Our Clumsy Hearts escrita por godEos


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Estou iniciando o SasuSaku Month com uma das histórias que mais amei escrever durante a minha breve vida de escritor. Para essa one, eu escolhi o tema 01; Stuck With You.

Tentarei postar uma one por semana com alguns temas sugeridos pela organização do evento, embora nenhuma delas seguirá a ordem como esta aqui.

No mais, espero que gostem!!!



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Our Clumsy Hearts

Capítulo Único

 

O vento forte e gelado soprava naquela noite de lua cheia, provocando um tumulto nas folhas das árvores adjacentes, que farfalhavam inquietas e se uniam ao som abafado dos passos remansosos que ecoavam pela rua vazia, exceto pela presença de Sasuke e de Sakura. Eles caminhavam lado a lado, as mão unidas e os corpos levemente encolhidos dentro das roupas.

A cada passo, o coração de Sakura vacilava um pouco; estava com medo, sentindo suas emoções serem dominadas por uma sensação estranha de déjà vu. O nervosismo crescia dentro de si, as mãos suadas e a boca seca apesar da incontáveis vezes que deixou a língua resvalar sobre os lábio rosados. Mesmo ao longe, os olhos esverdeados detectaram a razão de seus pavores: um banco velho, de tons acinzentados, feito de concreto. 

Seus pés recusaram-se a seguir adiante, interrompendo a caminhada de ambos subitamente ao cessar das passadas de Sasuke. Sakura sentiu o olhar dele sobre si, no entanto, evitou correspondê-lo, continuou parada, escrutinando o banco a procura de alguma prova que refutassem os seus devaneios desassossegados. Cravou as unhas na palma livre, orando aos céus para que a dor do gesto a despertasse daquele pesadelo. Não poderia estar ali novamente. 

― Sakura ― a voz grave solicitou sua atenção, mas ela apenas preferiu ignorá-la. 

Percebeu, nos últimos dias, que havia algo errado com o ex-companheiro de time. Sasuke estava mais calado que o costumeiro, mais escorregadio, retirando-se de qualquer início de conversa que Sakura tentava principiar. A postura taciturna, de fato, nunca fora um incômodo para si, gostava do silêncio e de tudo que era dito na ausência das palavras; era dessa forma escusa que ele agia. 

No entanto, Sakura sentia como se estivesse sendo repelida para longe durante todo a semana, conforme Sasuke negava-lhe as singelas oportunidades de desfrutar da companhia dele. A pior parte daquela situação era que o objeto do seu amor era o responsável por afugentá-la e esse tipo de tratamento evocava memórias duras e amargas de um passado sofrido.

Em cada momento que tentou começar um diálogo, desde assuntos banais a questões atinentes às missões secretas realizadas por ele, decepcionou-se com a maneira fria que fora ignorada. Ser alvo da indiferença de Uchiha, como outrora, era angustiante e fazia aflorar em suas entranhas o sentimento de impotência. Repentinamente, era, mais uma vez, uma genin estúpida e irritante, cuja única finalidade era enervar Sasuke.

Depois de anos treinando com Tsunade para se tornar um ninja médica, aprendera que autocontrole era uma qualidade fundamental, no entanto, o treinamento desvanecia frente à intensidade de seus sentimentos por Sasuke. 

Havia se tornado uma mulher forte, uma kunoichi reconhecida em todas as nações, todavia, no que se referia a Sasuke, continuava a ser a menina insegura de sempre. Nunca se enxergava portando-se de uma outra maneira perante a ele, era imutável sua postura, tal qual o seu amor, e não suportava mais a forma que seu mundo desmanchava-se em cada ocasião que o Uchiha agia da forma diferente daquela esperada por ela.

Esteve enganando a si própria, nos últimos meses, com a falsa ilusão de que havia mudado ao menos que pouco. Os anos que o último Uchiha manteve-se longe de Konoha foram marcados por uma saudade irreprimível; embora estivesse ocupada com inúmeros afazeres no hospital ou com incontáveis missões, no instante em que seus pensamentos encontravam-se livres, Sakura sentia o peso colossal da ausência de Sasuke. 

Independente do número de missões bem sucedidas e do respeito que tinha adquirido na vila, a volta para seu apartamento era solitária, assim como era a cama em que dormia todas as noites. Era nessa carência desmedida que se revirava antes de adormecer, sentindo saudade de alguém que jamais havia sido seu, mas por quem seu coração ansiava com veemência. 

