Já era um pouco mais tarde e depois de ter molhado um pouco a cama dela com aquela minha roupa encharcada, graças ao cachorro no quintal. Ela sorriu e eu fiquei um pouco envergonhado. Por isso e também por termos permanecido num silencio depois que eu disse que tinha me apaixonado somente uma vez.

— Obrigado, mesmo. Pela toalha e, principalmente, o café.

— Não foi nada. Estou tentando ser boazinha agora e isso vai para a minha listinha de Coisas Boas Que Eu Fiz. – Ela deu de ombros.

— Que jantar comigo mais tarde? – Eu sorri da sua reação. Ela levou a mão ao peito.

— Mais tarde? – Ela murchou um pouco.

— Esperar para quê? A não ser que você tenha algo planejado...

— Não. Eu...quero muito Edward, mas eu tenho que falar com Emmett, hoje ele vai me ligar.

— Tudo bem. Sério. Eu te chamei assim, em cima da hora, pois eu vou ter que cuidar da mudança e isso vai me tomar a semana toda.

— Mudança? – Ela sorriu.

— Sim, vou comprar uma casa nova e até ficar tudo pronto vou ficar em Forks, na casa dos meus pais. – Passo a mão nos cabelos.

— E a sua carreira?

— Eu já terminei a tour e agora vou ficar um tempo longe dos holofotes.

— Vai se esconder?

— Sim. – Eu seguro a mão dela. Acaricio o nó do dedo anelar. – Se quiser, pode se esconder comigo.

Ela corou e encostou a cabeça na porta.

— Sendo assim, se vai se mudar então eu com certeza vou ter muita oportunidade de jantar contigo.

— Promete?

Ela se aproximou, se esticou um pouco e me beijou na bochecha. Seu hálito quente descendo por meu pescoço me arrepiou. Ela se afastou.

— Eu cumpro minhas promessas, Edward.

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Passei alguns dias longe dela. De novo.

Mas dessa vez eu estaria voltando para Forks. Eu e ela ainda estávamos trocando mensagens, e eu ligava pelo menos uma vez por dia só para suprir a ânsia que eu tinha dela. Nelas, Bella me conta sobre a dispensa do irmão e o retorno dele para Port Angeles, ela me conta sobre a vontade de juntá-lo com alguém, já que para ela, ele já está pronto para formar a própria família.

Eu conto sobre minha adorável irmã, sua paixonite pelo irmão da melhor amiga e o quão rápido ela tem amadurecido. Falo também, muito mais do que de Alice, sobre meu filho. Meu pequeno Jackson. Em nossa última ligação, contei a ela sobre a maneira eufórica com a qual ele recebeu a notícia de que moraríamos em Forks, perto dos avós. Apesar dele ainda ficar mais alguns dias com Jane.

E falando em Jane…

Bem, ela não está tendo muita sorte. A gravidez recentemente confirmada está deixando-a doente. Félix sempre manda notícias e eu durante as vídeo chamadas com Jack, nada de anormal aconteceu, nada além da gravidez adoecendo Jane. Mas enquanto ela não apresentasse uma deterioração mais grave, eu ficaria só como expectador. Não sei se seria capaz de perdoar o que ela me causou.

Apesar de Bella ter perdoado.

Ela era boa até demais.

No caminho para casa eu lembrei das loucuras que fizemos, graças (ou não) a toda adrenalina que ela queria sentir. Depois de alguns meses de namoro, íamos até a reserva e nos juntávamos com Seth e Leah, que moravam ali e tornaram-se nossos amigos de lá, apesar de já conhecermos Leah do acampamento. Rolávamos na areia, brincávamos na água e saíamos correndo depois pois a água nos congelava. Eu a abraçava e esfregava minhas mãos em seus braços para esquentá-la. Ela fazia o mesmo comigo.

Seth nos disse uma vez, que os caras mais velhos, que sempre andavam em bando, pulavam do penhasco do outro lado da praia. Ele queria que nós pulássemos juntos.

— Deixou uma carta para a mamãe falando o porquê de você estar querendo se matar? - Leah perguntou cheia de sarcasmo para seu irmão.

— Eu quero ir. – Bella avisou. Seth arregalou os olhos e riu.

—Duvido Bells! - Ele comentou e ela saiu de perto de nós três e foi para o final da praia. Deu a volta e entrou na floresta. E eu a segui, tinha que tirar aquilo da cabeça dela.

