Coração escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá flores do meu jardim
Agradeço a todos pelo carinho com a fic e comentários. Estou respondendo pouco a pouco. Muito obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791543/chapter/3

CAPÍTULO TRÊS

—Bom...na verdade são duas. – mostrou os dois dedos e Edward se sentiu instigado a beijá-los.

— E o que seriam essas duas coisas? -  indagou curioso pegando os dois dedos e beijando.

Isabella inspirou fundo criando coragem para continuar.

— Sem perguntas.

— Como? – ela falou tão baixo que talvez ele não tivesse entendido direito.

— Sem perguntas. – voltou a repetir, dessa vez em bom som. – Somos estranhos. Você não me conhece e nem eu a você e quero que continue assim.

 - Isso é absurdo! – exclamou.  Isabella ao sentir o hálito quente em seu rosto, lutou contra a vontade de fechar os olhos e se render a carícia. Ainda não era o momento.

—Eu ainda não acabei. – disse baixinho. Ele então cruzou os braços a encarando desconfiado.  - Eu quero escolher o lugar.

Edward ficou parado por um tempo, tentando decifrar o desenrolar daquela conversa. Pelo visto ela tinha muito mais a esconder que ele.

— Por que está pedindo algo assim?

Ela se virou e começou a caminhar para ir embora.  E ele realmente achou que era melhor deixar aquela mulher tão misteriosa partir. Mas estava muito perto dela ainda, seus braços muito próximos à ela e o desejo intenso gritava para que ele não a deixasse partir.

Se ela fosse embora, não voltaria mais a vê-la. Ele não teria como localizá-la, já que não tinham nenhuma informação sobre ela. Apenas o nome e que nem mesmo sabia se era verdadeiro. Assim como ele, mentiu sobre o dele, ela também poderia ter omitido o dela.

Antes que ela se afastasse dele, sua mão voltou a puxá-la de encontro a ele.

— Você está pedindo muito, coração. Não acha? – sua voz era rouca e ríspida.

Ela se virou para ele. Encarou-o nos olhos firmemente e disse:

—  Terá que ser nessas condições ou então...- delicadamente segurou seu braço para que ele a soltasse - podemos esquecer o que aconteceu aqui hoje. – O movimento de seu braço fez ele sentir uma lufada de seu cheiro novamente.  Seu braço ardia com o toque de seus dedos.

— Sem perguntas. – ele repetiu, sabendo que seria muito mais difícil viver com o esquecimento daquela noite. Ele se arrependeria pelo resto da vida se deixasse aquela mulher sumir agora. - Assim será, meu coração. – disse após um tempo. – Como preferir.

Edward achou melhor que ela ditasse as regras por aquela noite, assim como preferisse. Afinal ela não era a única ali a não ser de toda clareza com as informações. Mas ela que o aguardasse no dia seguinte. Faria todas as perguntas que quisesse e exigiria a verdade. Tanto da parte dela como a dele. Essa noite serviria para provar  para  ela que ele era um homem que merecia sua confiança.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Edward abriu a porta e tateou a parede em busca do interruptor. Quando acendeu a luz e o quarto se iluminou, surgiu uma ruga na testa.

Antes que ela entrasse no quarto ele se virou para ela.

— Tem certeza disso Isabella? Tem certeza de que é isso que quer? -  ela comprimiu os lábios encarando-o e afirmou com a cabeça.

— Sim. – foi tudo o que disse antes de entrar no quarto.  Ele a seguiu.

Com olhos de águia, Edward analisou o local. Era limpo e tinha um tamanho razoável, como uma cama que parecia ser confortável, alguns móveis típicos, um banheiro que fazia parte da suíte, com ladrilhos e tolhas brancos. Condicionador, shampoo e outros artigos sobre a pia. Um quarto muito simples e impessoal, nada chamativo ou aconchegante. Algo que ele jamais escolheria.  Principalmente naquela noite.

Mas como aquela noite estava sendo totalmente inesperada para ele, já devia imaginar.

Quando saiu naquela tarde para beber um pouco, jamais imaginou que acabaria a noite com uma mulher que despertasse seus desejos mais primitivos, mais intensos e que tudo o que saberia da tal moça, seria seu primeiro nome.

Observou que ela entrou decidida no quarto, mas que agora estava parada, a um tempo considerável. De costas para ele, de pé na lateral da cama. Estava com os braços cruzados no corpo.

Isabella  estava se perguntando se o que estava prestes a fazer seria certo. Toda sua convicção e coragem foram por ralo abaixo assim que visualizou aquela cama enorme. Suas mãos começaram a suar frio ao se lembrar que concordara em passar a noite  inteira com ele. Imaginou que quando dissesse aquilo, ele iria desistir. Pela sua fisionomia, viu que ele ficou muito puto com suas condições, mas no momento seguinte, ele as aceitou. E agora ela não sabia como encarar aquela situação. Não que não quisesse. Queria, queria muito, só não sabia como fazer e o que esperar.

