That Kiss!! escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá flores! Chegando para uma de minha três Ones que serão postadas hoje.
É isso que vocês leram: serão três Ones!
Todas com a mesma temática: Dia dos namorados!!!
Tudo começou quando minha beta super fofa Cinn Smoak me convidou para paraticipar do projeto Olicity dia dos namorados.
Gostei tanto da vibe e fiquei tão inspirada que SnowMerlyb e Rheese ganharam suas próprias Ones para a data mais romantica do ano!!
Por isso hoje terão uma overdose desta escritora cuja mente inquieta e maluca não consegue ficar quieta!! kkkk.
SnowMerlyn é a primeira.
Dentro de mais alguns minutos será a vez de Rheese ser postada e por fim Olicity chega para fechar o que acabou sendo uma espécie de trilogia pessoal minha já que meus três Shipps, meus três casais favs foram comtemplados!
A próposito se ainda não leram as ones do Projeto Olicity, mais do que recomendo! Estão simplesmente Maravilhosas! Totalmente MARA!!
E sem mais delongas porque o tempo urge, vamos ao que interessa!
Convidos vocês a descobrirem o quanto um beijo pode ser poderoso!!!
Como não poderia deixar de ser, a capa foi presente da gênio, a Picasso das capas de fanfic, minha linda flore, amiga e leitora, Marielle. Um mega xero pra tu!

Boa leitura...Aguado seus rewiews... Bjinhos flores



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Aquele beijo que te dei; 

Nunca, nunca mais esquecerei;

A noite linda de luar, lua, testemunha tão vulgar;

“…. Oh, oh, aquele beijo; Nunca mais esquecerei, o beijo que te dei…”

 

Sunset Boulevard,  Los Angeles - Califórnia (12 de Junho de 2008)

Narrador

—SOCORRO! ALGUÉM AJUDA. O CARA TÁ PASSANDO MAL! 

Os gritos sobressaem a música alta, atraindo a atenção da jovem bartender e dois de seus colegas, fazendo-os parar o que faziam, olhando na direção da qual viera.

—Mas que porra aconteceu agora? Esses moleques não sabem se divertir sem arranjar algum tipo de confusão!!- pragueja um dos organizadores do evento realizado em uma das mais badaladas avenidas de Los Angeles - Snow, pega o kit de primeiros socorros e me segue - ordena.

—Sim senhor - a jovem anui com um suspiro resignado.

Quando Cait decidiu que passaria as férias de verão na Califórnia, trabalhando, não passava por sua cabeça pôr em prática o que estava aprendendo na faculdade de Medicina em sua cidade natal.  Bastou seu chefe saber da informação para sempre que alguém passava mal ou se feria, ser arrastada por ele a fim de atender a ou as vítimas,e nem adiantou ter-lhe dito que era apenas seu segundo ano. Por sorte atendera apenas pequenos ferimentos causados por brigas ou quedas, nada mais e enquanto seguia o chefe por entre a multidão, rezava intimamente para ser mais um caso assim.

Quando se aproximavam do local aonde a vitima se encontrava, todas as luzes principais na extensão da avenida se apagam, deixando somente o clarão da lua e alguns poucos faróis.

—Mas que merda! - escuta o homem xingar ao mesmo tempo em que vaias e outros apupos começam ecoar, lanternas e celulares sendo acesas pela multidão - Snow, tente descobrir o que diabos aconteceu e me avise caso precise chamar o serviço de emergência. Vou descobrir o que houve com a força - ordena, entregando um walk talk a ela antes de sumir.

—Sim senhor! - a jovem sopra novamente, prendendo o aparelho a cintura, estreitando os olhos a fim de conseguir enxergar e chegar ao ponto aonde um pequeno grupo estava reunido em volta de uma pessoa deitada no asfalto, imóvel - Droga! Tomara que esse imbecil não tenha se ferido com gravidade - murmura, apressando o passo.

Mesmo seu chefe tendo dito que acionaria o serviço de emergência, sabia que somente o faria se a pessoa em questão estivesse realmente mal (entenda-se a beira da morte) pois muitos que frequentavam essas festas,  organizadas e patrocinadas pelas fraternidades das universidades locais, eram menores portando identidades falsas. Quando as tinham.

—Licença. Por favor, me deem licença - pede ao se aproximar, conseguindo alcançar, finalmente, o centro da roda - O que aconteceu, alguém sabe dizer? - pergunta, olhando para  o corpo estendido no solo.

—Ele estava conversando com uns caras aqui e de repente caiu - alguém, com voz trôpega, responde, fazendo-a rolar os olhos - Foi assim! Do nada - acresce a pessoa, estalando os dedos.

—Sei - Caitlin suspira, impaciente, agachando-se junto ao rapaz, pondo a maleta de lado para poder examiná-lo melhor. Perdera a conta de quantas vezes escutou aquela mesma “explicação” nos últimos dias.

Respirando fundo, ela abre a pequena maleta de primeiros socorros retirando de lá uma lanterna, jogando o faço de luz em direção a cabeça do rapaz a fim de verificar se havia sangramento, retendo o ar ao reconhecer o moreno sem sentidos a sua frente.

—Tommy Merlyn!! - sopra, tapando a boca com a mão livre -É o Tommy Merlyn!! - repete, olhando em volta como a procurar mais alguém, voltando dar-lhe atenção ao escutar o gemido sofrido.

Rapidamente debruça-se sobre ele a procura de ferimentos, apalpando-o o melhor que podia com apenas uma mão,respirando aliviada quando não encontra. Desce o facho iluminando melhor peito, braços e pernas, sentindo o coração bater acelerado. Nem em seus mais loucos e ousados devaneios sonhara, algum dia, estar assim, tão perto do cara que povoou seus sonhos adolescentes. Povoava ainda, na verdade, especialmente depois que Felicity, sua melhor amiga, engatou um namoro com Oliver Queen, melhor amigo dele. 

Acalentou, em seu coração juvenil, a tola esperança que ao serem apresentados iriam se apaixonar e assim como os amigos em comum, viveriam um lindo romance. Quem sabe até casariam no mesmo dia! Mas não foi o que aconteceu.

Na verdade, foram apresentados em meio a uma situação constrangedora para ela e Thomas fora no mínimo indelicado, em sua opinião. O resultado? Ela o xingou, ele revidou e acabaram discutindo feio. Depois disso, nas poucas vezes em que ela sabia que ele estaria presente em algum evento ou festa para os quais Felicity a convidava, se esquivava comparecer. Com isto, havia conseguido evitá-lo com sucesso ….Até agora.

—É grave doutora? Ele vai morrer? - a mesma voz trôpega questiona, fazendo-a piscar repetidamente.

—Não - responde, seca, debruçando-se sobre Thomas outra vez, bufando ao sentir o homem fungando (literalmente) em sua nuca - O senhor poderia fazer o favor de se afastar!? Preciso de espaço e ele de ar - pede, abrindo os braços, as pessoas em volta afastando-se, inclusive o bêbado - Grata - agradece, tateando a parte de trás da cabeça dele, fazendo uma careta ao sentir o líquido viscoso em seus dedos - Alguém chame uma ambulância - solicita, largando a lanterna no chão, desligada, despindo o colete que usava, dobrando-o para servir de apoio a cabeça de Tommy.

—Você falou que ele não ia morrer - o mesmo bêbado acusa, irritando-a.

—E não vai - assegura - Mas bateu a cabeça e precisa ser levado ao hospital para ficar em ….Por que estou te falando isso!!?? - questiona-se, irritada, erguendo o olhar - Alguém ligue ou me arranje um celular, por favor  - reforça, irritada consigo mesma por ter esquecido o aparelho sob o balcão, um novo gemido de Tommy chamando sua atenção - Você vai ficar bem, não se preocupe - garante, afagando-lhe rosto e cabelo.

—Moça, a ambulância está a caminho. Precisa de mais alguma coisa? - uma garota com sotaque pergunta, ela precisando estreitar os olhos para conseguir enxergá-la devido a pouca luz.

—Apenas que indiquem aonde estamos quando chegar - pede, a jovem concordando com um aceno, chamando dois rapazes próximos a irem um pouco adiante com esta finalidade , Cait sorrindo-lhe gentil antes de dar atenção ao moreno novamente - Não era bem assim que sonhei ter você em meus braços!! - sussurra, tocando-lhe o rosto com suavidade, o som de sirenes ao longe anunciando a aproximação do veículo de resgate - É… O que é bom dura pouco! - lamenta-se, olhando-o, mordendo o lábio, indecisa se deveria ceder ou não ao desejo que a tomava - E por que não?. Ninguém está prestando atenção em nós mesmo - murmura, erguendo o olhar, certificando-se estar correta, voltando a olhá-lo - Sabe-se lá se terei outra oportunidade destas!! - hesita, mordendo o lábio novamente - Anda Caitlin, coragem! Seja ousada ao menos uma vez na vida! - incentiva a si mesma, inclinando-se até tocar os lábios dele, suave, a princípio, ousando aumentar a pressão ao senti-lo abrir os seus, correspondendo.

O beijo dura apenas alguns minutos, mas é intenso, despertando em ambos (embora ela não soubessem naquele momento) emoções que ficariam latentes por anos .

—Por aqui moço! Ele está aqui - o alerta a faz cessar o contato apressadamente, erguendo-se, voltando o rosto na direção de onde vinha a voz no momento em que Tommy abre os olhos, visualizando o vulto da jovem contra o luar, seus olhos azuis brilhando intensamente.

