Estavam a cinco meses juntos. Os shows preenchiam grande parte do tempo e Edward estava entre feliz e zangado. Era uma confusão. Feliz por ter uma namorada linda e sexy, que estava mandando fotos para ele, não fotos dela nua, mas fotos que chegam quase a isso. Conta se tem uma foto dela na beira da piscina, com um biquíni pequeno e, bota pequeno naquilo. A melhor amiga dela, Tanya, sempre deixa, nas palavras de Bella, as fotos mais sensuais, apesar dela não se achar assim. Edward discordava. E ele estava zangado. Queria estar lá com ela. Banho de piscina, naquela parte do estado onde ele estava, estava fora de questão. Mas ao lado dela, naquele calor... queria estar lá com ela.

Bella estava postando mais vídeos, o contrato com a gravadora, a mesma em que Edward trabalhava, permitia que ela continuasse com os covers na internet. Um dos vídeos mais acessados nos últimos dias foi aquele onde ela cantou a capela uma das músicas de Edward. A emoção era gritante. Ela e Edward eram marcados muitas vezes nos posts um do outro nas demais redes sociais. Ele estava orgulhoso dela. Bella estava orgulhosa. Nenhum deles dependiam da fama do outro para subir na carreira. Estavam felizes. Juntos. Independentes. Amando. Se amando a cada milésimo de segundo.

Edward então soube naquele momento. Estava a um passo de subir mais níveis na relação. Bastava ela querer. Do outro lado do país, ela estava recebendo notificações problemáticas. Nada agradáveis. Fotos de um tabloide compartilhavam que Edward estava com um novo affair. Nas últimas semanas. Nas últimas quatro semanas. Quatro. Ou seja, não era Bella quem estava naquelas fotos. Ela estava na cama. Estava exausta pois na noite anterior teve que se apresentar numa premiação. Edward só não foi, pois, seu voo foi cancelado pela nevasca. Ela queria respostas. Ele não respondia suas mensagens. Ele não respondeu por nunca ter recebido as mensagens. O sinal tinha caído.

— Eu sei Tanya, mais é estranho.

— Bella, seu gatinho está num lugar frio. Já pensou que o sinal pode ter, sei lá, caído?

— Eu entendo isso. Sei que os tabloides mentem, mas Edward não me responde desde ontem. Eu tô nervosa. E se aconteceu algo, se ele se interessou por outra pessoa, se ele está machucado?

— Bella. – Tanya se virou para mim na cama. Dormiu aqui depois da minha apresentação. – Ele vai chegar, vocês vão conversar, você vai ver que ele está intacto, de todas as maneiras. – Ela tirou meu cabelo de frente do meu olho e colocou atrás da minha orelha.

— Como você consegue confiar no Royce?

— Eu amo ele. – Ela sorriu. – E além de confiar nele, confio em mim.

— Royce é sortudo, Tanya.

— Edward também é, bonequinha. Muito sortudo. – Ela levantou, esticou o corpo e escutei estalos. – Agora levanta safada. Precisamos aproveitar mais um dia de folga antes que a chatonilda da Bree aparecer aqui.

— Ainda não entendo esse teu ódio por ela.

— Eu conheço uma cobra quando vejo uma. – Dizendo isso, ela tirou a roupa, pegou uma toalha e foi para o banho. Continuou deitada e bufou ao escutar mais notificações no celular.

— Onde você está, Edward?

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Três meses depois de Edward ter passado por uma nevasca, uma turnê grande demais para a sanidade dele e ficar internado em segredo com dores de garganta e uma leve pneumonia. Ele não quis deixar a namorada preocupada, mas mesmo assim pediu que a agente dela, a senhorita Tunner, deixasse ela saber que eles teriam uma conversa em breve. Mas o que ele não sabia, era que Bree não estava feliz com o relacionamento dos dois. Ela e o agente de Edward, Riley, eram a maior e melhor meio de comunicação daquele casal enquanto faziam apresentações a quilômetros de distância. Riley gostava de ver o amigo nervoso e feliz. Bree odiava lidar com.… aquilo. Parecia romance de colegial. Não traria nenhuma coisa boa para Bella. Consequentemente, não traria lucro para ela.

Por três meses Bella ficou no escuro. Bree começou a perceber que o desanimo estava desgastando todo o trabalho delas. O canal estava recebendo poucos vídeos, a inspiração não vinha e Bella ficou um bom tempo isolada em casa. Tanya também não conseguia fazer a amiga ficar mais feliz. Ela conseguia escutar os sons vindo do quarto. Composições melancólicas.

Então o telefone de Bella tocou.

Era ele.

Ela atendeu depois do quinto toque.

— Oi. – ela sussurrou. Estava sentada na frente da janela.

— Meu amor, eu senti saudade. – Ele riu do outro lado da linha.

— Sentiu mesmo? – A voz dela saiu afiada. Ela estava prendendo o choro magoado e zangado.

— É claro. Não recebeu meus recados?

— Não soube de nada vindo de você. Só escutei o que os sites fizeram questão de me notificar.

— Bella...

— Edward eu não soube de nada. Nada caramba. Eu e você temos esse relacionamento intenso e.… distante. Eu não sei o que você quer.