Existia algo que fugia de seu controle, mantendo-a atada ao ex-companheiro mesmo após tantos eventos sombrios. Entre reencontros inesperados, ideologias conflituosas e a forma ferrenha que ele negava-lhe o seu direito de amá-lo, sequer pensou na remota situação em que censuraria o amor que havia dentro de si. Com Sasuke, seus sentimentos eram profundos e intensos, longe de qualquer fragilidade e sutileza, e os anos e a distância eram incapazes de suplantá-los. 

Por essa razão, o retorno de Sasuke para Konoha, há alguns meses, seduziu Sakura com as inúmeras possibilidades de vivenciar a completude daquele amor inarredável. Sabia que suas expectativas não eram simples delírios de sua mente apaixonada, porque haviam demonstrações honestas, embora singelas, que atestavam a reciprocidade entre ambos. 

Existia aquele toque inocente, que Sasuke fizera em sua testa, e aquela promessa aos portões da Vila e Sakura recusava acreditar que esses gestos eram ações levianas e despropositadas. Não obstante a sua compreensão, deveriam significar algo mais para si, para eles. Talvez, por condimentar tais expectativas, esteve sempre esperando pelo momento em que ele voltaria. 

Então, quando Sasuke enfim retornou, Sakura conseguiu validar suas emoções acerca daquela despedida. Como ele prometera, após afastá-la tantas vezes, era o momento ideal para se aproximarem. 

Mesmo com a saudade que a assolou e a assombrou durante aqueles anos, Sakura contentou-se pela decisão dele sobre partir. Diferente daquilo que fantasiou nas longas noites de insônia, ele não a procurou em primeira instância. As fofocas sobre o retorno do único Uchiha vivo correram, precípites, pelos corredores largos do Hospital de Konoha. No breve instante que a novidade pousou em seus ouvidos, colocou-se a esperar pelo momento em que ele viria até si.

Entretanto, a manhã e a tarde desvaneceram, e Sasuke não apareceu para visitá-la. Tarde da noite, ao encerar o seu turno e deixar o hospital, encontrou-o parado próximo a algumas árvores, quase engolido pela escuridão da noite sem lua. Ele trajava uma capa preta, com cabelos compridos, que escondiam o rinnegan, e Sakura não conteve o suspiro ao admirá-lo em silêncio, conforme ele se aproximava. 

Manteve-se quieta com medo de que, ao se mexer, a figura adiante de si sumisse e aquele encontro não passasse de um sonho. Contudo, quando a distância entre eles era quase inexistente, o rosto bonito fora iluminado pela luz fraca do poste, exibindo para Sakura o vislumbre de um sorriso oblíquo nos lábios pálidos. 

Desde os passos leves ao semblante calmo, Sasuke demonstrava estar mais centrado e parecia ter encontrado o pouco de conforto em si próprio, e, de alguma forma, esse comportamento tranquilo imprimia em Sakura a ideia de que, daquela vez, havia uma chance real para o amor entre eles. 

Com a mesma naturalidade que as flores de cerejeiras floresciam na primavera, a relação entre Sasuke e Sakura prosperou. Apesar dos anos distantes, não fora difícil encontrar o encaixe correto e adequado. Fugia ao discernimento de ambos o exato momento em que ela deixou uma escova de dentes na casa do Uchiha, junto com algumas peças de roupas. 

De repente, não era mais necessário que Sakura avisasse a Sasuke que o visitaria depois do expediente no hospital e que faria comida para que eles jantassem juntos. Ela apenas começou a ir todas as noites e ele passou a esperá-la. Após a refeição, quando um silêncio confortável instaurava-se entre eles, permaneciam ocupados com afazeres da vida ninja, enquanto se entreolhavam vez ou outra.

Entre essas trocas de olhares, Sakura não conseguia controlar o sorriso que dominava seu rosto. Muito menos conseguiu impedir as mãos pequenas de correrem pelas costas largas do Uchiha, ao sentir os lábios finos sobre os seus, e embrenharem-se nos cabelos pretos. Por fim, após dias dedicados somente a beijos molhados, não silenciou sua voz ao chamar pelo nome do Sasuke, entre os gemidos que lhe escapavam, ou se privou de contemplar as minúcias do rosto dele tomado pelo prazer na primeira vez que se entregou a ele.

