Venha Um Pouco Mais Perto escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
Capítulo Único




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— Quer ir ao festival comigo? – Ele ofereceu com sinceridade, e o coração de Tsunade falhou uma batida...

— Eu vou entender se você não... – Ele foi baixando a mão, um tanto na defensiva. Mas, antes que sua mão caísse totalmente, ela a capturou e a puxou com tudo na direção do caminho que nem era para eles seguirem.

Orochimaru piscou um pouco aturdido, com mais aquele impulso de sua colega, mas no fim nem ele conseguiu evitar dar um sorriso de canto, um pouco contido.

Tsunade por sua vez, andava com o nariz arrebitado e as bochechas em chamas, sem acreditar que estava andando de mãos dadas com um garoto pelas ruas de Konoha, o que será que as pessoas iriam pensar?

Mas, mesmo assim ela não conseguia soltar a mão daquele esquisitão, e ela não entendia porque aquilo estava acontecendo.

— Tsunade, Tsunade... TSUNA! – A voz rouca de Orochimaru chamando-a um pouco mais alto do que o normal a trouxe de volta de suas cominações mentais.

— Que foi?! – Ela perguntou se empertigando toda, querendo se mostrar toda segura de si, só para que aquele branquelo não quisesse bancar o abusado para cima dela.

— Nada. – Ele encolheu-se um pouco com o olhar tenso, que ela recebera da parte da loirinha, que nem estava se dando por conta do jeito que estava agindo e reagindo, já que ela estava uma pilha de nervos.

— Hum, pensei em a gente comer alguma coisa na barraca de tayaki. – Orochimaru disse por fim, se sentindo um idiota por ficar ficando todo constrangido, em torno da bela garota.

Tsunade pareceu ponderar um pouco mais, apenas para fazer charme, e parecer muito ansiosa por aquilo, sendo que na verdade ela estava, mas não queria demonstrar de jeito nenhum.

— Então, vamos. – Orochimaru disse puxando-a pela mão, fazendo-a mudar imediatamente de cor, e travar no mesmo lugar.

O que deixou Orochimaru preocupado com a possiblidade de ela desmaiar ou coisa parecida.

— Está tudo bem? – Ele franziu o cenho com preocupação, não costumava interagir muito com as pessoas, e sendo essa pessoinha a Tsunade, as coisas ficavam mais difíceis para o moreno.

— Vamos logo. – Ela disse fazendo um grande esforço para se aplumar, e parar de mostrar “fraqueza” diante de quem não deveria.

Enquanto, era puxado, Orochimaru sentiu que eles estavam andando em círculos, mas depois que ele pegou a manhã de deixa-la tomar todas as decisões, as coisas ficaram mais fáceis.

Depois de deliciar-se com um delicioso Taiyaki, eles foram até uma barraca de jogos, e foi bem fácil para Orochimaru acertar todos aqueles alvos, e conseguir uma grande tartaruga para Tsunade, que saiu abraçada com aquele urso de um jeito tão fofo, que até o frio jovem, se derreteu diante daquela cena.

Na próxima barraca, eles dividiram um único dango, que era a única coisa que o pouco dinheiro que Orochimaru trazia consigo, podia comprar.

Tsunade, achava que não era certo, ela pagar nada, porque afinal ela aprendeu com sua mãe que o homem era sempre o provedor, enquanto a mulher tinha de usar seu dinheiro para comprar coisas para ficar bonita.

Os dois sentaram embaixo de uma grande árvore de cerejeira, e estavam apreciando o doce, e a companhia um do outro, enquanto observavam com desinteresse a multidão de visitantes do festival, isso porque na verdade, era um disfarce que eles estavam usando para não olhar um para o outro.

— Não sabia que você comia doces. – Orochimaru comentou, fazendo muito esforço para puxar conversa, já que ele não costumava dialogar, com ninguém.

— Qual problema uma garota comer doces? – Tsunade perguntou carrancuda, o que deixou o garoto um pouco perdido, sem entender se tinha falado alguma coisa de ofensivo, ou não.

