Eu estava sentada entre Jacob e Charlie, quando o Diretor Greene começou a chamar os nomes, um depois do outro sem tempo suficiente para uma pausa entre eles; a linha da frente do ginásio estava se apressando pra acompanhar enquanto a Sra. Cope toda atrapalhada tentava dar os diplomas certos ao diretor que ia ser entregue aos estudantes.

Logo vi Alice, aparecendo de repente até o palco pra pegar o diploma dela, com um olhar de profunda concentração em seu rosto, como se fosse a primeira vez que fazia aquilo. Edward seguiu atrás dela, com a expressão confusa, mas não aborrecida, não conseguia entender como eles dois podiam andar por aí usando aquele amarelo odioso e ainda assim ficarem lindos daquele jeito. Eles se destacavam do resto da multidão, com sua beleza e graça além desse mundo, me perguntei como eu havia caído na farsa deles de serem humanos, pareciam mais um par de anjos, lá de pé com suas asas intactas.

Quando ouvimos o Sr. Greene chamar por Bela nos levantamos, Charlie estava orgulhoso e junto com Jacob gritou tentando encoraja-la, Bela respondeu com um sorris tímido.

O Sr. Greene terminou com a lista de nomes, e depois continuou entregar os diplomas com um sorriso envergonhado, Charlie se levantou caminhando apressado empurrando as famílias presentes que estavam em seu caminho, enquanto eu acompanhava Jake e Billy até sua caminhonete.

— Tem mesmo que ir? Eu reclamei fazendo um pequeno beicinho tentando chantageá-lo.

— Tenho que levar Billy a seu compromisso, nos vemos a noite – Ele respondeu dando um beijo em minha testa antes de se afastar, Billy acenou do banco carona e eu sorri os observando ir embora.

Suspirei e caminhei cumprimentando alguns amigos indo ao encontro de meu pai e Bela- - Jacob e Billy tiveram que ir embora, você viu que eles estavam aqui? – perguntei ao me aproximar.

— Sim e  ouvi eles também – Ela respondeu.

— Foi legal da parte deles aparecer - Charlie disse.

— É foi! Respondi sorrindo antes de dar um abraço em Bela – parabéns- eu murmurei.

— Ano que vem será você! Ela disse em um tom de incentivo.

— Espero que a roupa não seja amarela.

— Então, onde você quer jantar? - Charlie perguntou. - O céu é o limite.

— Eu posso cozinhar – Sugeri.

— Que tal irmos ao Lodge? - Charlie perguntou com um sorriso ansioso..

— Claro, o Lodge, legal – Bela respondeu em uma tentativa demostrar sua animação inexistente.

Charlie deu um sorriso maior, e depois suspirou virando a cabeça meio na direção de Edward, sem realmente olhar pra ele. - Você vem também, Edward?

Bela e eu trocamos olhares, Edward estava tenso. Tinha que admitir que apesar das festas havia muitas coisas com as quais nos preocupamos, e eu tentava não pensar no que viria agora, Bela transformada, conhecendo bem Edward eu sabia que ele tentaria adiar isso.

Edward arrumou a sua expressão - Não, obrigado - disse rispidamente.

— Você tem planos com seus pais? - Charlie perguntou.

— Sim. Se você me der licença... - Edward se virou abruptamente e foi embora por entre a multidão que diminuía.

— O que foi que eu disse? - Charlie perguntou com uma expressão de culpa.

— Não se preocupe com isso, pai - eu o assegurei. - Eu não acho que seja você, ele só deve estar um pouco nervoso;

— Vocês dois brigaram de novo? Charlie perguntou olhando para Bela.

— Ninguém está brigando. Cuide dos seus assuntos – Respondeu ela.

— Você é meu assunto.

Eu revirei meus olhos. - Vamos comer.

Lodge estava lotado, como era a única coisa aproximada de um restaurante formal que havia na cidade era popular pra eventos. Eu olhava pra uma cabeça de alce empalhada e com um olhar deprimido enquanto Charlie comia costelas no prato principal e olhava por trás do seu assento para os pais de Tyler Crowley. Estava barulhento - todo mundo havia ido pra lá depois da formatura, e a maioria deles estava fofocando entre os corredores e por cima das cabines, como Charlie.

