New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 3
Programas de irmãs




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O tempo passou depressa e apesar do difícil inicio eu começava a gostar das coisas em Forks, eu passava maior parte do tempo fazendo trabalhos escolares com Megan, Bruce e Ligia e o outro restante ajudava Charlie com as tarefas de casa, eu havia ouvido uma conversa dele ao telefone com Reneé e ele estava planejando mandar Bela de volta para Phoenix,  por um breve instante pensei em me exilar como ela alegando sofrimento amoroso e assim ser devolvida com ela.

Mas naquela chuvosa manhã o punho de Charlie bateu forte sobre a mesa.

— Bella! Vou mandar você para casa.

Bela desviou os olhos do seu cereal que analisava em vez de comer, e o encarou chocada. Eu não estava acompanhando a conversa na verdade, nem estava ciente de que havia uma conversa, só percebi que havia quando o som na madeira quase me ensurdeceu.

— Eu estou em casa – Ela respondeu o olhando confusa.

— Vou mandar você para Renée, para Jacksonville — Charlie olhava exasperado enquanto eu lentamente compreendia o significado das palavras dele.

As sobrancelhas de Bela uniram-se em sua testa — O que eu fiz? Perguntou ela.

Tinha que admitir que ela não havia feito nada de errado, a não ser o fato de viver como um zumbi, ela ia para a escola e para o trabalho e voltava para casa, me ajudava com algumas tarefas, fora o fato que havia me feito atender inúmeros telefonemas de um cara chamado Jacob Black,  e eu não tinha mais desculpas para inventar para ele.

— Você não fez nada. É esse o problema. Você nunca faz nada – Charlie respondeu com uma cara de poucos amigos.

— Quer que a gente se meta em problemas? — perguntei curiosa levando a minha caneca de café a boca, mesmo perplexa minha irmã baixou o olhar dando um leve sorriso mas a cara de Charlie para mim não foi de um amigo.

— Não se meta nisso.

— Me desculpe! Falei me levantando da mesa – Não vou participar da reunião de família de vocês!

— Nessie! Charlie gritou e eu ignorei, passei pela sala e após pegar a mochila que estava sobre o sofá eu sai, apesar de toda a paciência começava a me cansar, de tudo, do mal humor da minha irmã, de suas crises com Charlie, desde o momento em que eu havia chegado a Forks meus pais não haviam se preocupado em saber se eu estava me saindo bem, me encostei na picape e respirei olhando o aparelho celular – Droga, sem sinal de novo!

Bela passou pela porta de forma apressada e parou ao meu lado, eu a olhei de soslaio enquanto mexia no aparelho celular – Você já conhece a cidade?

— Está falando comigo, Bela? Perguntei um pouco incrédula – nos últimos quatro meses suas palavras eram quase as mesmas, sua louça é a do jantar, você prepara a sobremesa, e naquele momento ela estava tentando ter um assunto comigo?

— Claro que sim.

 — Que foi? Precisa que eu acalme o papai? Respondi de forma ríspida.

— Não - Bela sacudiu a cabeça de forma negativa. — Na verdade, eu queria saber se você quer ir ao cinema comigo hoje à noite, acho que estamos precisando de um momento de irmãs.

— Por que está me convidando? Perguntei desconfiada.

— Você é a primeira pessoa em quem eu penso quando quero fazer algo de amigas. — Ela sorriu, seu sorriso parecia sincero, ao menos eu era a primeira pessoa em que ela pensava quando queria se livrar do Charlie.

— Bom, não sei.

— Tem algum compromisso?

— Não... Acho que posso ir com você. O que você quer ver? Amoleci, mesmo achando a atitude estranha tinha que admitir que era a primeira vez após quatro meses em Forks que ela agia de uma forma mais natural comigo.

— Não sei bem o que está passando — disse, de forma vaga. - Que tal aquele com a presidente?

 — Bella, eu já assistir e esse saiu de cartaz há séculos – Respondi.

Ela franziu as sobrancelhas e forçou um sorriso — Há algum filme que você queira ver?

— Bom eu vi que tem uma comédia romântica, o Bruce comentou comigo ontem que viu a noite do terror e gostou.

— Esse é sobre o quê?

— Zumbis ou coisa assim, ele disse que é ótimo.

— Parece perfeito.

— Tudo bem – Eu sorri, ela parecia animada, me senti feliz em vê-la assim.

 O restante do dia passou rápido, nós fizemos as coisas que costumávamos fazer desde minha chegada em Forks, eu me olhei pela última vez no pequeno espelho do corredor e arrumei o coque nos cabelos, arrumei o vestido e as botas e a bolsa e desci as escadas, Bela me esperava na sala e sorriu ao me ver.

Saímos juntas e sendo Bela maior de idade decidimos ir no carro dela  — Obrigada por sair comigo hoje – Ela agradeceu enquanto eu me ajeitava no banco carona do carro.

— Tudo bem, mas, por que decidiu isso?

— Decidi o que?

— Decidiu... sair?

Ela deu de ombros ligando o carro – Só precisava sair um pouco.

— Entendi! Respondi olhando para o painel – Você se importa? Perguntei pensando em por uma música.