—Quem… é você? - sopra, atraindo a atenção de Cait.

Surpresa, ela  aproveita a chegada providencial dos paramédicos para se afastar, dirigindo a Tommy um último olhar antes de sumir em meio a multidão.

………………………………….

Starling City, doze anos depois (12/06/2020) 

Mansão Queen, (5:05 a.m)

Narrador

—Sinto muito, Barry !! - Felicity lamenta, sentando-se com o filho no colo - E como ela está agora? - quer saber.

—Bem. Um pouco assustada, mas bem. Doutor Rangel foi incrível, tanto conosco quanto com a Nora. Foi honesto, não nos escondeu nada e ao mesmo tempo nos passou segurança — relata o CSI.

—Que bom que deram sorte de ela ser atendida por um médico tão bom quanto ele! - comemora a nerd, fazendo um muxoxo para o menino, que sorri de volta, as mãozinhas tentando agarrar-lhe o queixo - A cirurgia será em qual horário? 

—Dentro de duas horas mais ou menos. É o tempo necessário para ela ficar em jejum, já que fomos pegos de surpresa — revela, suspirando, a loira sorrindo triste.

—Vai dar tudo certo Barr. O socorro foi rápido, estão bem assessorados, vai dar tudo certo - tenta tranquilizar o amigo.

—Obrigado - ele agradece, uma voz ao fundo o chamando — Felicity, vou ter de desligar. Íris está chamando. Me desculpe ter ligado tão cedo e por não poder estar aí e dá um beijo em meu quase afilhado. Assim que Nora for liberada para viajar, vamos visitar vocês -pede.

—Não tem do que se desculpar! Já estávamos acordados e a saúde de sua filha em primeiro lugar Barr e pode considerar Lucca como sendo seu afilhado - declara, erguendo o olhar ao escutar a porta do banheiro ser aberta - Nos dê notícias ok? Mesmo que não responda de imediato, farei assim que possível - pede, deixando o filho migrar para os braços do pai.

—Darei sim, pode deixar. Dá um abraço no Oliver, outro na Cait e outro na Thea por mim. Fala que elas estão me devendo uma visita - pede.

—Falo sim. Agora vai lá para sua família. Até qualquer hora Barry - despede-se.

—Até - ele despede-se, desligando.

—O que houve? - Oliver pergunta tão logo ela põe o celular de lado, segurando o filho com firmeza.

—Nora foi hospitalizada às pressas. Apendicite - responde - As malas já estavam no carro, eles se preparando para ir a estação quando ela passou mal - relata.

—Nossa. Deve ter sido um tremendo susto para eles - Oliver comenta, devolvendo o filho a Felicity posto ele ter começado agitar-se - Ela vai ser operada ainda hoje? - pergunta, ela confirmando.

—Vai sim. Daqui a umas duas horas. Ele ligou para avisar e justificar a ausência deles, vê se pode! - diz, sorrindo - Barry é um doce. A filha internada, aguardando cirurgia, a Íris surtada, com toda certeza, e ainda assim tem a delicadeza de ligar nos avisando o motivo de não poder vir. É um fofo!! - reforça, segurando o pequeno Lucca,, que pusera sobre o colchão e agora começava engatinhar para longe deles.

—Verdade - anui o loiro, sorrindo para o filho quando Felicity o põe de pé sobre as coxas - E merecia alguém bem menos chata por esposa! - diz, fazendo uma careta de desagrado.

—Você não gosta mesmo da Íris, não é bae?!? - questiona-o, segurando o filho com mais firmeza posto o menino tentar escapar mais uma vez.

—Não teria nada contra caso ela tivesse ao menos nos pedido desculpas pelo comentário infeliz a respeito de termos dado presente repetido, sendo que nenhuma lista de presentes nos foi enviada então não tínhamos como saber que já haviam ganho uma cafeteira - relembra, fazendo nova careta - Isso e outras coisinhas que faz e diz nos momentos mais inadequados. Sem mencionar a vez em que fez meia Central City acreditar ser Tommy o tal maníaco sexual que andava aterrorizando a cidade - acresce.

—Aquilo foi um acidente e ela pediu desculpas, vida - admoesta-o.

—Acidente? Será mesmo? Posso te lembrar que ela preferiu dar crédito a uma testemunha duvidosa do que a mim quando sai em defesa dele? - interroga, não deixando a esposa revidar - E que o próprio pai havia pedido a ela segurar a matéria até terem tido a chance de investigar melhor e ela não esperou? - lembra - Até o Thawne pediu que não tirasse conclusões apressadas e ainda assim ela o fez e se quer saber, eu acho que só aceitou o pedido do Barry para o afastar da Cait! - bufa, fazendo-a rir.

—Ok, eu me rendo. Íris fez por onde merecer sua antipatia, mas ela está se esforçando para melhorar, bae, reconheça - pede, conseguindo fazer o filho sentar-se em seu colo - Mas vamos deixar este assunto de lado porque temos um problema maior a resolver agora: quem vamos convidar para ser os padrinhos do Lucca?? - interroga - John e Lyla estão fora da cidade, Thea e Roy já avisaram que não querem saber dessa história de serem tios e padrinhos, Ray vai chegar somente na hora da festa e não acho que ficaria bem convidar a Sara sem ele - pondera -  Também não acho que padre Jonas não vá aceitar Laurel e Nyssa nem Curtis e Paul, por mais moderno e mente aberta que seja - franze o nariz em uma careta -Tem a Cait como opção de madrinha, o que eu iria amar, mas ela está sozinha no momento. Além deles tem minha mãe e Quentin, sua mãe e Walter, seu pai e a nova namorada dele cujo nome não lembro, o que já os descarta até porque podem nem estar mais juntos daqui dois dias, sem mencionar que iremos deflagrar uma guerra caso chamemos algum deles! - argumenta, estalando a língua - Quem mais? René e Dinah? Eddie e...Como é mesmo o nome dela?? 

—Olivia e não acho que estejam mais juntos - Oliver comenta, enrugando o cenho - Ou seria Dinah e René que terminaram?? - questiona-se, sacudindo a cabeça negativamente - E acho que a regra usada para nossos pais deva valer para eles também- argumenta.

—Certamente que sim, mas o que faremos então? Adiamos? - Felicity pergunta, fazendo bico - Tive tanto trabalho para nada!! - choraminga, fazendo uma cara tão dramática que Oliver não resiste e solta uma sonora gargalhada - Não ria!! Temos um baita problema nas mãos. Não se trata apenas de cancelar a festa pós batizado. Tem a igreja, o padre, a firma que contratei para organizar as coisas por aqui, comidas, lembranças, fotografo.…

—Ok, ok, já entendi sweet!! - o loiro exclama, erguendo as mãos - Que sugere que façamos então? Convidamos algum casal conhecido de minha mãe ou da sua? Algum vizinho? - inquere, ela rejeitando de imediato.

—Não vou pôr dois estranhos como padrinhos de nosso filho Oliver!! Sabe o quão importante eles podem ser para uma criança. Antes cancelar a ter de fazer isso - decreta, ofendida.

—Neste caso não vejo outra saída que não cancelar, meu amor - Oliver diz, abrindo os braços - Não vejo outra opção, a não ser que consigamos convencer minha irmã e o noivo a aceitarem ou apareça alguém, assim, por um milagre! - estala os dedos, a batida leve na porta seguida pela observação ácida chamando atenção de ambos.

Casal, estão vestidos ou providenciando a multiplicação da prole? Se estiverem, se cubram porque estou entrando— Tommy avisa, irrompendo pela porta como um vendaval, sem esperar resposta - Uau! Foram rápidos. Precisa me ensinar esse truque, Ollie. Conseguir se vestir ligeiro pode ser bastante útil em algumas ocasiões - diz, rindo safado - Olá rapazinho! Bom dia! - exclama, estendendo os braços para o garoto, que se agita, atirando-se em direção a ele.

—Um bom dia pra você também. O que faz acordado a essa hora Tommy? Deu formiga na cama? - Oliver ironiza, observando o moreno pegar o menino em seus braços.

—Formiga não, mas estava muito fria e solitária - responde, fazendo caras e bocas para o bebê, este soltando gritinhos eufóricos em resposta.

—Como se alguma de suas…. acompanhantes permanecesse em sua cama além do necessário e vice versa!! - provoca-o.

—Isso foi grosseiro Ollie. Verdadeiro, mas grosseiro - Tommy retruca sem se abalar - E acordar sozinho tem suas vantagens, como por exemplo ter o banheiro todinho pra mim - exemplifica, apertando, com os lábios, a mão que o bebê colocava em sua boca, provocando mais risos no menino.

—Ainda não respondeu: que faz acordado tão cedo? Vi que chegou pouco antes das duas da manhã - Oliver insiste, estreitando os olhos ao encarar o amigo.

—Minhas costas não me deixaram dormir mais tempo - confessa, voltando o rosto para Felicity - Será que aquela sua amiga teria algum analgésico para me dar? Ela está aqui, não está? - pergunta, enrugando o cenho ao ver a expressão da loira -Por que tá me olhando desse jeito? - quer saber, desconfiado - Ollie, por que ela tá me olhando desse jeito? - repete, recuando dois passos.