Tinha que admitir que o jantar foi uma droga. Charlie, ocupado se socializando, comeu devagar demais. Eu mexí com o meu hamburger, enfiando pedações dele no meu guardanapo quando eu tinha a atenção dele estava em outro lugar.

Quando finalmente Charlie recebeu seu troco de volta e colocou uma gorjeta na mesa. Bela levantou, aquela reação era algo que eu desejava fazer mas ela se antecipou.

— Porque tanta pressa? –Charlie perguntou.

— Eu quero ajudar Alice a arrumar as coisas - ela disse.

— Tudo bem - ele se virou de costas pra mim pra dizer boa noite a todo mundo e sem perder tempo eu fui para fora pra esperar perto da viatura.

Eu me encostei na porta do passageiro ao lado de Bela esperando que Charlie se arrastasse pra fora da festa improvisada. Estava quase escuro no estacionamento, as nuvens estavam tão grossas que era impossível dizer se o sol havia se posto ou não. O ar estava pesado, como se estivesse prestes a chover.

Alguma coisa se moveu entre as sombras, Edward apareceu puxando Bela pela mão e após trocarem algumas palavras ele se foi quando finalmente Charlie saiu.

Charlie entrou no carro, murmurando sobre impaciência e eu apenas ri olhando as gotículas de chuva molharem o vidro da janela.

— Então, como você se sente Bela? - ele perguntou enquanto dirigia para o norte em direção à estrada. - Esse foi um grande dia.

— Eu estou bem – Ela respondeu.

Ele riu, olhando através de mim com facilidade. – Ansiosas para a festa?

— Sim é isso! Respondeu Bela.

— Você nunca gostou de festas – Charlie ergueu as sobrancelhas.

— Vai ver agora ela tem motivos para gostar - eu murmurei.

Charlie gargalhou. – A proposito você está muito bonita Bela, . Eu queria ter pensado em te comprar alguma coisa. Desculpa.

— Não seja bobo, pai – Respondeu ela.

Charlie riu de novo, e depois fez uma careta. - Se essa festa ficar selvagem demais... – ele começou.

— Não se preocupe com isso, pai. Carlisle e Esme estarão lá. Eu tenho certeza que você pode vir também, se quiser – Eu respondi tentando tranquiliza-lo.

Charlie fez uma careta enquanto olhava para a noite através do para-brisa. - Uau – sussurru ele enquanto nós viramos na entrada. As suas árvores na entrada eram as únicas que não estavam iluminadas. A cerca de um vinte metros, outra baliza iluminada nos guiava em direção à grande casa branca. Em todo o caminho - todos os três metros do caminho. -

— Alice não faz as coisas pela metade, faz? - Charlie murmurou deslumbrado.

— Tem certeza que você não quer entrar? Insisti.

— Extremamente, divirtam-se! Disse ele.

— Muito obrigada, pai – Respondeu Bela saindo do carro, eu sorri para Charlie e dei um beijo demorado em seu rosto antes de também sair.

— Amo você –Falei em um tom alto de voz, Charlie sorriu constrangido.

— Também amo você baixinha – Disse ele antes de partir.

A festa claramente era um sucesso, apesar do resguardo instintivo por causa da presença dos Cullen - ou talvez isso apenas aderisse mais emoção à atmosfera. A música era contagiante, as luzes eram quase hipnóticas. Pelo jeito que a comida havia desaparecido, ela deve ter estado boa também. Logo, a sala estava lotada, a classe inteira do ultimo ano parecia estar lá, junto com a maioria dos calouros.

Cumprimentei alguns conhecidos e  abri o meu caminho entre os corpos, sendo um pouco empurrada. Algumas pessoas que estavam dançando logo me apressei até a porta da cozinha, quando meus olhos pararam em Jacob entrando acompanhado de Quil e Embry, sorri largamente indo ao encontro deles,.

— Agora sim a festa vai ficar mais divertida – Falei enquanto era puxada por ele para seus braços e selava seus lábios – Achei que não viesse.

— Acreditou mesmo que eu ia deixar você desprotegida nesse covil?

