Quarto de Aro Volturi, 10:00 am

Aro tinha se encolhido no canto entre a porta e o seu armário tentando sair do alcance da ilusão de sua irmã e quando piscou pela milésima vez pensando no mantra ‘’ isso é apenas coisa da minha cabeça’’ a mulher havia desaparecido.

Ele olhou ao arredor para verificar e se levantou lentamente como se o movimento dele trouxesse aquela ilusão novamente, andou até a porta e tentou abri-la.

— Mais que porra – xingou ao ver que a porta não abria – Eu não tranquei.

— Fugindo de mim, irmãozinho? – perguntou a voz feminina atrás dele

O telepata pulou e se virou alarmado vendo a sua irmã ou a ilusão dela na sua frente, ela sorria de forma gentil como sempre fora.

— Logo agora que vamos começar a nos divertir – ela sorriu ainda mais

Aro olhou para o lado vendo um vaso, rapidamente agarrou o vaso e o jogou em direção a figura feminina que apenas desviou habilidosamente.

— Tsc, tsc, tsc – estralou a língua – Que feio irmãozinho, me tratando desse jeito.

Ela avançou vagarosamente como uma leoa cercando a sua presa, a fúria foi crescendo em seus olhos e atacou com os braços estendidos e as mãos em forma de garra.

O vampiro deu um grito e desviou sentindo apenas o vento passando ao seu lado, ele olhou para o lado esquerdo ofegante e viu o nada.

— Só posso estar ficando louco – e correu para a porta novamente vendo que ela não abriu nem com a força aplicada

Lilith que se escondia entre as paredes segurava a risada ao ver as tentativas falhas do vampiro, se passar por Didyme era prazeroso ainda mais quando aplicava a loucura no seu alvo. Ela revirou os olhos ao ver mais uma tentativa de Aro e soube que era a sua deixa para aparecer novamente.

Jardim, ala sul do castelo, 10:00 am

Ali do jardim os caçadores conseguiam ouvir as pessoas indo para as ruas comemorar o dia de São Marcus com suas conversas altas e risadas.

Os filhos de anjos sentiram imediatamente o peso da morte daqueles humanos inocentes, imaginaram que haveria crianças no meio dos adultos e o coração de Isabelle doeu ao se lembrar de Max.

O gosto do café da manhã deles era amargo e comeram no completo silencio com a preocupação crescente, tinham passado por duas guerras quase uma seguida da outra e perderam vários amigos tanto de caçadores quanto de seres do submundo.

E novamente contavam com a ajuda deles para vencer essa nova guerra que não era inteiramente deles, cada morte que seria causada cairia na conta dos Volturi para toda a eternidade.

— O que deu em você em falar aquilo, Clary? – Isabella encarou a ruiva

— Bella, não queria te magoar, mas apenas saiu – o olhar de Clary mostrava arrependimento – Porem, não tem como não sentir pena dele, sério, detestei o que ele fez com você por ter te abandonado na floresta sozinha e ainda quero dar uns socos nele assim como todos nós

 Clary rodou o dedo apontando para todos presentes que concordaram.

— Entretanto não posso ignorar a cara torturada dele quando te olha, talvez ele tenha feito aquilo pensando que iria te proteger do mundo das sombras e não tinha a menor ideia que você sempre pertenceu a esse mundo – opinou a ruiva

Isabelle sentiu uma parte da tristeza de sua parabatai e segurou a mão dela a reconfortando, elas duas sempre se apoiaram em todas as ocasiões e foi assim que criaram uma relação de amizade forte e consolidada.

— Quem vocês vão escolher? – Alec mudou de assunto

— Talvez eu fique com Esme – respondeu Clary – Ela não tem tanta habilidade de luta e pode ser que eu passe algo para ela que a ajude de alguma forma.

— Vou ficar com a Alice – Isabelle colocou o cabelo para trás da orelha com a mão livre – Imagino que o Alec vá ficar com Magnus só para não perder o costume.

Eles riram um pouco da cara de Alec que devolveu as risadas dando de língua e bufando.

— Vocês estão com inveja isso sim – falou Alec – Bando de invejosos.

— Ehhhhhh! – caçoaram dos quatro

Izzy estava rindo do irmão quando percebeu que o seu colar emitia uma luz fraca avermelhada, ela segurou o pingente na mão o vendo continuar emitindo a luz.

— Atividade demoníaca – anunciou – As coisas vão começar a se agitar agora.

— Melhor nos prepararmos no salão principal daqui a pouco os outros chegam– Jace se levantou da cadeira

Os outros seguiram o loiro e se dirigiram para o salão principal encontrando ainda todos os clãs reunidos só que dessa vez Caius estava de volta ao seu trono com uma expressão completamente irada, Marcus se encontrava imerso nos diários de sua esposa e não havia sinal de Aro.