—De qual jeito? - questiona o loiro, voltando-se para a esposa, lendo a expressão na face dela - Não!!!. Ah, não!! - exclama ligeiro - Não, não, não, não! - repete, sacudindo o dedo no ar em negativa - Não pode estar pensando nisso!! - diz ao vê-la sorrir, os olhos brilhando.

—Pensando no que??? - Tommy quer saber, olhando de um para o outro, confuso.

—E por que não? - Felicity questiona, encarando Oliver com um sorriso radiante - Ele está aqui, disponível, é seu melhor amigo, um cara legal e confiável boa parte do tempo, quando não está bêbado, em especial….

—E isto o qualifica? Sério? Porque Eu não cogitei essa hipótese ainda mais se pensa mesmo chamá-la - argumenta o loiro, encarando-a.

—Me qualifica para o que e chamar quem para quê? - Tommy volta questionar, desdobrando-se para manter o bebê quieto.

—Não é que qualifique exatamente, mas estamos em cima da hora e das opções é a mais viável. Simples assim! - justifica a nerd.

—Tá, até concordo. Situações desesperadas pedem medidas igualmente desesperadas, como meu pai sempre diz,  mas e quanto aquele probleminha entre eles? O que faremos? - Oliver pergunta.

—Qual probleminha? Ainda estão falando de mim? - reinquere o moreno, continuando a ser ignorado pelos amigos.

—Nós podemos negociar um acordo de paz e….

—Ok, já deu!! - Tommy impacienta-se, pondo-se entre os dois - Posso lembrá-los que Eu Ainda estou Aqui!!?!! Parem de falar como se fosse invisível ou uma peça de decoração. Isso me irrita e sabem disso! - reclama, estendendo o menino para Felicity - E acho que Lucca fez caquinha - avisa, a loira pegando o filho de volta, levantando-se e caminhando até o banheiro - Sobre o que estão falando? Em que sou opção, e não pensem que não registrei esse lance de medidas desesperadas! Eu sou essas medidas por acaso? Magoei! - reclama, fazendo aspas no ar, encarando o amigo.

—Tommy, não me leve a mal cara, mas mais de uma vez você falou que esse lance de responsabilidade não te agradava e embora estejamos realmente desesperados, não sei se posso te pedir que mude seu pensamento de uma hora para outra - Oliver declara, pondo a mão sobre o ombro dele.

—Ollie, você é meu melhor amigo, meu camarada e a Felicity se tornou um tipo de melhor amiga também. A única do sexo oposto que detém esse título, fora nossa irmã e as irmãs Lance - pontua, imitando o gesto do loiro, arrancando um sorriso fraterno deste - Se estão com problemas e eu puder ajudar de alguma forma, é só dizer que faço, seja lá o que for - assegura, Oliver o encarando alguns segundos, suspirando antes de falar.

—Barry ligou a pouco. Nora foi internada às pressas e terá de se submeter a uma cirurgia de apendicite, logo ele e Íris não poderão comparecer, o que significa que Lucca ficou sem os padrinhos, estamos sem tempo e opções , então pensamos se aceitaria ser o padrinho de nosso filho! - despeja, o moreno abrindo um largo sorriso, prestes a responder, Felicity sendo mais rápida.

—Ao lado de Caitlin - completa, passando entre eles tendo o filho nos braços enrolado em uma toalha.

—Acho que não ouvi bem. Quem vai estar a meu lado no altar?? - questiona o moreno, fazendo careta ao escutá-la responder.

—Caitlin, minha amiga. Aquela sobre a qual perguntou por conta de sua dor nas costas - lembra-o a loira, enxugando o filho - Amor, vê uma fralda e uma roupinha, por favor - pede, dando atenção ao moreno novamente - E então? - questiona, tirando-o da inércia na qual entrara.

—E então o que? - Tommy devolve, enrugando o cenho.

—Aceita ser padrinho do Lucca junto com a Caitlin ou não? - Oliver repete o convite de forma direta, sentando-se ao lado de Felicity a fim de ajudá-la trocar o filho.

—Antes que responda, quero lembrá-lo ter declarado a pouco que faria qualquer coisa por nós - Felicity frisa, colocando a fralda no bebê com facilidade.

—E faria...faço - enrola-se, suspirando, fazendo uma careta de desagrado - Por que ela? Entre todas suas amigas, porque logo a única que me detesta? - interroga.

—Em primeiro lugar, não tenho tantas amigas assim e ainda que tivesse, Cait seria a escolhida pelo simples fato de que ela é minha melhor amiga - responde a loira, de pronto, enfiando as pernas do bebê no macacão que Oliver trouxera, escutando o bufo impaciente do moreno - E ela não te detesta - garante - Apenas não lambe o chão aonde você pisa, nem ri de suas piadas de duplo sentido muito menos te idolatra como a maioria das mulheres que conhece costumam fazer - enumera, pondo o menino de pé, terminando de vesti-lo com ajuda de Oliver - E preciso que me responda logo porque ainda terei de ligar para padre Jonas tão logo amanheça e convencê-lo aceitar um casal-não-casal como padrinhos já que deixou claro isto ser opção apenas em uma urgência, o que É o caso, e que você e Cait são as pessoas mais confiáveis próximas a nós no momento - discursa a loira, fazendo ambos homens enrugarem os cenhos -  Mas, claro, se acha um sacrifício supremo e insuportável ficar ao lado de uma mulher bonita, e reconheça que ela o é, no altar por menos de quarenta minutos, podemos pensar em outro solução ou até em adiar o….

—UOU, calma aí, Maria do bairro! Não disse que recusaria, disse? - interrompe-a, suspirando, deixando os braços caírem pesadamente ao longo do corpo - Ok, eu topo. Mas fala para ela se comportar - ordena  dedo em riste - E para usar alguma coisa decente e não aquelas coisas feias e fora de moda que costuma vestir. Tenho uma reputação a zelar. Não posso ser visto ao lado de uma pessoa mal vestida - acrescenta, ajeitando as mangas da camisa social, fazendo Felicity enrugar o cenho, olhando-o de alto a baixo.

—Dormiu de terno Thomas? - pergunta, segurando o filho.

—Eu meio que apaguei quando cheguei. Não fosse a dor nas costas estaria dormindo até agora - confessa, rindo sem graça.

—Não estaria tão cansado nem com dor se tivesse se abstido uma única noite de farra - Felicity reclama, encarando o moreno.

—Ok, vamos focar no que é primordial aqui e - Oliver intervém a fim de evitar algum atrito - Precisamos convencer Catilin a aceitar ou de nada vai adiantar Tommy ter aceito - lembra à esposa.

—Eu acho que consigo convencê-la, com jeitinho e diplomacia, evidente - Felicity pondera.

—E por que ela não aceitaria? - Tommy pergunta, fazendo ambos o olharem com expressões exasperadas - Por minha causa? Sério? - pergunta, abrindo a boca em fingida indignação ante a  confirmação deles - Eu que deveria ficar chateado em ficar ao lado da Mortícia Adams no altar - diz, Felicity soltando um suspiro exasperado.

—Um pedido Tommy: nada de tratá-la por apelidos antes, durante e depois da cerimônia. Quero ter ao menos um final de semana sossegado tendo vocês dois por perto - Felicity determina, o encarando, séria.

—Ok, nada de apelidos. Mas saiba que fui gentil comparando-a a Mortícia - afirma o moreno, rindo maliciosamente, fazendo ambos arquear a sobrancelha em uma pergunta muda - Já repararam como ela é sexy!!?!! - inquere, desenhando curvas no ar

—Bae, dá um jeito nele, por favor! - Felicity pede, dirigindo o olhar ao relógio sobre o criado mudo - Quanto ao comprimido, assim que Cait acordar….

—Ela está acordada - Tommy a interrompe, recebendo um olhar inquisidor - Vi luz por debaixo da porta ao passar pelo quarto dela. Só não bati porque sabia que não abriria para mim  - conta, algo em sua expressão fazendo Oliver o encarar, cruzando os braços, desconfiado - O quê? - pergunta, na defensiva.

—Apenas imaginando o quê poderia ter acordado Caitlin. Faz alguma idéia do que poderia ser já ter sido? - interroga, estreitando os olhos, continuando a encará-lo.

—Eu??? - espanta-se o moreno, gesticulando de forma dramática - Sei lá sei!! Vai vê teve algum pesadelo ou sonho erótico, se é que ela sabe o que é isso! - alfineta.

—Estou começando a pensar não ser tão boa ideia assim Tommy e Cait juntos em um altar!! - Felicity exclama, ninando o filho.

—Não é boa ideia pô-los juntos em qualquer lugar por mais de dois segundos! - Oliver rebate, olhando-a.

—Se ela se comportar eu também me comporto - Tommy declara, solene - Agora vai lá vê o analgésico, por favor! - implora, unindo as mãos, fazendo cara de sofredor.

—Devia pensar seriamente em ser ator!! - Felicity bufa, entregando o filho a Oliver - Só vou chamar uma vez. Se ela não abrir a porta, vai ter de esperar que acorde - avisa, saindo sem esperar resposta.

—Tommy, eu te amo, sabe disso - Oliver diz, fazendo-o lhe dar atenção - Mas se estragar este final de semana, coloco nossa amizade no freezer por tempo indeterminado! - ameaça - Falo sério. Felicity, minha mãe, minha sogra e nossa irmã demoraram meses, eu falei Meses, preparando, tudo. Juro que não vou te perdoar tão cedo caso estrague qualquer parte, por menor que seja - reitera.