— Os Cullens são bonzinhos – Respondi olhando para Quil e embry os cumprimentando, Bella surgia do nada acompanhada de Alice que torceu o nariz.

— Recepção simpática – Jacob falou como sempre a provocando.

— Fico feliz que tenha vindo Jake!

—É ela fica! Disse Alice se afastando rapidamente e caminhou até a escada subindo de forma apressada.

— O que deu nela?

— Querem beber alguma coisa? Perguntou Bella olhando para os lados.

— Tem alguma bebida que não seja vermelha? Brincou Embry, não segurei meu riso, a expressão de Bella se tornou séria, a piada não havia sido bem aceita por ela.

— Temos refrigerante! Respondi tentando amenizar o clima, segurei sua mão entrelaçando nossos dedos e  puxei abrindo caminho com agilidade por entre os convidados, porém Alice desceu as escadas e tinha sua expressão de mármore havia se tornado mais sem cor do que o de costume.

— Alice! — grunhiu Bella.

Ela aproximou-se de Bella colocando o rosto ao lado dela — Preciso conversar com você — murmurou ela em seu ouvido.

Bella concordou com a cabeça — Jake, vejo você depois, Nessie leva os garotos para comerem algo — Disse ela passando entre Jake e os garotos, porém as duas pararam assim que esticou seu braço impedindo a passagem de ambas apoiando a mão na parede.

— Ei, não tão rápido.

— Com licença? Disse Alice com um ar de repreensão.

— Bella o que está acontecendo? Perguntei percebendo  o clima de tensão.

Jasper apareceu quase do nada parando ao lado de Jake, senti o pavor percorrer por meu corpo.

— Ela tem o direito de saber – Jake insistiu.

Então Japer deu apenas alguns passos se colocando entre nós, Alice e Bella, Quil e Embry se colocaram a postos pronto para dar o bote caso fosse necessário.

— Ei parem — Falei em um tom mais exaltado — Estamos numa festa, esqueceram?

Alice e Jake se encararam porém a expressão de Alice de repente ficou pensativa.— Está tudo bem, Jasper, ele tem razão – Murmurou ela em um tom calmo de voz, mesmo assim Jasper não relaxou.

— O que você viu, Alice? Perguntou Bella sem perde tempo.

— A decisão foi tomada.

— Qual decisão? Perguntei.

— Vocês vão a Seattle?

— Não- Respondeu Alice.

A mão de Jake segurou a minha então ele me olhou com um semblante de tensão, Quil, Embry e ele tremíam lendo cada emoção inconsciente nos rostos de Bella e Alice.

— Eles estão vindo para cá — Perguntou Bella com a voz embargada.

— Sim – Respondeu Alice – Estão vindo para Forks.

Em meio ao som alto da musica eletrônica Alice, Jasper e Bella iniciavam uma pequena discussão me deixando totalmente confusa— Espere aí — ordenou numa voz grave os interrompendo — O que está vindo? Eu perguntei.

— Muitos da nossa espécie – Respondeu ela.

— Por quê? Insisti.

— Atrás de Bella, é só o que sabemos – disse Jasper.

—  Não era apenas a ruiva? Você me escondeu isso?

— Eu só tentei proteger você!

—Me proteger?

— São muitos para vocês? — Perguntou Jake me interrompendo.

— Temos algumas vantagens, cachorro, será uma luta equilibrada- Respondeu Jasper.

— Não será equilibrada – Respondi, não precisei de muitas palavras para que a vampira compreendesse que que houvesse uma batalha para proteger Bella os lobos estariam nela.

— Ótimo! — sibilou Alice dando um sorriso, não consegui evitar em retribuir — Mesmo achando isso inconveniente, dadas as circunstâncias, vou aceitar.

— Vamos ter de nos organizar, apesar de não ser algo fácil é um trabalho mais nosso do que de vocês.

— Eu não chegaria a tanto, mas precisamos de ajuda. Não vamos ser seletivos.

— Espera, espera um pouco — Os interrompi — Organizar? — perguntei me aproximando de Jake  porém fui ignorada por ele.

— Acham mesmo que vamos ficar de fora dessa? Perguntou ele

— Vocês estão fora! Disse Bella em um tom alto de voz.

— Sua paranormal não pensa assim.