— Nenhum, eu só... – Um suspiro fraco escapara dos lábios de Orochimaru, era difícil falar, “ensaiando” as palavras na mente primeiro.

Frustrado, ele acabou desistindo, e foi a vez de Tsunade ficar aborrecida consigo mesma. Já que sem perceber, ela acabou colocando um empecilho entre eles.

— Eu não pareço uma pessoa que gosta de doces, não é mesmo? – Ela perguntou de repente com um sorriso de canto, fazendo-o arregalar os olhos de novo, perplexo não só por suas palavras, mas por suas mudanças bruscas de comportamento.

— Não está chateada comigo? – Ele perguntou com desconfiança, e aquilo deixou Tsunade um pouco sem graça, já que não era sua intenção, causar nenhum mal estar, pelo contrário.

— E, porque eu estaria? – Ela perguntou dando um sorriso amarelo, e mesmo sendo um sorriso, sem graça, ela continuava bonita do mesmo jeito.

Tanto que ele não resistiu, em deslizar seus dedos, pelos seus cabelos claros, grudando seus olhos dourados, em sua tez rosada, e delicada.

— Você é linda sabia? – Ele perguntou, um pouco receoso, com medo de dizer a coisa errada.

Mas, ela então espichou os lábios, de um modo que causou um arrepio no rapaz, em um misto de prazer de ver o contorno suave de seus lábios, e de receio, por de novo ter dito a coisa errada.

— Eu sei que sou linda. – Ela disse empinando o nariz, de um modo que para qualquer um pareceria arrogante, mas aos olhos dele era encantador, como tudo ele fazia.

— Não, eu estou dizendo que você é linda de um jeito especial. – De novo ele fez um esforço sobre-humano para dizer o que sentia, mas a julgar pelo modo que ela arregalou os olhos, ele achou que estava falhando miseravelmente, até ela se encolher toda e dar uma risadinha nervosa.

— Você acha? – Ele piscou um pouco aturdido, quando ela perguntou dando mais uma mordida em seu dango, deixando o rastro melado em sua bochecha.

— Sim. – Ele disse com convicção, lutando com a vontade de dar uma provadinha, não no doce, mas em sua bochecha.

— E, eu acho você uma gracinha. – Tsunade dissera sorrindo de orelha a orelha, enquanto dirigia-lhe um olhar sonhador.

— Kukuku. – Ele riu de nervoso ao ouvir aquilo, achando que Tsunade só estava querendo ser gentil.

— Onde você quer ir hime? Minhas moedas acabaram, mas... – Orochimaru levantou-se disfarçando um pouco o constrangimento.

Tsunade piscou confusa, com a atitude dele, fazendo uma anotação mental, de que garotos não gostam de terem sua beleza apreciada.

— Quero comprar um lenço para ficar bonita. – Tsunade disse empinando o nariz de um jeito que de novo lhe deu um charme que funcionaria somente com ela.

— Eu não... – Era constrangedor admitir que estava duro e liso, mas seus ganhos iam direto para uma poupança e mesmo que ele ganhasse razoavelmente bem, tudo era destinado para seus estudos, que demandavam muitos livros e pergaminhos.

— Uma mulher moderna, provem os próprios caprichos. – Ela disse jogando por sobre os ombros, suas madeixas loiras, o que deixou o sannin encantado pela visão mais uma vez, mas perdido quanto a natureza de sua fala.

Tsunade o arrastou por várias barracas que vendiam todo o tipo de souvenirs. Mas, a neta de Hashirama nunca estava satisfeita, e logo ia para a próxima barraca, até encontrar algo que ela estava procurando, e encontrou.

Era uma barraca que vendia acessórios de cabelo.

Tiaras. Presilhas. Grampos coloridos. Lenços. Todo o tipo de enfeite, inútil na concepção de Orochimaru, que preferis os cabelos de sua bela, soltos.

Mas, seria arriscado dizer algo assim, então Orochimaru ficou observando-a experimentar um enfeite, atrás do outro, até que enfim ela se decidiu, por uma tiara de tecido, verde, de seda.

