Valentines Week: Olicity Version escrita por Ciin Smoak, MylleC, Thaís Romes, Regina Rhodes Merlyn, Buhh Smoak, Ellen Freitas, SweetBegonia


Capítulo 6
Table for two - Regina Rhodes Merlyn


Notas iniciais do capítulo

Olá flores. Olha eu aqui em mais um projeto Olicity,desta vez versão namorados!
Escrever sobre Olicity na data mais romântica do ano foi um prazer tão grande, me deixou tão empolgada que acabei criando mais duas com meus outros dois shipps: SnowMerlyn e Rheese (vou deixar o link nas notas finais caso tenham interesse em ver).
Falando deste romântico projeto, quando Ciin nos convidou, a mim e as demais escritoras, milhares de idéia me vieram à mente afinal é do Dia Dos Namorados que estamos falando aqui!! Já assisti tantos filmes sobre o tema, já li tantos romances, que difícil foi me concentrar e focar em uma única idéia. Até que um belo dia estava na cozinha de casa preparando o almoço, quando em meio aos temperos e sabores o estalo aconteceu! Por que não aproveitar os dotes culinários do Oliver? Ao menos um pouco.
E assim surgiu Mesa para dois!
A idéia original mudou um pouco mas o foco central permaneceu .
E já falei demais! Vamos ao que interessa.
Peguem suas taças de vinho (ou a bebida que preferirem), escolham o acompanhamento, coloquem uma música de fundo e aproveitem a vista porque o prato principal é por conta da casa: saindo um Olicity no capricho!
Boa leitura a todos!!!!!



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“You don’t need a millions reasons;

To smile without a reason, I’ve got one will you stay?

And it’s always the perfect reason;

To never stop believing;

Love works in mysterious ways…”

Table for 2Alok with IRO

 

Queen Consolidate (quinta, 11/6/2020 – 10:13 a.m) 

Narrador 

—Tommy, eu juro que se ouvir você falar mais um A que seja, esqueço que é meu irmão querido do coração e te acerto com a primeira coisa que estiver ao alcance de minhas mãos!! - Thea ameaça ao saírem do elevador no andar da presidência, fazendo com que Rayssa, secretária de Oliver, recolhesse o pequeno jarro em sua mesa, bem como o grampeador e o furador de papel ao escutá-la falar - Bom dia Rayssa, por acaso meu outro irmão, o menos irritante, às vezes, tá por aí ou já desapareceu em algum corredor obscuro e desconhecido da empresa como tem feito nos dois últimos meses? – pergunta, propositadamente alto, vendo, pelo canto do olho, Oliver se voltar para eles – Ah, ele está. Brigadinha! – agradece, entrando sem dar tempo da mulher dizer nada – Ollie!! Bom que te encontrei sem precisar acionar o corpo de bombeiros ou a polícia nem ter de organizar um grupo de busca pela empesa! – provoca-o, rolando os olhos ao escutar Tommy protestar.

—Sobre o que disse a pouco, é engraçado reclamar, pois quando eu vivia na farra, pegando uma garota por noite, envolvido em relacionamentos do tipo One Way ou com prazo de validade curto, sem me apegar a nenhuma delas por mais de duas noites no máximo, todos me criticavam dizendo que precisava amadurecer, ser mais responsável e coisa e tal! - reclama o moreno, parando, com os braços cruzados ao lado dela, olhando-a feio.

—Todos quem, cara pálida??? – Diggle questiona-o, recostado à mesa junto da janela, atirando o chiclete recém desembalado na boca, rindo divertido ao ter dirigido para si o mesmo olhar mortal direcionado a garota pouco antes - Cara feia para mim é fome, Merlyn - o provoca. 

—Há, há, muito engraçado. Já pode pensar em largar a carreira de guarda-costas pela de stand up, grandão! – ironiza Tommy, Diggle limitando-se a dar de ombros, mantendo o bom humor. 

—Verdade. Eu te criticava, admito - Thea concorda, encarando-o de volta – Mas juro que se soubesse o quanto ficaria chato quando ficasse apaixonado, mudaria de ideia rapidinho - afirma e é a vez dele de rolar os olhos - Ainda não consegui decidir o que é pior: te ouvir lamentando, chorando e resmungando pelos cantos porque a toupeira da Laurel preferia qualquer um, até o mendigo da esquina, a você, ou te escutar o dia inteiro falando o quanto essa tal garota que conheceu em Washington e reencontrou meses atrás em Central City é incrível, linda, maravilhosa, divertida, inteligente…

—Se caiu na lábia do Thomas não é tão inteligente assim – Diggle contesta, soltando uma sonora gargalhada quando ele lhe mostra o dedo do meio.

—De fato Dig! – Thea concorda, estalando a língua - Mas reza a lenda que quanto mais inteligente a garota é , mais suscetível a se envolver com conquistadores baratos como meu irmãozinho aqui – indica o moreno com um menear de cabeça – Como os dois na verdade – corrige-se, dirigindo um falso sorriso doce a Oliver, que arqueia a sobrancelha.

—Sabia que ainda ia sobrar para mim! Posso saber o que raios os dois vieram fazer aqui, além de me desagradar, é claro? – questiona o loiro, olhando de um para outro.

—Desagradar? Desde quando usa palavras difíceis, Ollie? – Tommy o provoca, sentando-se despachadamente em uma das cadeiras vagas a sua frente – Isto tem algo a ver com suas visitas constantes ao setor de TI da empresa? – pergunta, sorrindo de forma maldosa.

—Setor de TI? Então é lá que ele se enfia quando some? – Thea interroga, estreitando os olhos ao encarar o irmão – Ok. Qual o nome dela? – pergunta, direta, sentando-se também.

—Um: não me lembro de ter convidado os dois a permanecerem, muito menos se sentarem! – Oliver bufa, encarando-os – Dois: quem disse que há uma garota? Sou o CEO dessa empresa e uma de minhas atribuições é conhecer e zelar pelo bom andamento de cada setor dela – argumenta, irritado, cruzando os braços à frente do peito, assumindo uma postura defensiva.

—Um: tá nos mandando embora, Ollie? Magoei! – Tommy brinca, levando a mão dramaticamente ao peito – Dois: suas atribuições não justificam seus sumiços misteriosos por entre os departamentos, em especial o já mencionado aqui, setor de TI– rebate, tranquilo.

—E três: em se tratando de você e deste aqui... – Thea começa, estapeando o moreno a seu lado – Sempre há uma garota! – completa, mantendo o olhar sobre o loiro, atenta a suas reações.

—Isso não é verdade e eu não estou mandando nenhum dos dois embora, Tommy. Eu só.... - Oliver começa argumentar, parando, apertando a ponte nasal com força, soltando um suspiro exasperado – Ok. Desisto. Vamos poupar tempo e ir direto ao assunto: o que vieram fazer aqui afinal? Fiscalizar minha vida? – interroga, soltando ruidosamente a pasta com os papéis que examinava sobre a mesa. 

—Não preciso vir aqui para fiscalizar sua vida, maninho. Tenho meus informantes! – Thea exclama, piscando ambos os olhos simultaneamente, o loiro dirigindo um olhar rápido a Diggle. 

—Não olha pra mim!! – defende-se o guarda costas, de pronto, erguendo as mãos.

—E claro que há uma razão para ter aturado a lenga-lenga açucarada do Tommy durante todo o caminho sem matar ele!! – bufa, dando mais um tapa na nuca do moreno, cortando o protesto ensaiado por ele – Calado ou te atiro pela janela! – ameaça, dando atenção a Oliver – Verdant – cita, apoiando as mãos na mesa – Temos de decidir se iremos reinaugurar amanhã ou não, porque se formos precisaremos decidir se será uma reinauguração simples ou temática para que possa agilizar a decoração e tentar fechar com algum bom DJ das redondezas já que os feras devem estar todos ocupados – justifica-se a jovem.

—E por que faríamos uma reinauguração temática? – questiona o loiro, enrugando o cenho.

—Porque amanhã é dia dos namorados e praticamente todos os estabelecimentos da cidade terão algum tipo de comemoração referente a data – explica a garota, pacientemente.

—E eu já vou logo avisando que não estarei disponível a noite inteira porque meu amor virá a cidade e não vou, em hipótese alguma, deixar meu benzinho sozinha justamente em nosso primeiro dia dos namorados juntos – Tommy avisa – Até já fiz reserva no Le Velmont, o restaurante da Helena . Vou pedi-la oficialmente em namoro, com anel de compromisso, tudo como manda o figurino – revela, levando a mão ao bolso interno do blazer de onde retira uma caixinha de veludo azul, abrindo-a, exibindo um anel com dois corações entrelaçados, um terceiro coração de rubi formando-se na interseção dos dois, estendendo-o para Oliver, que a pega para melhor vê o objeto.

—Olha, jurava que eram dois colares com pingentes de coração, um em forma de cadeado e outro de chave! – ironiza Thea. 

—Eu procurei por estes, mas a moça da loja falou que haviam esgotado – Tommy conta, entusiasmado, a garota abrindo a boca, abismada – Depois pensei melhor e achei meio batido, sabe. Todo mundo dá esse presente a namorada ou namorado neste dia, e como não sou todo mundo, resolvi ser original – justifica-se, calmamente. 

—Ollie, me passa a lixeira que vou vomitar! – pede a Queen caçula, estendendo a mão.

—Ok, isso tá começando a ficar estranho. Quem é você e o que fez com meu melhor amigo? – pergunta o loiro em tom de brincadeira, devolvendo a caixinha, olhando-o como se houvesse nascido outra cabeça sobre os ombros do amigo.

—Estava me fazendo a mesma pergunta. Onde escondeu o verdadeiro Tommy Merlyn, criatura alienígena? – John faz coro, franzindo o cenho.

—Isso é só parte do que tive de aturar o caminho inteiro! – Thea bufa – Sério, já estava quase abrindo a porta e o empurrando, acidentalmente, para fora do carro – diz, fazendo aspas no ar.

—Definitivamente não entendo vocês – Tommy reitera, balançando a cabeça negativamente – Só de castigo, os três serão os últimos a conhecerem meu floquinho de neve – avisa, apontando-os um a um.