— Alice...Murmurei novamente os interrompendo - Diga a eles que não!  Eles vão morrer!

Quil, Embry  e Jake deram uma gargalhada.

— Carlie querida — disse Alice com um tom calmo de voz - Separados, todos podemos ser mortos, mas juntos temos uma chance.

— Anjo — Jake sussurrou olhando em meus olhos – Tudo vai dar certo.

— Jake você não pode...

— Quantos? — perguntou Quil ansioso interrompendo Nessie.

Pela primeira vez eu senti um medo gigante de perder Jacob, não consegui controlar minhas emoções — Não! —  Eu gritei soltando a mão de Jacob e corri passando pela porta ignorando a presença dos convidados.

Eu nunca havia sido uma garota frágil, mas estavam acontecendo coisas nos últimos dias que me deixavam receosa, o estranho sonho com o lobo, não saber o que ele significava, seria um aviso? Aconteceria algo com Jacob?

Mesmo sem olhar para trás eu senti a sua aproximação – Oi – disse ele sentando ao meu lado no capo do rabitt.

— Por favor! Não faça isso!

Jake afagou meus cabelos e beijou minha testa – Você confia em mim?

— Não é questão de não confiar Jake, tem sido difícil viver sabendo que minha irmã corre o risco de ser morta por uma Vampira, se torna mais difícil saber que agora você também corre esse risco, Jake, eu não quero que nada aconteça a você.

A mão dele que estava em meu cabelo desviou até meu queixo e aproximou o seu rosto do meu — Eu prometo a você que nada de mal vai acontecer, nem a mim, e nem a Bella, ou acha que vai se livrar tão fácil de mim?

Dei um sorriso tímido— Não pode me prometer isso — em seguida dei  um pequeno soco em seu ombro.

— É claro que posso, eu sou um lobo esqueceu?

Neguei com a cabeça enquanto ele passava seu braço em volta  ds meus ombros me aconchegando em seu peito, então ouvi a voz de Quil e Embry.

— Precisamos ir — Disse Embry parando e cruzando os braços.

— Vou deixar a Nessie em casa, nos encontramos daqui a pouco! Ele respondeu se levantando do Rabitt estendendo a mão para mim , logo abria a porta do veiculo para que eu entrasse, Quil e Embry concordaram e correram na direção do bosque.

 Durante os minutos de estrada da casa dos Cullen até a casa de Charlie, eu fiquei em silencio, apenas deitei a cabeça em seu ombro,  ao sairmos do Rabitt ele me puxou me dando aquele abraço de urso que eu tanto amava – Dou um doce por seus pensamentos – murmurou ele enquanto folgava seus braços em meu corpo.

Olhei em seus olhos – Eu estou com uma sensação estranha Jake, como se algo ruim fosse acontecer – respondi enfim quebrando seu silêncio.

Ele nada respondeu, apenas sorri com o canto dos lábios e busquei por meus lábios em um beijo doce e quando nossas bocas se afastaram eu sorri timidamente.

— Está tentando me convencer com beijos?

— Não, estou tentando dizer que nada de ruim vai acontecer.

— Eu espero que sim – Falei passando suavemente a ponta dos dedos por seu rosto – Sabe, eu nunca fui ligada em garotos, até conhecer você.

— Está me dizendo que preferia garotas até me conhecer?

— Ai que bobo você Jake, sabe muito bem do que estou falando! Respondi dando um tapinha em sua testa.

— Eu sei pequena – Ele respondeu selando meus lábios.

— Boa noite Jake – Sussurrei me afastando lentamente.

— Boa noite anjo – Ele respondeu mantendo seus olhos sobre mim enquanto eu  caminhava até a porta da casa, e seus olhos se mantiveram fixos até eu entrar e fechar a porta.

Ao entrar em casa vi Charlie estava adormecido na sala de estar, jogado naquele sofá pequeno demais para ele e roncando tão alto que eu podia ter ligado uma serra elétrica e isso não teria acordado ele.

Eu balancei o ombro dele vigorosamente. - Pai! Charlie!

Ele murmurou, ainda com os olhos fechados.

— Voce vai machucar as suas costas dormindo desse jeito. Vamos, hora de ir para cama.

