New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 67
3ª Temporada - Livro 8, Jacob: Separação




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Eu não tinha muitas opções diante de tudo que estava acontecendo, mas me sentia culpado por não ter protegido Nessie como eu deveria, eu me perguntei nos ultimos cinco dias se eu havia sido negligente, talvez eu não fosse tão bom protetor o quanto eu deveria ser, talvez no fundo eu concordasse com Nessie em seus temores, a razão da minha existência agora tinha tantas duvidas que em sua maioria eram com relação a mim, sobre o que eu era, sobre o que ela poderia ser.

— Ela saiu do quarto!

Disse Bella ao passar pela porta da cozinha da casa de Charlie e vindo ao meu encontro, apesar de não esboçar nenhuma reação o meu coração se acalmou ao saber que ela estava começando a reagir, eu estava debaixo daquela árvore a exatos três dias, desde que ela havia me expulsado de seu quarto depois de ter ouvido minha conversa com Bella e nos obrigado a falar a ela sobre o que haviamos feito, eu esperava que ela tivesse uma reação negativa, mas não esperava que ela explodisse daquela forma.

— Isso significa que ela esta melhor...

—Jacob não pode continuar aqui.

— Isso é o que menos importa para mim! Rspondi de forma rispida – Realmente acha que eu me importo de ficar aqui? Eu passo a eternidade aqui Bella se isso significar vê-la melhor.

Bella suspirou – eu acho que ela está começando a pensar de forma mais clara...

Ergui minhas sobrancelhas- Você ou Edward leu a mente dela?

Bella sorriu – Eu preciso ir, fica bem.

Eu assenti, por alguns segundos observei Bella dar a volta pela lateral da casa e o cheiro do sanguessura se tornou mais forte.

Malditos sanguessugas.

Baixei meus olhos na direção da terra molhada novamente refletindo sobre tudo que havia acontecido, mas o cheiro dela se misturou ao cheiro da lama, ergui meus olhos na direção da porta de Charlie e a vi saindo, vê-la caminhar com dificuldades foi como ter facas cravas em meu peito, eu deveria estar ao lado dela, ser seus braços e suas pernas, a verdade é que eu daria os meus membros para ela se fosse necessário, quando percebi eu já estava de pé e caminhando ao encontro dela.

— Ness...

— Oi Jake! Disse ela enquanto eu me aproximava tentando ajuda-la.

— Qualquer coisa estou na cozinha - Disse Charlie tirando minha atenção de Nessie

—Obrigada pai, mas não se preocupe vai ficar tuo bem.

— Assim espero – ele murmurou entrando em casa e em seguida fechou a porta.

Mesmo preocupado meu coração pulou de felicidade em vê-la, mas sua aparência era de abatimento, minha pequena Nessie não era nem a metade da Nessie alegre e divertida que sempre havia sido.

— Ness, eu sei que tem toda a razão do mundo em ter ficado dessa forma – Decidi iniciar nossa conversa antes que fosse expulso novamente por ela– Mas você precisa me ouvir.

— É por isso que estou aqui – Ela respondeu me dando um pouco mais de esperanças.

— Eu estava perdido Ness, naquela noite eu estava desmoronando, isso não justifica mas, quando Edward disse que você não passaria daquela noite eu...

— Eu sei Jake-  ela me interrompeu – eu não estou mais brava com você Jake.

— Ness- Um sorriso se formou em meus lábios e sem perder mais tempo eu a puxei com cuidado para meus braços e a abracei , eu faria qualquer coisa para que nunca mais ela saisse de onde estava– Pequena, não sabe o alivio que sinto em ouvir isso.

— Mas – ela sussurrou com o rosto contra o meu peito dse afastando em seguida e olhando novamente em meus olhos.

—Mas...murmurei tocando sua bochecha.

— O normal seria eu culpar alguém, Riley, Victoria, os Cullen, mas no momento não dá, não da porque sei que não foi culpa de ninguém, nem mesmo minha, tudo aconteceu porque tinha que acontecer – ela sorriu timidamente - Pode ser culpa do destino, talvez seria uma boa ideia, mas o que isso iria mudar? O fato é que eu não sei mas quem eu sou – balancei minha cabeça negativamente – E eu preciso descobri isso Jake, descobrir quem eu sou agora.

A observei em silêncio enquanto ouvia suas palavras, toda sua confusão estava explicita em seu olhar — Você é a Carlie, a minha Carlie – Tentei acalma-la prendendo seu rosto entre minhas mãos a fazendo olhar em meus olhos.

Ela sorriu, o sorriso que era como o sol para mim.

—Você me perguntou uma vez o que eu queria que você fosse para mim, lembra ? você sempre me disse que mesmo eu sento sua impressão eu tinha liberdade.