— Você é louca? - Perguntei ofegante. - Quer se matar? Seu pai vai ter um ataque.

— Só se ele souber, Edward! – Continuou sua caminhada.

Prendi minhas mãos em sua cintura. A puxei para o seu corpo. Ela relaxou contra o meu peito.

— Não vai. Seth não vai falar nada.

— Isso é questão de honra, Edward Cullen! – Ela se soltou e saiu correndo até o penhasco. Quando chego até lá, Bella está olhando para baixo. Também olho e uau! É assustador!

— Bella por favor.

Ela se prepara para o pulo. Impulsionou o corpo para a frente uma, duas e três vezes, mas quando vai pular mesmo, puxo seu braço e ela vira rapidamente para a minha direção. Bate a perna nas pedras e começou a escorregar.

— Edward! - Seu braço está muito esticado. Imagino que dói muito. Ela força minha mão e acabo por soltá-la. Mas no segundo seguinte estou pulando atrás dela.

Gritamos assustados. Sinto a água gelada contra meu corpo. Chego a superfície e não vejo mais ela.

— Edward! - Olho para todos os lados. A encontro do lado esquerdo e nado até ela. Quando chega, abraço seu corpo para apoiar sua perna machucada e sinto uma forte onda nos carregar.

A aperto forte e abro os olhos, está tudo embaçado. Sei que olha para mim. Nos puxo para cima. Nadamos bem rápido até a praia.

— Seus loucos! - Leah grita correndo até nós.

— Edward, o corajoso. Pensei que não ia pular. - Seth começa a irritar.

— Não ia. – Respondo. Olha pra Bella e continuo - Bella me implorou - ri e respiro fundo.

— Obrigada – ela agradece. Sabe que menti por ela. Ficamos de pé e ele me abraça. Os abraços dela são os melhores do mundo. - Meu anjo!

— Anjo?

— Sim, você é meu anjo.

— Ok, é meu dever como anjo, tratar dessas feridas na sua perna. Vamos! - Eu a puxo para meus braços e a carrego.

— É só um raladinho de nada.

Ela desce e se apoia no pé, só para pular nos meus braços logo depois.

— Vem teimosa.

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Finalmente consegui arrumar minha mudança, algumas caixas chegariam na segunda e aproveitei que hoje era sábado e resolvi refazer o convite para ela. E dessa vez ela aceitou. Quando ela apareceu na minha frente com aquele vestido mais colado, deixando à mostra seus ombros e aqueles saltos, que posso dizer que apesar de parecerem simples, deixavam os pés dela ainda mais lindos. Ela colocou um colar simples de ouro e realçava seu colo e pescoço.

— Eu acho que não vou mais te levar para o Fort. – Eu ri e não consegui esconder a surpresa de ver ela tão linda, além da conta.

— Não, eu quero muito ir lá com você. – Ela segurou minha mão. Seus olhos brilhando na pouca luz que a lua e as lanternas do acampamento davam.

O Fort, volto a apresentar, é um restaurante que vende de tudo. Só que ele resolveu metamorfar (essa palavra existe?) e o restaurante em três fases. De manhã é uma cafeteria, à tarde é uma lanchonete e a noite é um restaurante. Na minha cabeça organizei tudo num simples macete: Café/ Fast food/Comida de verdade, como minha mãe intitula.

Eu sentei à frente dela e pedimos lasanha e duas cocas. Ela me informou, mesmo que sua voz denunciasse a brincadeira, que estava avaliando. Conversamos sobre a infância e sobre nossas profissões.

 - Eu quero ser seu amigo, Bella.

— Tem certeza? - Eu não podia encara-la - É somente isso? - Olhei em seus olhos dessa vez.

— Não. Não é somente isso. Mas eu não quero atropelar tudo. Eu nem sei qual a nota que eu ganhei por esse teste.

— Eu já tenho o resultado. – Ela soltou minha mão.

— Posso, pelo menos, fazer uma conclusão final para a minha avaliação? – Ela assentiu e então paguei a conta.

