New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black
O tempo passou depressa e apesar do difícil inicio eu começava a gostar das coisas em Forks, eu passava maior parte do tempo fazendo trabalhos escolares com Megan, Bruce e Ligia e o outro restante ajudava Charlie com as tarefas de casa, eu havia ouvido uma conversa dele ao telefone com Reneé e ele estava planejando mandar Bela de volta para Phoenix, por um breve instante pensei em me exilar como ela alegando sofrimento amoroso e assim ser devolvida com ela.
Mas naquela chuvosa manhã o punho de Charlie bateu forte sobre a mesa.
— Bella! Vou mandar você para casa.
Bela desviou os olhos do seu cereal que analisava em vez de comer, e o encarou chocada. Eu não estava acompanhando a conversa na verdade, nem estava ciente de que havia uma conversa, só percebi que havia quando o som na madeira quase me ensurdeceu.
— Eu estou em casa – Ela respondeu o olhando confusa.
— Vou mandar você para Renée, para Jacksonville — Charlie olhava exasperado enquanto eu lentamente compreendia o significado das palavras dele.
As sobrancelhas de Bela uniram-se em sua testa — O que eu fiz? Perguntou ela.
Tinha que admitir que ela não havia feito nada de errado, a não ser o fato de viver como um zumbi, ela ia para a escola e para o trabalho e voltava para casa, me ajudava com algumas tarefas, fora o fato que havia me feito atender inúmeros telefonemas de um cara chamado Jacob Black, e eu não tinha mais desculpas para inventar para ele.
— Você não fez nada. É esse o problema. Você nunca faz nada – Charlie respondeu com uma cara de poucos amigos.
— Quer que a gente se meta em problemas? — perguntei curiosa levando a minha caneca de café a boca, mesmo perplexa minha irmã baixou o olhar dando um leve sorriso mas a cara de Charlie para mim não foi de um amigo.
— Não se meta nisso.
— Me desculpe! Falei me levantando da mesa – Não vou participar da reunião de família de vocês!
— Nessie! Charlie gritou e eu ignorei, passei pela sala e após pegar a mochila que estava sobre o sofá eu sai, apesar de toda a paciência começava a me cansar, de tudo, do mal humor da minha irmã, de suas crises com Charlie, desde o momento em que eu havia chegado a Forks meus pais não haviam se preocupado em saber se eu estava me saindo bem, me encostei na picape e respirei olhando o aparelho celular – Droga, sem sinal de novo!
Bela passou pela porta de forma apressada e parou ao meu lado, eu a olhei de soslaio enquanto mexia no aparelho celular – Você já conhece a cidade?
— Está falando comigo, Bela? Perguntei um pouco incrédula – nos últimos quatro meses suas palavras eram quase as mesmas, sua louça é a do jantar, você prepara a sobremesa, e naquele momento ela estava tentando ter um assunto comigo?
— Claro que sim.
— Que foi? Precisa que eu acalme o papai? Respondi de forma ríspida.
— Não - Bela sacudiu a cabeça de forma negativa. — Na verdade, eu queria saber se você quer ir ao cinema comigo hoje à noite, acho que estamos precisando de um momento de irmãs.
— Por que está me convidando? Perguntei desconfiada.
— Você é a primeira pessoa em quem eu penso quando quero fazer algo de amigas. — Ela sorriu, seu sorriso parecia sincero, ao menos eu era a primeira pessoa em que ela pensava quando queria se livrar do Charlie.
— Bom, não sei.
— Tem algum compromisso?
— Não... Acho que posso ir com você. O que você quer ver? Amoleci, mesmo achando a atitude estranha tinha que admitir que era a primeira vez após quatro meses em Forks que ela agia de uma forma mais natural comigo.
— Não sei bem o que está passando — disse, de forma vaga. - Que tal aquele com a presidente?
— Bella, eu já assistir e esse saiu de cartaz há séculos – Respondi.
Ela franziu as sobrancelhas e forçou um sorriso — Há algum filme que você queira ver?
— Bom eu vi que tem uma comédia romântica, o Bruce comentou comigo ontem que viu a noite do terror e gostou.
— Esse é sobre o quê?
— Zumbis ou coisa assim, ele disse que é ótimo.
— Parece perfeito.
— Tudo bem – Eu sorri, ela parecia animada, me senti feliz em vê-la assim.
O restante do dia passou rápido, nós fizemos as coisas que costumávamos fazer desde minha chegada em Forks, eu me olhei pela última vez no pequeno espelho do corredor e arrumei o coque nos cabelos, arrumei o vestido e as botas e a bolsa e desci as escadas, Bela me esperava na sala e sorriu ao me ver.
Saímos juntas e sendo Bela maior de idade decidimos ir no carro dela — Obrigada por sair comigo hoje – Ela agradeceu enquanto eu me ajeitava no banco carona do carro.
— Tudo bem, mas, por que decidiu isso?
— Decidi o que?
— Decidiu... sair?
Ela deu de ombros ligando o carro – Só precisava sair um pouco.
— Entendi! Respondi olhando para o painel – Você se importa? Perguntei pensando em por uma música.