—Seu o que??? – Oliver questiona, pasmo.

—Credo! Definitivamente eu vou vomitar!! – Thea exclama, enfiando o dedo na boca.

—É pior do que eu pensava – Diggle comenta, sacudindo a cabeça. 

—Ok, vocês, seus insensíveis, dizem esse tipo de coisa porque nenhum dos três nunca se apaixonou – rebate o moreno com firmeza – Melhor: nunca amaram alguém de verdade como estou amando e foram plenamente correspondidos, como eu estou sendo – corrige-se, sorrindo convencido – Quando isso acontecer, espero e torço para estar presente e assistir a tudo, cada pequena demonstração pública de afetividade, de camarote. Vou vibrar a cada pequeno gesto e frase melosa que proferirem!! – ironiza, batendo palmas, encarando-os – E ainda vou gravar para a posteridade! - ameaça, rindo de forma louca, a batida leve seguida pela voz de Rayssa interrompendo a conversa.

—Oliver, a senhorita Smoak, está aqui para te ver e não me parece nada satisfeita – avisa, fazendo com que Tommy e Thea franzissem o cenho, olhando confusos no momento em que a loira em questão entra sem esperar ser convidada, caminhando a passos largos e firmes até a mesa de Oliver sob o olhar divertido de Diggle.

—Posso saber o que diabos significa isso?? – esbraveja, atirando a folha com a circular que trazia sobre a mesa – Como assim vou ser transferida para cá? Sequer fui consultada se queria essa promoção – faz aspas no ar - Ao menos se deu ao trabalho de ler a minha ficha? Tem alguma noção do quanto serei subutilizada estando aqui e não lá embaixo? Não me formei em primeiro lugar da minha turma no MIT para ficar sentada em uma mesa marcando reuniões, consolando suas conquistas quando forem dispensadas ou servindo cafezinho para quem quer que seja! Aliás, Eu Não Vou Te Servir Cafezinho! NUNCA!  - frisa cada palavra - Não iria acontecer mesmo que aceitasse a promoção, o que não é o caso. Não quero e não vou ser sua secretária!! – assegura, apoiando as mãos a mesa – E para que raios precisa de outra secretaria? Já tem uma muito eficiente, diga-se. Para quê outra? – questiona, não o deixando responder - Não vai acontecer, Queen. NUNCA! – reitera, encarando-o, furiosa.

—Fe. Li. Ci. Ty ...- Oliver recita, Thea pondo-se de pé, interrompendo o interlúdio antes que prosseguissem.

—Oi. Prazer. Thea Queen – se apresenta, estendendo a mão para a loira, que pisca, surpresa ao notar haver outras pessoas no recinto, relaxando a postura rígida ao se voltar para a jovem - E você é...???

—Smoak. Felicity Megan Smoak – apresenta-se a loira. 

—A senhorita Smoak é funcionária do departamento de TI – Diggle faz questão de frisar o local de trabalho dela, recebendo o olhar fulminante de Oliver.

—Ah!! Não me diga – Tommy murmura, pondo-se de pé de um salto subitamente interessado na garota – Thomas Merlyn, meio irmão de Thea, melhor amigo do Oliver…. E que vai, agora mesmo, comprar um ingresso para assistir a tudo de camarote. VIP! – declara o moreno, a loira enrugando o cenho, olhando-o confusa – Piada interna – explica, voltando-se para Oliver – Bom, agora que já descobri as novidades e razões para sua dedicação extrema a empresa, vou indo. Tenho alguns preparativos para amanhã à noite. Avise o que decidir em relação a Verdant, Ollie - pede, sobressaltando Thea ao cutucá-la, fazendo-a levantar-se.

—Isso. Avise-nos o que decidir…. Quando estiver menos... ocupado - sugere a morena, piscando para o irmão, dando atenção a loira outra vez - Foi um imenso prazer te conhecer Felicity Smoak. Espero que nos vejamos mais vezes… em breve – deseja, sorrindo gentil, caminhando para a porta tendo Tommy a seu lado, estancando quando ele o faz.

—Uma perguntinha - Tommy volta-se, erguendo o dedo, olhando diretamente para Felicity, ignorando o olhar ameaçador que o loiro lhe dirige – Diria que Oliver tem sido um chefe zeloso e atento ao bom andamento de todos os departamentos e setores da empresa ou tem privilegiado algum? – alfineta, rindo de forma maldosa.

—Fora daqui! Os dois! - Oliver ordena antes que a loira pudesse responder, atirando o grampeador contra o moreno, que desvia-se, rindo alto enquanto sai acompanhado por uma não menos sorridente Thea.

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Oliver

—Que tipo de pergunta esquisita foi aquela? - Felicity questiona, me fazendo desviar o olhar da porta para ela.

—Do tipo idiota e sem noção … que somente o idiota do Tommy consegue fazer - respondi, sussurrando o final da frase, encarando-a, sua postura zangada me deixando, ao invés de bravo pelo maneira atrevida e tempestuosa que adentrou minha sala, com tesão! ...Puta que pariu! Ela fica ainda mais gostosa quando fica brava!!— Não dê importância as maluquices de meu amigo, Felicity. Tommy não bate bem setenta por cento do tempo - digo, sorrindo-lhe de maneira encantadora - Então, o que a trouxe aqui mesmo? - questiono, tentando afastar os pensamentos libidinosos que me vinham à mente ao notar o vestido que usava. Definitivamente vermelho era a cor dela.

—Que raios de promoção às avessas é essa que está querendo me fazer engolir!?!? – interroga, levando as mãos à cintura – Por que precisa de uma outra secretária?? A Rayssa é mais do que competente e capacitada para o cargo. Vai demiti-la por acaso? O que ela fez de tão errado que não mereça uma segunda chance? - sai em defesa de minha secretária, fazendo-me lembrar uma das razões pelas quais me apaixonei por ela…. Opa! Eu disse apaixonei??? - Eu não me dediquei tanto, não estudei e me esforcei para acabar atendendo telefone e servindo cafezinho a um monte de velho babão que vai tentar me bolinar quando passar perto deles!! – teoriza, me deixando surpreso com sua capacidade imaginativa também neste campo - Nada contra as secretárias. É uma profissão honrada como outra qualquer e que, na minha modesta opinião, ganha muito mal já que precisa aguentar pitis de ex namoradas, cantadas baratas de sócios e patrões que julgam ter este direito, em alguns casos, sem mencionar o mal humor da maioria dos chefes e suas famílias, desde mães e esposas ciumentas, mas a verdade é que não me formei para Este tipo de coisa!! - discursa, me encarando de queixo erguido.

—Quer dizer que se te oferecer um salário melhor, você aceita? - não resisto provocá-la - E quem falou em demitir a Rayssa? - questiono, irritando-me ante o pensamento de ela ser bolinada por algum dos sócios (havia sim, alguns que seriam capazes disto!) - E grato pela parte que me toca!!! - ironizo, arqueando a sobrancelha - Quanto aos acionistas, a maioria está abaixo dos oitenta anos e eu seria capaz de quebrar os dedos, mãos ou braços daquele que se atrevesse te bolinar, se não o atirasse pela janela - ameaço, rindo com o canto da boca ao vê-la corar lindamente, não lhe dando chance dizer nada - Quanto a precisar de uma segunda secretária, não é este o caso e sim de precisar de alguém que substitua Rayssa durante o período de licença que irá tirar para realizar uma cirurgia delicada - informo, ela abrindo a boca, surpresa.

—Então não se trata de nenhuma artimanha sua para me ter por perto e me fazer mudar de idéia quanto a....– cala-se, enrugando o cenho graciosamente - Rayssa está doente? De verdade? - pergunta, ainda em dúvida.

—Está e saiba que muito me magoa você ter suposto, mesmo que por um segundo, que eu usaria de artimanha para te fazer repensar sobre nós, muito embora, agora que falou, posso repensar a respeito do assunto. Não tinha me atentado ao privilégio que tal situação me daria. Agradeço por isso - não resisto em provoca-la novamente, satisfeito em vê-la corar intensamente - Se pensei em você deve-se ao fato de não querer uma estranha circulando próxima a mim, tomando conhecimento dos segredos da QC - justifico-me.

—Em primeiro lugar, sinto muito pela Rayssa. Espero que tudo corra bem para ela - deseja, respirando fundo antes de voltar a falar - Em segundo lugar, estou certa de que há outras pessoas tão qualificadas quanto eu em outros departamentos da QC, em quem pode confiar para o lugar dela - argumenta - E por fim, não existe essa coisa de Nós - faz aspas no ar - Nunca existiu nem nunca vai existir!! - afirma, segura.

—Essa é minha deixa!! - Dig exclama, saindo sem que precisasse pedir.  

—Sério? - inquiro, ela acenando afirmativamente - E apenas por curiosidade, como classificaria o que tem acontecido nos últimos meses? - questiono-a, saindo detrás da mesa rapidamente, aproximando-me dela.

—Um lapso! - responde, recuando um passo.

—Temos cometidos muitos lapsos ultimamente, não? - insinuo, avançando devagar - Primeiro no seu apartamento, depois no meu, novamente no seu, na sua sala no TI...aqui - enumero, impedindo sua tentativa de fuga ao segurá-la pela cintura, puxando-a de encontro a meu corpo - Por que não admite: nossos lapsos estão se tornando tão frequentes que daqui a pouco não poderemos mais chamá-los assim! - argumento, inclinando a cabeça até a curva de seu pescoço, aspirando seu perfume que me deixa completamente louco.

—Oliver, pare! Diggle e Rayssa estão lá fora - lembra, as duas mãos em meu peito, empurrando sem nenhuma vontade e rio nasalado - Além do mais...eu tenho namorado, quase noivo ….e você também...portanto...Pare!! - me empurra com força desta feita, afastando-me o suficiente para vermos um ao outro - Já pensou o que aconteceria se Laurel aparecesse de surpresa, como no outro dia? - questiona.

—Em primeiro lugar: não tenho NADA com a Laurel e já deixei isso bem claro pra ela há meses e em segundo lugar, até onde eu sei você não tem namorado porque ele pediu um tempo pra você HÁ MESES TAMBÉM.