—Eu nunca estrago festa alguma. Muito pelo contrário. Sem mim seria um tédio total e absoluto! - gaba-se o moreno, sorrindo convencido - Peça isso aquela … a amiga sem graça da Felicity - corrige-se ao receber o olhar reprovador de Oliver enquanto este colocava o filho no berço - Ela sim, transforma qualquer comemoração em um velório! - acusa, fazendo uma careta ao sentar-se sobre o colchão.

—Caitlin não é essa chata tediosa que pintou. Ela é bem animada quando você não está por perto - defende-a, indo até ele, recolhendo a toalha deixada por Felicity sobre o colchão, pendurando-a em local adequado - Eu realmente não consigo entender porque vocês não se dão bem. Ela é bonita, inteligente, animada, consegue manter uma conversa sobre diversos temas por mais de dois segundos, o que mais do que as garotas com as quais você têm saído ultimamente... - enumera, enrugando o cenho, pensativo - Hum… deve ser por isso - pondera, massageando o queixo.

—Deve por isso o que? - Tommy quer saber, intrigado.

—Que não se dão bem afinal, como acabei de dizer, suas companhias femininas nem sempre são o que podemos chamar de inteligentes, salvo uma ou outra - reitera o loiro, rindo divertido.

—Olha só quem fala! Antes da loirinha entrar na sua vida pegava o mesmo tipo de garota que eu e além do mais, se eu quisesse adquirir conhecimento ao invés de ter momentos de prazer, transaria com uma enciclopédia!! - brinca, fazendo outra careta de dor quando rir.

—Um dia vai se cansar disso e torço para que encontre uma enciclopédia disposta a te aturar, meu amigo - declara o loiro, olhando-o preocupado - Tá ruim assim? - quer saber, recebendo um aceno afirmativo - O que aconteceu afinal? Exagerou na dose ou transou em uma posição desconfortável? - pergunta.

—Quem dera!! - Tommy exclama, respirando fundo - Discuti com meu pai ontem pela manhã, sai de moto pra esfriar a cabeça e acabei caindo feio - relata, deixando o amigo tenso - Relaxe. Não foi nada grave - assegura.

—Foi ao hospital? - questiona-o.

—Fui e fiz todos os exames pedidos. Morrer não está nos meus planos para este ano -brinca mais uma vez, fazendo mais caretas ao rir.

—O que foi desta vez? Malcolm cancelou seus cartões novamente? Ou bloqueou seus bens? - inquere, atento às reações do amigo.

—Nem um nem outro. Só o velho e bom hábito dele em se meter nos meus assuntos - responde, evasivo, Oliver entendendo que ele não queria falar a respeito.

—Entendo - diz, pensativo - Se precisar de mim ou de um lugar para se refugiar por um tempo, basta dizer. Sabe que pode contar comigo, não sabe? 

—Sei e se precisar peço, não se preocupe - tranquiliza-o, sorridente - Aí, será que a Maga Patalógica estava acordada? Eu realmente to precisando daquele analgesico! - resmunga, massageando o pescoço enquanto mexe os ombros.

—Você é impossível!! - Oliver exclama, sacudindo a cabeça - Vamos esperar mais uns dez minutos. Se Felicity não voltar, vamos a procura dela - propõe - Agora me diz: por que não gosta da Caitlin? - retoma, recostando-se ao móvel a suas costas.

—Tecnicamente é ela quem não gosta de mim - o corrige, buscando uma posição mais confortável, optando por ficar de pé quando não encontra - Isso desde quando fomos apresentados - relembra.

—Você tirou sarro dela na festa de Halloween. Disse que parecia uma versão mal acabada da bruxa de Blair - questiona-o.

—Eu estava brincando!! Que culpa tenho se ela não sabe levar nada na esportiva? - devolve, rindo de lado.

—Ela não estava fantasiada, Tommy!! Tinha acabado de sair de um duplo turno no hospital, estava cansada, um dos pacientes que acompanhava havia morrido e você mal a viu já foi logo tirando sarro. Até eu me chatearia - declara o loiro.

—E como raios eu ia adivinhar? Ninguém me avisou nada, poxa vida! - reclama o moreno, fechando os olhos ao abrir acintosamente os braços - Aí, merda! - bufa, precisando apoiar-se na cama  para não cair - Só espero que ela não seja vingativa a ponto de me negar alívio para essa maldita dor - murmura.

—Não será - Oliver assegura, rezando intimamente para estar certo.

……………………………….

Quarto de Caitlin (5:55 a.m)

Recosta a janela, Caitlin observa a lua brilhando, majestosa, no céu, um suspiro escapando por seus lábios.

Acordara cerca de duas horas atrás e por mais que tentasse, não havia conseguido conciliar o sono novamente. Quando estava quase perto de conseguir ao menos cochilar, um som baixo e contínuo em sua porta a despertara, fazendo-a desistir de voltar a dormir de vez.

Sentara-se sobre o colchão observando uma sombra mover-se por debaixo da porta, indicando haver algo ou alguém do lado de fora. 

A princípio pensou em verificar do que se tratava, mas como logo o som cessou e a sombra sumiu, deu de ombros, esquecendo o assunto, optando por pegar seu celular, abrindo-o em um de seus aplicativos de leitura, escolhendo um dos vários e-books que tinha baixados para ler um pouco. O pouco tornou-se um livro inteiro e logo emendou em outro da mesma série, parando apenas ao notar a lua em sua janela, indo postar-se junto a esta, admirando a beleza e o silêncio no final de noite, as lembranças de uma noite doze anos atrás lhe vindo à mente ao escutar uma música tocar em algum, não muito distante, ao que tudo indicava.

—Engraçado como algumas coisas estimulam nossa memória! - murmura, sorrindo fraco, lembrando o tempo em que costumava sonhar com um amor verdadeiro observando a lua.

Caitlin Snow sempre fora romântica, muito embora sua escolha profissional contradissesse este fato. Medicina, e em especial Biogenética, não eram exatamente profissões de quem sonha encontrar um amor para a vida inteira, como fora seu caso durante muitos anos. Nem mesmo as decepções com Barry e Ronnie a tinham feito desistir, a princípio. Nem mesmo Thomas Merlyn, com toda sua arrogância e descaso com sentimentos alheios, tinham feito com que desistisse. Não. Este mérito era todo das pessoas que mais amava na vida: seus pais. Descobrir que o casamento, que ela considerava perfeito, um modelo a ser seguido, não passava de uma farsa, fora o golpe duro demais para ignorar Aquele fato a fez desacreditar de vez existirem relacionamentos duradouros e nem mesmo a felicidade visível de sua melhor amiga, Felicity, ao lado de Oliver a convenciam mais do contrário. Toda relação, por mais bela, por mais amor que existisse nela, estava fadada ao fracasso! Estava certo disso e agora tudo que almejava em relacionamentos era não ser traída tão vergonhosamente como fora no passado. Até por isso evitava se envolver havia algum tempo.

—Que droga! Por que as coisas nunca são simples como nos romances!?! - bufa baixinho, rindo ao lembrar que em nem todos os romances que lera o casal apaixonado se dava bem de cara. Geralmente passavam por maus bocados antes do “felizes para sempre” - Anda lendo bobagens demais Cait! Melhor procurar mais alguma especialização para fazer, assim para de ocupar sua mente de pensamentos indevidos - admoesta-se, notando a figura de um homem se esgueirando de uma ala para outra da mansão pelo jardim, retendo o ar ao supor tratar-se de Thomas Melyn, soltando-o, com certo alívio, ao reconhecer Roy, namorado de Thea - Merda Cait, pare de pensar nele! Quantas decepções terá de te causar até que aceite o fato de que você e Tommy Merlyn jamais serão um casal?! - questiona-se, entristecendo, o som leve de batidas seguido do chamado de Felicity, fazendo-a voltar-se ligeiro.

Cait, tá acordada?—ouve, sorrindo enquanto caminha em direção a porta, abrindo-a antes que a amiga repetisse o chamado.

—Oi Lissy, bom dia - cumprimenta-a, sorrindo gentil.

—Bom dia Cait. Te acordei? - pergunta, por desencargo de consciência, a loira, muito embora fosse fácil perceber  o contrário.

—Não, não. Acordei há algum tempo já - admite a médica, notando a pequena ruga de preocupação da amiga - Algo errado? É o Lucca? Mia? Você? - preocupa-se.

—Nada errado com nenhum de nós - Felicity a tranquiliza, pondo suas mãos sobre a dela - Na verdade, vim aqui primeiro pra avisar que Barry ligou. Ele e Íris não virão. Nora foi internada às pressas e vai precisar passar por uma cirurgia, e pode ficar tranquila porque ela está sob os cuidados do melhor cirurgião de Central City  - a pressa-se em acalmá-la.

—Graças a Deus! - exclama a médica, levando uma mão ao peito - Bar é louco na filha. Seria capaz de enlouquecer caso algo aconteça a ela - comenta, Felicity anuindo - Qual o problema, ele falou? - quer saber.

—Apêndice - Felicity esclarece - Estavam de saída quando ela passou mal e tiveram de correr para o hospital - conta.

—Menos mal. Se fosse durante a viagem seria terrível - Cait observa.