Estávamos na estrada a caminho do mirante. Dele dava de ver toda a cidade, o que não era muito coisa. Mas Forks tinha crescido consideravelmente desde os meus 17 anos. Estacionado coloquei uma música para tocar. Pegou sua mão e saímos do carro para dançar. Segurei firme em sua cintura e ela já estava usando o meu casaco, pois o frio aqui em cima é maior. Eu sorri da cara dela quando buscava saber o que ela estava achando daquela cena. Acariciei seu pescoço e ela se arrepiou com o toque. E acho que a música também. “Still Falling For You”.

Fogo e gelo/ Este amor é como fogo e gelo/ Este amor é como a chuva e céus abertos/ Este amor é como o sol nascente/ Este amor me faz arriscar tudo/ Não me solte/ Ainda estou me apaixonando por você/ Ainda estou me apaixonando por você/ Mente linda /Seu coração tem história com o meu/ Seu coração me machuca às vezes/ Seu coração me dá adrenalina que nunca senti antes/ Seu coração faz eu me sentir tão bem/ Então, o que fazer/ Ainda estou me apaixonando por você/ Ainda estou me apaixonando por você/ Nos levou um tempo/A cada fôlego, um novo dia/ Com o amor em jogo/ Cometemos a nossa cota de erros/ Mas todas as suas falhas e cicatrizes são minhas/ Ainda estou me apaixonando por você/ Ainda estou me apaixonando por você/ E desta maneira/ Tudo o que eu respiro/ Tudo o que eu sinto/ Você é tudo para mim/ Estou dentro/ E desta maneira/ Tudo o que eu respiro/ Tudo o que eu sinto/ Você é tudo para mim/ Ninguém pode me levantar, me pegar como você/ Ainda estou me apaixonando por você/ Mais brilhante do que o ouro/Este amor brilha mais do que o ouro/ Este amor é como letras em negrito/ Este amor está fora do controle/ Este amor nunca vai envelhecer/ Você o renova/ Ainda estou me apaixonando por você/ Ainda estou me apaixonando por você/ Nos levou um tempo/ Pois éramos jovens e inseguros/ Com o amor em jogo/ E se nós dois precisarmos de mais/ Mas todas as suas falhas e cicatrizes são minhas/ Ainda estou me apaixonando por você/ Caindo, aterrisse em meus braços/ Te amo desta maneira/ Como um primeiro beijo/ Nunca me deixe ir/ Nunca vou acabar com o que temos/ Ainda estou me apaixonando por você

Sua cabeça repousou por um tempo em meu peito e eu tinha que me segurar para não chorar como um bobo. Eu a tinha em meus braços de novo. Meu primeiro e grande amor. Ela está em meus braços, escuta meu coração bater mais rápido por ela. Só por ela.

—Nós só somos amigos a pouco tempo. Temos que andar e depois correr. – Eu sussurrei quando senti sua mão deslizando para cima e para baixo em minhas costas.

— Ah, eu gosto de correr também. - Ela riu e eu beijei demoradamente sua bochecha, seu cheiro gostoso me deixando mais preso a ela. Ele se afastou aos poucos e nos olhamos. Eu quero beija-la. - Você foi nota nove e meio.

— Onde perdi cinco décimos?

— Você não me beijou. – Ela sorriu sapeca.

— Vamos resolver isso. – Afastei o seu cabelo do pescoço e o beijei. Subi pela orelha e fui deslizando pela mandíbula.

— E agora? - Estava muito perto da sua boca convidativa.

— Nove. Beijou no lugar errado. – Sua respiração e a minha estavam mais aceleradas.

— Me dá essa última chance?

— Vou deixar você tentar.

Então logo estou pressionando minha boca na sua e depois prendendo seu lábio inferior, sugando, mordendo e dando meu golpe de misericórdia quando trabalhei com minha língua na sua boca. Minhas mãos pousaram em seus cabelos e a puxei mais para mim. Suas mãos deslizaram para cima e para baixo em minhas costas. Gemi a cada movimento mais ousado de sua boca.

Quando o beijo acabou, puxei o fôlego e a puxei para mais um selinho, sorrindo. Os dois arfavam no final.

— Ganhou seu dez!

Puxei sua nuca. Beijei sua boca e eu senti novamente tudo que ela fazia comigo naquele ato. Essa coisa que eu não sei nomear. Sua língua pediu passagem e ela segurou meus cabelos e me fez a beijar mais forte. As explosões, os fogos, as brasas, as faíscas. Chame do que quiser. Todas estavam lá.