—Não me pareceu que ela pense assim e outra, Copper me pediu um tempo, mas isso logo vai passar, ele só estava confuso! - me corta, tentando se libertar.

—Jura? - rosno, colando mais nossos corpos, sentindo-a estremecer - Em segundo lugar...Noivo? Sério? Acha mesmo que aquele panaca do Cooper vai te pedir algum dia? - interrogo.

—Eu não acho, tenho certeza!! - afirma, segura, a informação seguinte tendo o poder de me abalar - E para seu governo, ele vai fazer isto amanhã, durante nosso jantar de dia dos namorados! - ergue o queixo, desafiadora e preciso me controlar para não mordê-lo.

—Está dizendo isto para me afastar ou tem um fundo de verdade!? - inquiro, arqueando a sobrancelha.

—Pague para ver, ele me chamou pra jantar e eu tenho certeza que é pra dar um passo a mais no nosso relacionamento! - desafia, o que a deixa ainda mais linda - E agora me solte. Preciso voltar ao trabalho porque ao contrário de uns e outros, não nasci em berço de ouro! - alfineta e rio mais abertamente.

—Sweet, sabe que isso não funciona comigo, não sabe? - digo, obrigando-a a sentar-se em minha mesa, me encaixando entre suas pernas quando o vestido, curto, sobe, revelando suas coxas maravilhosas - Muito pelo contrário. Apenas me excita mais! - exclamo, tomando seu lábios com voracidade antes que pudesse dizer algo.

No começo ela resiste um pouco, mas logo se rende ao desejo, correspondendo ao beijo com a mesma intensidade, as mãos delicadas acariciando minha nuca de uma forma que me arrepia inteiro. Desde a primeira vez que nos beijamos, após uma discussão acalorada sobre um de seus projetos, senti que estava perdido. Felicity roubou bem mais do que minha atenção aquele dia.

—Uhum, uhum...Desculpem interromper, mas acho que deveria saber que a senhora Queen está subindo - Dig avisa, me chamando a razão, e praguejo baixinho, soltando-a com relutância.

—Obrigado John - agradeço, arrumando o cabelo enquanto ela arruma o vestido, fazendo menção de sair - Anda não me respondeu: vai aceitar ficar no lugar da Rayssa? -lembro-a, segurando seu braço, obrigando-a me olhar.

—Vou - responde após o que me pareceu uma eternidade - Mas nem de longe pense que isto vai se repetir! - assegura, apontando de mim para si mesma – Eu acabei deixando isso ir longe demais porque Cooper e eu não estávamos juntos, ele está longe da cidade há meses e eu fiquei confusa, mas agora vamos estar juntos novamente, então isso vai acabar! - decreta, libertando-se, caminhando a passos firmes em direção a porta, estancando com a mão na maçaneta, voltando-se no exato momento em que visualizo, por cima de sua cabeça, minha mãe sair  do elevador - Mais uma coisinha: Se ao menos sonhar em me pedir café, vai se arrepender!! - ameaça, pondo um sorriso angelical no rosto ao cumprimentá-la - Bom dia senhora Queen - diz, aguardando-a passar para sair.

—Bom dia senhorita Smoak - mamãe retribui com surpreendente bom humor, o que de antemão me põe em alerta - Gosto dessa garota. Me parece bastante inteligente e responsável - elogia, o que só aumenta minha desconfiança.

—Também gosto e é por isso que a escolhi para ficar no lugar de Rayssa durante sua licença - comunico, arqueando a sobrancelha ao ver seu riso murchar - Por que essa cara, mãe? Acaso tinha alguém em mente? - pergunto, dando a volta na mesa.

—Bem, sim, de certa forma já que ainda não falei com ela. Vim primeiro falar com você - diz, sentando-se e faço o mesmo, continuando logo que se acomoda - Laurel comentou outro dia que estava precisando de um estágio e pensei que seria bom para ela trabalhar conosco - conta, descalçando as luvas - Por tabela, seria bom pois passariam mais tempo juntos e quem sabe não se entenderiam de vez.

— Não vai acontecer mãe - afirmo calmamente, sentando-me - Laurel e eu é passado. Acabou no momento em que ela escolheu revidar meu deslize seduzindo meu melhor amigo - lembro.

—Você a traiu primeiro filho. E com a própria irmã dela!! - frisa.

—E pedi desculpas no dia seguinte, sem pestanejar. Escolhi ser honesto e não mentir, como usualmente fazia com as garotas com quem me envolvia antes dela, que disse ter nos perdoado, a Sara e a mim, e no entanto, à noite, procurou pelo Tommy e o seduziu - relembro.

—Coitadinho do Thomas! Tão inocente - ironiza, me encarando.

—Não, ele não era, mãe, sei bem disso - digo, sustentando seu olhar - O que você não sabe é que ele era apaixonado por ela desde a adolescência e ela tinha plena consciência disto. Laurel usou Tommy para me atingir sem se importar em machucar meu amigo no processo e isto, para mim, foi mais grave do que ter ido pra cama com ele - pontuo - Mas não espero que entenda isso.

—Não entendo mesmo, mas respeito sua posição - declara, a leve esperança que daria o assunto por encerrado caindo por terra com sua fala seguinte - O que não impede de torcer pra que voltem a se entender, afinal, até onde sei, Thomas superou a rejeição sofrida com louvor. Não vejo porque você não pode fazer o mesmo - argumenta.

—Porque estou apaixonado por outra pessoa - abro o jogo, pegando-a de surpresa - É isso mesmo que ouviu mãe. Estou apaixonado por outra mulher e pretendo pedi-la em namoro muito em breve….Assim que convence-la a assumir que sente o mesmo por mim… E espero contar com seu apoio - arremato, vendo-a torcer o nariz.

—Sendo digna do sobrenome Queen, não terei nada contra - declara e arqueio a sobrancelha, engolindo a observação maldosa para mim a fim de evitar confronto desnecessário naquele momento, mas a guardaria caso precisasse em um futuro não muito distante. Espero.

— Algum outro assunto mãe? Tenho uma reunião marcada para depois do almoço e ainda preciso terminar de avaliar os contratos - informo, encarando-a, sério.

—Neste caso te convido a almoçar comigo - me surpreende e enrugo o cenho, desconfiado - Sem cobranças, segundas intenções ou qualquer outra coisa do gênero. Nada além de um almoço tranquilo entre mãe e filho - lê meu pensamento e rio curto.

—Assim espero mãe. Assim espero - digo, sincero, fechando a pasta com os contratos, acompanhando-a.

………………………………………..

Felicity

—Sem vergonha!! É isso que você é, Felicity Smoak: uma baita de uma sem vergonha! Pra não dizer coisa pior! - xingo a mim mesma enquanto caminho de volta para minha sala, tendo o cuidado de me certificar que apenas eu ouvia - E fraca. Como pode se deixar levar por um beijo, um simples beijo e já se derrete toda nos braços dele igual manteiga exposta ao sol!! - continuo, cumprimentando um de meus colegas que passava, abrindo a porta de minha sala, desatenta - A quem estou querendo enganar? Nada naquela criatura é simples! Nada!! - exclamo, gritando e pulando para trás ao escutar a voz grave de Curtis.

—Tá falando do Queen gostosão? - pergunta, me olhando com aquele sorriso de “Te peguei!” que tanto me irrita - Estava de pegação com ele lá na sala da presidência não estava? Por isso não te encontrei aqui e por isso está com essa cara de pequei-mas-gostei-e-pecarei-de-novo-se-tiver-chance!! - acusa e bufo, me recuperando do susto.

—Me respeita Curtis! Sou sua chefe direta ainda, e mesmo que não fosse, deveria saber que não sou mulher de ficar me pegando com o todo poderoso em horário de expediente - defendo-me, indo até o bebedouro, servindo-me um copo generoso.

Quer dizer que fora do expediente pode é??, uma outra voz pergunta e me volto ligeiramente pra trás, visualizando minha amiga, sorridente, na tela de meu computador Oi Fel! Voltei!!’, Caitlin anuncia, abrindo os braços.

—Cait!! Sua bandida, por que não me ligou?? - ralho, sentando-me, estapeando Curtis no processo, quase derramando a água - E você vai acabar amanhecendo com a boquinha cheia de formigas se continuar me provocando assim!! - ameaço, sua risada forte ecoando pela sala.

—Você me ama mulher! Jamais me mataria. Sem mencionar o fato que precisa de mim pra desenvolver este projeto - lembra, convencido - Ainda mais agora que vai subir alguns andares!! - solta, tapando a boca com a mão, fingindo arrependimento - Ops! Saiu!!

Como assim subir alguns andares? O departamento de TI vai sair do terceiro andar?— Cait pergunta e sinto ânsias de esganá-lo.

—Curtis, eu juro que se tivesse certeza de que não seria pega, te atirava janela afora agora mesmo! - ameaço, fuzilando-o com o olhar - E não. Não vamos nos mudar - dou atenção minha amiga outra vez - Apenas eu vou ter de assumir outra função, temporariamente, no andar da presidência…

—Mais precisamente como secretária executiva do nosso CEO mega, ultra gostoso e que arrastaria o Titanic para fora do oceano caso ela pedisse! - meu quase ex amigo e candidato a defunto me interrompe e sopro - O quê? Até as pedras do outro lado da rua já perceberam que Oliver Delícia Queen está caidinho por você, loira! Só tu que não quer enxergar e continua insistindo em manter esse namoro meia boca com o retardado do Cooper - afirma, erguendo o queixo, desafiador.

Como assim produção? Quer dizer que vocês continuam se encontrando? E por que não terminou de vez com o Cooper? Tá na cara que vocês não têm mais nada a ver a muito tempo, essa coisa de “tempo” de vocês já tá durando a meses, vocês mal se falam!— minha amiga linguaruda entrega e preciso me controlar para não assassinar o cover de leão marinho saltitante a meu lado!!

—Eu sabia que estavam se pegando!!Eu sabia!! - Curtis comemora, me dando tapas em sequência - E você me enganando, negando que estavam de rolo, não é bandida!? - reclama, voltando sua ira para Cait -E tu nem pra me contar, não é traíra!? - acusa, apontando a tela.