— Não pode pôr! Ela respondeu.

Eu liguei o som do carro e ela deu partida acelerando, nós ficamos em silencio apenas ouvindo a música que tocava, apesar de irmãs não costumávamos fazer coisas juntas, na verdade aquela era a primeira vez.

— Como vão as coisas no trabalho? Perguntei puxando um assunto.

— É difícil conversar no trabalho — Ela respondeu — Você está gostando de Forks? Já fez muitos amigos?

— Alguns! Respondi, Bruce, Ligia e Megan, sempre fazemos alguns programas juntos.

—E o Bruce é legal?

— Não! Eu baixei a cabeça rindo – Não está pensando que Bruce e eu?

Bela sorriu.

O filme começava cedo, então Bela achou que devíamos pegar a seção do anoitecer e comer depois, nós conversamos durante o trailer, o filme tinha apenas ataques de zumbis horripilantes e gritos intermináveis de algumas pessoas que sobreviveram, cujo número diminuía bem depressa, perto do final, quando um zumbi desfigurado arrastava-se atrás da última sobrevivente escandalosa, Bela se levantou de forma apressada.

— Onde você vai? Perguntei sem entender.

— Preciso de uma bebida — ela respondeu enquanto corria para a saída, mesmos sem compreender eu esperei o final do final e sai atrás dela.

— O filme era apavorante demais para você?

— Sim acho que sou uma covarde.

 — Que engraçado. Não achei que você estivesse com medo... Eu gritei o tempo todo, mas não ouvi você gritar nem uma vez. Então não entendi por que você saiu.

— Foi só medo.

— Acho que esse foi o filme mais apavorante que vi na vida. Aposto que vamos ter pesadelos esta noite – Falei enquanto caminhávamos.

— Não duvido.

Nós saímos do cinema caminhando lado a lado, passando por um curto trecho de calçada sem iluminação, do outro lado da rua havia uma loja aberta. As vitrines estavam tapadas por dentro e havia placas de néon, anúncios de diferentes marcas de cerveja, brilhando na frente e encostados na parede o local havia quatro homens, ao passarmos por eles Bela parou encarando um deles.

Que diabos ela estava fazendo?

— O que está fazendo? Murmurei.

— Acho que os conheço!

Eu estremeci quando um deles olhou para mim e me chamou de “Anjinho”

— Bela vamos! Insisti – Não podemos entrar num bar!

— Não vamos entrar, só quero checar uma coisa.

— Você só pode estar maluca!

— Vá comer! Ela falou olhando para a lanchonete a nossa frente.

Olhei para ela e em seguida para os homens que nos observavam com olhos curiosos e divertidos- Bela, pare com isso agora!

Ela me ignorou, subiu na moto de um dos homens e acelerou cortando a rua, apenas a observei parada no meio da rua sem conseguir esboçar nenhuma reação, quando ela finalmente voltou eu a olhei seriamente.

— O que você estava pensando? Você não os conhece... Eles podiam ser psicopatas!

— Só achei que conhecia aquele cara.

— Você está tão estranha, parece outra pessoa.

— Desculpe.

Demos uma pausa na lanchonete e retornamos para casa, Charlie  nos esperava no meio do corredor, com os braços cruzados, firmes, com as mãos fechadas em punho.

— Oi, pai! Falei o encarando e olhei para Bela que também o encarou

— Aonde vocês foram?

Olhei para meu pai, surpresa.

— Fomos ver um filme em Port Angeles como lhe disse hoje de manhã.

— Umpf — grunhiu ele.

— É, está tudo bem. Vocês se divertiram?

— Claro — respondi. — Vimos zumbis comendo gente. Foi ótimo! Dei um largo sorrido — Boa noite, pai! Dei um beijo em seu rosto o deixando envergonhado, Bela aproveitou seu momento de distração e correu para seu quarto, eu apenas ri baixinho entrando no meu.

Na manhã seguinte Bela parecia mais animada, ao menos o clima durante o café da manhã foi mais ameno, como era sábado eu não tinha aula e meu programa se resumiria em fazer o dever de casa e jogar as roupas do Charlie na máquina.

Charlie se levantou e beijou a minha testa enquanto Bela terminava as louças do café – As vejo mas tarde! Ele falou olhando para Bela que confirmou com a cabeça antes dele sair.

— O que vai fazer hoje? Ela me perguntou enquanto eu terminava de retirar a mesa.

— O que faço todo sábado respondi.

— Eu tenho um plano! Ela sorriu voltando para as louças na pia.

Eu franzi as sobrancelhas – Eles não envolvem caras suspeitos em esquinas escuras hum?

Ela riu – Não, mas você vai gostar, vamos terminar tudo e vamos sair.

Depois de uma hora estávamos estacionadas no meio da pista norte da Russell Avenue, de pé em frente a um jardim com algumas motos empilhadas com uma grande placa de papelão onde estava escrito “Vendo todas como estão” caminhamos na chuva para a porta da frente da casa e tocamos a campainha.

— O que esta planejando? Perguntei curiosa até que a porta da casa se abriu.