— Acha que ele vai explodir quando chegar no último relato? – perguntou Isabella aos sussurros para os outros

— Com toda certeza – sussurrou Alec em resposta

Os caçadores se acomodaram em seu canto esperando algum novo barraco acontecer e prestavam atenção em cada movimento de Marcus.

Este se encontrava completamente imerso nas palavras de sua esposa, sorria timidamente cada vez em que ela o mencionava, Didyme era uma pessoa de ouro que o ensinou a amar e encontrar a felicidade, ele lia vagarosamente degustando cada frase, cada palavra como que aquilo o conectasse novamente com ela.

Mas com o passar das páginas os relatos dela ficaram sombrios quando mencionavam a pressão de Aro sobre ela, Didy chamava o irmão de lunático e nunca estava perfeito para ele que sempre queria mais e mais poder e gloria.

Jace olhou rapidamente para os outros que prenderam a respiração ao ver que Marcus fechava o último diário declarando que havia terminado todos os relatos, eles o viram fechar os olhos e respirava de forma rápida em uma vã tentativa de se acalmar.

— Vai cair o mundo em cinco... – Alec começou a contagem regressiva

— Quatro – continuou Jace

— Três – Clary apertou as mãos dela nervosamente

— Dois – sussurrou Isabelle

— Um – Isabella fechou um olho e olhou um pouco para o lado mordendo os lábios

Marcus abriu os olhos lentamente sentindo uma fúria que a anos não o habitava.

— Marcus – Caius o olhou – Você está bem?

— ARO! – berrou Marcus fazendo todos pularem – EU VOU TE MATAR SEU FILHO DA PUTA!

Correndo os caçadores se colocaram na porta de entrada para impedir a passagem de Marcus, Isabella colocou o seu escudo em ação criando uma parede envolta do poderoso que o impedia de avançar.

— QUEM ESTÁ FAZENDO ISSO? EU ORDENO QUE PARE IMEDIATAMENTE! – ordenava Marcus aos gritos

— Marcus peço que se acalme – pediu Isabella com a voz leve e calma, mas o vampiro continuava agitado

Bella olhou para Jasper e pediu silenciosamente que ele usasse o seu dom em Marcus, o empata entendeu rapidamente e enviou uma onda forte de calma que fez o poderoso cair na inconsciência.

Edward segurou um sorriso ao ler o pensamento de Emmett sobre a clara parceria de Jasper e Isabella ao conter Marcus.

Cara, eles parecem aqueles irmãos gêmeos do mal, chega a arrepiar pensou Emmett

— Isso não é um ataque, Volturi – Jace olhou de forma cortante para o xará de seu parabatai que tinha dado um passo a frente

— Mas que porra aconteceu? – questionou Caius sem um pingo de paciência

— Basicamente, Marcus descobriu quem é o assassino de esposas – Clary deu de ombros – A Clave vai dar um jeito em Aro e nenhum de vocês... – ela apontou para os Volturi presentes – Vai impedir a condenação.

Os clãs ali presentes arregalaram os olhos ao ouvirem a resposta da ruiva e logo começaram a comentar sobre a bomba que foi solta no meio da sala.

Viram Felix carregar o seu mestre até o seu trono onde o sentou, Isabella continuou com o escudo envolta de Marcus e Jasper começou a diminuir a dose de calma, lentamente o vampiro recobrava a consciência dessa vez mais calmo.

— Marcus, sei que está irado com Aro e você tem o total direito de ficar assim – Bella deu um passo à frente – Mas estamos prestes a entrar em uma guerra de sete dias, foque essa raiva matando demônios e vampiros recém criados deixe que a Clave condene Aro e a Consulesa irá com toda certeza deixar que você veja a morte dele de camarote.

Ainda sentindo uma letargia, Marcus acabou concordando com a caçadora que retirou lentamente o escudo até o sentir se fundir com ela novamente. O silencio permaneceu por horas, apenas era cortado com algumas conversas paralelas dos outros que apareceu depois de um tempo.

Nunca pensei que os dons de Bella e Jasper pudessem se completar de alguma forma como o de Alice e Edward pensou Carlisle intrigado

Edward acabou pegando o pensamento do pai e concordou com ele, se seu irmão e Bella quisessem poderiam transformar aquela forma de contenção em um ataque eficaz.

— Finalmente – falou Isabelle chamando atenção de todos

Imediatamente os vampiros começaram a ouvir barulhos estranhos e seus olhos correram para a porta de entrada, os caçadores sorriram largamente antes de se virar.

Lentamente o barulho de passos ficaram mais nítidos e logo quatro pessoas apareceram liderando outras centenas atrás delas. Cada uma era diferente uma da outra, uma tinha os olhos parecidos com fendas de gato, já outra era extremamente pálida com um brilho malicioso nos olhos, as outras duas vestiam roupas normais embora uma vestia-se completamente de preto e tinha as famosas runas nos braços.

— Foi aqui que pediram reforços? – Magnus perguntou inocentemente vendo todos os vampiros presentes o olharem com os olhos arregalados