Sinto muito, mas ela pediu segredo. Além do mais, falou que tinha sido apenas um lapso momentâneo e que não se repetiria, mas a julgar por sua empolgação também fui enganada!!— protesta a aprendiz de feiticeira e aperto minha fossa nasal.

—Minha nossa senhora dos programadores, me ajude!! - rogo, puxando e soltando o ar com força - Escutem bem, suas comadres fofoqueiras, porque só vou falar uma única vez: Não. Há. Nada. Entre. O. Queen. E. Eu!! Nada!! - friso, olhando da tela para Curtis - Tá eu cedi ao desejo uma vez….ou duas… - reflito um segundo - Talvez um pouco mais, nestes últimos meses. Mas isso não quer dizer que exista algo entre nós. Aliás Nós é uma palavra forte demais para nos definir - afirmo com o dedo em riste - O máximo que posso admitir é que sinto uma baita de uma atração por aquele….aquele….

—Deus Grego personificado!?! …

Adônis em forma humana!!?— meus amigos falam ao mesmo tempo e bufo.

—Galinha e Don Juan se encaixam melhor no perfil dele! - ironizo.

—Quem desdenha quer comprar!! - o nerd boca grande a meu lado cantarola.

—Dessa vez não quer não!! - devolvo no mesmo tom, prosseguindo antes que falasse mais alguma coisa - Escutem, admito que sinto atração por ele, tá bom? Sou humana poxa! E aquele cachorro sabe como chegar em uma mulher, mas nem em sonho vou trocar a segurança do que tenho com Cooper por uma aventura que pode durar menos de vinte e quatro horas, ou alguém aqui duvida que Oliver vai perder o interesse tão logo consiga acabar com meu namoro? - interrogo, voltando-me para Curtis - Quantas vezes ele já fez isso nestes três anos que estamos na QC? Quantas garotas vimos saírem aos prantos pela entrada principal depois de terem sido rejeitadas por ele? - me volto para Cait - Eu não quero e não vou fazer parte da lista do Oliver! Não vou trocar um Para Sempre por um Às Vezes - faço aspas no ar - Além de ser um péssimo negócio, vou me machucar e ainda corro o risco de perder o emprego, não por ele me demitir pois sei que, apesar de tudo, tem juízo e sabe de meu valor para a empresa, mas porque eu não iria ter condições de permanecer aqui depois de ser chutada para fora da cama dele como tantas outras foram - digo, respirando fundo novamente - Estava em um momento frágil da minha relação e me deixei levar, mas só. Não vou jogar fora um relacionamento de anos por uma incerteza, por mais gostoso que ele seja! - deixo escapar, os dois bandidos divertindo-se às minhas custas - Ele é gostoso sim, admito. Mas e daí? Nem só de cama que se vive. Tem que ter algo depois e é justamente isso que não temos - argumento.

Desculpa Fel, mas como pode saber se não der uma chance?— Cait questiona, não me dando chance responder -Entendo sua posição e seus temores assim como reconheço a validade de tudo que citou. Mas seja sincera: ainda ama o Cooper?— nova questão e novamente não me deixa responder - Veja bem, estou perguntando se Ama o Cooper, e não a segurança que ele representa— frisa, completando - Veja meu exemplo: depois que Ronnie morreu, me fechei para o amor. Não me permitia sequer pensar em pôr outro no lugar dele. No começo pelo amor que ainda sentia, mas com o passar do tempo isso se tornou uma desculpa para não ser feliz simplesmente porque não me sentia no direito de tal coisa. Em minha mente estaria traindo meu marido se me envolvesse com outro e antes que diga serem situações diferentes, não são— garante - Ronnie era meu porto seguro, minha terra firme e julguei que homem algum seria capaz de me dar essa segurança novamente. Comparava todos que tentavam se aproximar e lógico que perdiam sempre. ..Até Thomas aparecer!!— diz, abrindo um sorriso luminoso como a muito não via.

—O misterioso Thomas! - rolo os olhos, me acomodando melhor na cadeira - Quando vamos conhecer essa peça rara que te fez largar o luto? - pergunto, Curtis fazendo coro.

—Ia fazer a mesma pergunta agorinha! - diz, apoiando-se a mesa - Já está passando da hora de a senhorita nos apresentar essa criatura. Não faz ideia de quantas imagens desse homem já pintei em minha mente, desde um cientista renomado a um cantor de rock que te arrastou para as coxias e te fez ver estrelas!!! - declara, girando no próprio eixo.

—E eu que tenho de aguentar os delírios dessa criatura - resmungo, cutucando-o - Isto sem mencionar nas ameaças porque ele tem certeza absoluta de que eu sei quem é o sortudo que te conquistou, por mais que eu diga não fazer a mínima ideia de quem seja! - exclamo, erguendo o dedo, impedindo-a responder de imediato - Ah, sem mencionar os surtos delirantes que o fazem imaginar o cara ser um assassino psicopata!! - completo, fazendo-a rir gostoso.

Quanto a isso podem ficar tranquilos porque já procurei saber sua folha corrida!!— brinca. Acho. Em se tratando de Cait ela poderia mesmo ter feito isso já que tem quatro primos policiais, incluindo um na vizinha Central City - Quanto a conhecê-lo...bem, talvez amanhã, depois do jantar, passe no apartamento para apresentá-lo.Só prometam não surtar, tá bem!?— pede, misteriosa e uma luzinha se acendeu em meu cérebro - Bem, o papo tá bom mas preciso desligar. Tenho de deixar as coisas encaminhadas aqui porque pretendo ir para Starling logo cedo. Vamos velejar!— revela, sonhadora.

—Cait, me responde uma coisa: esse Thomas, de onde ele é? - pergunto, desconfiada - Sei que o conheceu em Washington, mas ele não mora lá, mora? - quero saber.

A verdade é que desde que nos falara desse tal cara, uma pulga havia se instalado e vivia mordendo minha orelha, não sei bem porquê. Talvez por ter o mesmo nome do melhor amigo de Oliver (o que nem chega a ser justificativa já que Thomas é um nome bem popular) ou pelo fato de o dito cujo estar por aquelas bandas na mesma época, não sei.

Não mora e tenho que ir. Mais tarde ligo confirmando o horário de chegada. Quem sabe almoçamos, os três?— sugere, despedindo-se -Tchau meus amores. Tenham um bom dia e Fel, pensa no que conversamos. Quem sabe descobre que  o Às vezes pode ser revertido em Para Sempre!— diz, piscando e mandando beijos antes de encerrar a conexão.

—No que essa mente geniosa e genial está pensando? - Curtis pergunta, me fazendo parar de acenar e o encarar, uma ruga se formando entre seus olhos - O que foi Felicity? 

—Curtis, você que é tão bom em probabilidades matemáticas me responde uma coisa: qual a possibilidade de que o Thomas da Caitlin, seja o Thomas melhor amigo do Oliver? - questiono-o, um sorriso de orelha a orelha tomando seu rosto, os olhos brilhando tanto quanto queima de fogos em noite escura.

—Grandes, se o universo for generoso! - responde - Já imaginou: você pegando o Queen gostosão e a Cait pegando o Merlyn delícia!?! Eu vou morrer de inveja e não será da branca, bebê!!! - confessa e rolo os olhos.

—Ok. Chega de falação. Vamos ao trabalho porque mesmo estando lá em cima não posso abandonar meus projetos aqui - aviso, fazendo careta ao olhar o relógio - Se bem que agora é hora de almoço…

—Vou pedir no delivery do Belly e aí podemos continuar trabalhando - avisa, já com o celular em mãos - A propósito, brincadeiras à parte, por que o gostosão vai precisar de outra secretária? A Rayssa foi demitida? - quer saber.

—Não. Ela vai tirar licença para fazer uma cirurgia delicada e aproveitar para ficar de férias junto. E o gost...senhor...o Oliver não queria pôr ninguém de fora da QC no lugar dela - conto, abrindo os aplicativos de que precisaria para dar início ao trabalho.

—Você sabe que isso tem cheiro de desculpa esfarrapada, não sabe? - inquere, me olhando por cima dos óculos.

—Sei e já tratei de pôr os pingos nos “I”s para aceitar o cargo. Temporariamente, óbvio - esclareço, erguendo o olhar para ele - E agora, se não se importa, gostaria de mudar de assunto, por favor - peço, ele anuindo, dando atenção ao atendente do outro lado da linha, ordenando nosso almoço antes de se juntar a mim, os assuntos referentes a minha “promoção” e ao misterioso namorado de Cait sendo relegados a segundo plano, retornando a meu pensamento apenas quando estamos de saída e visualizo ambos, Oliver e Thomas Merlyn, deixando a QC juntos, Thea Queen e outra moça que não conheço ao lado deles.

À noite, após jantar, tento me concentrar em alguma coisa mas é inútil, as conversas com Caitlin e Oliver ecoando em minha mente até antes de adormecer.

……………………………………..

“... It’s raining in the desert, I heard it on the news;

The sun won’t even shine no more, since I’m not there with you;

I’ll pick you up with flowers, roses red or blue;

A mattress and a table just for two….”

