Bella quis chorar.

Edward foi atrás de Jackson e a todo momento tentava se controlar. O que diria a ele? Como fazê-lo compreender que Bella era parte da família. Ele repensou e ficou no corredor antes de ir até a biblioteca e achar o garoto atrás de algumas estantes. A família toda tinha visto o menino correr e depois Edward ir atrás dele. Alice subiu e encontrou Bella encarando o jardim pela janela.

— Você está bem?

— Não. Para dizer a verdade, eu não sei dizer o que aconteceu aqui.

— Não fique assim, Bella. Não se sinta mal.

— Eu só estou exausta. Imagino que Jackson esteja assim também. – Bella começou a sair do quarto. – Vou ficar no quarto do Edward, vou tomar um banho, minha cabeça está doendo um pouco.

— Tudo bem, faça o que achar melhor.

— Alice. – Bella chamou quando chegou a porta. – Pode me arranjar um remédio? Não sei se o banho vai ajudar, realmente está doendo.

— Claro. Deixo no quarto em breve.

No andar de baixo, Edward encarava o filho, que sentara no sofá a sua frente. O menino tremeu um pouco com o olhar do pai e lembrou das palavras da avó mais cedo. Ela dissera que se ele desrespeitasse mais alguém nessa semana, ficaria sem seus eletrônicos. Como ultrapassaria seus colegas sem estar online?

— Estou decepcionado com você.

— Papai...

— Vai ficar quieto e me escutar. – A calma na voz do pai deixava Jackson ainda mais encolhido em seu lugar. – Que tipo de educação eu te dei? Será que eu te mimei demais? Será que eu errei em nunca ter dado umas palmadas nessa sua bunda?

Jackson tremeu.

— Desculpe papai.

— Não é só a mim que deve desculpas. Mas a Bella.

— Sua namorada?

— Sim, ela é muito importante para mim.

— Mais do que eu?

— Não é assim filho. Eu tenho um amor gigante e incondicional por você. A Bella eu amo como mulher, é diferente. O amor também é grande, mas eu amo vocês dois e nunca vou colocar um amor na frente do outro.

— Mamãe e Félix não passam tanto tempo comigo.

— Sua mãe está doente e frágil.

— Mas antes também era assim, eu não ligava antes, mamãe me deu o tablet e eu não dei muita importância. Eu fico brincando com meus amigos on-line. Não vai tirar meu tablet né pai?

— Não sei. Ainda estou pensando. – Edward não conseguia imaginar como Jane deixava o filho isolado. Mesmo que ainda estivessem nesse clima de eterna lua de mel, não dava para acreditar.

— Eu estou encrencado papai. Vovó vai ficar decepcionada.

— Está falando palavras esquisitas para um garoto da sua idade.

— Eu sou imaturo pai. – Ele cruzou os braços.

— Maduro, você quer dizer maduro.

— É.

— Mas se quer se redimir de verdade, vai se desculpar de verdade com a Bella. Eu gosto muito dela e sei que você também vai.

— Eu prometo falar com ela pai.

Alice bateu na porta aberta e então eles a encararam. Ela segurava uma cartela na mão e um copo com um pouco de água. Jackson olhou o pai e saiu depois do consentimento dele. O menino teria que fazer um milagre para se redimir com a nova namorada do pai e não receber uma bronca da avó.

— Tudo bem? Não vai tomar o remédio? – Perguntou Edward enquanto Alice seguia Jackson com o olhar.

— Não é para mim, Bella disse que não se sente muito bem, foi tomar um banho. Está no seu quarto.

Edward rapidamente pegou a água e a cartela das mãos da irmã e subiu até o quarto. Entrou no quarto sem bater, o que ele só parou para pensar quando já tinha entrado. Bella ainda estava no banho e ele resolveu esperar sentado na cama. Depois de cinco minutos ele continuou escutando a água caindo e começou a se preocupar.

— Amor. – Ele chamou. Bateu na porta quatro vezes e nada. Nenhum barulho além da água.

Dentro do banheiro, a água caia sobre a cabeça de Bella, que estava caída no chão do banheiro. Os cabelos sobre o rosto. Tinha um pouco de sangue saindo de sua intimidade e do seu nariz. Tinha desmaiado dois minutos antes de Edward subir ao quarto.

Mais uma vez, Edward bateu na porta. Ele procurou a chave reserva do banheiro e quando abriu a porta, arregalou os olhos e seu coração perdeu uma batida. Ele correu e desligou o chuveiro. Checou se ela respirava e não moveu o corpo dela e correu para as escadas e gritou chamando o pai. Carlisle acabara de entrar na casa quando escutou o filho. Pegou a maleta que deixara do lado da porta e foi rapidamente até o filho.

Os dois chegaram rápido até o banheiro e Carlisle foi o primeiro a entrar dessa vez.

— Pegue a toalha e a cubra.

Esme entrou no quarto depois dos gritos do filho.

— Ela está sangrando. – Carlisle procurou mais sangramentos e possíveis fraturas. Percebeu que tinha sangue entre as pernas de Bella. – Deite-a na cama e chame a ambulância, rápido.

Edward pegou Bella do chão, com cuidado. Jackson era seguro por Alice perto da porta. Estava tremendo mais agora. Se sentia realmente mal por ter tratado a namorada do pai daquele jeito. Nem pensava nos recordes dos jogos que queria ultrapassar antes. Ele sentia que merecia perder.

Esme usava outra toalha para secar os cabelos da nora e limpou o nariz dela. Edward estava tentando não perder a cabeça. E se fosse o... aquela doença... e se fosse de novo? E se ela estivesse doente de novo? Ele não ficou mais relaxado quando escutou as sirenes da ambulância.