— Não pode pôr! Ela respondeu.
Eu liguei o som do carro e ela deu partida acelerando, nós ficamos em silencio apenas ouvindo a música que tocava, apesar de irmãs não costumávamos fazer coisas juntas, na verdade aquela era a primeira vez.
— Como vão as coisas no trabalho? Perguntei puxando um assunto.
— É difícil conversar no trabalho — Ela respondeu — Você está gostando de Forks? Já fez muitos amigos?
— Alguns! Respondi, Bruce, Ligia e Megan, sempre fazemos alguns programas juntos.
—E o Bruce é legal?
— Não! Eu baixei a cabeça rindo – Não está pensando que Bruce e eu?
Bela sorriu.
O filme começava cedo, então Bela achou que devíamos pegar a seção do anoitecer e comer depois, nós conversamos durante o trailer, o filme tinha apenas ataques de zumbis horripilantes e gritos intermináveis de algumas pessoas que sobreviveram, cujo número diminuía bem depressa, perto do final, quando um zumbi desfigurado arrastava-se atrás da última sobrevivente escandalosa, Bela se levantou de forma apressada.
— Onde você vai? Perguntei sem entender.
— Preciso de uma bebida — ela respondeu enquanto corria para a saída, mesmos sem compreender eu esperei o final do final e sai atrás dela.
— O filme era apavorante demais para você?
— Sim acho que sou uma covarde.
— Que engraçado. Não achei que você estivesse com medo... Eu gritei o tempo todo, mas não ouvi você gritar nem uma vez. Então não entendi por que você saiu.
— Foi só medo.
— Acho que esse foi o filme mais apavorante que vi na vida. Aposto que vamos ter pesadelos esta noite – Falei enquanto caminhávamos.
— Não duvido.
Nós saímos do cinema caminhando lado a lado, passando por um curto trecho de calçada sem iluminação, do outro lado da rua havia uma loja aberta. As vitrines estavam tapadas por dentro e havia placas de néon, anúncios de diferentes marcas de cerveja, brilhando na frente e encostados na parede o local havia quatro homens, ao passarmos por eles Bela parou encarando um deles.
Que diabos ela estava fazendo?
— O que está fazendo? Murmurei.
— Acho que os conheço!
Eu estremeci quando um deles olhou para mim e me chamou de “Anjinho”
— Bela vamos! Insisti – Não podemos entrar num bar!
— Não vamos entrar, só quero checar uma coisa.
— Você só pode estar maluca!
— Vá comer! Ela falou olhando para a lanchonete a nossa frente.
Olhei para ela e em seguida para os homens que nos observavam com olhos curiosos e divertidos- Bela, pare com isso agora!
Ela me ignorou, subiu na moto de um dos homens e acelerou cortando a rua, apenas a observei parada no meio da rua sem conseguir esboçar nenhuma reação, quando ela finalmente voltou eu a olhei seriamente.
— O que você estava pensando? Você não os conhece... Eles podiam ser psicopatas!
— Só achei que conhecia aquele cara.
— Você está tão estranha, parece outra pessoa.
— Desculpe.
Demos uma pausa na lanchonete e retornamos para casa, Charlie nos esperava no meio do corredor, com os braços cruzados, firmes, com as mãos fechadas em punho.
— Oi, pai! Falei o encarando e olhei para Bela que também o encarou
— Aonde vocês foram?
Olhei para meu pai, surpresa.
— Fomos ver um filme em Port Angeles como lhe disse hoje de manhã.
— Umpf — grunhiu ele.
— É, está tudo bem. Vocês se divertiram?
— Claro — respondi. — Vimos zumbis comendo gente. Foi ótimo! Dei um largo sorrido — Boa noite, pai! Dei um beijo em seu rosto o deixando envergonhado, Bela aproveitou seu momento de distração e correu para seu quarto, eu apenas ri baixinho entrando no meu.
Na manhã seguinte Bela parecia mais animada, ao menos o clima durante o café da manhã foi mais ameno, como era sábado eu não tinha aula e meu programa se resumiria em fazer o dever de casa e jogar as roupas do Charlie na máquina.
Charlie se levantou e beijou a minha testa enquanto Bela terminava as louças do café – As vejo mas tarde! Ele falou olhando para Bela que confirmou com a cabeça antes dele sair.
— O que vai fazer hoje? Ela me perguntou enquanto eu terminava de retirar a mesa.
— O que faço todo sábado respondi.
— Eu tenho um plano! Ela sorriu voltando para as louças na pia.
Eu franzi as sobrancelhas – Eles não envolvem caras suspeitos em esquinas escuras hum?
Ela riu – Não, mas você vai gostar, vamos terminar tudo e vamos sair.
Depois de uma hora estávamos estacionadas no meio da pista norte da Russell Avenue, de pé em frente a um jardim com algumas motos empilhadas com uma grande placa de papelão onde estava escrito “Vendo todas como estão” caminhamos na chuva para a porta da frente da casa e tocamos a campainha.
— O que esta planejando? Perguntei curiosa até que a porta da casa se abriu.