Starling, sexta-feira, 12 de Junho 2020 (10:57 a.m)

Sala de reuniões QC - Narrador

—Oliver, o que pensa que está fazendo? - Moira Queen questiona o filho, fechando a porta de ligação entre o escritório principal da firma com a sala de reuniões sendo seguida de perto por uma atenta Felicity - Não pode simplesmente levantar e sair em meio a uma reunião!! - diz, acompanhando-o com o olhar - Precisa retornar para aquela sala agora mesmo sob pena de ser acusado…

—De infantilidade? De não estar qualificado a decidir os destinos da empresa? De inconsequente e irresponsável? - corta-a o loiro, encarando-a -  Caso não tenha percebido mãe, foi exatamente isto que acaba de acontecer naquela maldita sala!! - afirma, apontando a porta às costas dela - E é exatamente isto que tenho escutado, de maneira velada ou não, nos últimos onze meses desde que assumi de forma definitiva a presidência. É exatamente contra isso que venho lutando todos os dias desde então, portanto se me acusarem de abandonar essa maldita reunião por qualquer destes, não estarão fazendo nada de novo e se me retirei foi para evitar chamarem a segurança ou talvez a polícia!! - frisa, visivelmente alterado - Pensei que depois de ter nos tirado do buraco, esse bando de abutres daria um tempo nas acusações, que me deixariam trabalhar em paz, mas tudo que consegui foi uma trégua temporária que se mostrou tão frágil quanto um castelo de cartas! Eles não me querem aqui, não confiam na minha capacidade, e honestamente, estou ficando cansado de ter de ficar provando isso a cada nova decisão que tomo. Estou farto de precisar mendigar e engolir calado as piadas e observações de mal gosto, pra dizer o mínimo, cada vez que preciso negociar votos com esse bando de cretinos, hipócritas cujo único desejo é me ferrar para poderem apontar o dedo dizendo estarem certos e te convencerem a fazer o que papai não queria: abrir a empresa. Estou farto de aturar os sorrisos e tapinhas falsos em meus ombros quando no fundo querem minha cabeça servida em uma bandeja e sinceramente, estou começando a me questionar se vale a pena insistir se até mesmo você deixa claro não confiar nas decisões e escolhas que faço - acusa, não dando a ela tempo revidar - Se quer mesmo saber, estou mais do que disposto a dar um grande FOD….

—OK, acho que este é o momento em que evito sua mãe te dar um merecido tapa, o que, além de não resolver o problema em questão, ajudaria a piorar o relacionamento já não muito saudável mãe-filho, a julgar pelo que vi e ouvi lá dentro - Felicity argumenta, pondo-se entre os dois, Rayssa surgindo a porta de ligação naquele momento.

—Desculpem, mas os acionista querem saber se a reunião terminou  - avisa, olhando-os.

—Não, não terminou - é Felicity quem adianta-se responder, voltando o rosto para ela - Peça que sirvam café e chá, de preferência algum calmante, camomila por exemplo, e avisa que o senhor Oliver Queen voltará em cinco minutos, por favor - pede, a mulher acenando afirmativamente, causando surpresa em ambos, mãe e filho, ao obedecer sem contestar - Brigadinha - agradece a loira, fixando seu olhar em Oliver novamente - Ok, concordo em genêro, número e grau com cada palavra que disse a pouco, inclusive que a senhora Queen está fazendo transparecer não te apoiar ou confiar como deveria ser o caso - diz, dando uma rápida olhada a matriarca – Desculpe, mas é verdade!! - pede, centrando-se no loiro outra vez - Deve ser mesmo um verdadeiro pé no saco ter de ficar provando, a cada minuto, para todo mundo, que é capaz sim de conduzir os rumos da empresa com a mesma competência que o seu pai e antes dele seu avô - enumera, olhando-o fixamente - Nunca tive uma empresa em minhas mãos, mas sei bem qual a sensação de duvidarem de sua capacidade e o quanto isso machuca a gente, acredite - pontua - Te dou razão em estar estressado e com vontade de mandar tudo à merda, mas isso apenas serviria para, como você mesmo disse, dar razão a eles. Até te traria alívio não precisar matar um leão por dia, poder apenas usufruir dos lucros sem precisar se preocupar de onde e como eles vêm até você, mas isto não duraria muito tempo. Logo estaria entediado e aí como faria para voltar? - inquere, não esperando resposta - Todos nós, funcionários, ficamos temerosos quando, alguns meses após a morte inesperada do senhor Queen, a senhora Queen anunciou que assumiria a presidência, mas aos poucos fomos percebendo que a empresa estava sim em boas mãos, que seria apenas uma questão de tempo retomar o crescimento, garantindo nossos empregos - discursa, puxando e soltando o ar com força antes de voltar a falar -Dei uma lida superficial em seu projeto antes da reunião e, apesar de precisar de alguns ajustes, no geral é muito bom. Acredito que trará não somente lucros mas reconhecimento para a empresa….Mas para isso precisa voltar àquela sala e fazer exatamente o que tem feito nos últimos onze meses: matar um leão por dia! - afirma, dando um passo a frente, erguendo o rosto para olhar dentro de seus olhos - Respira fundo, busca toda reserva que tiver de paciência, volta lá ….E acaba com eles!! - incentiva - Mas só com palavras. Argumentos. Nada de narizes ou outras partes de corpos sendo quebradas - apressa-se dizer, levando as mãos ao colarinho dele, ajustando sua gravata, arrancando um sorriso divertido - Mostra pra eles que sabe o que quer e como conseguir! - acresce, a expressão resoluta acompanhada da chama azulada que vê acender-se, fazem-na estremecer por um outro sentimento além de orgulho.

Abrindo um sorriso vitorioso, Oliver, sem nada dizer, caminha firme até a porta, abrindo-a, convidando ambas, Felicity e Moira, adentrarem, os murmúrios cessando de imediato tão logo o fazem. Ainda em silêncio, dirige-se a cabeceira da mesa sob o olhar atento e surpreso dos acionistas, aguardando as duas tomarem seus lugares para somente então se pronunciar.

—Senhores e senhoras….Entendo que estejam receosos quanto ao projeto apresentado a pouco - começa, percorrendo cada rosto a sua volta com um olhar firme e sereno - De fato, ele precisa ainda de ajustes, aperfeiçoamentos os quais estou certo que nossa equipe do setor de TI, coordenado pela senhorita Smoak aqui presente - indica-a com um gesto, fazendo a loira reter o ar - Esteja mais do que capacitada a resolver - assegura, olhando-a com orgulho - Admito que seja um pouco ambicioso, mas por que pensar pequeno quando se pode alçar voos mais altos? - questiona, não dando chance nenhum deles contestar - Meu pai tinha sonhos e planos ambiciosos de crescimento e como seu herdeiro, pretendo honrar sua memória tornando este sonho possível - diz, fazendo uma pausa dramática durante a qual olha novamente a loira a seu lado, sorrindo-lhe - Mas para isso - retoma, dando atenção ao grupo - Preciso contar com a ajuda dos senhores e senhoras. Quando assumi, estávamos em uma situação delicada, apesar dos esforços de minha mãe - lembra, olhando-a com carinho - Prometi nos tirar dela e cumpri. Com dificuldade, com luta, alguns tropeços, mas cumpri. Se me apoiarem hoje, irei dar a vocês muito mais do que ganhos monetários. Ganharão reconhecimento por fazerem parte desta empresa - assegura, apoiando as mãos fechadas sobre a mesa, inclinando-se minimamente - Confiem em mim mais uma vez e não se arrependerão!! - promete, encerrando seu discurso.

Durante alguns minutos nada é dito, os acionistas limitando-se olharem uns para os outros em visível conflito.

—Aqueles a favor do projeto proposto pelo senhor Oliver Queen, ergam a mão - o chefe do conselho de acionistas conclama, ele mesmo sendo o primeiro a fazê-lo, os demais o seguindo quase que de imediato, apenas dois relutando antes de acompanharem o voto da maioria - Tem nosso apoio meu rapaz. Não nos desaponte - pede, sorrindo discretamente.

—Não desapontarei - garante o loiro, apertando a mão que lhe estendia, recebendo os cumprimentos de todos enquanto saiam.

—Senhorita Smoak - Moira chama, aproveitando o filho estar distraído, conduzindo a loira a um canto - Normalmente ficaria preocupada em ver o quanto de influência parece ter sobre meu filho - diz, olhando-a fixamente, fazendo a nerd corar e baixar o olhar, envergonhada.

—Senhora Queen, eu não… Não é o que está pensando. Não há nada entre Oliver e eu - garante - Ao menos nada com que deva se preocupar … pensa alto, tapando a boca ao notar o riso divertido da outra - Não foi… não é o… nós não…

—Um pena, pois começo a pensar que é uma ótima influência para meu filho, senhorita - Moira diz, sorridente, fazendo menção de afastar-se, parando e encarando Felicity novamente - E uma nora igualmente admirável! - elogia, girando graciosamente, caminhando ao encontro do filho, deixando a loira de boca aberta.

—Você tem o aval da rainha mãe, da rainha filha….

—E o coração do futuro rei - Diggle e Rayssa sussurram, sobressaltando-a, fazendo-a voltar-se para encará-los - Que outras provas precisa para admitir que Felicity e Oliver são sim um projeto no qual vale a pena investir!? - questiona-a o segurança usando a citação dela própria dias atrás, sorrindo gentil.

—Será mesmo que tenho isso tudo? - devolve a loira, olhando em direção a mãe e filho - Ou será que sou apenas uma opção conveniente ao momento? - inquere, suspirando, encarando a dupla outra vez - Será que um Às Vezes pode virar um Para Sempre? - questiona, fazendo ambos enrugar o cenho - Se me dão licença preciso ir. Quero avisar Curtis e Alena sobre o projeto e pedir para organizarem um cronograma de trabalho que não atrase ou atrapalhe os demais em andamento de forma a não precisarmos de hora extra - diz, sorrindo fraco - Não quero me atrasar Tenho um compromisso importante o qual vai decidir muita coisa em minha vida - revela, saindo sem dar a eles chance de falar, deixando o lugar sob o olhar enamorado de Oliver.

…………………………………..

“...Just four walls without your laughter, a book with empty chapters;

A dock without a bay, and tell me what is the meaning;

Of life without this feeling, and the sky is gray….”

Le Velmont(19:01 p.m)

—Oliver, que surpresa!! Não esperava te ver por aqui hoje - Helena comenta ao vê-lo entrar na cozinha, virando o rosto de lado para receber o beijo carinhoso - Por que não ligou avisando que vinha? - quer saber, enrugando o cenho - Não veio como cliente? - inquere, voltando-se para o marido alguns passos de onde estava.

—Não olhe pra mim, ma cher! Estou tão no escuro quanto você - defende-se, abrindo uma lata de mini cenouras.

—Desculpem não ter avisado, mas é que decidi num impulso - o loiro admite, indo pendurar o paletó no local apropriado, procurando por algo - E se não for incômodo, gostaria de ajudar na cozinha...o uniforme que costumo usar, onde está? - pergunta, voltando-se para o casal, que olhava de sobrancelha arqueada - O que foi? Algum problema em ajudar aqui hoje? - quer saber.

