Na Mira do Vampiro escrita por construindoversos


Capítulo 5
Um corpo que some




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A caminhonete funerária parou defronte de um luxuoso edifício num bairro vizinho ao dos meninos.

Dentro do bagageiro, eles perceberam que não haviam rodado muito.

Ouviram o ruído da porta do carro abrindo.

"Caramba!", pensou Duda, gelado de medo. "O cara vem pra cá."

Toninho quis dar uma espiadela, mas foi impedido por Duda antes de colocar a cabeça para fora do bagageiro.

Duda fez um gesto avisando que um dos homens havia saído do carro e aproximava-se deles. Contudo, o sujeito afastou-se da caminhonete e foi ter com alguém.

Conversaram algo que os meninos não ouviram, mas puderam reconhecer a voz de um deles. Tratava-se do homem do terno preto, o criado do vampiro.

Duda olhava para Kid Pulga, que respondia abanando o rabinho. Seria o fim dos três se Kid resolvesse dar um daqueles latidos desafinados. Duda acariciava sua pequena cabeça justamente para evitar que isso acontecesse.

Toninho tremia de medo. Um ouvia a respiração do outro.

— Vem cá ver, o tamanho é perfeito - disse alguém aproximando-se da caminhonete.

Os garotos ouviram os passos que vinham na direção deles...

— E agora, Toninho? - murmurou Duda para o companheiro, em pânico.

Sem hesitar, Toninho abriu um dos caixões e, vendo que estava vazio, fechou-se nele. Duda o imitou, levando Kid Pulga consigo.

O criado do vampiro abriu a cortina que velava o interior do bagageiro e a luz forte do sol invadiu o local onde ficavam os caixões.

— É aquele ali - apontou o criado do vampiro com uma voz tenebrosa. - Vamos transportá-lo para cima?

O outro homem, ao seu lado, com uniforme de porteiro, fez que sim com a cabeça.

— Vem, Paco, vamos levá-lo.

Paco, o homem que usava macacão surrado, saiu do carro e foi ao encontro dos outros dois, que o esperavam diante do bagageiro.

Paco subiu na caminhonete, pegou na ponta do caixão onde Toninho se escondera e empurrou-o um pouco, a fim de facilitar o trabalho do criado do vampiro. Este, da calçada, segurou na outra extremidade.

Levaram o caixão até a entrada do prédio, então o pousaram no chão, sem perceber o peso extra que carregavam.

O porteiro ligou pelo interfone para o apartamento 201 e falou:

— Dr. Kriegel, o pessoal já está aqui embaixo.

— Mande-os subir imediatamente - respondeu uma voz metálica, saída do aparelho.

O porteiro foi seguido pelos dois homens que transportavam o caixão; abriu a porta do elevador, permitindo que eles entrassem. Os dois subiram e o porteiro voltou para a frente do prédio.

Nesse meio tempo, sentindo que o movimento serenara, Duda e Pulga saíram do caixão no qual estavam escondidos.

Duda olhou em volta, mas não viu o outro caixão, onde Toninho se metera. Abriu o que havia sobrado somente para se certificar de que o amigo não estava lá.

— Essa não, Kid! Levaram o Toninho! - gemeu ele, com os olhos esbugalhados. - Será que o criado do vampiro descobriu tudo e aí resolveu dar um sumiço nele? - perguntou-se, preocupado com o amigo.

Duda se aproximou da entrada do bagageiro e pôs um pedaço da cabeça para fora. Viu o porteiro sentado, lendo distraidamente seu jornal. Saltou para fora sem ser visto, com Kid Pulga no colo.

Sem perder tempo, escondeu-se atrás de um carro estacionado em cima da calçada, bem em frente ao prédio. Pousou Kid no chão.

Depois de ser liberado, o cãozinho coçou-se um pouco, praticou todo o ritual do cheira-cheira, para então deixar uma enorme poça ao lado da roda traseira do carro. Nesse momento, Duda compreendeu que o pobre vira-lata estava apertado fazia um bom tempo.

O garoto voltou a observar a portaria atentamente e viu quando o criado do vampiro e Paco desceram de mãos vazias, despedindo-se do porteiro formalmente. Seguiu os dois com os olhos; eles entraram na caminhonete e partiram. Duda fixou-se na placa do carro para tentar gravá-la mentalmente.

O porteiro permanecia sentado à entrada do edifício, enquanto Duda arquitetava algum plano mirabolante para tentar entrar no prédio onde, provavelmente, iria encontrar Toninho.

"Será que existe alguma ligação entre aqueles homens todos?", pensou.

Era o que ele precisava descobrir.


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