— E você tem, eu serei feliz se você for Ness, não importa a forma, só importa que seja feliz – Concordei.

— Eu vou para Jacksonville!

Minha expressão se tornou mais séria e uma corrente eletrica percorreu por minha espinha– Você vai embora?

— Não, não definitivamente, eu só preciso me afastar, preciso me reencontrar e eu só vou conseguir se ficar longe de Forks, longe de tudo.

Apesar da surpresa e do meu desespero eu consegui controlar meu impulsos— Você está terminando comigo Ness?

Ela deu um timido sorriso – Que tal vermos isso como uma pausa e não como ponto final? Eu só quero que vá para casa, que se junte a sua matilha e...

— Acha mesmo que isso é mais importante do que você? Eu respondi com um tom mais alto de voz, porém em seguida tentei novamente manter o controle, Nessie estava fragilizada demais e eu não podia piorar aquela situação.

— Não Jacob, eu sei que não é.

Passei minhas mãos em meus cabelos e deixei em minha nuca tentando manter meu controle,  meus olhos pousaram sobre ela,  apesar da dor, de me sentir dilacerado em saber que eu poderia estar a perdendo eu precisava manter o controle, eu podia ver em seus olhos seu sofrimento, não era hora para egoismo, tudo que importava era ela, eu queria que ela ficasse bem – Eu te amo Ness...

— Eu também amo você Jake, mas no momento eu preciso voltar a ser a Nessie de antes, eu preciso vencer meus fantasmas, só assim eu posso seguir.

Eu concordei,  novamente dei alguns passos parando a sua frente e beijei sua testa – Não importa o tempo que precise, eu vou estar aqui Ness.

— Eu sei –Disse Nessie dando um beijo em meu rosto a puxou mais uma vez para meus braços a abraçando forte, eu não queria, não queria ela saisse dos meus braços– Se cuida! Disse ela segundos depois se afastando.

— Você também! Respondi caminhando de costas enquanto a observava ir até a porta, quando finalmente virei meu corpo na direção do bosque as lagrimas me consumiam.

Quando dei por mim eu já estava correndo antes de chegar nas árvores, e as minhas roupas estavam jogada atrás de mim , faltava poucos segundos para me transformar, e eu não precisava pensar,  meu corpo já sabia pra onde eu estava indo e, antes que eu pedisse por isso, ele me deu o que eu queria.

Quando dei por mim eu tinha quatro pernas, as árvores eram um borrão se transformando num mar negro ao meu redor e os  meus músculos se contraíam e se soltavam em um ritmo sem esforço, eu podia correr assim por dias e eu não ficaria cansado. Talvez, dessa vez, eu não fosse parar.

— Eu lamento muito, Embry sussurrou na minha cabeça.

Eu podia ver através dos olhos dele. Ele estava muito longe, ao norte, mas ele havia se virado e estava correndo pra se juntar a mim.

Eu rosnei e me empurrei mais para a frente.

— Espere por nós, Quil reclamou, percebi que ele estava mais perto do que Embry, só observando do lado de fora do vilarejo.

— Me deixem sozinho, eu rosnei.

Eu podia sentir a preocupação deles na minha cabeça, e tentei muito me deixar mergulhar no som do vento e na floresta e isso era o que eu mais odiava , ver a mim mesmo pelos olhos deles, e era pior por ver que  os olhos deles estavam cheios de pena.

Apesar de verem meu desespero eles  continuaram correndo atrás de mim, até uma nova voz soar na minha cabeça.

— Deixem-o ir – disse Sam em um tom de ordem.

Tudo que eu desejava era parar de ver o que eles viam, mas a única forma de ficar sozinho de novo era ser humano, e eu não conseguia aguentar a dor.

— Transformem-se de volta, Sam se dirigiu a eles.

Então finalmente eles ficaram em silêncio e restou apenas Sam.

— Obrigado, eu conseguí pensar.

— Volte pra casa quando puder, ela precisa de você. - As palavras eram fracas, caindo no vazio até que finalmente ele saiu de minha mente.

Finalmente eu estava sozinho.

Eu me senti melhor,  podia ouvir o leve murmúrio das folhas secas embaixo dos dedos dos meus pés, o sussurro das asas de uma coruja acima de mim, o oceano bem longe à oeste, gemendo contra a praia, eu só precisava ouvir isso,  nada além da velocidade, nada além dos músculos, tendões, e dos ossos, trabalhando juntos em harmonia enquanto os quilômetros desapareciam atrás de mim.

Desejava que o silêncio em minha cabeça durasse, então forcei mais as minhas pernas, deixando Jacob Black desaparecer atrás de mim.


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