Paz Na Sua Violência escrita por Tricia


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a JP, Julie Kress, Ana e LuanaGillies , eu só postei uma historia curta nessa categoria e fiquei um longo tempo sem postar nada até decidir postar essa e os comentários de vocês foram adoráveis e me deixaram muito feliz para continuar não apenas com essa historia, mas possivelmente com um outro projeto talvez aqui, portanto, nada mais justo que dedicar pelo menos um capítulo a vocês, certo?
Boa leitura



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Eu sinto sua falta
Isso machuca e dói
Mas eu não posso olhar para você
Então, hoje, novamente
Eu anseio por você, o que eu faço?

 

Transparência. Beck gostava da filosofia de sempre ser a pessoa sincera sobre seus pensamentos, sentimentos e ações. Isso o fazia viver de forma mais leve e agradável. Se você não esconde nada, não terá nada pesando sobre seus ombros, nada tornando suas noites de sono desagradáveis.  

Infelizmente, Beck havia tido não uma, mas duas noites de sono assim. E a culpa poderia ser colocada toda em uma única pessoa: jade West. Se alguém tem a habilidade de tirar o sono das pessoas esse alguém seria ela, sem duvidas.

Precisava vê-la.

Ela estava atrasada, era a única coisa que parecia pairar na cabeça de Beck após passar quase 45 minutos olhando uma porta fechada na esperança de ser aberta e a ex atravessar ela com uma expressão enfezada querendo esganar qualquer ser humano que se projetasse em sua frente por mais de um segundo.

Jade não tolerava bem atrasos e muito menos os cometia, era uma das características herdadas do pai que mais se evidenciava na morena pelo que sabia.

Portanto, a única coisa que podia concluir era que algo importante havia acontecido com ela, talvez algo ruim...

Como poderia ajudá-la quando estava no completo escuro?

Inconscientemente levou a mão ao colar em forma de chave que estava no bolso da calça, não fazia muito sentido usar agora em seu pescoço quando não estavam mais juntos, porém, havia uma pequena sensação de vazio incomodando quando não estava com o pequeno objeto.

O que poderia fazer? Costume é uma coisa complicada.

O toque no ombro e seu nome sendo chamado o trouxeram de volta à realidade em que Tori sentava na cadeira ao lado e André na que estava à frente.

 – Você ainda tá bolado com que a gente fez?

Beck não conterá um suspiro soltando o objeto no fundo do bolço.

— A gente já está dando um jeito – voltou-se para Tori, a mesma continuou – Rob está na casa dela tirando aquela coisa no momento.

— Eu tenho medo de saber como ele fará isso.

— Ele tem um plano – não era um plano muito genial, ele supôs pelo sorriso vacilante na face da garota.

— Que seja.

Um silêncio se instalou entre o trio, não havia mais o que dizer e mesmo se houvesse Beck não estava interessado em prestar atenção de qualquer maneira.

O sinal foi tocado, em minutos as cadeiras vazias foram ocupadas por alunos, pelo menos a maior parte delas e pela janela entrara o professor fissurado em cocos e qualquer coisa que fosse feita com eles, aparentemente.

— Bom dia alunos de Marte – Sikowitz saldou se desfazendo de suas coisas sobre a mesa de madeira. A porta foi aberta com agressividade surgindo à única pessoa que Beck desejava ver naquele momento – bom dia Jade.

— Bom dia – a morena devolveu, milagrosamente, enquanto se dirigia até uma cadeira vazia entre duas das quais assistiu Cat se locomover para ocupar e ficar ao lado da garota oferecendo puxa-puxa.

Ela parecia muito bem. Os fios de cabelos escuros estavam com novas mechas coloridas em dois tons de azul.

— Estou curioso sobre seu atraso Jade, visto que não é do seu feitio.

— Assuntos pessoas – a morena deu de ombros, não havia brechas para mais perguntas no tom da garota e Sikowitz soube respeitar isso para a infelicidade de Beck.

 

— Tudo vai ficar bem, Beck – Tori garantiu em um tom baixo, mal sabendo o quanto errada poderia estar até o horário do almoço quando Robb finalmente aparecera.

— Temos um problema dos grandes – Rob soltou assim que se juntou ao grupo na mesa do pátio com seu fiel boneco de língua solta e inconveniente.

 – Conta aí – André pediu.

— Não consegui encontrar a câmera.

Tori e André soltaram seus hambúrgueres e arregalaram os olhos em uma sincronia perfeita, quase ensaiada fitando o rapaz de cabelos encaracolados e óculos.

— Explica isso melhor, Robin - Beck pediu, visto que seus amigos pareciam ter perdidos demais em espanto para conseguir formar frases coerentes.

Sem pedir qualquer permissão ele pegou a garrafa de água de André para beber e talvez apartar um pouco de seu desespero.