Durante todos os empecilhos, enquanto Sasuke certificava-se de tê-la o mais distante possível, conseguir amá-lo sem ressalvas ou sem a triste possibilidade de ser rechaçada parecia-lhe mais um anseio apaixonado do que uma realidade possível. Ainda assim, sequer teve um mero dia em que lamentou o amor que sentia, acolhendo esse sentimento puro e o usando como força motriz para seu crescimento.

Sakura nunca soube amar Sasuke de uma maneira diferente da qual o amou ao longo dos anos ― devota e entusiasmada. Todavia era surreal viver essa intensidade absurda e ser correspondida a cada toque ou a cada olhar. Em silêncio, nos últimos minutos antes de sua consciência ser vencida pelo sono à noite, ela temia que parte daquela nova realidade fosse somente um sonho seu.

Era a partir desse medo inapropriado que a sua insegurança tornou-se mais manifesta, mais perceptível. Existia uma parte de si que estava feliz por ter conseguido a atenção que sempre quis de Sasuke, a chance de dar-lhe o seu amor. Não obstante, a outra parte temia a rapidez com a qual tudo se deu, a fugacidade sobre a qual a intimidade que desfrutavam fora erigida. 

E se tudo ruísse?

A sensação de instabilidade não era provocada por desconfianças quanto à legitimidade dos sentimentos de Sasuke para consigo, jamais passou pela sua cabeça duvidar da honestidade e das intenções que ele tinha. Por outro lado, conhecia o passado do Uchiha e as dores deles, compreendia as razões que o levaram a agir irresponsavelmente, seduzido pelo desejo de vingança. 

Não poderia olhar para Sasuke e, por saber sobre as mágoas dele, acreditar que entenderia a amplitude do sofrimento que ele fora obrigado a suportar sozinho, ainda mais depois de vê-lo chorar angustiado, enquanto lhe contava a verdade sombria e dolorosa sobre o irmão. Nem toda compaixão que possuía como ser humano e como alguém que amava o Uchiha profundamente faria Sakura imaginar a crueldade que fora imposta a ele ― ou a Itachi ― pelo sistema injusto de Konoha.

Estava maravilhada com o relacionamento que havia desenvolvido com Sasuke, mesmo que fossem alvos constantes de certos comentários maldosos de alguns aldeões ressentidos com o clã Uchiha. Independente do que aconteceu de fato, a Vila somente saberia a falácia arquitetada pelo Terceiro Hokage e pelos consultores.

Para Sakura, Konoha era um lugar inóspito para um Uchiha viver após tudo e, por esse motivo, acreditou que, eventualmente, Sasuke partiria, compreendendo o porquê de ele não poder se manter preso ali. Diante do comportamento esquivo dos últimos dias, estava mais que óbvio para si que logo o veria deixar a Vila novamente. 

Diferente das outras partidas do Sasuke, quando o assistia ir embora e ficava perguntando-se qual seria o dia em que ele estaria pronto para tê-la, dessa vez, teria um peso maior de que nas demais. Além da angústia de vê-lo partir, haveria a saudade dos toques que compartilhavam e das noites em que dormiam juntos, das conversas que tinham e dos silêncios que os abraçavam.

Seria totalmente diferente e, apesar de compreendê-lo, Sakura não estava pronta. Seu amor acompanharia Sasuke pelos quatro cantos do planeta, fiel e familiar, assim como a ausência dele a assombraria  por toda Konoha. 

Naquela noite, fugindo do comum, não jantaram na casa do Uchiha, mas se reuniram no Ichiraku para uma reunião do Time Sete. Sakura fora a última a chegar ao lugar marcado, porque precisou operar um paciente com urgência e a operação levou mais horas do que imaginava. Mesmo atrasada, não escondeu a felicidade que se apoderava de si ao encontrar os demais membros, juntos pela primeira vez em muito tempo. Havia um lugar vago reservado para ela à esquerda de Sasuke, enquanto Naruto estava sentado à direita dele e Kakashi, ao outro lado do Uzumaki. 

Os três conversavam animadamente, até o instante em que sua presença fora notada e Naruto criou um leve escândalo para recebê-la. Entre suspiros, ocupou o lugar que estava destinado para si, recebendo um cumprimento de cabeça de Sasuke, e tentou se inteirar sobre o que estava sendo comentado por eles. As horas passaram e os pedidos de todos foram entregues, a conversação não esmaeceu entre os outros membros, mas Sakura começou a sentir uma certa angústia por estar ali.