—Nenhum - Ryan responde, indicando o armário à direita dele - Seu uniforme está ali. Helena levou para arrumar e lavar depois do último...acidente - lembra, a esposa escondendo a boca com a mão a fim de esconder o riso.

—A este respeito, sinto muito. Não se repetirá - Oliver tranquiliza-os, admirando-se ao ver o novo uniforme - Uau!! - exclama, alisando seu nome bordado ao lado da logo do restaurante.

—Já que pretende frequentar nossa cozinha, que seja vestido adequadamente - Helena diz, indo até ele - Não tem problema em vir, mesmo sem avisar. Só perguntei… bem, hoje é dia dos namorados e pensamos que talvez fosse trazer alguém …- insinua a morena.

—Acontece que alguém não quer saber de mim!! - retruca o loiro, amargo, despindo a camisa social, pondo o uniforme em seu lugar.

—Brigaram de novo? - Ryan pergunta, sacudindo a cabeça negativamente - Mon Die Oliver! Espero que estejam gastando todo o estoque de discussões agora, assim quando estiverem namorando de fato, vai ser só beijinho!! - exclama, beijando as pontas dos dedos unidos.

—Só amor, meu bem. É só amor que se diz - Helena o corrige - Não tenho tanta esperança nisso, mas espero que ao menos diminua - acresce.

—Quanto a isto não precisam se preocupar. Não vai haver mais problemas ou discussões. Em nenhum momento. Ela vai aceitar o pedido de casamento do namorado e antes que perguntem, não quero falar sobre isso. Vim justamente para esquecer o que vai acontecer em algumas horas, então Ryan, por favor, me mantenha ocupado. Tudo no que quero pensar e me preocupar é o ponto exato de cada prato a ser preparado - pede, colocando a touca na cabeça.

—Se é isso que deseja, é isso que terá meu amigo - declara o chefe, sinalizando a esposa não insistir.

—Certo. Não vou falar nada. Mas depois que terminar o expediente, vamos ter uma conversa muito séria, Oliver Jonas Queen!! - avisa, encarando-o um segundo antes de sair.

—Eu não queria estar na sua pele mon ami!! - Ryan brinca, conseguindo um sorriso fraco - Venha, vou te mostrar o menu para hoje - convida, conduzindo-o ao pequeno escritório anexo a cozinha.

……………………………….

Apartamento Felicity (19:15 p.m)

—Uau! Vocês estão lindas!! - Curtis elogia, deixando o celular de lado, assim que Felicity e Caitlin entram na sala - Pena, no seu caso, toda essa produção ser para a pessoa errada - aponta pra Felicity - Tem certeza do que está fazendo? Olha que ainda dá tempo!! - exclama, encarando a loira.

—Tenho e por favor, não insistam. Nenhum dos dois - pede ela, apontando os amigos, olhando-se no espelho.

—Se é isso o que deseja - o nerd diz, dando de ombros.

—Cadê toda aquela decisão em fazê-la mudar de ideia que demonstrou até a pouco? - Caitlin cochicha, sobressaltando-se ao escutar a campainha - Ele chegou!! - anima-se, praticamente correndo em direção a porta.

—Parece que alguém está apaixonada!! - Felicity cantarola, sorridente.

—É. Parece - Curtis limita-se dizer, engolindo o comentário sarcástico que lhe viera a mente - Finalmente vamos conhecer o famoso Thomas!!

—Ou apenas confirmar nossas suspeitas - diz a loira, ambos voltando-se para o pequeno corredor que antecede a sala ao escutar a voz grave elogiar.

—Está linda, amor! - exclama, deixando um beijo casto na bochecha da médica ao entrarem de mãos dadas - Boa noite a todos - cumprimenta, sorridente - Senhorita Smoak, está muito bonita - elogia de maneira educada.

—Obrigada - Felicity agradece, sentindo o rosto esquentar levemente.

—Acho que todos aqui se conhecem, não é mesmo? - Caitlin comenta, sem graça.

—Verdade, mas ainda não fomos formalmente apresentados - Curtis diz, dando um passo à frente - Curtis Holtz, assistente direto da Felicity no setor de TI - apresenta-se, estendendo a mão.

—Prazer te conhecer Curtis - Tommy diz, apertando firme.

—Aperto firme, seguro, bom sinal - elogia o nerd, piscando para Cait, o toque da campainha ecoando uma segunda vez.

—Deve ser o Cooper - Felicity diz, caminhando sem vontade em direção a entrada.

—Quem é Cooper? - Tommy pergunta, olhando de Cait para Curtis.

—Ninguém! - respondem juntos, fazendo cara de entojo ao escutarem a voz enjoativa do rapaz.

—Sério baby, não precisava… Olá a todos - corta a frase que dizia no meio ao notar a presença dos demais - Por que não me avisou que tinha visitas? Teria cancelado o jantar - ralha, não tão discretamente - Caitlin, está deslumbrante - elogia, olhando-a com evidente admiração masculina - Quem diria que aquela criaturinha desengonçada iria se tornar esse mulherão!! 

—Como é??...

—Eu não acredito que disse isso?....

—Nenhum elogio pra sua namorada e canta a de outro na cara dura. É isso mesmo produção?? - Curtis, Tommy e Cait dizem praticamente ao mesmo tempo.

—Acho melhor irmos andando - Felicity sugere, pegando bolsa e casaco, empurrando o namorado para fora sem dar a ele a chance de contestar os amigos e Tommy - Até mais tarde pessoal. Divirtam-se e desculpem o mal jeito - pede, não esperando resposta.

—Sério que ela prefere esse panaca ao Oliver? - pergunta o moreno, espantado.

—Infelizmente nossa loirinha é tão insegura quanto inteligente. Ela simplesmente não concebe a ideia de que seu amigo esteja realmente gostando dela - Curtis explica, olhando-o - Ele está, não está? - questiona.

—Pelo que conheço do Ollie, ele não apenas gosta dela. Está apaixonado. De verdade - assegura, tranquilo – E eu acho que Felicity sente o mesmo - opina.

—Ela sente, temos certeza disso, mas tem medo de que acabe se tornando apenas mais uma na imensa lista de conquistas do Oliver e isto a quebraria Tommy - Cait diz, acariciando a mão dele.

—Entendo - afirma, carinhoso - Mas como é que ela vai saber se o que ele sente é verdadeiro se não der uma chance? E por medo, vai se amarrar nesse idiota? Não podemos permitir isso ou os dois, ela e Oliver vão sofrer como condenados - argumenta.

—Concordo plenamente e é por isto que já estou tomando providências para evitar essa catástrofe de proporções homéricas - garante o nerd.

—Curtis, não faça nada que vá fazer a Felicity sofrer ou pior: irritá-la. Sabe o quanto ela fica ainda mais teimosa e reticente quando se irrita - Cait lembra, preocupada.

—Não se preocupe lindona. Ao contrário daquela ameba, eu me preocupo e prezo pela felicidade de nossa amiga - tranquiliza-a - Tudo que farei é expor aquele verme! - diz, esfregando as mãos.

—Devemos nos preocupar?- Tommy pergunta junto ao ouvido de Cait ante a expressão do nerd.

—Não. Ele é inofensivo. Espero - responde ela, insegura.

—Sou mesmo - Curtis afirma, encarando o moreno - Desde que não machuque minhas preciosas! - exclama, fazendo Tommy recuar um passo - Agora melhor irem andando ou vão perder a reserva - aconselha.

—Bem lembrado, embora estou certo de que Helena não faria uma desfeita dessas comigo - Tommy comenta.

—Estão indo para o Le Velmond também? - Curtis pergunta, sorrindo ao confirmarem - Neste caso, poderão assistir de camarote a derrocada daquele infeliz!

—Como assim? - Cait pergunta, olhando-o, intrigada.

—Vai entender na hora certa, não se preocupe - diz em tom de mistério - Agora vão indo que ainda preciso agilizar umas coisas - reitera, acompanhando-os à porta - Divirtam-se - deseja, pegando o celular tão logo fecha-a - Oi. Tudo pronto? Ela não vai desistir, vai? Ótimo! - comemora, enquanto caminha para seu quarto - Estou indo me arrumar. Passo ai em trinta minutos - avisa, desligando - Ah, Cooper, vai se arrepender em ter sacaneado minha amiga!

…………………………………. 

Le Velmond - salão principal (22:33 p.m)

Felicity olha para o lado, admirando a vista parcial da cidade que o local aonde sua mesa estava proporcionava, suspirando.

Apesar da vista esplêndida, do ambiente e comida magníficos do lugar, a noite não estava sendo como esperava. Nem de perto. Cooper estava estranho, distante, em momento algum dera demonstrações de estar prestes a pedi-la, o que de certa forma a deixara aliviada. Durante todo o trajeto a conversa e subsequente discussão com Oliver tinham voltado a sua mente e depois da atitude do namorado quando a buscou, outras conversas juntaram-se aquela, como a que tivera com Cait na manhã anterior e a pouco, enquanto se arrumavam. Estaria sendo teimosa em não querer aceitar o que sentia, insistindo em um romance que dava claros sinais de falência? Se deixaria vencer pelo medo e insegurança que julgava teria ao lado de Oliver e escolheria a vida monótona e segura acenada por Cooper? 

Isto se ele de fato for me pedir!!, questiona-se, vendo-o avaliar a carta de vinhos mais uma vez. Seria a quarta garrafa que pediria, encarecendo a já bastante cara conta, sem mencionar que os efeitos da bebida começavam a surgir. Em ambos. Por conta disso, reduzira o consumo da bebida na última hora a fim de manter-se sóbria, dirigindo seu olhar a mesa ocupada por Thomas e Caitlin, acenando-lhe estar tudo bem ao notar o olhar de preocupação a ela dirigido pelo casal.

Estava terminando sua sobremesa quando o movimento chama atenção de todos os presentes. Caminhando por entre as mesas, um jovem tocava Love is an open door, tema da princesa Anna, de Frozen, no violino (reconhecia de tanto que assistira ao filme com Cait e Curtis!), parando ao lado da mesa ocupada pela amiga e Thomas, este levantando-se para logo a seguir se ajoelhar diante de uma envergonhada Caitlin, fazer um lindo e romântico pedido de namoro que arranca aplausos ante o Sim dado sua amiga, vermelha como um pimentão ao final. Sem que pudesse controlar, Felicity deixa um suspiro escapar, atraindo a atenção do namorado (?).