—Verdade. E Íris surtaria, o que somente iria piorar as coisas - acresce, a morena anuindo com um aceno - Mas não foi só por isso que vim te chamar - a loira reafirma - Cait, aceitaria ser madrinha de Lucca? - convida, completando rápido - Sei que é de última hora, que pode chatear-se e por isso te deixo livre para recusar  …

—Lissy, será uma honra ser madrinha do Lucca!! - a médica a interrompe, segurando firme suas mãos - E por que ficaria chateada? Sei que escolheu Bar e Íris e não eu, por serem casados, o que é natural e regra da igreja - lembra, tranquila.

—Então, eu sei que você sabe disso tudo - a loira diz, mordendo o lábio, insegura - O que acho que vá te chatear seja o padrinho! - exclama, não tendo tempo explicar-se, fechando os olhos ao escutar a voz de Tommy as suas costas.

—E aí? Ela aceitou? - pergunta o moreno enquanto caminha ao encontro delas, Oliver a seu lado - Claro que aceitou! - adianta-se, parando logo atrás da loira com um sorriso convencido no rosto - Como disse a vocês, por que ela diria não??

—Ele que vai ser o padrinho? Sério? - Cait pergunta, Felicity confirmando com um aceno, sorrindo amarelo.

—Foi tudo muito inesperado Caitlin. Pensamos até em adiar - Oliver admite em tom de desculpas.

—Ainda vai aceitar, não é? - Felicity questiona, não escondendo a ansiedade, dirigindo a amiga um olhar pidão.

—Fazer o quê não é?Aceito - confirma, ambos, Felicity e Oliver, respirando aliviados - Mas peçam para este… senhor, manter a boca fechada e me dirigir a palavra somente quando for estritamente necessário - pede, acrescentando - E para vestir algo adequado a ocasião. Não quero ser vista ou fotografada ao lado do Peter Pan!

—Escute aqui….-Tommy começa, Oliver o interrompendo de imediato.

—Aproveitando que estamos aqui, você por acaso teria algum analgésico Caitlin? Acho que dei um jeito em minhas costas quando pus o Lucca no berço a pouco e está doendo pra caramba!! - mente, dirigindo um olhar duro ao amigo e outro de súplica a esposa.

—Pois é. Esta foi a terceira razão que me fez bater a sua porta - Felicity corrobora, sorrindo amarelo - Sei que não gosta que nos auto mediquemos, mas já terei tanto a resolver logo mais e não poder contar com Oliver me deixará estressada. Mais estressada - justifica-se

—Tudo bem Lissy. Não sou tão radical assim - garante a médica, recebendo um olhar cético de Tommy, o qual ignora prontamente - Acho que tenho algo aqui comigo. Espera um segundo - pede, entrando no quarto.

—Eu não acredito que ia xingar ela!?! O que te pedimos Tommy? - Oliver ralhar baixinho.

—Pois é. Ia pôr tudo a perder!! - Felicity acresce, estapeando-o.

—Ela quem provocou!! - acusa o moreno, fazendo beicinho, erguendo os braços para se defender das tapas.

—Tecnicamente você quem provocou quando a chamou de Mortícia! - lembra a loira, levando o dedo ao rosto dele - E bico calado se não quiser ficar sem o analgésico! - ameaça, voltando-se com um sorriso no rosto ao escutar a amiga falar.

—Aqui. Isto deve aliviar sua dor, mas se ela persistir te aconselho procurar ajuda médica…. 

—E não é exatamente isso que ele tá fazendo? - Tommy a interrompe, fazendo Oliver apertar a ponte nasal com força.

—Ajuda médica especializada, foi que quis dizer - Cait termina, encarando o moreno.

—Ah, é verdade. Eu sempre esqueço que você é especialista em coisas com tubo de ensaio e outras esquisitices - a provoca Tommy, recebendo um olhar furioso dela.

—E graças a essas esquisitices, como disse senhor Merlyn, muitos avanços foram possíveis, muito embora a cura para seu problema, receio eu, esteja longe de ser descoberta ainda - Cait devolve, o tom controlado deixando Felicity em alerta.

—E qual, exatamente, a senhora pensa ser meu problema? - rebate ele, sustentando o olhar dela, esforçando-se para não desviá-lo para o corpo esguio e torneado revelado pelo conjuntinho short e blusa que ela usava...Cacete! Como é gostosa!!.. pensa, piscando repetidamente, fazendo com que a médica franzisse o cenho.

—O que há com seus olhos Merlyn? Ou isso aí supostamente deveria me impressionar? - questiona, não o dando tempo responder, voltando sua atenção a oliver - Tome dois destes e descanse por pelo menos uma hora - orienta, rolando os olhos quando Tommy fala novamente.

—Ainda a espera de saber qual a doutora considera ser meu problema - insiste, encarando-a de braços cruzados, Felicity intervindo antes que a coisa saísse do controle.

—Acho que todos temos o que queremos, não é mesmo? Melhor voltarmos para nossos quartos e tentar descansar um pouco antes da hora da cerimônia - sugere a nerd, batendo palminhas - Cait, não precisa se preocupar com roupa - diz, se arrependendo da frase no instante em que ver o olhar malicioso que Tommy dirige a amiga - Digo, não precisa ser nada muito formal. A igreja é simples e depois a recepção será aqui mesmo, nos jardins da mansão, portanto pode usar algo casual - corrige-se, sinalizando a Oliver saírem dali.

—Obrigado pelo analgésico e pelo conselho - agradece o empresário, segurando a cartela por ela oferecida - Se estiver com muita dor, depois da cerimônia vou ao hospital - assegura, segurando Tommy firmemente pelo braço, puxando-o.

—Faça isso - a médica concordou, dando um meio giro gracioso, parando e voltando-se antes que o trio se afastasse - Ah, Lissy - chama, a loira voltando-se para ela - Acho que o cachorrinho da Mia está vagando pelo corredor. A pouco veio arranhar minha porta, mas quando levantei para pegá-lo foi embora - avisa.

—O...cachorrinho da Mia?? - a loira repete, confusa.

—Verdade. O vi quando estava indo falar com vocês - Tommy confirma, Oliver desconfiando do tom de vermelho no rosto do amigo - Ele foi para lá - aponta a ala norte da casa.

—Hã, certo. Vou cuidar dele daqui a pouco - afirma o loiro, sorrindo amável - Até já Caitlin - despede-se, ela retribuindo o gesto, retornando ao interior do quarto - Arranhou a porta dela? Sério Tommy? Quantos anos você tem? - interroga.

—Ela não abriria se tivesse chamado, tá lembrado? - repete, encolhendo os ombros.

—Como se isso justificasse!! - bufa o loiro, entregando-lhe os comprimidos - Tome e faça o que ela sugeriu. Caso a dor aumente, vá ao médico - ordena.

—Sim senhor...mamãe! - provoca-o, rumando para o próprio quarto apressadamente.

—Bae, diz de novo que vai dar tudo certo!? Porque estou começando a me arrepender de ter convidado estes dois - Felicity pede, acompanhando o moreno com o olhar até que entrasse no aposento.

—Vai dar tudo certo nem que eu tenha de amordaçar o Tommy!! - exclama, o loiro, guiando-a de volta ao quarto do casal.

Em seu quarto, Caitlin decide escolher o que usaria na cerimônia posto continuar sem sono. Vai até o armário, abrindo-o, afastando-se um pouco a fim de ver melhor os vestidos dispostos lá dentro (havia trazido vários, mas ainda não os retirara a todos das malas. Estava de mudança para Starling aonde iria comandar a filial do laboratório Star e ficaria hospedada na casa dos amigos até seu apartamento ficar pronto) analisando qual modelo usaria. Opta por experimentar alguns, os mais leves e descontraídos tendo por base a informação dada pela amiga, sua escolha recaindo em um modelo simples, sem mangas, estilo envelope, em tricoline claro, floral, que lhe daria conforto, elegância e mobilidade para, inclusive, ajudar com as crianças menores. Para calçar escolhe sandálias de salto médio, dois tons acima da cor do tecido do vestido, igualmente confortáveis, que não a atrapalharia caso precisasse mover-se ligeiro nem causaria dores caso tivesse de passar muito tempo em pé, ficando satisfeita com a escolha ao olhar-se no espelho. Inconscientemente, pega-se a perguntar se Tommy também aprovaria.

—Que me importa a opinião daquele sem vergonha? - sopra, sacudindo a cabeça a fim de espantar tais pensamento, despindo-se, deixando vestido e sandália sobre a poltrona, vestindo apenas a parte superior do pijama, aconchegando-se sob os lençóis mais uma vez, o sono vindo após alguns minutos, trazendo com ele sonhos nada comportados com certo moreno irritante!

…………………………

Quarto de Tommy (8:00 a.m)

Tommy acorda, espreguiçando-se, satisfeito por não sentir nenhuma dor, seu riso aumentando ao olhar pela janela entreaberta.

—Parece que teremos um dia lindo! - exclama, levantando-se e indo até a mesma ao escutar o som de risos.

Seu quarto, assim como os demais daquela ala da mansão, dava para o jardim interno, aonde localizava-se a piscina. Protegido pelas cortinas, observa o movimento alguns metros abaixo e a frente de sua janela, sorrindo ao ver a farra do grupo de adolescentes liderados por William, filho mais velho de Oliver, Kumito, Shado, Connor, JJ, a pequena Sara, sua irmã, e um garoto ruivo que não recordava conhecer, faziam, sua expressão mudando radicalmente ante ao ver Caitlin chegar usando nada além de um biquíni preto que realçava o tom claro de sua pele.