A primeira coisa que notou fora que Sasuke não olhou para sua direção muitas vezes durante o encontro, sequer quando Sakura estava falando, ele apenas mantinha a atenção voltada para a tigela à frente dele. Naruto também estava agindo de uma maneira peculiar, com meio sorrisos e olhares presumidos, uma postura debochada como se estivesse insinuando saber de algo que ela não sabia. Com exceção de Kakashi, os outros não a tratavam com a naturalidade costumeira. 

Para sua surpresa, o assunto preferido de Naruto fora a viagem de Sasuke, os lugares por onde ele andou e se existia alguma pretensão, por parte dele, de visitá-los mais uma vez. As respostas do Uchiha eram curtas, de algumas Sakura já sabia, por causa de outras conversas que tiveram em tantas noites que passaram juntos, e outras descobriu somente ali.  

Somando pela postura arisca de Sasuke dos últimos dias e pela forma como fora tratada naquela noite, Sakura entendeu que possivelmente havia chegado o dia em que ouviria ele falar que partiria de Konoha novamente. 

Apesar da inquietude que a tirava do eixo, Sakura deu o seu melhor para suportar o modo como estava sendo tratada. Silenciou os temores de sua consciência e esperou pelo fim da refeição, apegando-se ao pensamento de que estava exausta após a operação de emergência que realizara e, por causa disso, reagia de forma exagerada. 

Agradeceu aos céus quando se despediram, acreditando que tudo se acalmaria depois que retornasse para casa e pudesse descansar. Então, veio mais uma rasteira naquela noite, Sasuke a convidou para passear pela Vila e, pela primeira vez, Sakura não gostou de ouvi-lo pedir algo. Um arrepio correu sobre sua espinha ao sentir a mão dele envolver a sua, um presságio sobre o cenário triste que ela estava confabulando. 

Julgava-se tola por estar se sentido sufocada com tantos pensamentos e emoções, mas a aflição a subjugava a cada instante em que percebia para qual lugar Sasuke estava se dirigindo. Rogou para estar errada e que os sinais percebidos por si e as suspicácias fabricadas pela sua insegurança fossem delírios paranoicos, no entanto, seus olhos fitavam o banco velho e a voz profunda do Uchiha chamava por seu nome. Não poderia mais adiar o que estava por vir.

― Sakura ― o timbre rouco se fez audível novamente e a mão de Sasuke se encaixou no seu rosto, puxando-o cuidadosamente para que os olhares de ambos se encontrassem. ― Alguma coisa errada?

― Faz um tempo desde que estivemos aqui, Sasuke-kun ― ignorou a pergunta que lhe fora feita, segurando a mão em seu rosto. ― Mas até a lua parece a mesma, acho que algumas coisas não mudaram apesar dos anos. 

As jóias esmeraldinas procuravam, nas feições talhadas, alguma justificativa distinta daquela que tinha para estarem ali. Sakura pressionou a mão de Sasuke, que estava com o cenho franzido, contra seu rosto, fechando os olhos para deleitar-se com o afago da textura áspera da palma dele sobre a sua pele macia. Suspirou ao se lembrar que possivelmente não teria mais aquele toque com a mesma frequência que acostumou-se a ter.

― Nós mudamos ― Sasuke contrapôs. ― Não somos mais as crianças daquela época. 

Ainda com os olhos fechados, Sakura anuiu antes de abri-los para captarem a figura de Sasuke, perdendo-se nos olhos ônix que refletiam a lua que enfeitava o céu, um ponto de luz naquele mar escuro.

― Talvez, eu continue a mesma menina insegura de sempre ― lamentou-se, a primeira lágrima eclodindo silenciosa, o choro preso na garganta. ― Então, cuidado com o que vai me dizer. 

Sakura sentiu o dedão alheio passear sobre sua bochecha, enxugando a lágrima que escorria solitária, antes de alcançar o lábio rosado e dançar sobre ele. Respirou fundo pelo carinho inesperado e aumentou a pressão na mão de Sasuke, vendo-o curvar o corpo, o rosto bonito parando a curtos centímetros do seu. Ela sentia a respiração quente dele resvalar sobre sua face gelada, arrancando-lhe suspiros baixos. 

