Viktor Krum estava andando pelos corredores de Hogwarts, procurando seu professor, Igor Karkaroff para discutir a próxima prova do torneio tribruxo, que seria em um lago, quando cruzou o olhar com Cedrico Diggory, o outro competidor do torneio.

Cedrico era um garoto bonito, constatou o búlgaro, alto e forte, cabelos castanhos rebeldes que volta e meia caiam no rosto, olhar doce que possuía um toque selvagem no fundo das íris escuras. Ele era da casa Lufa-Lufa, enquanto que Krum e toda Durmstrang estavam hospedados com os Sonserinos. Um péssimo desencontro.

Viktor queria muito um momento a sós com Diggory, mas não tinha a oportunidade nunca, visto que só se viam no refeitório com todos à sua volta, ou nas competições com Fleur e Harry, ou pelos corredores, onde não podia simplesmente parar para conversar com o garoto.

Entretanto, naquela manhã fria em Hogwarts, com a neve pálida caindo pelo pátio da escola, Krum sentiu a coragem invadir seu corpo, então, quando cruzou o olhar com Cedrico, parou de caminhar, surpreendendo o outro, que parou também curioso achando que o búlgaro queria falar com ele.

Viktor começou a se sentir como um peixe fora d’agua, a boca abrindo e fechando sem sair nenhuma palavra, tentando formular algo para murmurar para o lufano. Seus olhos estavam em seus pés, tamanho embaraço, mas, quando subiu mais uma vez, encontrou um sorriso tímido nos lábios dele e sorriu de volta.

O sorriso de Cedrico se abriu ainda mais e Krum o pegou pela mão, puxando-o para dentro de uma sala vazia, para longe da visão dos outros alunos da escola, que passavam inocentemente pela dupla se encarando no corredor.

Assim que a porta foi fechada nas costas deles, Viktor Krum avançou o rosto ruborizado na direção dos lábios extremamente convidativos de Cedrico Diggory, que pareceu surpreso com a ação, mas não recuou. Ao invés disso, o lufano levou uma mão até a nuca do garoto, aproximando ainda mais seus rostos.

Quando seus lábios se tocaram, uma corrente passou por seus corpos, eletrizando suas células e acordando seus instintos, que pediam –não! Imploravam – para que se tocassem, se aproximassem, exigindo mais e mais. Querendo mais lábios, mais língua, mais pele se tocando, até que a expectativa não mais suportou a situação e Cedrico puxou seu suéter pela cabeça, deixando-o no chão, ao lado dos dois e, logo em seguida, extasiado pelo momento, puxando o casaco de Viktor para fora de seus ombros, rumando sua boca pelo pescoço dele impetuosamente.

Os dois não precisavam usar suas palavras, ou conversar. Se entendiam muito bem usando a própria linguagem desesperada e intensa.