—Cacete!! - sopra, admirado, seguindo com o olhar até que entrasse na piscina, mudando de posição a fim de acompanhar as braçadas vigorosas e ritmadas da médica, gemendo baixinho quando ela saí da água - O que eu não daria para estar no lugar daquela toalha! - murmura, acompanhando os movimentos lentos dela, escondendo-se quando ergue o rosto em direção a janela aonde ele estava como se pressentisse estar sendo observada - Melhor ficar quieto ou corro o risco de te perder amigão! - brinca consigo mesmo, dando tapinhas no membro latejante sob o short, esticando minimamente o pescoço, admirando-a um pouco mais antes de ir para o banheiro a fim de fazer sua higiene matinal.

Tio Tommy, tá acordado? Posso entrar?’ - o questionamento o faz estancar, voltando-se em direção a porta.

—Pode sim gatinha - responde, abrindo um largo sorriso quando a menina entra - Bom dia. Cadê meu abraço? - cobra, abrindo os braços para recebê-la, erguendo-a e girando-a no ar ao mesmo tempo em que distribui beijos em seu pescoço, provocando risos - Estava com saudades! - declara, pondo-a no chão - Nossa, como cresceu!! Daqui a pouco está mais alta do que eu - exagera, usando a mão para exemplificar.

—Não exagera tio! - Mia diz, fazendo uma careta graciosa, ajustando melhor os óculos ao rosto - A mamãe pediu para saber se está melhor e para avisar que está tudo certo com o padre Jonas - relata, erguendo o rostinho vermelho e suado, indicando que correra até ali.

—Eu não me canso de ficar impressionado em como Ollie e Felicity puderam fazer uma coisinha tão linda como você! - Tommy elogia, tocando a ponta do nariz dela.

—Vovó Donna diz que sou a mistura genética perfeita deles dois -  menina conta, erguendo mais o rostinho.

—E é mesmo - Tommy confirma, segurando-lhe o queixo delicadamente - E seu irmão também - acresce, recebendo outra careta que o faz rir - Pode tranquilizar seus pais. Estou bem - pede, tocando a ponta do nariz da garota outra vez - Agora, se me der licença, estava indo fazer minha higiene quando chegou.

—Tudo bem se esperar aqui? - pergunta ela, explicando-se - É que quero te perguntar uma coisa.

—O quê? - quer saber o moreno, recostando-se ao dormente da porta.

—Esse quarto aqui é seu né? - pergunta - Quer dizer, foi o quarto que vó Moira deu pra você quando era pequeno, não é? - corrige-se.

—É sim. Ocupo ele sempre que preciso - confirma - Por que? Está querendo trocar de quarto comigo? - sugere, rindo divertido.

—Não. É que estava ajudando mamãe e Raíssa limpar e organizar aqui semana passada e encontrei uma coisa da qual gostei muito e queria levar para mim, mas mamãe falou que antes tinha de perguntar se você não queria mais, então é isso que quero saber - tagarela, Tommy divertindo-se ao compará-la a Felicity.

—Do que se trata? - quer saber Tommy, acompanhando-a até o guarda roupas, vendo-a abrir a porta do canto esquerdo e logo em seguida uma das gavetas de onde retira um colete vinho com detalhes florais na lapela e nos bolsos - Que é isso? - pergunta, enrugando o cenho.

—Um colete feminino - responde a menina, estendendo-o para ele - Estava em uma mala que esqueceu aqui. A mãe falou que pode ter sido de alguma namorada sua ou de tia Thea, mas Raíssa acha que não porque ela lembrou de ter lavado,ele anos atrás, porque estava sujo de sangue - conta, fazendo-o piscar repetidamente, enrugando mais o cenho, buscando na memória a quem a peça poderia pertencer, sorrindo de canto de boca ao recordar-se onde e como a peça havia ido parar em suas mãos.

—É de uma garota sim, mas não uma ex namorada, infelizmente - declara, suspirando, a lembrança do beijo vindo a tona.

—Se não era sua namorada, por que guardou? E por que tá suspirando? - interroga a menina, estreitando os olhos ao encará-lo.

—Pertencia a uma garota que me ajudou quando me machuquei, anos atrás, e os médicos colocaram entre minhas coisas não sei bem porque - reconhece, relembrando o quanto procurara aquela garota por meses a fio - Como gostaria de ter te encontrado - sussurra, um novo suspiro pesaroso escapando sem que pudesse impedir.

—Se você gostava dela tio, por que não namoraram? - Mia pergunta, curiosa.

—É um pouquinho complicado de explicar gatinha - Tommy diz, coçando a barba por fazer - Na verdade, nos beijamos, melhor dizendo, ela me beijou apenas uma vez e desapareceu. Sequer tive chance de perguntar seu nome ou ver seu rosto com clareza - relembra, olhando o nada.

—E tá assim por causa de um único beijo? - Mia se admira, não dando a ele tempo responder - Nossa! Deve ter sido Muito Bom!!

—Foi mesmo - concorda o moreno, divagando por um segundo, sacudindo a cabeça para espantar as lembranças ao escutar o riso da menina - Ok. Hora de voltar a realidade! - decreta, batendo palmas - Cai fora que preciso me arrumar antes que sua mãe tenha um surto psicótico! - brinca, sinalizando a menina sair - E pode ficar com o colete. Só acho que vai ficar um pouco grande pra você - observa, entregando a peça a ela.

—Raíssa dá um jeito nisso pra mim - garante ela, caminhando alegremente em direção a porta, voltando-se após abri-la - Tio Tommy, você chegou a procurar pela CS? - quer saber.

—CS? - Tommy repete, enrugando o cenho.

—A dona do colete, CS - explica, rolando os olhos ante a expressão dele - Tá bordado aqui ô - exibe as letras gravadas na parte interna da peça, junto a uma das casas de botão - Deve ser as iniciais do nome dela já que não conheço nenhuma marca de roupa com essas letra - presume a menina.

—Não havia notado esse detalhe - confessa o moreno.

—Se ainda quiser procurar por ela, já tem uma pista - diz, sorridente - Tchau tio - Mia acena, saindo antes que Tommy pudesse lhe pedir o colete de volta um segundo. Queria fotografar o bordado - Como nunca notei essas letras? - pergunta-se, dando de ombros, decidindo esquecer o assunto - Já perdi tempo e energia demais procurando aquela fantasminha de beijo delicioso! - sopra, adentrando banheiro.

Após fazer sua higiene matinal e tomar um banho demorado, retorna ao quarto, optando por arrumar-se antes de descer para o desjejum.Como Felicity dissera ser uma cerimônia simples, escolhe um blazer claro, quase branco, camiseta tradiconal em tom cinza-mescla, calça jeans azul preta e um sapatênis também preto, meias cano curto na mesma tonalidade da camiseta. Usa um pente para desembaraçar os fios negros, fazendo uso de uma pequena quantidade de gel, deixando-os levemente bagunçado. Põe um pouco mais de loção pós barba (embora não a tivesse removido por completo), borrifa seu perfume habitual, coloca o relógio, pega carteira e as chaves do carro, dando uma última olhada no espelho antes de deixar o quarto.

Quando estava na metade da escada, encontra-se com Caitlin, que subia, usando a saída por cima do biquíni, dirigindo-lhe um sorriso encantador.

—Bom dia doutora brinquedo! - brinca.

—Bom dia Stuff! - Cait devolve, passando apressadamente, não reparando no olhar de admiração que lhe dirigia enquanto a seguia com o olhar, não percebendo a aproximação de Thea.

—Viu passarinho verde maninho? - pergunta a morena, estalando os dedos em frente ao rosto dele - Por que esse sorriso bobo tão cedo? - quer saber, estreitando os olhos ao encará-lo.

—Bom dia speedy e não é da sua conta! - responde, tocando a ponta do nariz da irmã, seguindo seu caminho com ela em seu encalço, indo direto para a área externa aonde Oliver se encontrava juntamente com Sara, Nyssa, Laurel e Ray além dos adolescentes e crianças, tomando o café da manhã - Bom dia a todos - cumprimenta de maneira genérica, puxando uma cadeira para si, uma série de variações de “bom dia”  vindo em resposta.

—Já está arrumado? - Oliver pergunta, arqueando a sobrancelha.

—Yep! Não quero correr o risco de despertar a versão Zila da sua esposa. Nunca mais - declara, servindo-se ao mesmo tempo em que finge tremer.

—Eu ainda não superei a versão noivazila do casamento! - Sara exclama, imitando-o, olhando-o com ar divertido - Tommy, soube que guardou o colete da mulher misteriosa daquele evento anos atrás, é verdade? - quer saber, completando rapidamente - E antes que culpe alguém, escutei, por acaso, quando passava pela cozinha, a Mia conversando com Raíssa sobre isso - diz .

—Guardei, mas não pelo motivo que essa sua mente anormal pensou, Cachinhos dourados! - provocando-a.

—Quer dizer que esqueceu o beijo que ela te deu? - a loira devolve na mesma moeda.

—Qual beijo? - Thea quer saber, curioso.

—O beijo que a tal mulher misteriosa, dona do colete, deu nele ...doze anos atrás! - frisa a loira, rindo divertida.

—Recorda um beijo dado há doze anos? - Nyssa pergunta, surpresa.

—E de uma mulher que nem sabe quem é? - Laurel emenda, igualmente surpresa.

—Sério maninho? - Thea espanta-se, não dando a ele tempo responder - Não lembro nem quem foi o primeiro cara que beijei, e olha que foi a pouquíssimo tempo se comparado a você, imagina se já tivesse passado doze anos!