— Onde está Bela? Ele murmurou sonolento.

— Logo ela vem- Respondi.

Foram precisas mais algumas sacudidas para eu consegui tirar ele do sofá e o ajudei a ir até a sua cama, onde ele desabou no topo das cobertas, totalmente vestido, e começou a roncar de novo.  Após um demorado banho eu me joguei em minha cama, pensei em Jacob até  sono me vencer.

Eu acordei cedo na manhã seguinte com o bip das mensagens em meu celular, sonolenta me virei na cama tentando abrir os olhos: “ preciso de uma carona, compras para o baile” disse Ligia na mensagem.

“Onde está seu carro?” Respondi.

“Vai me negar uma carona tigresa”

Rolei meus olhos – “Que piada sem graça”

Te espero as sete.

Respondi confirmado e pulando da cama, sai do quarto indo para o banheiro, a casa estava silenciosa, mas eu sabia que não estávamos sozinhos.

Eu sei que esta ai Edward— Falei em meus pensamentos e pude ouvir o pequeno riso quase como um murmuro vindo do quarto de Bela – Usem camisinha — o provoquei.

Após o banho me vesti e desci com a mochila indo para a cozinha, preparei o café de Charlie que não demorou a finalmente acordar.

— Bom dia – Disse ele ao entrar na cozinha e antes de puxar a cadeira para sentar observou minha mochila na cadeira ao lado – Não está muito cedo? Perguntou ele enquanto eu colocava o prato com seus ovos mexidos sobre a mesa.

— Vou dar uma carona a Ligia – Respondi terminando meu café.

— E como foi a festa ontem?

— Foi legal! Falei deixando a xicara sobre a pia e peguei minha mochila. – Eu preciso ir, até mais tarde – Falei passando pela porta.

— Cuidado na estrada, tem gelo na pista – Gritou Charlie.

— Pode deixar! Respondi antes de sair pela porta da sala.

Joguei a mochila no banco carona da minha caminhonete e entrei logo em seguida, girando a chave e dando partida no carro, a paisagem verde da floresta que rodeava a estrada estava um pouco mais branca devido a neve na vegetação, liguei o som do carro  e sorri ao ouvir tocar BTS na estação de rádio.

“Cause I-I-I'm in the stars tonight, So watch me bring the fire and set the night alight”

Bati suavemente no volante do carro e cantarolei, mas ao fazer a segunda curva já bastante afastada da estrada para casa eu senti que algo se moveu rapidamente entre os arbustos.

Seriam os lobos ou os Cullen?

Desliguei o som do carro e olhei para meu aparelho celular, de repente violentamente senti meu corpo ser jogado para frente ocasionado pelo parar brusco do carro, eu pisei no acelerador e o motor roncou porém o carro não se moveu, quando minha mão tocou a porta o som do vidros da janela sendo despedaçados me fez gritar instantaneamente, senti o arder em minha pele ocasionado pelos cacos que haviam entrado nela.

— O que é isso? Eu sussurrei tentando abrir a porta sem êxito.

O carro girou e novamente eu gritei tentando tirar o cinto de segurança – O que é isso? Perguntei novamente em um tom de medo e desespero, senti o levantar da carroceria e em seguida a caminhonete capotar, uma, duas, três vezes, e meus gritos se misturarem ao som do ferro sendo arrastado no asfalto e as ferragens que se soltavam começavam a me apertar dentro do veiculo.

A dor me consumiu, havia sangue em minha roupa mas eu não fazia a menor ideia de onde tinha vindo, olhei para a janela e vi as botas masculinas se aproximarem e pararem e então ele se abaixou.

— Riley...eu sussurrei antes de tudo se tornar confuso.

Ele sorriu colocando um dos braços dentro do carro e sua mão apertou o meu pescoço quase me sufocando, porém ele parou e desapareceu.

Depois disso veio a confusão, eu fechei os olhos  quando os abri haviam muitas vozes...

— É a filha do chefe Swan...

— Chamem uma ambulância...

— Garota fale comigo, não durma...

A sirene, as mãos movendo meu corpo, as agulhas entrando em minha carne.

E por ultimo um quarto branco, o som de bip e o rosto de Sam Uley.

Veio a escuridão.