Free Spirit escrita por Baby Blackburn


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hello, trago mais uma one soft de um dos personagens que eu descobri amar mesmo não tendo muito destaque da saga.

Espero que gostem :)



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Charlie Weasley se apaixonou pela primeira vez aos cinco anos quando foi apresentado ao maravilhoso e perigoso mundo da dragonologia. Lembrava de pedir para que seu pai fizesse pequenas asas de dragões que seriam colocadas em Errol, a coruja da família. Sr. Weasley soltava a coruja nos terrenos d’A Toca e assistia Bill se divertir ao correr atrás dela enquanto Charlie, parecendo extremamente satisfeito com a ideia, sentava em um banquinho e apoiava um pedaço de pergaminho nas perninhas que mal alcançavam o chão e escrevia, infantilmente, o que ele gostava de chamar de “anotações do comportamento de dragão”

Passou quatro anos seguidos pedido ovos e filhotes de dragões de natal como recompensa por ter sido um bom menino.

—Por favor mamãe, eu prometo que vou cuidar. –Implorava com as mãozinhas juntas e um biquinho nos lábios. –Não precisa nem estar mais no ovo.

Foram necessários alguns anos para que o pequeno Charlie entendesse o perigo e as responsabilidades que seria cuidar de um dragão, além do fato da venda de seus ovos ser proibida.

Seus anos como residente de Hogwarts só contribuíram para que o amor e fascínio por criaturas mágicas -em especiais seus amados dragões- crescesse, fazendo com que o mesmo passasse horas pesquisando e lendo sobre tudo o que poderia encontrar sobre, além das horas que passava conversando com Hagrid e arrastando Bill para dentro da Floresta Proibida, na mais pura esperança de encontrar e estudar de perto alguma criatura que lá vivesse.

No seu quinto ano foi nomeado monitor e, viu logo de cara pelos relatos do irmão mais velho, que as rondas seriam ótimas oportunidades para suas pesquisas e leituras sobre seus amados dragões sem que se sentisse culpado por não estar estudando para os N.O.M.S. Sua vigilância pelo castelo para nada servia já que, ao achar um lugar claro e fácil de se esconder, estendia uma manta no chão frio de pedra e tirava da capa algum livro que, habilidosamente, havia pego escondido da seção reservada.

No sétimo ano, foi escolhido como capitão do time de quadribol e, com essa conquista, se viu frente a frente com a oportunidade de treinar seu time da melhor maneira possível; ensinando a eles que só o fato de poderem sobrevoar todo o campo e sentir o ar gelado batendo em seus rostos já era um privilégio e por isso não importava se eles ganhavam ou perdiam. Mesmo que o discurso do capitão fosse considerado, por muitos, uma maluquice total, naquele ano a Grifinória levou a Taça para casa.

Charlie tinha um espirito livre, era o que todos diziam. E era exatamente esse jeito de viver do filho que instigava Molly Weasley. Ano após ano ela viu o segundo filho voltar para casa contando suas aventuras pelos terrenos de Hogwarts, vendo seus amigos começarem relacionamentos enquanto passava horas do dia divagando sobre criaturas mágicas. Veja bem, era de se esperar que um rapaz tão bonito e gentil como ele já tivesse arranjado pelo menos um interesse amoroso aos 17 anos. Mas Charlie simplesmente não se importava com isso.

Quando terminou seus estudos em Hogwarts, fugiu de qualquer trabalho no Ministério. Ao invés disso foi estudar dragões na Romênia, Lugar que escolheu para construiu sua nova vida.  No primeiro natal que voltou para casa, trouxe uma garota. Molly ficou encantada com a possibilidade, mas se sentiu murchar quando escutou a moça mencionar que ela e a noiva tinham conhecido seu Charlie durante o resgate de um dragão. Vendo o desanimo da mãe após aquela informação, Charlie deixou um beijo em sua testa, pedindo internamente para que ela entendesse.

A distância da família e o fato de continuar a voltar para os próximos natais sem ao menos uma história de romance fez com que Molly, uma vez mais, tomasse a frente da vida do filho ao tentar lhe arranjar uma namorada. Tentou apresentar todas as garotas solteiras que conhecia, mas nenhuma pareceu chamar a atenção de seu menino ou aguentar tantas histórias sobre queimaduras. Tentou conhecidas da família ou mulheres solteiras no ministério que tivessem interesse por grandes e perigosas criaturas mágicas. Nada disso pareceu funcionar.

 Anos de tentativas sem nenhum resultado a fizeram pensar na possibilidade de seu filho ser diferente do que ela estava acostumada a ver. Talvez ele nunca tenha trazido uma namorada para casa por que gostava de garotos. De primeira, a ideia lhe perturbou por dias, mas era seu menino, seu amado Charlie. E nada poderia fazer com que seu amor por ele diminuísse. Seria apenas mais uma coisa que lhe faria diferente dos outros.

Ao dividir seus pensamentos com Bill, em uma de suas visitas, ganhou um olhar divertido seguido de uma escandalosa gargalhada. Esperou pacientemente, após muitas ameaças de colocar de castigo um rapaz de 25 anos, até que ele tivesse a boa vontade de lhe explicar a graça da frustração dela.

Demorou para que Molly se acostumasse com a nova informação e largasse o velho habito de convidar garotas, e até o pensamento de começar a procurar garotos, para uma visita nos almoços em que Charlie marcava presença. Mas Molly, enfim, aceitou.

Charlie não se importava de ser o único solteiro da família. De ser o tio legal que dedicava toda a sua atenção aos sobrinhos que não via durante o ano. De ser aquele tio que construía grandes barracas encantadas pelos jardins d’A Toca durante as férias, acomodava todos os filhos de seus irmãos e lhes contava as mais encantadoras histórias sobre os dragões e cuidava. Os olhos brilhando a cada história e as cartas recebidas com pedidos de ajuda em trabalhos sobre criaturas mágicas eram as melhores coisas que ele pensou ter recebido na vida.

Se em algum momento de sua vida ele sentiu um vazio por não ter construído uma família tradicional como os irmãos, ele foi preenchido por dragões, seus sobrinhos e a beleza da liberdade.

A família pareceu, aos poucos, entender o homem. Charlie não gostava de meninas. Ou de meninos. Charlie Weasley não gostava de ninguém. Talvez um dia ele encontrasse um amor que acompanhasse sua paixão pela liberdade e a sede de viver. Mas, no momento, Charlie era apaixonado por seus dragões. E estava tudo bem.


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