—Poderia ao menos disfarçar que gostaria de estar no lugar dela!! - Cooper reclama, irritado, fazendo-a olhá-lo.

—Como disse? - questiona-o, abismada.

—Que você poderia disfarçar estar com inveja por sua amiga ter fisgado um dos milionários mais cobiçados da cidade, não é assim que dizem? - ele responde, alterando a voz, atraindo atenção de boa parte dos presentes sobre eles, incluindo Thomas e Caitlin.

—Em primeiro lugar, fale baixo se não quiser que o largue sozinho na mesa - ameaça a loira, entre dentes - Em segundo lugar, não estou com inveja, estou feliz por minha amiga ter encontrado alguém que a faça feliz novamente - declara, recebendo o olhar de desdém dele.

—Acha mesmo que essa palhaçada tem futuro? Não dou vinte e quatro horas pra ele colocar um par de chifres na cabeça dela!! - ironiza, aumentando ainda mais a voz e pelo canto do olho Felicity vê quando Cait segurar Tommy pelo braço, impedindo-o levantar.

—Baixe o tom ou te largo sozinho, não importando qual motivo deste bendito jantar!! - Felicity reitera, estreitando os olhos, desconfiada - Afinal de contas, o que estamos comemorando? - pergunta, encarando o namorado atentamente, não percebendo a chegada de Curtis e duas outras pessoas.

—Verdade! Esqueci de te dizer!! - exclama ele, batendo na testa com a mão espalmada - Felicity querida, consegui a promoção que tanto aguardava! Estou me mudando para Chicago semana que vem!! -comunica, animado.

—Parabéns - felicita-o, ainda mais desconfiada - E quanto a nós? - questiona-o, tomando coragem.

—Então… - ele começa, segurando-lhe a mão sobre a mesa fazendo-a estremecer julgando que seria aquele o momento esperado, meditando qual resposta daria - Felicity, minha querida, temos vivido momentos incríveis juntos. Você é uma mulher maravilhosa, uma companhia agradável, sempre disposta a me ajudar resolver os mais diversos problemas, carinhosa, generosa, compreensiva… - elogia, deixando-a cada vez mais tensa - Espero que possa entender minha decisão - declara, respirando fundo, tomando mais um gole de vinho antes de voltar a falar, ainda segurando a mão dela entre as suas - Felicity, sabe o quanto nossa parceria tem sido valiosa e importante para mim da mesma forma que sei o quanto tem torcido e apoiado meus sucesso nestes quase dois anos que estamos juntos...por isso - faz uma pausa aonde leva a mão ao bolso interno do blazer, a loira retendo a respiração ao mesmo tempo em que Curtis dá dois passos em direção a eles, pronto a intervir, fechando a boca ao ver o envelope cinza na mão dele - Em nome de tudo que falei a pouco, espero que assine este termo abrindo mão de sua parte em nosso último trabalho junto já que foi ele a me abrir as portas no laboratório em Chicago - elucida, abrindo-o, pondo o conteúdo sobre a mesa, entre eles - Sei que não fará questão de me ajudar uma última vez com este pequeno detalhe - arremata, sorrindo para ela.

—Então este jantar, essa comemoração toda era para me pedir que assinasse este papel?? - Felicity pergunta, esforçando-se para não chorar - Me trouxe ao melhor restaurante da cidade, em pleno dia dos namorados, para me pedir pra assinar um maldito termo de cessão, foi isso? - repete, incrédula.

—E por qual outro motivo seria? - pergunta, sobressaltando-se ao escutar a voz grave de Curtis às suas costas.

—Um pedido de casamento talvez? - inquere o nerd, fazendo-o levantar-se rapidamente ao ver a jovem ao lado dele.

—Nita!! O que faz aqui? E como assim pedido de casamento? - interroga, olhando de Felicity para Curtis e depois para a morena ao lado dele.

—Porque você, seu cretino, deu a entender, propositadamente, estou certa, que pediria a minha amiga em casamento!! - Caitlin esbraveja, parando atrás de Felicity, apoiando as mãos nos ombros da amiga.

—Pior: estava usando não apenas nossa amiga mas essa jovem aqui, para conseguir ser escolhido pra vaga oferecida pelo laboratório em Chicago - Curtis acusa.

—Estão ficando malucos!! Os dois!! - Cooper acusa, apontando-os, olhando de Felicity para a morena de pé, braços cruzados a encará-lo - Lissy, amor, não escute o que eles dizem. Nenhum deles. É tudo mentira! Jamais faria uma coisa dessas a você. Sabe que te amo, não sabe? - questiona, não a deixando responder - Estes dois nunca foram com minha cara - acusa novamente, indicando a Cait e Curtis - Essa que se diz sua amiga cansou de dar em cima de mim!! Eu que nunca quis nada com ela!! - mente, encarando Curtis - E essa bicha tresloucada morre de ciúmes da gente, do que temos….

—E o que nós temos Cooper? -Felicity questiona, saindo da inércia, erguendo o olhar para ele - De verdade. O que nós temos? - repete com voz embargada - Quando foi mesmo a última vez que disse me amar sem que o estivesse ajudando a resolver algum projeto Seu? - frisa, dando-se conta da realidade.

—Felicity, amor….

—Não me chame assim!! - ordena ela, levantando-se repentinamente - Nunca mais me chame assim! - reitera, respirando fundo, retendo o garçom que passava, pegando a caneta no bolso do rapaz, assinando o termo - Era isto que queria? Por isso armou toda essa palhaçada? Não precisa ter gasto tanto tempo, dinheiro e esforço. Bastava pedir que a idiota aqui assinaria sem pestanejar - declara, atirando as folhas contra ele - Fique com o maldito projeto, vá para Chicago ou para o raio que o parta, não me importa, contanto que desapareça da minha vida para sempre! - vocifera, tremendo de raiva, buscando amparo em Cait.

—O mesmo valendo para mim, meu docinho!! - a morena, até então calada, declara, adiantando-se ele, pegando as folhas - E não precisa se preocupar com termo algum. Aliás, não precisa se preocupar com mais nada referente a sua vaga porque ela acabou de ser cancelada!! - decreta, rasgando os papéis, atirando-os ao ar - E da próxima vez que pensar em fazer alguém de idiota, certifique-se de ela não seja amiga da sua namorada!! - arremata, desferindo uma sonora bofetada antes de girar nos calcanhares e sair.

—Viu o que fez, sua ...sua..Bicha histérica!! - xinga, apontando Curtis, voltando-se para Cait e Felicity - Tudo isso, esse drama todo só porque a encalhada ridícula conseguiu fisgar um otário? Como disse, não dou vinte e quatro horas para esse playboyzinho metido dar um pé na bunda dessa geladeira ambulante!! - escarneia, fixando o olhar na loira - E você deveria dar graças por um cara como eu ter dedicado tanto tempo a uma nerd sem graça e insípida como você!! -finaliza.

—Acabou? - Thomas pergunta, não o deixando responder - Amor, pode chegar para o canto um segundo? Você também Felicity - pede, dando um passo em direção a Cooper com os punhos cerrados, ele recuando um passo, chocando-se com Curtis.

—Perdão Thomas, mas tenho a preferência aqui visto ter sido xingado primeiro. Duas vezes! - o nerd exclama, erguendo os dedos, retendo o garçom que passava conduzindo uma mesinha, segurando uma enorme sopeira.

—O que está fazendo??- inquere Cooper, olhando-o tenso, afastando-se um pouco.

—Como bem sabe, não sou adepto a violência física, logo fatalmente me machucaria...então isso terá de servir! - declara, despejando o conteúdo na cabeça dele.

—Ora seu….!! - Cooper ensaia o xingamento, Tommy interrompendo-o.

—MInha vez!! - avisa, tocando-lhe o ombro, fazendo-o voltar-se para si - E para seu azar, sou sim adepto da violência física em alguns casos! - declara, desferindo um dois soco seguidos, derrubando-o sobre a mesa próxima.

—Ora, seu… - Cooper rosna ao erguer-se, limpando a boca ensanguentada com o dorso da mão, avançando sobre Tommy, Felicity e Caitlin interpondo-se entre eles - Vai se esconder atrás das saias delas? Típico de um covarde!! - xinga, Caitlin adiantando-se ao namorado.

—Ele não é covarde, Cooper. Nós que estamos reivindicando nosso momento de revide! - declara a médica, trocando um rápido olhar com a loira antes de desferir a bofetada contra o rosto dele - Numa coisa está certo: jamais gostei de você! - reconhece, recuando quando ele avança contra ela posto estar ligeiramente a frente de Felicity.

—Não se atreva a tocar nela!! - a loira exclama, pondo-se entre o ex namorado e a amiga - Seu problema agora é comigo!

—E vai fazer o quê? Me bater também!? - ironiza, rindo torto.

—Pensei nisso, assumo, mas agora vejo que não vale a pena. Não vou sujar minhas mãos com um merda como você!! - declara, olhando-o com desprezo.

—Ela não….- Felicity escuta, abrindo a boca quando Oliver surge a seu lado - Mas eu não faço a menor cerimônia em me sujar! - exclama, agarrando-o pela gola da camisa, retendo a mão fechada em punho, olhando-a - Posso...??

—Por favor!! - ela libera, dando dois passos para trás, assistindo, ao lado de Caitlin, o empresário enxotar o ex namorado para fora do restaurante sob surpreendente salva de aplausos - Obrigada - agradece, sem graça, baixando o olhar, quando ele retorna, segurando e apertando as mãos a fim de conter o tremor persistente.

Na verdade, sentia-se tremer inteira, raiva e vergonha mesclando-se em seu ser, um soluço incontrolado sacudindo-a.