—Tá me chamando de velho speedy? - Tommy inquere, fingindo zanga.

—Não desconversa Merlyn! Não somente recorda-se do beijo como guardou o colete da miss mistério - retoma.

—Nossa, isso é tão romântico!!! - Kumito, uma das filhas adotivas de Laurel e Nyssa exclama, suspirando.

—É...Estranho! - JJ a corrige, enrugando o cenho.

—Muito estranho, especialmente se levarmos em consideração que lembrar do beijo significa lembrar de quem o beijou e mesmo que essa criatura não tenha um nome, já merece menção honrosa pelo simples fato de Ainda ser lembrada tanto tempo depois, já que meu diletíssimo irmão costuma esquecer até mesmo a fisionomia de sua peguetes atuais! - Thea acusa, estalando a língua.

—Verdade - Laurel concorda, não dando a ele chance defender-se, estalando os dedos - Gente, será que nosso pequeno Tommy se apaixonou pela dama misteriosa apenas com um beijo? - insinua.

—Isso sim seria Muito Romântico - Shado, irmã de Kumito, diz, erguendo o dedo - E por que ela beijou ele? Será que já te conhecia tio? Será que já te amava? - interroga, sobressaltando a todos ao dar um saltinho, começando entoar uma melodia conhecida - Does she love me, I wanna know. How can I feel if she loves me so? - canta, apontando para Tommy, que arqueia a sobrancelha.

—Como é? - inquere, assustando-se quando Will, JJ e Connor, a seu lado, imitam a garota.

Is it in her eyes? - cantam, as meninas, ganhando a companhia de Sara e Thea, cantando a resposta.

Oh, no, you’ll be deceived!!!

Or is it in her face? - os meninos, ganhando os reforços de Curtis e Paul, prosseguem.

Oh, no is it’s just her charm! - elas dizem, o grupo se reunindo de frente para Tommy.

—É sério isso? - o moreno indaga, encarando-os.

If you wanna know if she loves you so, it’s in her kiss. That’s where it is!! — cantam, avançando sobre a mesa.

—Oush!! - Tommy exclama, inclinando-se para trás.

—O que eu perdi? - Felicity pergunta ao chegar trazendo o filho no colo, rindo enquanto o grupo estalava os dedos ritmadamente.

—Tio Tommy tá apaixonado pela garota que beijou ele doze anos atrás! - Mia responde, animada.

—Não estou não! - desmente o moreno.

—Admita Tommy, aquele beijo ao luar mexeu com você. Durante meses não falou em outra coisa. Até tentou saber quem ela era - Oliver relembra, o moreno bufando.

—Pra devolver o colete, nada mais - defende-se ele, rolando os olhos ao escutar Sara e Curtis - Não vão cantar de novo, vão? 

You can kiss me in the moonlight, on a rooftop, under the sky! - começam, os garotos dançando por detrás da dupla - Oh, you can kiss me with the windows open, while the rain comes prouring inside!Oh, kiss me in sweet slow motion, let’s let everything slide! You’ve got me floating, you’ve got me flying!! - Curtis e Sara cantam animadamente, dando a volta na mesa, segurando-o pelos ombros quando tenta levantar-se - Is the way you love! It’s a feelin’ like this! It’s centrifugal motion! It’s perpetual bliss! It’s that pivotal moment! It’s...Ah!!! Impossible!! -Sara o faz ficar de frente para ela - This kiss, this Kiss! Unstoppable!  This kiss, this kiss! Unsinkable!! -

Querem me soltar, seus malucos! - Tommy protesta, desencilhando-se, Curtis impedindo sua fuga.

This kiss, this kiss!! It’s criminal! This kiss, this kiss! Ahh! Subliminal!

—Ok. Estou caindo fora. Espero vocês na igreja - decreta, fazendo menção sair, Kumito, Shado, JJ, Connor e William o cercando - O que foi agora?

Just a kiss on your lips in the moonlight, just a touch in the fire burning so bright! I don’t want to push so far; Just a shot in the dark that you just might — cantam em coro, William tomando a frente em um solo - Be the one I’ve been waiting for my hole life, so baby I’m alright, with just a kiss goodnight!

—O que está acontecendo aqui? - Caitlin questiona, fazendo-os se voltar para ela, Tommy prendendo o ar por um segundo ao vê-la aproximando-se.

—Esses lunáticos cismaram que estão em um musical da Broadway, é isso que está acontecendo! - esbraveja, aproveitando a distração para escapar - Se eu fosse você ia tomar a refeição em outro lugar. Pode ser contagioso! - sugere ao passar por ela.

—Como é que é? - questiona a médica, olhando do moreno para os amigos, confusa - Do que ele tá falando?

Nada não!! - Sara, Nyssa, Laurel, Oliver, Felicity e Curtis respondem em coro, fazendo-a recuar um passo -Oh, oh aquele beijo! Nunca mais esquecerei, o beijo que eu te dei! 

—THOMAS, ESPERA POR MIM!! - Cait pede, girando nos calcanhares, correndo ao encontro dele, que parara ao ser chamado - Que deu neles? - pergunta, indicando os amigos com um gesto de ca tão logo o alcança.

—Sei lá! - responde, ambos dirigindo mais um olhar ao grupo, que continuava a cantar - Melhor não arriscar. Vem, te convido a tomar o café no Belly.

……………………………….

Jardins Mansão Queen (16:56 p.m)

Tommy

Aproveito a chegada de um grupo retardatário de amigos de Thea e Roy para me esgueirar por entre as mesas, evitando passar próximo ao pequeno palco montado no lado esquerdo da piscina aonde um grupo maior de aborrecentes se reunia, cantando e tocando junto com a banda contratada, para meu azar, posto continuarem a me zoar fazendo questão de cantar músicas alusivas a beijo sempre que me viam. Por mais bem humorado que seja, tudo tem limite e havia chego ao meu pelo restante do dia.

Não que estivesse sendo chato ou cansativo, longe disso. Até mesmo a cerimônia não fora o que esperava, mesmo tendo sido obrigado a participar de toda uma celebração e não somente do batizado, como pensei que seria, coisa que não faço a séculos! O tal padre Jonas era um sujeito bem legal (para um padre!), divertido e entusiasmado sem exageros. Fez tudo tão mais leve que quando dei por mim já havia terminado.

Outro diferencial foi Caitlin. Depois do café da manhã, aonde firmaramos pacto de não discutir em prol de nossa saúde e segurança (pôr a Felicity em seu modo “Zila” era altamente Não recomendável!), as coisas entre nós fluíram com leveza. Cheguei mesmo a flagrá-la rindo de alguma observação ácida que fiz ao ver a maneira como algumas das convidadas se vestia. Aliás, que sorriso lindo ela tem! E que cheiro bom, que voz doce, que companhia agradável….

—Ok, hora de mudar os rumos do seu pensamento Thomas, ou vai acabar tendo problemas - admoesto-me enquanto sigo para meu lugar secreto, descobrindo, ao me aproximar, já não ser mais secreto.

Paro, admirando a imagem alguns metros à minha frente. 

Sentada no balanço que Ollie e eu fizeramos para Thea quando criança, Cait balançava devagar, a cabeça levemente inclinada, os raios de sol do final de tarde batendo contra seu cabelo criando uma aura, lhe conferindo uma aparência etérea, os dois cães deitados próximos a ela compondo um cenário digno de uma pintura bucólica!

Suspiro, um pouco alto demais, fazendo-a erguer o rosto, me encarando, e de repente a sensação de dejavu me toma. Retenho o ar...Seria possível?

—Vai ficar parado aí, me olhando? Desse jeito vou ficar encabulada - questiona, sincera. Aliás, essa era outra coisa nele que sempre gostei nela, admito: a sinceridade - Tommy?

—Oi? - respondo, piscando repetidamente - Oi...Hã, não, não...quer dizer, sim - me embanano, fazendo-a rir gostos e decido ser aquele o som mais lindo que já ouvi - Fico feliz que esteja lhe fazendo rir - digo, indo até ela, segurando as cordas do balanço - Também se cansou do agito? - quero saber, sinalizando os sons a minhas costas com um gesto de cabeça.

—Mais ou menos - admite, franzindo graciosamente o nariz - E você? Fugiu do quê? - quer saber.

—Entre outras coisas, da cantoria desvairada cada vez que Sara ou algum dos moleques me viam - explico, ganhando mais um sorriso.

—Ainda não entendi porque estão te perseguindo desta forma - diz, erguendo o rosto mais uma vez e de novo o dejavu me acomete.

Pondero se deveria lhe contar, afinal, não queria quebrar o clima amistoso entre nós, o que fatalmente aconteceria caso ela resolvesse tirar sarro de mim.

—Então …- começo, hesitante, a contar sobre a viagem a Los Angeles, doze anos atrás, junto com Oliver e Felicity,  passando pela discussão com os dois sujeitos mal encarados, a queda, finalizando com o colete que Mia descobrira e estava usando, não escondendo nenhum detalhe, inclusive o beijo da mulher misteriosa, silenciando ao terminar, aguardando a piada...que não vem - Nenhuma observação mordaz? Nenhum comentário pejorativo? Piada? -inquiri, olhando-a admirado - Nada? - insisto, estranhando seu silêncio prolongado - Sério Cait. Pode…

—Por que guardou o colete? - quebra-o, e a encaro espantado.