— Bella Swan? — Um garoto de cabelos cor de areia falou ao vê-la.

 — Quanto quer pela moto?

. — Está falando sério? — Perguntei olhando para ela.

 — É claro que estou.

— Elas não funcionam – O garoto respondeu

— Quanto?

— Se quer mesmo uma, pode levar. Minha mãe obrigou meu pai a colocar todas na rua, para serem recolhidas com o lixo.

E lá estava eu empurrando as motos pesadas com a ajuda do garoto, Bela só podia estar pirando, ela precisava de ajuda psiquiátrica pensei comigo mesma, mesmo com dificuldade colocamos a moto na carroceria da picape.

— O que vai fazer com ela? Não funciona! Perguntei curiosa.

— Eu conheço alguém que monta carros! Ela respondeu – Inclusive ele montou a sua picape!

Nós entramos na picape e ela dirigia em alta velocidade – você trouxe seu celular? Perguntou me deixando mais curiosa ainda.

— Sim! Respondi.

— Liga para o Charlie.

Eu a olhei novamente confusa – Porque devemos ligar para o Charlie.

Bela rolou os olhos – Eu esqueci o endereço, anda liga! Insistiu impaciente.

Peguei o celular realizando a ligação, um homem atendia a chamada e após eu me identificar passava a ligação para Charlie.

— O que houve? Alguma uma emergência? Charlie perguntou com uma voz de preocupação

— Não – Respondi – Bela só queria que  explicasse como chegar à casa dos Black... vamos visitar o Jacob – Falei com um tom de voz de alguém interessada em ver o tal do Jacob sendo que não fazia a menor ideia de quem ele era, havia ouvido sua voz algumas vezes ao telefone quando ele levou os foras de Bela.

— É uma ótima ideia! Charlie falou com um tom de voz diferente, pareceu ficar feliz – tem uma caneta?

Abri a mochila e peguei um bloco e uma caneta e anotei, após prometer que chegaríamos antes do jantar ele desligou a chamada, então Bela dirigiu rápido demais pelas ruas escurecidas pela tempestade, saindo da cidade.

Bela estacionou o carro na frente de uma casinha de madeira com janelas estreitas, a tinta vermelha desbotada que parecia com um celeiro minúsculo, a cabeça de um garoto apontou para fora da janela antes mesmo que saíssemos do carro.

— Bella! — O garoto a recebeu assim que saímos do carro com um sorriso animado espalhado pelo rosto, ele tinha dentes brilhantes destacando-se num contraste vívido com a cor avermelhada de sua pele, tinha os cabelos escuros e lisos presos em o rabo-de-cavalo que caia como uma cortina de cetim preto dos dois lados do rosto largo

Ele a abraçou a girando no ar e eu o olhei em silencio.

— Oi Jacob! Bela falou saindo de seus braços, eu virei meu rosto para ambos os lados observando o local, Bela se direcionou para mim fazendo as apresentações – Essa é Carlie, minha irmã!

— Oi Jacob! O cumprimentei.

— E ai Carlie! Ele sorriu.

— Nessie, eu prefiro que me chame assim.

— Nessie também é legal! Ele respondeu.

Jacob parou a pouca distância de Bela inclinando a cabeça para trás— Você cresceu de novo! — Ela falou maravilhada.

 — Um e noventa e quatro — ele falou convencido com sua voz grave e rouca, eu o olhei novamente mas quando percebi que ele também me olhava disfarcei olhando para o lado.

Jacob sorriu nos convidando para entrar pois a chuva começava a ficar mais forte, ele foi na frente, torcendo o cabelo com as mãos grandes enquanto andava. — Ei, pai — gritou ao se curvar para passar pela porta da frente. — Olhe quem parou por aqui.

Bela olhou para mim e eu ergui as sobrancelhas a seguindo, o homem que estava na sala de estar quadrada mínima com um livro nas mãos girou sua cadeira de rodas em seguida baixou o livro no colo e girou para a frente ao nos ver.

— Ora, quem diria! É bom ver você, Bella e mocinha quem é?

— Essa é minha irmã, Nessie! Ela respondeu.

— Então é a caçula Swan, quando a vi era um bebê e agora é uma moça- Trocamos um aperto de mãos, a minha ficou perdida em seu aperto largo.

— O que a traz aqui? Está tudo bem com Charlie?

— Sim, claro que sim. Só queria ver o Jacob... Havia séculos eu não o via – Bela respondeu.

 Olhei para Jacob e seus olhos brilharam com as palavras dela, ele deu um sorriso tão largo que parecia que ia machucar as bochechas, eu baixei a cabeça me divertindo com aquilo, garotos apaixonados as vezes eram bastante patéticos.

 — Pode ficar para o jantar? — Billy também estava ansioso ele falou animado.

O Billy ou ele? Eu perguntei a mim mesma observando aquela cena, mesmo um pouco deslocada era bom ver Bela animada, talvez ela precisasse de um namorado novo, Jacob parecia a pessoa perfeita, e caso não rolasse eu me divertiria o vendo dar em cima dela, os dias com minha irmã começavam a ficar mais interessantes.


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