Ela prendeu seus cabelos de imediato, e lançou um olhar cheio de expectativa para ele:

— Que tal eu estou? – Ela fez uma pose, que ela havia visto em uma revista, e achava que estava cheia de charme.

O que ela não sabia é que não precisava de muita coisa para impactar o garoto.

Que ficara como sempre embevecido, por causa dela.

— Hum. – Ele não sabia ao certo o que dizer, a última vez que tentou um elogio, relacionado a beleza dela, as coisas não foram tão bem assim.

— Que tal? – Ela perguntou com um pouco mais de ansiedade, e Orochimaru mesmo sendo brilhante, sentiu sua mente travar, ao mesmo tempo que seus olhos correram para o chão.

— Hum. Parece uma mexerica. – Ele disse no nervoso, achando que compará-lo com uma fruta exótica, seria lisonjeiro.

Mas, ao invés disso, ela ficou vermelha como um tomate, e o modo que ela cerrava os dentes demonstrava irritação. E, ele não viu razão disso afinal, ele achava aquela fruta de aparência simpática, e gosto adocicado, como os lábios de Tsunade. Mas, ele não foi bem compreendido como sempre.

Eles tinham trocado dois beijinhos, instantes antes, e não conseguiam estabelecer uma só conversa decente.

Estava começando a concordar com seu sensei, que vivia reclamando do quanto mulheres são complicadas.

— Vai levar, hime? – A vendedora, notando a discussão da neta do líder da vila, com um garoto sem graça que nem deveria estar perto dela, resolveu intervir.

— Sim. – Ela disse empinando o nariz mais uma vez, querendo se mostrar inabalável.

Mas, a verdade é que a fala dele a atingiu em cheio, ela ficou ofendida, mesmo sem saber o que se tratava uma mexerica. Mas, não gostou de como aquilo soava, por isso tratou de comprar seu precioso enfeite, e sem nem dizer uma palavra para o garoto, jogou seus cabelos loiros por cima dos ombros, e com um solene até mais.

Se afastou na velocidade, ninja. Achando que foi uma péssima ideia, ter querido chegar mais perto, do exótico garotos de cabelos negros que ficou observando sua musa afastar-se, como quem ver um pássaro voando longe no céu.

...

No dia seguinte, em um casarão que ficava no centro da vila, uma voz feminina e estridente, fez com que alguns pássaros que aterrissaram em um galho, em frente à casa se assustassem e saíssem voando.

— Tsunade, o café vai esfriar.

A garota que estava em frente do espelho, experimentado vários e vários laços, sem conseguir se agradar de nenhum ficou com uma enorme veia na cabeça.

— Já vou, mamãe.

A futura sannin dissera voltando sua atenção no espelho, dando uma boa olhada na blusa branca que estava usando, por cima de um short cor de caqui, e as sandálias ninjas. Seu uniforme padrão. Mas, que não estava a deixando satisfeita, porque ela queria chamar a atenção de certo alguém.

Que se atrevia a fazer comparações estranhas com sua bela pessoa.

— Rápido, Tsunade... Seu irmão vai se atrasar para a academia, por sua causa. – A mulher insistiu e Tsunade que já ia trocar o laço que estava na sua cabeça por outro, acabou desistindo.

Nawaki estava lutando para engolir seu mingau. Ele odiava, aquele tipo de comida, mas sua mãe insistia que aquilo o tornaria um ninja forte e habilidoso, pois funcionara com sua irmã Tsunade que era uma brilhante kunoichi.

Mas, enquanto engolia aquele “treco”, Nawaki não conseguia deixar de pensar , que talvez Tsunade fosse forte apenas por ter conseguido comer aquilo por tantos anos, sem nunca fazer cara feia.

Não ocorria ao garoto, que talvez a loirinha gostasse da receita nada especial da mãe deles “para ser um ninja forte”.

Mas, o garoto havia terminado de engolir a penúltima porção da sua tigela, quando Tsunade aparecera na sala com os cabelos sedosos soltos, e um laço verde como enfeite. O queixo do garoto caiu, já que ela nunca soltava os cabelos, nem mesmo para dormir.