— Bella Swan? — Um garoto de cabelos cor de areia falou ao vê-la.
— Quanto quer pela moto?
. — Está falando sério? — Perguntei olhando para ela.
— É claro que estou.
— Elas não funcionam – O garoto respondeu
— Quanto?
— Se quer mesmo uma, pode levar. Minha mãe obrigou meu pai a colocar todas na rua, para serem recolhidas com o lixo.
E lá estava eu empurrando as motos pesadas com a ajuda do garoto, Bela só podia estar pirando, ela precisava de ajuda psiquiátrica pensei comigo mesma, mesmo com dificuldade colocamos a moto na carroceria da picape.
— O que vai fazer com ela? Não funciona! Perguntei curiosa.
— Eu conheço alguém que monta carros! Ela respondeu – Inclusive ele montou a sua picape!
Nós entramos na picape e ela dirigia em alta velocidade – você trouxe seu celular? Perguntou me deixando mais curiosa ainda.
— Sim! Respondi.
— Liga para o Charlie.
Eu a olhei novamente confusa – Porque devemos ligar para o Charlie.
Bela rolou os olhos – Eu esqueci o endereço, anda liga! Insistiu impaciente.
Peguei o celular realizando a ligação, um homem atendia a chamada e após eu me identificar passava a ligação para Charlie.
— O que houve? Alguma uma emergência? Charlie perguntou com uma voz de preocupação
— Não – Respondi – Bela só queria que explicasse como chegar à casa dos Black... vamos visitar o Jacob – Falei com um tom de voz de alguém interessada em ver o tal do Jacob sendo que não fazia a menor ideia de quem ele era, havia ouvido sua voz algumas vezes ao telefone quando ele levou os foras de Bela.
— É uma ótima ideia! Charlie falou com um tom de voz diferente, pareceu ficar feliz – tem uma caneta?
Abri a mochila e peguei um bloco e uma caneta e anotei, após prometer que chegaríamos antes do jantar ele desligou a chamada, então Bela dirigiu rápido demais pelas ruas escurecidas pela tempestade, saindo da cidade.
Bela estacionou o carro na frente de uma casinha de madeira com janelas estreitas, a tinta vermelha desbotada que parecia com um celeiro minúsculo, a cabeça de um garoto apontou para fora da janela antes mesmo que saíssemos do carro.
— Bella! — O garoto a recebeu assim que saímos do carro com um sorriso animado espalhado pelo rosto, ele tinha dentes brilhantes destacando-se num contraste vívido com a cor avermelhada de sua pele, tinha os cabelos escuros e lisos presos em o rabo-de-cavalo que caia como uma cortina de cetim preto dos dois lados do rosto largo
Ele a abraçou a girando no ar e eu o olhei em silencio.
— Oi Jacob! Bela falou saindo de seus braços, eu virei meu rosto para ambos os lados observando o local, Bela se direcionou para mim fazendo as apresentações – Essa é Carlie, minha irmã!
— Oi Jacob! O cumprimentei.
— E ai Carlie! Ele sorriu.
— Nessie, eu prefiro que me chame assim.
— Nessie também é legal! Ele respondeu.
Jacob parou a pouca distância de Bela inclinando a cabeça para trás— Você cresceu de novo! — Ela falou maravilhada.
— Um e noventa e quatro — ele falou convencido com sua voz grave e rouca, eu o olhei novamente mas quando percebi que ele também me olhava disfarcei olhando para o lado.
Jacob sorriu nos convidando para entrar pois a chuva começava a ficar mais forte, ele foi na frente, torcendo o cabelo com as mãos grandes enquanto andava. — Ei, pai — gritou ao se curvar para passar pela porta da frente. — Olhe quem parou por aqui.
Bela olhou para mim e eu ergui as sobrancelhas a seguindo, o homem que estava na sala de estar quadrada mínima com um livro nas mãos girou sua cadeira de rodas em seguida baixou o livro no colo e girou para a frente ao nos ver.
— Ora, quem diria! É bom ver você, Bella e mocinha quem é?
— Essa é minha irmã, Nessie! Ela respondeu.
— Então é a caçula Swan, quando a vi era um bebê e agora é uma moça- Trocamos um aperto de mãos, a minha ficou perdida em seu aperto largo.
— O que a traz aqui? Está tudo bem com Charlie?
— Sim, claro que sim. Só queria ver o Jacob... Havia séculos eu não o via – Bela respondeu.
Olhei para Jacob e seus olhos brilharam com as palavras dela, ele deu um sorriso tão largo que parecia que ia machucar as bochechas, eu baixei a cabeça me divertindo com aquilo, garotos apaixonados as vezes eram bastante patéticos.
— Pode ficar para o jantar? — Billy também estava ansioso ele falou animado.
O Billy ou ele? Eu perguntei a mim mesma observando aquela cena, mesmo um pouco deslocada era bom ver Bela animada, talvez ela precisasse de um namorado novo, Jacob parecia a pessoa perfeita, e caso não rolasse eu me divertiria o vendo dar em cima dela, os dias com minha irmã começavam a ficar mais interessantes.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!