais de estimação, mas mesmo que o cachorro já estivesse velhinho e cansado, isso não fazia dele o cachorro mais calmo do mundo. 


Era uma viagem breve, dois dias visitando uma tia no interior, não era prudente levar seu cachorro e quem melhor que seu confiável namorado para cuidar de seu amado bichinho? Absolutamente qualquer pessoa! 


Luca concordou enquanto passava uma falsa confiança, o cachorro entrou pelo portão correndo pelo quintal como um foguete, corria sem rumo e não parou até se cansar, a morena gritou para que o cachorro se acalmasse e depositou um beijinho nos lábios do namorado antes de entrar no carro que logo saiu. 


Monicão era tão agitado quanto uma criança de quatro anos: corria, mordia e botava na boca absolutamente tudo que encontrava, os pêlos castanhos, embranquecidos pelo tempo enfeitavam o sofá, deixando sua mãe furiosa. 


Nenhum brinquedo o satisfazia e durante aqueles três dias, Luca teve que estar atento a qualquer barulho, pois a cada "crack" ou "smack" era uma vaso ou enfeite da casa se quebrando. Só queria impressionar a namorada, que vacilo. 


Ao fim do terceiro dia, Luca estava tão cansado quanto ao fim de uma árdua maratona, olhou em desistência para o cão que alegremente mastigava o quarto tapete naquela semana, aquele bicho o odiava não era possível. 


Foi provado o contrário no segundo em que a buzina do carro se fez presente, Monicão pulou em um impulso para o colo do ruivo que o acariciou surpreso, até que Mônica entrasse e visse a cena. 


—- Então, meninos, se divertiram?-Perguntou a dona do cachorro que latiu positivamente.

—- O Monicão se comportou?


Ao surgimento daquela pergunta, Luca nunca havia nunca antes visto maior carinha de cachorro abandonado, quase como se implorasse perdão e pedisse cobertura."Até que não foi tão ruim." pensou, sorriu e afirmou:


—- Claro, foi muito divertido. - Ao fim daqueles dias, Mônica estava feliz e seu cachorro não havia levado sermão. Uma mão lava a outra.

6. Storge. 

Ela era linda, grandes olhos castanhos curiosos olhavam tudo em volta pela primeira vez, os cabelos ruivos ralos ainda estavam sujos do parto quando Maria Rebecca veio ao mundo, seu corpo gordinho se aconchegou no manto e acalmou seu choro.

       Luca nunca achou que amaria tanto uma outra mulher quanto amava Mônica até sua esposa contar que estava grávida. Não havia sido planejado, mas veio em boa hora, estavam bem financeiramente e Luca já começava a pensar em como comentar com a amada a possibilidade de tentarem uma adoção.

      O ruivo sempre gostou da ideia de adotar um filho, parecia algo tão nobre e emocionante de se fazer, mas Mônica havia concordado em deixar isso para a próxima vez e focarem apenas em Maria por enquanto. 

     A briga pelo nome também foi outro detalhe, Luca queria Rebecca: nome de garota inteligente, despojada, meiga, já Mônica sempre gostou mais de Maria, nome da Mãe de Jesus, mulher forte e pura. Passaram uma semana discutindo e alternado entre as preferências até decidirem fazer um nome composto, mesmo que a mulher achasse brega.


     Parou de encarar o chão com desatenção quando notou os olhinhos piscando e um bocejo da boquinha sem dentes.


     Luca pensou que nunca amaria uma garota quando amava Mônica, mas agora sabia que nunca amará alguém como ama Maria.

       7. Philautia

      Não foi difícil adivinhar, sua intuição ora gritava, ora sussurra palavras em seu ouvido sempre que notava algo estranho em Mônica  e pouco a pouco essa estranheza se tornou mais frequente.


     “Que bobagem, Luca. Você tem que confiar mais nela.” Dizia a si mesmo, não sabia se por razão ou se estava tentando mentir para si mesmo, mas dizia. Talvez só para poder se odiar quando descobrisse, talvez só para poder se odiar, talvez só para poder dizer que confiou nela e ela jogou tudo no lixo.


      Mas não pode dizer para si mesmo que não esperava isso, principalmente porque Mônica nunca superou Cebola de fato. E agora com as malas prontas para partir, Luca pegou a mão de sua filha e foi, simplesmente foi, sem contar para onde enquanto ouvia soluço baixos ressoarem atrás de si.


    Se virou e viu as lágrimas descerem pelo rosto da mulher que um dia amou, a mulher que ainda amava, e viu a pequena correr para o braços da mãe em busca de um último abraço. Era a coisa mais difícil que teve que fazer, levar a filha e virar as costas para tudo aquilo que haviam construído juntos, mas o amor era uma coisa que nunca deixaria morrer dentro de si, incluindo o próprio.


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