— Porque você está com os cabelos soltos? – Nawaki questionou o óbvio, levando um olhar embaraçado de Tsunade como resposta, o que lhe deu liberdade para pensar o que quisesse.

— Tsuna está apaixonada. – O mais novo começou a cantarolar em provocação a outra que até ia começar uma discussão.

Mas, um objeto quebrando-se na cozinha, foi um indicio de que a mãe dela havia pressentido, o inicio da contenda dos dois irmãos, que se calaram de imediato, embora o rubor embaraçado de Tsunade não tivesse desaparecido por completo, e seu coração tamborilava, só em pensar sonhadoramente em certo branquelo.

...

Não muito longe dali, Orochimaru andava de cabeça baixa, sentindo sua barriga roncar, porque não havia feito o desjejum. Por dois motivos, primeiramente ele não tinha ninguém com quem compartilhar o café da manhã, logo ele acabava evitando o ato de cozinhar por causa disto. Depois, ele havia se entretido lendo um pergaminho antigo sobre genjutsu, que ele havia encontrado na biblioteca, quase que abandonado.

A maioria dos ninjas preferiam, se especializar em taijutsu ou ninjutsu, já que por ser uma arte mais sutil e demandar muito senso tático, a arte das ilusões acabava relegada a poucos usuários e, isto só aumentava o interesse de Orochimaru que queria o mais vasto repertório de habilidades que pudesse conseguir, em sua vida finita.

E, por causa disso, ele acabou ficando a noite em claro, e quando olhou para fora, lembrou-se que o tarado do Sarutobi-sensei, marcou treino na primeira hora da manhã. Fazia algum tempo que o Sandaime não reunia seus alunos mais famosos, em parte porque geralmente eles estavam sempre ocupados, ou com missões ou com estudos, no caso dele.

Ele estava andando pelas vielas mais escuras e periféricas de Konoha, porque ele não gostava de encontrar com outras pessoas no caminho. A maioria lhe encarava de um jeito esquisito, primeiro porque ele estava cada vez mais pálido, as olheiras em torno de seus olhos, denunciavam noites sem dormir, e a pouco alimentação estava o deixando ainda mais magro. Suas roupas estavam gastas, mesmo ele tendo economias o bastante para comprar outras novas, ele apenas não queria gastar com coisas fúteis.

— É, sério Tsunade... Se continuar pegando o caminho mais longo e escuro, vou falar para a okaa-san. – Nawaki disse aborrecido porque tinha de ir para uma aula chata e sua barriga estava doendo.

— Deixa de ser chato, Nawaki... Se você quer ser um ninja então não pode reclamar de uma coisa assim... – Tsunade disse com as bochechas vermelhas, enquanto caminhava a passos firmes, esperançosa que Orochimaru estivesse andando por ali, casualmente.

Ela queria que ele a visse com aquele laço, e a achasse bonita. No último festival de Sakura eles acabaram “acidentalmente” dando não um, mas dois beijinhos. Depois eles passaram algum tempo no festival, e ele até pegou na sua mão, e só de pensar nisso ela sentia cosquinhas na sua barriga, e começava a rir que nem palhaça.

No entanto, o festival foi, e as flores do romance que estava desabrochando, murcharam literalmente. Depois do dessabor que ela tivera, enquanto tentava estabelecer uma conversa decente com o garoto. Depois disto eles não tiveram mais nenhuma missão em equipe, e ela acabou não encontrando com Orochimaru que por natureza era muito antissocial.

Por isso, ela não ficava exatamente magoada, por ele não a procurar, porque estava crente que era só uma questão de falta de oportunidade.

Mas, para a infelicidade da loira, sua discussão com Nawaki, acabou chamando a atenção de Orochimaru que apenas escutara a voz da loira, e por causa disso sentira um tipo estranho de dor de barriga.

Com receio de as coisas piores, ele usara uma técnica de escalada, e seguira andando por um caminho diferente do que pretendia seguir.

Tudo por que ele não queria ver Tsunade, em um espaço que não fosse o campo de treinamento. Aqueles dias de distanciamento, o fizeram cair na realidade novamente. Ou ao menos, voltar para a realidade que ele julgava adequada.