— Eu avisei a Bree. Avisei ela e o Riley também.

— Mas não me avisou por...

— Eu estava ocupado. – Ele a interrompeu.

— Sim, saindo com todas as suas fãs bonitonas, dispostas a fazer tudo que eu não posso por você.

— E o que é que você não pode que elas podem?

— Você sabe muito bem o quê.

— Agora é você que não está contando nada.

— Edward eu não vou levar essa culpa. – Ela puxou o ar. – Nós tivemos meses de amor. Você foi trabalhar e eu, mais do que qualquer um, entendo totalmente o que você tem que fazer. Mas não recebi nada. Nada. Eu...

— Bella. Por favor. Me escuta.

— Eu não entendo. Você e eu... eu pensei que você só estivesse sendo gentil. Mas era isso, não era? Você não se atraiu por mim. Você não quer subir os níveis. Pensei que a Tanya tinha conseguido me deixar mais sensual. Mas me acha feia. – Ela começou a chorar.

— Não chora amor.

— Não consigo parar de pensar que eu sou insuficiente. - O silencio do outro lado aumentou. – Vai ficar calado agora? – Ela riu em meio ao choro. Bateram na porta dela. Poderia ser a Tanya.

— Bella, você tem visita. – A amiga gritou do outro lado. Ela limpou as lágrimas e então abriu a porta. Arfou ao ver o homem alto ali. – Divirtam-se, mas não muito. – Tanya saiu rapidamente e sorrindo, feliz pela amiga.  

Os dois ficaram em silêncio.

— Eu fiquei doente. Nada grave. – Ele se aproximou e limpou as lágrimas dela. – Mas fiquei um pouco dopado, para ficar melhor logo. – Ele riu sem graça.

— Não me avisou. – A voz dela saiu rouca.

— Eu mandei Riley avisar a sua agente.

— A Bree não me falou nada.

— Isso não importa muito agora.

— Não?

— Eu vim, o mais rápido possível. – Ele se aproximou e eles compartilharam o pequeno espaço na entrada do quarto dela. – Queria conhecer o seu quarto.

— Só isso? – Ele riu.

— Eu queria te propor algo. – Ele se aproximou ainda mais dela. A respiração dos dois se misturando. Bella apoiou a mão no peito dele. Ele sorriu quando ela começou a ficar corada.

— Diz. – A mão dele acariciou as bochechas dela.

— Eu esperei um tempo, um tempo longo demais, para perceber que você é a mulher que amo.

Ela arfou.

— Edward. – A mão foi parar na boca dela.

— Eu te amo. E eu não quero correr o risco de te magoar. Eu esperei por você, prendi minha necessidade de você. Não quero pressionar você a nada.

— Eu quero parar de me sentir assim. Essa necessidade só aumenta. Eu amo você também.

— Ama mesmo?

— Eu esperei os dois meses da sua turnê, assistindo meu belo namorado encantar as pessoas no país e em outros países também. Esperei dois meses, te apoiei. Eu amo o seu talento. Eu esperei por muito tempo. E quando você passou um mês sem mandar notícias... – ela mal conseguia continuar o discurso. – Pensei que você tinha desistido de mim.

— Não Bella. – Ele se aproximou, sua boca encontrando a dela brevemente. Bella se sentia embriagada pelo perfume dele. – As garotas que apareceram nas fotos, nenhuma delas eu soube o nome. Não sei se eram minhas fãs mesmo. – Ele pressionou a boca na dela mais uma vez.

— Com certeza eram. – Ela sorriu. – Faça sua proposta.

— Quero adorar seu corpo. – Ele suspirou e desceu beijos pelo pescoço dela. – Amar você a noite inteira.

Eles se enrolaram. Os braços dela se entrelaçaram ao redor do pescoço dele e ele a ergueu pelas pernas. Ele a encostou na parede e parou de beijar o pescoço dela. Bella se sentia tonta com os movimentos dele. Logo eles estavam se beijando. As mãos de Bella apertaram o cabelo da nuca dele, os dois gemiam alto. As mãos de Edward agarram a bunda dela e então ela gemeu. Mas não era mais de prazer.

— Me desculpe. – Ele se afastou da boca dela. As mãos ainda nas nádegas da namorada. – Te machuquei? - Ele acariciou ali. A legging que ela usava deixando ele sentir o tecido da calcinha.

— Não. – Ela corou de novo. – Eu tô sentindo um pouco de cólica. Por isso o choro.

— Posso esperar uma vida toda, Bella. – Ele suspirou e ela sorriu, dando mais um beijo longo nele. Até que sentiu mais uma pontada de cólica.

— Eu tô pronta, depois disso, qualquer hora, vai ser a hora certa.

— Sério? Como pode ter certeza? – Ele sorriu e os dois se deitaram. Ela ficou de costas para ele e ele enterrou a cabeça nos cabelos e próximo ao pescoço dela.

— Você é o cara certo.

— Bom. – Ele beijou a bochecha dela. – Muito bom. Pois saiba que eu tenho certeza que você é a pessoa certa. - ela acariciou as mãos dele, a dela se encaixando perfeitamente. 

A hora certa chegaria.