— Quando eu entrei no quarto, fui direto onde a Tori disse que havia colocar a câmera, mas ela não estava lá, daí eu procurei em outros lugares do quarto.

— E encontrou? – Tori perguntou.

— Eu não estaria tão assustado se tivesse encontrado!

— Todos estão se borrando – Rex zombou com uma risada descarada.

 – É muito compreensível estarmos assim – André argumentou.

 – O que faremos agora? – Tori questionou apoiando a cabeça na mesa de metal gelada, o apetite para almoço havia ido embora.

— Fugir para algum país da Ásia, trocar nossas identidades e começar uma vida nova – André sugeriu.

— Eu entendo um pouco de japonês – Robb completou o plano.

 – Nanatsu no Taizai e One Piece não te prepara para viver no Japão idiota! – Rex alfinetou.

— Porque vocês simplesmente não tentam falar com a Jade – Beck tentou.

 – Ficou maluco! Estaremos assinando nossa sentença de morte.

— Concordo com o Rex – Tori assumiu maneando a cabeça – Nossa única salvação mesmo é ir para o Japão, vamos trabalhar em algum karaokê e viver comendo macarrão instantâneo. É isso.

— Ela não é tão cruel assim.

— Ela é sim – os demais devolveram juntos.

— Você já namorou ela então sabe que perdão não é o forte da Jade cara – André apontou.

Jade tinha seus motivos para não confiar muito nas pessoas e quando confiava e era traída de alguma forma sempre ficava meio complicado para a garota lidar com isso, Beck tinha plena consciência disso.

Um silencio desconfortável se instalou na mesa de amigos que só fora quebrado pela chegada repentina de Cat tentando dar um pequeno susto em Robb por traz que acabou por assustar não apenas a ele, mas André e Tori também no processo.

— Qual é o seu problema garota?! – André esbravejou enquanto se recuperava.

— Desculpa, eu só quis fazer uma brincadeira com o Robin – a ruiva encolheu os ombros – Porque vocês se assustaram também?

— Porque estamos com medo de sermos mortos pela...

— Porque são idiotas, Cat – Oliver respondeu tampando a boca do amigo e sorrindo da melhor maneira que poderia para passar uma pouco de confiança em suas palavras para a ruiva. O exagerado balançar de cabeça com um amplo sorriso inocente o fez concluir que ela havia acreditado em suas palavras.

— Bem que a Jade disse isso – a ruiva comentou balançando o corpo pequeno.

— É claro que ela disse – Victoria bufou.

— E quando mais ou menos foi que ela disse? – André questionou.

— Hoje mais cedo depois que ela chegou.

— E onde ela está agora? – Beck questionou afastando a mão da boca do Shapiro.

— Nesse momento com professor Adams discutindo sobre apresentação dela no festival do mês que vem. Por que quer saber Beck?

— Só curiosidade.

Os olhos da ruiva estreitaram e o sorriso sumiu de seus lábios cobertos por gloss rosa.

— Não deveria ter.

— Por que diz isso, Cat?

— Isso faz parecer que você se importa com ela.

— Ainda somos amigos, Cat.

A ruiva não respondeu, apenas o fitou em silencio por longos segundos antes de finalmente deixar um sorriso pequeno retornar a face, mas não era feliz e não chegava aos olhos da garota que todos sempre sabiam quando sentia algo por ser incapaz de esconder seus sentimentos, mesmo que estes fossem confusos e ingênuos como sua própria personalidade.

— Sim, vocês são.

Ao longe viu a pessoa que encabeçava o assunto segurando um copo de café, olhando na direção do grupo. Beck nunca sabia ao certo o que se passava na cabeça da morena quando a namorava, o máximo que podia fazer era supor que faria alguém se irritar de alguma maneira ou beneficia-la em algum momento. Gostava da ideia de nunca saber ao certo se o chão que pisaria amanhã seria totalmente firme e seguro ou com pedras gigantes que o derrubaria como pinos de boliche, Jade o instigava a sempre continuar em frente sem olhar para trás com apenas um olhar que lhe direcionava.

Nem sempre todos os pinos caem quando a bola é lançada.

Apertou a garrafa de refrigerante que estava em sua frente devolvendo o olhar da morena que recaíra sobre si. Apenas supor o que se passava na cabeça da morena pela primeira vez não pareceu mais suficiente.

Duas noites de sono perdidas era o começo da ânsia por Jade West novamente?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
Eu não sei o que acontece, quando o assunto é escrever ones Bade elas de alguma forma sempre acabam com mais de um capítulo e o que deveria ter apenas 1 acaba tendo 3 ou mais capítulos, como esse caso.
Então vamos ver o que vem pela frente.
Bjss



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