Um mundo de estudo, em busca constante de conhecimento. Sem a presença de uma garota, emotiva e passional que ainda poderia pulverizá-lo com um soco, apenas.

Mas, por ironia do destino ali estava ela, seguindo naquele caminho escuro, certamente apenas para procura-lo.

Isso o deixou preocupado, porque não queria que ela se desviasse do lugar da luz, onde era seu lugar.

No campo de treinamento, Sarutobi estava dando mais um sermão no Jiraya, que certamente não estava se dedicando devidamente ao estudo dos selos de mão, como seu sensei havia pedido, no último encontro, que tinha sido há mais de sessenta dias.

— Vocês dois. – Hiruzen, estava tão aborrecido que nem se deu o trabalho de olhar para sues outros dois discípulos. Mas, havia algo em sua aura que fizera com que mesmo Orochimaru, se tremelicasse um pouco.

— Estudo livre. – Hiruzen falou, catando Jiraya, pela barra de seu quimono. – Não você mocinho.

Sarutobi, dissera entredentes, enquanto o puxava pelo cangote.

— Você vai treinar hoje, tudo o que não treinou nesses três meses.

Hiruzen normalmente era um sensei paciente, mas todo o homem tem seu limite, e Jiraya era muito bem em explorar esse mesmo limite.

Tsunade por um momento ficou toda faceira, porque poderia ficar um tantinho perto de Orochimaru, mesmo que o preferisse de boca fechada, já que ele não sabia dizer nada gentil, na concepção da loira que o encarava com os olhinhos castanhos brilhando, mas Orochimaru a ignorou e foi para baixo de uma flor de cerejeira, ler seu livro sobre genjutsu.

Aquilo fez com que até fumaça saísse da cabeça de Tsunade que fechou o punho, cheia de raiva, mas a visão tão bonita de Orochimaru lendo o seu livro, a fez desistir de lhe bater.

Mas, também não podia ficar mais perto, porque as coisas sempre ficavam esquisita, na dúvida, ela ficou bem longe, e foi para outro canto, sentar-se ao sol.

Vendo que sua discipula não estava fazendo nada, Sarutobi tratou de lhe dar uma tarefa.

— Tsunade, ajude Orochimaru a aperfeiçoar o seu controle de chakra.

— Meu controle de chakra é perfeito. – Orochimaru respondeu de imediato, surpreendendo o time, por sua inesperada eloquência.

Mas, aquela aura assustadora apareceu em torno de Sarutobi, mais uma vez.

E, seus planos de manterem distância foram por água baixo.

Meio sem jeito, os dois se aproximaram, e Tsunade ficou com as bochechas vermelhinhas novamente, e as sentiu aquecerem.

Já Orochimaru ficou ainda mais branco, parecia que ia ficar transparente daqui a pouco.

— Hum. – Os dois gemeram ao mesmo tempo, tentando organizar seus pensamentos e sua fala, sem sucesso.

— Vamos treinar. – Ela disse em um tom autoritário, enquanto jogava suas madeixas por sobre os ombros.

— Kukuku. – Aquilo fez com que Orochimaru desse uma risada de nervoso.

Ao mesmo tempo que ele sentia uma pontinha de irritação, pelas coisas não fluírem como deveriam entre eles.

...

Era fim de tarde e depois de treinar de novo a mesma coisa, no mais absoluto silencio, já que era algo dominado pelos dois, Hiruzen os liberou.

Ao contrário de Jiraya, que continuaria até altas horas, em treinamento intensivo.

Orochimaru e Tsunade, sempre pegava a mesma trilha, para ir para a casa, ela morava em um local privilegiado da vila, e ele em um bloco de apartamentos na periferia.

Aquilo, deixou Tsunade intrigada, e ela resolveu segui-lo, só para ver onde ele ia, e para sua surpresa, ele entrou no cemitério.

Ela não gostava de cemitérios, porque lembrava as aulas traumatizantes que ela teve de anatomia com sua avó. Seus estudos avançados, a faziam compreender minuciosamente, o que acontecia com aqueles corpos debaixo da terra, e não era um pensamento nem um pouco agradável.

