Criminal escrita por SatonePink


Capítulo 1
Criminal


Notas iniciais do capítulo

Acharam que eu sumi? Pois sumi mesmo. Estou ocupada com o cursinho pré vestibular para justamente ingressar na faculdade citada na fanfic (mas não medicina). Agora o desafio voltou e teremos várias mini one-shots de 800 palavras. Espero que gostem ♥ Um beijo e até a próxima ♥



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Como filha de um grande médico e uma grande advogada, meu único dever era fazer um desses cursos na UFBA e passar de primeira no ENEM. Como esperado, passei em terceiro lugar em medicina por vaga de ampla concorrência. Foi uma festa na família: mais uma médica nos Hyuga. A doutora Hinata estava prestes a nascer. Meus pais, entretanto, acreditavam que o nível da universidade federal da Bahia havia caído. Oxe, ninguém mais pode fumar um verde e aprender medicina mais não? Complicado viver assim. Por conta das cotas, muita gente que meus pais consideravam menos afortunados entrava na faculdade de elite. Eles imploraram para que eu só ficasse com a galera de ampla concorrência, não com aqueles que chamavam de “favelados”. No primeiro semestre, concordei e fiquei na minha, focando nos meus estudos.

No segundo semestre, conheci Karui e Tenten, que passaram por cotas raciais e de escola pública respectivamente.

No terceiro e atual semestre, eu estava me arrumando para ir para meu primeiro baile funk.

Menti para minha mãe, dizendo que estava indo para a Amsterdã no Rio Vermelho. Ela me deu uns cinquenta reais divididos em notas de dez e me deu um beijo. Estava com um curto short jeans da dress to e um cropped preto como a noite. Ainda era uma patricinha com essas roupas de marca e indo para a favela da folha, mas o que mais queria era arrastar a raba até o chão.

Karui e Tenten me buscaram, fiz um favor de pagar um uber para nós três, e quando o rapaz se recusou a entrar na famosa favela da folha, sabíamos que a coisa ficaria boa. Finalmente chegamos: era cerveja espalhada pelo chão, várias gostosas rebolando ao som de um funk baixaria e alguns homens observando tudo, conferindo se não apareceria polícia para acabar com toda a música e festa.

Logo que começamos a dançar, Karui me apresentou ao big gordão, o chefe do tráfico e namorado dela. Ele tomava uma cerveja enquanto apalpava a bunda de minha amiga com um sorriso maroto estampado nos olhos. O rapaz de cabelo castanho claro tentou falar comigo, mas nem fodendo que ouviria o que ele tinha a dizer com aquele som estourado em meus ouvidos. Não demorou para que ele chegasse perto, sussurrando algo que finalmente compreendi.

Meu amigo Naruto, o loirinho branquelo, tá querendo trocar ideia com você, vu?

Naruto era um rapaz de pele bronzeada e olhos azuis como um corote de blueberry e cabelos amarelos como um de maracujá. Estava sem camisa e com um boné de quebrada. O dialogo foi rápido.

Você é a Hinatinha? Oxe, pego fácil demais.

Então você ‘tá achando que eu sou mulher fácil.

Longe de mim, mainha sempre me disse que mulher bonita assim é coisa doida.

Posso te mostrar a coisa doida então?

Sem nem perceber, estávamos quase engolindo um ao outro no meio de uma música que não tocava nas festas de playboy que eu frequentava. E que beijo, aquele loirinho tinha pegada. Arriscava em dizer que era o melhor da minha vida.

Eita porra, eu estou apaixonada por um criminoso.

A patricinha do Horto Florestal estava querendo dar para um capanga do big gordão do tráfico.

Acabou que passei meu telefone para Naruto e ficamos conversando pelo resto do fim de semana, papo cabeça até umas imagens mais quentes de quem estava afim de ter o meu corpo nu no canto dele.

Papo ia e vinha, mas acabou que eu estava realmente completamente boba pelo Uzumaki. Bonito sobrenome, acho que é japonês.

Meus pais juravam que eu teria um romance como os dele. Talvez com um jovem de medicina da UNIFACS ou com um rapaz estudante da Baiana de Direito, mas nunca com um cara com mestrado em drogas, apesar dele não utilizá-las.

Fui visitá-lo mais uma vez, pelo menos naquele dia poderíamos nos tocar sexualmente e sentir o corpo um do outro conectado fisicamente. A confusão era grande na favela da folha, uma senhora gritava assustada e me puxou para dentro da casa.

Mas menina, tome cuidado, os polícia tão aqui, tá tendo troca de tiro! A senhora de pele machucada me falou.

Os barulhos de tiro não paravam, apenas quando o sangue desceu por uma ladeira do local que os homens fardados recuaram. Corri para fora da casa, agradecendo a boa senhora, mas mal sabia que aquele encontro traumatizante seria pior ainda. Encontrei o corpo do meu loiro no chão. Ele não tinha drogas com ele, ele não tinha uma arma nem das mais fracas. Estava com sua roupa arrumada e provavelmente estava indo me buscar na entrada da favela quando fora surpreendido por policiais. Meu grito não abafou o choro de sua mãe, que entrou em pânico.

Mãe, estou apaixonada por um criminoso, mas ele merecia isso tudo?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, espero o comentário de vocês ♥



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