—Hei, tudo bem - Oliver diz, suave, pondo uma mecha de seu cabelo por detrás da orelha, afagando o rosto pálido com o dorso da mão - Venha aqui - chama, já a puxando para seu abraço, envolvendo-a carinhosamente - Vai ficar tudo bem - repete - Vem comigo - convida após um tempo, conduzindo-a através do salão até sumirem pelas portas de vai-e-vem que davam acesso a cozinha - Sente-se aqui - pede, indicando uma cadeira no canto, longe dos olhares curiosos, afastando-se, retornando com um copo de água, silenciando as perguntas ensaiadas pelos funcionários com olhares duros, os mesmos que retomam sua rotina, esquecendo-se da presença deles em poucos minutos - Sente-se melhor? - quer saber, segurando uma mão dela entre as suas, acariciando-a.

—Sim, obrigada - ela agradece, entregando-lhe o copo pela metade, enxugando nariz e rosto com a mão livre, erguendo, finalmente, o olhar para ele, enrugando o cenho ao ver como estava vestido - O que faz aqui? Tentando uma nova carreira caso a de CEO não dê certo? - pergunta, ganhando um sorriso que lhe provoca de borboletas no estômago.

—Até que não seria uma má ideia. Quem sabe invisto nisso também já que certa loira me fez querer lutar por minha recém descoberta carreira de CEO! - responde em tom jocoso, conseguindo um sorriso tímido, ficando sério logo a seguir - Eu sinto muito pelo que aconteceu - diz, tocando seu rosto com ternura, suspirando quando ela o deita, aceitando o carinho - Aquele idiota não te merece, não merece nem que sofra por ele. Nenhum idiota, e me incluo no pacote, merece - declara, pondo os dedos sobre seus lábios, silenciando-a - Me deixa falar - pede, suspirando novamente - Me desculpe por ter sido um idiota essa tarde. Não deveria ter te pressionado. Eu… - novo suspiro onde olha por sobre a cabeça dela - Vem comigo - chama novamente, ajudando-a levantar, conduzindo-a a nova anexa cozinha, em fase de acabamento - Felicity, sei que este não é o momento adequado, que deveria esperar, mas a verdade é que não posso, não consigo mais esperar! - diz, olhando-a dentro dos olhos - Eu amo você! - declara, fazendo-a reter o ar - Parece improvável e meio louco se levar em consideração que nos aproximamos de maneira mais efetiva a apenas alguns meses….

—Sete, para ser exata - específica ela, ficando vermelha - Tínhamos nos visto e até nos falado muito rapidamente algumas vezes antes e depois da morte do seu pai, mas somente quando assumiu a QC nos aproximamos. Ainda assim, apenas sete meses depois de ter se tornado CEO, quando foi visitar o setor de TI, que fomos formalmente apresentados - lembra.

—Verdade - Oliver anui, um brilho divertido no olhar - Entrei na sua sala num impulso, me escondendo de Sara, que estava brava comigo por tê-la entregue de bandeja a namorada e foi a minha caça na empresa - relembra, sorridente - Você estava em uma acalorada discussão com seu computador enquanto mordia uma caneta vermelha, afirmando que não seria vencida por uma máquina obsoleta e quase caiu da cadeira ao notar minha presença, te observando - faz uma pausa curta, acariciando seu rosto mais uma vez - Lembro de meu primeiro pensamento ter sido: puta merda, que inveja dessa caneta!! - exclama, fazendo-a rir, ambos voltando a seriedade logo em seguida - Não posso pedir que acredite em meus sentimentos de cara, mas te peço a chance de provar o que sinto ser sincero, que mudei e quero muito mais do que lapsos com você - afirma, envolvendo-a pela cintura, trazendo-a para si - Posso não ter tido tempo ou feito o planejamento que o Tommy fez, mas quero te pedir, de coração aberto, que seja minha namorada - declara, tomando seus lábios em um beijo suave - Você aceita? - pergunta, ansioso.

—Antes me responde uma coisa: o que fazia aqui? - quer saber.

—Às vezes venho ajudar na cozinha. Conheci Ryan quando Tommy e eu resolvemos fazer aula de culinária para impressionar as garotas. Ideia dele, só para constar - revela, fazendo-a rir - O apresentei a Helena uma tarde em que ela foi me procurar cobrando atenção. Estávamos meio enrolados na época e o usei como escudo - admite, fazendo careta -O resto foi mérito dele - diz, apertando sua cintura delicadamente - Quando resolveram morar aqui e abrir o restaurante após casarem, ajudei-os e em troca, digamos assim, sempre que quero relaxar, pensar na vida ou simplesmente me divertir, venho aqui ajudá-lo na cozinha, como um segundo sous chef - revela.

—Quer dizer que os prato maravilhosos que comi essa noite foram preparados por você? - admira-se.

—Alguns sim, dependendo do que pediu. Em outros apenas ajudei na montagem - relata, enrugando o cenho - Por que? - quer saber.

—A princípio, apenas curiosidade - admite, evolvendo-lhe o pescoço com os braços, ficando na ponta dos pés - Mas agora que descobri o quão talentoso você é, acrescente ao seu pedido uma promessa de cozinhar sempre pra mim e eu posso pensar no seu caso. - declara, encostando seus lábios nos dele suavemente, mergulhando no azul intenso, mas interrompendo o beijo rapidamente diante do olhar confuso dele. –E só pra você saber, eu ia dizer “não” pro pedido do Cooper, caso ele tivesse pedido, é claro!

Oliver sorriu largamente e a apertou ainda mais forte. –Por que?

—Porque eu disse pra Caitlin que achava que o Cooper era o meu “Pra sempre” enquanto você era o “As vezes”, eu disse que tinha medo de ser só uma na sua lista, então ela me disse que eu o “As vezes” poderia se tornar um “Pra sempre” se eu desse uma chance pro meu coração.

Depois disso, Oliver voltou a grudar a boca na dela.

Logo estão perdidos um no outro, interrompendo momentaneamente o contato quando respirar se torna uma necessidade, sorrindo, cúmplices, antes de iniciar outro beijo ainda mais voraz, as mãos passeando por seus corpos, explorando-se, excitando-se.

Apertando-a forte, Oliver a suspende, pondo-a sobre a bancada, encaixando-se entre suas pernas ao mesmo tempo em que as mãos delicadas buscam os botões do uniforme com avidez, abrindo-os, um gemido rouco escapando de ambas as bocas quando ela desliza as mãos pelo abdômen firme, apertando, arranhando. E em resposta, Oliver segura as alças do vestido fino, descendo-as num movimento brusco, rindo contra a pele quente ao visualizar a lingerie vermelha, mordiscando a pele alva e sensível, provocando novos gemidos.

—ECAAA! - a expressão de espanto atinge-os em cheio -Eca, eca, eca!! - Tommy repete, tapando os olhos com a mão - Não acredito que estão fazendo isso sobre o balcão aonde as comidas são feitas! - exclama, abrindo minimamente os dedos, rindo, travesso, ao ver os dois vestindo-se, afobados.

—Em primeiro lugar, essa parte da cozinha ainda não está sendo utilizada - Oliver bufa, encarando-o enquanto esconde Felicity com o corpo - Em segundo lugar, que porra está fazendo aqui Tommy? - fuzila-o com o olhar.

—Meu floquinho de neve estava preocupada e pediu para ver se Felicity estava bem - explica, sorrindo malicioso - Agora que já vi que está, podem continuar - libera, piscando, dando as costas a eles - AMOR ELA ESTÁ ÓTIMA. AMBOS ESTÃO. MAS EU HIGIENIZARIA AQUELE BALCÃO ANTES DE USAR HELENA! 

—Tommy eu vou te matar!! - Oliver rosna, cerrando os punhos, tencionando ir atrás dele, Felicity impedindo-o.

—Fará isso… amanhã de manhã - diz, atraindo-o para si.

—Isto é um sim, senhorita Smoak?? - pergunta, enlaçando-a.

—Como eu já disse, senhor Queen, inclua a promessa de cozinhar pra mim, começando por um café da manhã e quem sabe...! - insinua, mordendo os lábios, provocante.

—Querida, terá os melhores café, almoço e jantar de sua vida, em um ambiente exclusivo, com vista privilegiada, preparado pelo melhor chef, sem falsa modéstia - enumera, apertando-a forte.

—Humm…mal posso esperar! - Felicity declara, tomando a iniciativa do beijo, nenhum dos dois notando os rostos risonhos de Tommy, Cait, Ryan, Helena e Curtis, a observá-los pelas escotilhas nas portas, afastando-se, satisfeitos em ver que finalmente haviam se entendido.

“..A table just for two; It’s only me and you; I’ll stay here forever; I promise that is true;

A table just for two; It’s only me and you; I can make you breakfast; And you can be my muse; La la, la,la…”

...

Felicity acordou se sentindo dolorida nos lugares certos e corou ao lembrar da noite anterior, ela estava se sentindo feliz pela primeira vez em muito tempo e finalmente podia dizer que seu coração estava onde deveria estar!

Ela se levantou calmamente e vestiu uma blusa de Oliver que estava jogada no chão do quarto, em seguida, caminhou pra fora do quarto e ao notar que a cozinha estava vazia, foi em direção ao terraço.

Chegando lá se deparou com a mesa de café da manhã mais linda que já havia visto na vida e sorriu ao sentir um perfume masculino atrás de si!

Antes que ela pudesse se virar, mãos fortes agarraram a cintura dela e uma barba arranhou o seu pescoço.

—Apreciando a vista, senhorita Smoak? –Ela podia sentir o sorriso de Oliver mesmo sem poder ver o seu rosto e confirmou isso quando se virou dentro dos braços dele.

—É claro senhor Queen, obrigada por fazer tudo isso pra mim! –Ele lançou um sorriso cafajeste na direção dela e então a pegou no colo antes de leva-la em direção à mesa.

—Bom, eu tenho uma promessa pra cumprir!


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Notas finais do capítulo

É isso! Espero que tenham gostado dessa penúltima história. Amanhã tem mais. Não esqueçam de comentar e recomendar aos amigos afinal a propaganda boca a boca ainda é a melhor!
Como prometi, abaixo está o link de minhas outras duas ones, caso queiram dá uma olhadinha por lá deixarão essa escritora bem feliz.

https://fanfiction.com.br/historia/791803/That_Kiss/
https://fanfiction.com.br/historia/791805/Accidentally_In_love/

Até breve com o Projeto Olicity Natal (se Deus quiser)
Bjinhos flores.



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