—Por que quer saber? - devolvo, ela emitindo um suspiro longo.

—Podia ter jogado no lixo ou dito que não lhe pertencia, mas guardou. Por que? - insiste, afagando a cabeça do cachorrinho que Mia resgatara cerca de um ano atrás, o outro (que não faço idéia de onde surgiu) requisitando atenção.

—Eu…- paro, refletindo um segundo - Honestamente não sei - assumo, encarando-a longamente - Pensei que iria me zoar pelo lance do beijo -confesso.

—E por que eu faria isso? - questiona, movendo-se devagar, fazendo o balanço oscilar de um lado para outro e sorrio, sacudindo a cabeça.

—Você é uma mulher surpreendente Snow! - exclamo, me agachando, acariciando a cabeça do cão desconhecido.

—Sou? - devolve.

—É - confirmo, erguendo o olhar e ao fazê-lo, seu perfil contra o entardecer, algo dentro de mim explodiu com as cores do reconhecimento - Você!! - sopro, vendo-a reter o ar ao mesmo tempo em que levanta-se ligeiro.

—Melhor voltar para festa antes que Felicity sinta falta - diz, apressando-se em direção ao jardim, me deixando paralisado.

Um turbilhão de lembranças e emoções me envolve, trazendo uma gama de informações a tona. Lembro de Oliver e Felicity indo me buscar no hospital, deles comentando que precisavam encontrar a amiga dela que estava trabalhando em algum evento, de ela enviar mensagem dizendo já estar no hotel, de como parecia me evitar até festa de halloween, das sensações que o perfume dela me provocava ...Ainda provoca. E por fim, recordo-me da pergunta feita por Mia mais cedo: porque não havia procurado por CS!!! 

—CS - sopro baixinho - Caitlin Snow! - concluo, levantando-me lentamente, me sentindo um completo e total idiota em não haver percebido o quanto seu perfume, sua voz, tudo nela remetia a garota que havia me beijado aquela noite - Estúpido! - estapeio minha testa, sentando-me no balanço, ambos cães movendo as cabeças de lado, me olhando - É isso que sou. Um estúpido - repito para eles, uma série de questionamentos e dúvidas me invadindo.

Se era ela, de fato, a garota daquela noite, por que nunca disse nada? Nenhum comentário nenhuma insinuação, por menor que fosse? Muito pelo contrário. Me evitava o quanto podia. Será que eu estava enganado? Será que mais um vez me deixei levar pelo momento vendo aquilo que queria ver?

—Droga Cait, por que nunca disse nada? -bufo, sobressaltando-me ao escutar a voz de Ollie.

—Porque ela te ama seu idiota! - diz, parando a meu lado - Rufus, Zeke, vão! - ordena, os cães disparando em direção ao jardim.

—Cait...me ama!?! - repito de forma torpe, encarando meu amigo.

—Ela sempre te amou - assegura, cruzando os braços - Por que acha que o casamento dela não deu certo? Ronnie sacou que, embora ela sentisse algo por ele, não o amava. Assim como não amava nenhum dos outros caras com quem se envolveu estes anos todos. O único a abalar o que sente por você foi Barry - revela e sinto um misto de alegria e culpa - Não se culpe. Cait tentou de verdade te esquecer e diria que até conseguiu por um tempo. Mas como aprendi, quando o amor é verdadeiro nada, nem o tempo, nem os contratempos, nem outras pessoas, conseguem impedi-lo acontecer - declara, sorridente - Agora, porque não para de perder tempo e vai atrás da sua felicidade? - aconselha, tocando meu ombro e sorrio, lançando-me em direção ao jardim, estancando e olhando-o novamente.

—Sabia que era ela a garota do beijo? - quero saber.

—Nem eu nem Felicity fazíamos idéia...Até Mia nos mostrar o colete que deu a ela - conta, seu riso aumentando - Ao contrário de você, minha esposa atenta-se aos detalhes - gaba-se e rolo os olhos, retomando a caminhada, pensando no que poderia fazer para dizer ou fazer para Cait não me repelir, uma idéia ganhando corpo na medida em que me aproximo do local aonde todos estavam reunidos, dançando e comendo o bolo recém partido.

Rapidamente me dirijo ao palco, silenciando o grupo de aborrecentes com um erguer de mão.

—Calados! Já me encheram a paciência o equivalente a uma semana! - exclamo, subindo para junto deles - Mas se quiserem se desculpar pela aporrinhação, me ajudem aqui - digo, convidando-os formarem um círculo à minha volta, explicando-lhes o que pretendia - Pode ser? - pergunto ao terminar, um mar de polegares erguendo-se em anuidade - Vamos nessa! - exclamo, levantando as mangas do blazer, pegando um dos violões ali dispostos - Oi, pessoal. Um minuto de sua atenção por favor - peço ao microfone, várias cabeças se voltando em minha direção, incluindo a dela - Hoje está sendo um dia diferente para mim. Um dia repleto de emoções e descobertas - começo, fazendo-os virem para mais perto - Primeiro, Olicity, meu casal favorito no mundo inteiro, quero agradecer a confiança depositada em mim. Honrarei a responsabilidade e como um bom padrinho guiarei Lucca pelos tortuosos caminhos das noitadas afora assim que tiver idade para tal! - digo, divertindo-me com expressão horrorizada de Moira e Donna - Claro que também me farei presente e ajudarei meu afilhado com meus conselhos valiosos quando começar se interessar pelas garotas - acresço, piscando para Felicity, que tapa o rosto com a mão, balançando a cabeça negativamente sem, no entanto, conseguir esconder o sorriso, Ollie sinalizando com os dedos que estaria de olho - Mas ao contrário de mim, do que fiz praticamente minha vida inteira, vou dizer a ele que namorar é bom. Ficar também. Que conquistar uma garota a cada dia pode até parecer legal - dirijo meu olhar a Cait, que me encarava, séria - Mas o bom mesmo é conquistar a mesma garota todos os dias - declaro, dedilhando as primeiras notas da melodia - E que ele esteja atento para quando essa garota especial surgir em sua vida não a deixar escapar, como eu quase fiz...Espero - desejo, iniciando a canção mantendo meu olhar no dela - Não era pra ser, mas foi. Agora não tem depois, começou tudo num Oi, logo que o sol se pôs! - desço do palco, caminhando lentamente em sua direção, continuando a cantar sem nunca desgrudar os olhos dela - Já apaixonei num beijo; Você falou, posso? Eu deixo! Quando eu vi, já era cedo, cafezinho, pão de queijo. Eu que duvidava do amor; Tô aprendendo, amando a flor; Só quero ir, se você for…- paro diante dela - … E quando eu notei, já era; Caí de paraquedas; Eu tinha tanto espaço; Fui pousar logo no seu abraço! ….Cait, sei que meti os pés pelas mãos com você, mas sabe aquele lance do garoto que quando gosta da garota implica com ela? Pois é, sou eu! - digo, conseguindo um sorriso tímido - Se te magoei em algum momento, te peço perdão e que me dê uma chance de merecer o que sente por mim. Não sou perfeito. Possivelmente irei te irritar outras vezes. Mas prometo me esforçar para melhorar...se aceitar, com doze anos de atraso, ser minha namorada! - peço, deixando o violão de lado, segurando suas mãos - Eu que duvidava do amor, tô aprendendo, amando a flor, só quero ir se você for…

—E quando eu notei, já era. Caí de paraquedas, eu tinha tanto espaço, fui pousar logo no seu abraço…— ela me surpreende ao cantar, me olhando por longos segundos, segurando meu rosto em suas mãos antes de colar seus lábios aos meus, apagando toda e qualquer dúvida que ainda pudesse existir em minha mente, mantendo nossos rostos próximos ao cessar o contato - Pensei que nunca iria entender - sussurra, me brindando com mais um de seus sorrisos doces.

—É como diz aquele ditado: antes tarde do nunca! - exclamo, envolvendo-a pela cintura, capturando seus lábios em um beijo sedento enquanto nossos amigos aplaudem, repetindo o refrão em coro.

E quando eu notei já era, caí de paraquedas! Eu tinha tanto espaço, fui pousar logo no seu abraço!.... E quando eu notei, já era, caí de paraquedas! eu tinha tanto espaço, fui pousar logo no seu abraço…

Leitoras, eles se casaram no ano seguinte no dia dos namorados!

 

(Músicas usadas: Aquele Beijo Que Te Dei - Roberto Carlos / The Shoop, Shoop Song (It’s In His Kiss (adaptada) - Cher / This Kiss (trechos)  - Faith Hill /  Just A Kiss - Lady Antebellum / Paraquedas - Gabriel Diniz

 

 


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Notas finais do capítulo

É isso! Espero que tenham gostado. Como falei lá nas notas inicias, daqui a pouco tem a segunda parte de minha trilogia pessoal Dia dos namorados . Será a vez de Rheese ganhar sua versão. E logo mais as dezoito horas, é Olicity que chega fechando tudo, dentro do marvilindo projeto brilhantemente conduzido por minha amiga e beta, comparsa de loucuras (sim eu consegui arrastá-la pra dentro de meus devaneios dessa mente insana, AHUAHUAHUA! Tá, parei!) e por falar nele, segue o link. Não deixem de passar por lá. Garanto que não irão se arrepender.
Até já. Bjnhos flores

https://fanfiction.com.br/historia/791621/Valentines_Week_Olicity_Version/



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