― Estou partindo de Konoha ― declarou sem avisos. ― Há algo que devo fazer.

― Sempre soube que Sasuke-kun não ficaria muito tempo por aqui ― murmurou, tentando manter o choro cativo. ― Mas eu não estava e não estou pronta para dizer adeus novamente, na verdade, em nenhuma das outras vezes, eu estive.

Pronunciar aquelas últimas palavras quebrou a barreira que impedia o seu pranto de perturbar o mundo. Soluçou, as lágrimas caindo rápidas demais para que tivesse a oportunidade de contá-las, o desespero consumindo-a ao perceber que seus temores estavam se concretizando. 

Estando tão perto do rosto de Sakura, Sasuke podia contemplar a bagunça harmoniosa que eram as feições dela naquele momento. Os olhos vultuosos, as bochechas tomadas por um tom leve de carmesim e manchadas pelas lágrimas e a boca entreaberta, arfando por causa do choro indisciplinado. A mais bela das mulheres e ela era sua. Não se conteve, perfez a distância ínfima que os separavam e tomou os lábios fartos para si.

Sakura deu um passo para trás, surpreendida por sentir a boca de Sasuke colada a sua. No entanto, rapidamente se recompôs, segurando com mais força a mão que descansava em seu rosto e levando a sua outra palma livre de encontro com o peitoral do homem à sua frente. Embora o beijo tivesse sido subitâneo, existia um esmero desmedido por parte do Uchiha ao dar continuidade ao ato. O pranto cessou e a angústia, que saltitava em seu íntimo, desapareceu.

As carícias de Sasuke, no início, costumavam ser um pouco desajeitadas, meio incertas, como se estivesse estudando, gradativamente, a forma mais adequada de descobrir cada pedaço do corpo da Sakura. Então ali, enfim, com todo aquele cuidado e carinho demonstrado, ele havia aprendido tudo sobre ela.

Interromperam o beijo a procura de ar, Sasuke descansando a testa dele sobre a testa da Sakura. As respirações erráticas de ambos eram incapazes de quebrar o contato intenso dos olhares, o verde preso ao preto. Ele acariciou a bochecha alheia mais uma vez. 

― Sakura, dessa vez, você pode vir comigo ― anunciou baixo sem quebrar o encontro de olhares. ― Se quiser.

― Ne, Sasuke-kun… ― soluçou, o choro, dessa vez de alegria, voltando.

― Achei que você havia descoberto pela forma estranha que Naruto agiu durante todo o encontro do Time Sete hoje ― confessou com um leve repuxar de lábios. ― Ele quase entregou tudo.

De repente, a maneira inusitada com a qual Naruto estava lhe tratando fez sentido. Sakura tentou sorrir, em meio ao choro, e buscou dar uma resposta ao convite do Sasuke, mas todas as palavras morriam em sua boca. Havia se preparado para o pior, então, fora pega desprevenida. 

― Eu sei de suas responsabilidades no hospital ― Sasuke disse ―, mas Kakashi prometeu que daria um jeito em tudo. Estou pedindo demais ao pedir para ir comigo? 

Sakura sacudiu a cabeça repetidas vezes, negando aquilo que Sasuke estava supondo. 

― Eu quero ir ― pronunciou com animação, oferecendo um sorriso alegre ao Uchiha. ― Eu quero ir e conhecer todos os lugares incríveis que Sasuke-kun conhece.

Instantaneamente, os medos e os pavores que a perseguiram durante os dias recentes e durante a noite tornaram-se tolos, bobagens alimentadas por uma insegurança que pensara ter subjugado há anos. O barulho doce da sua risada espalhou-se pelo entorno e deixou Sasuke curioso pelo motivo. 

― Pensei que você me deixaria aqui novamente ― respondeu as dúvidas que o semblante do Uchiha carregava. 

― Acho que não podemos mais fazer isso.

― Isso o quê?

― Bem, você sabe… ― Sakura podia vê-lo corar de vergonha. ― Nos separar. 

Sakura anuiu. 

― Estou presa a você, Sasuke-kun ― disse, envolvendo o corpo diante de si em um abraço e descansando a cabeça no peito dele. ― Estamos conectados. 

 

Betagem por Rebel Princess

Design por StellaMatos14


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Beijinhos!