Orochimaru estava ciente que estava sendo seguido.

Mas, francamente, ele estava cansado daquele joguinho.

Aliás, ele estava cansado de não saber como agir, de não saber como falar, de ficar sempre tão ansioso por acertar. E não conseguir. Frustrante assim.

Sem contar, que com ela agindo daquela maneira, ficava difícil ele se concentrar nos seus estudos.

Por isso, parara no meio do caminho. Pretendia visitar o tumulo de seus pais. E a razão, não era tão emotiva quanto parecia.

Era só um lugar sossegado para estudar.

Ele até tinha deixado alguns volumes, que ele particularmente gostava, por ali.

Mas, dai aquela loira turrona, resolveu estragar seus planos mais uma vez.

— Tsunade eu sei que está me seguindo. – Ele disse em um tom baixo e seco, e aquilo desconcertou a menina, que ficou toda errada ali diante dele.

E, pensar que ela só queria que aquele idiota elogiasse seu enfeite, e parasse de compará-la com coisas estranhas.

— Não estava seguindo-o. – Ela disse cruzando os braços e fazendo uma carranca cheia de charme.

— Kukuku. Você não gosta de cemitérios. – Ele disse revirando os olhos.

— Porque você sempre acha que eu não gosto de alguma coisa? – Ela cruzou os braços, e espichou os lábios mais uma vez.

— Porque você não gosta de nada. É chata demais. – Ele perdeu a paciência momentaneamente, e se arrependeu amargamente por isso, quando o punho dela desceu no seu queixo, e ele caiu sentado no chão.

Pensando que dessa vez a razão foi mais dolorosa, do que prazerosa, já que no dia anterior, ela o presenteou com um delicioso beijinho.

Mas, ele estava fazendo tudo TÃO errado, que agora os beijinhos deram lugar aos socos dolorosos, que ela presenteava somente o Jiraya.

Isso amargurou o moreno, ainda mais.

— Gomensai, eu não quis... – Tsunade por sua vez se arrependeu do que tinha feito, mas não tinha como voltar atrás.

— Kukuku. Você quis. – Ele disse se tremelicando todo, quando ela se aproximou.

Ele bem que quis se levantar, mas suas mãos fortes, porém macias, o detiveram no chão.

— Droga, eu não consigo chegar perto de você. – Ela disse com frustração, quase se debulhando em lágrimas.

Aquilo era novidade, para o jovem que não lembrava de ver a garota chorar.

Ela era mais o tipo que fazia os outros chorarem, Jiraya que o diga.

— Kukuku. Eu também não. – Ele disse rindo de nervoso. – Tudo que eu falo, irrita você.

A colocação pontual dela, a deixara envergonhada.

Sua mãe era uma mulher muito rígida, do tipo que qualquer gesto ou fala, poderia tornar uma jovenzinha, uma mulher fácil e sem valor. Ao menos nas suas palavras.

E, aliando isso, a seu temperamento, mais sua inexperiência naquelas coisas que ela nem sabia dizer o nome... O resultado era catastrófico quase.

— Você não me irrita, bobinho. – Ela disse aplicando chakra em seu queixo.

Ele ia contestar, mas então inesperadamente ela se aproximou dele, e...

SMACK.

Um beijo estalado na bochecha, o fez se tremelicar todo.

Então sem aviso, ela saiu correndo deixando-o sozinho ali, sentado no chão com cara de bobo.

Seria aquilo um pedido de desculpas?

Ele não teria a resposta ao certo, mas com certeza eles enfim deram mais um passo para conseguir chegar mais perto um do outro.


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Notas finais do capítulo

Mexerica - é uma fruta cítrica que recebe diferentes nomes, sendo mais conhecida como tangerina, laranja-mimosa, bergamota, clementina, poncã, mandarina, dependendo da região do Brasil.

Taiyaki - É um tipo de bolo japonês, em formato de peixe, com diferentes recheios sendo o mais comum o de pasta de feijão vermelho, ou algo do tipo.



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