— Coração? – chamou-a do modo mais gentil que podia se aproximando dela – Está tudo bem? Mudou de idéia? Quer desistir do nosso acordo?

“ Se ela queria mudar de idéia?” – a pergunta ecoou em sua mente.

“Era isso o que ele estava pensando?”

— Não. – disse rapidamente. – Não quero mudar de idéia. – seus olhos fixaram no chão - É...só que... eu não tenho muito ... conhecimento nisto. – sua voz foi morrendo aos poucos, graças a ansiedade que sentia.

— Só que o quê? – Edward perguntou unindo as sobrancelhas. Não tinha conseguido ouvir o que ela dissera.

A voz dele estava tão perto que quando ela levantou os olhos viu que ele estava bem próximo a ela. Tão próximo que bastava levantar um pouco a mão para alcançá-lo. E  aquela proximidade a fez querer se perder novamente naquela doce sensação, que inundava seus sentidos, a impedindo de pensar além da conta.

“Seria essa a linguagem do desejo?”- pensou. Ou seria somente com o Christian Korbs?

Sim. Era só com ele. Ela o desejava como jamais havia desejado nenhum outro homem.

— Desculpe, não a ouvi. Só que o quê? – ele voltou a perguntar.

“ Esquece.” – teve vontade de dizer –“ Só quero que me abrace e me faça esquecer.”

— Só quero que você me beije mais uma vez. – viu ele ensaiar um sorriso triunfante.

— Ah, é isso! – Edward transbordava em satisfação. – Era só pedir.

Se aproximou tomando-a nos braços, trazendo-a para si com a mesma segurança de um homem que sabe o efeito que causa nas mulheres; um homem que sabia mesmo o que queria.

— Então me diga, coração.. - Desceu  seu rosto até o pescoço dela. — Onde devo beijá-la? Aqui? – disse depositando um beijo breve ali. Acarinhou-a sob o queixo, levantou seu rosto em direção ao dele, mirando com seus olhos negros cheios de desejo o interior dos olhos dela reflexos ao dele.  Com os olhares fixos uns nos outros, Isabella sentiu tudo parar ao seu redor.

Os lábios quentes dele sobre sua testa foi breve, muito delicado e leve.

— Ou aqui...?

Desta vez ele acariciou-lhe a bochecha, beijando logo abaixo da orelha, à

esquerda, depois novamente à direita, fazendo-a suspirar mais fundo.

— Ou quem sabe aqui..?- lentamente ele deslizou a ponta do nariz ao longo do seu pescoço descendo até o vão entre os seios e Isabella se viu jogada em um mundo de sombria sensualidade onde seus sentidos pareciam amplificados e super sensíveis a tudo que vinha daquele homem.

Dava para ela escutar cada respiração dele combinando com a batida de seu coração. O cheiro dele a enlouquecia por inteiro, um cheiro masculino, limpo, quente , um aroma amadeirado de sua colônia. Quando ela envolveu seus cabelos macios com os dedos delicadamente o puxando mais para si,  ele se afastou minimamente apenas para sussurrar:

— Temos  a noite toda, minha querida. – ele envolveu suas mãos entre as dele e ela sentiu a transmissão de uma corrente elétrica que a fez encolher os dedos e oscilar de prazer.

E então começou tudo de novo.

Ela estava derretendo por dentro, e a tensão emanava de seu corpo. O doce agitar da vontade começava a agir em suas veias novamente, enviando ondas de desejo a cada terminação nervosa, tornando-se cada vez maior.

— Acho que isto basta para começar. — ela preferiu dizer, se afastando dele, antes que fosse tarde demais.

 Ela não estava vendo o homem que a abraçava, não podia olhar para seus olhos negros e perceber o que ele pensava. Só sentiu que precisava de um tempo, para voltar a ser dona de seus sentidos. Aquele mundo secreto de sensações era totalmente desconhecido para ela,  mas que agora tornava-se cada vez melhor.

E ela queria conhecer aquilo cada vez mais. Devagar. Lentamente.

E Edward parecia determinado a levar as coisas devagar, assim como ela. Suas carícias, seus beijos, seus toques...todos precavidos e com a devida lentidão capaz de enlouquecê-la.

“Temos  a noite toda, minha querida.”  – ele havia dito.

“A noite toda”. Aquelas palavras tão simples pareciam uma promessa, feitas para uma eternidade.

Uma noite sendo levada ao máximo de prazer que poderia suportar.

Mas, ao mesmo tempo,  Isabella sabia que as próximas horas passariam rápido. e a realidade voltaria a bater em sua porta nua e crua.

Seu corpo já estava inflamado de ansiedade, e ela estava tremendo nos braços dele, agradecida pela segurança que sentia ali.

— Christian...

O nome dele saiu dos lábios dela em um gemido de desejo, e ela sentiu e ouviu a leve risada que balançou aquele corpo grande sobre o seu.

— Eu sei, meu bem — e sua voz transparecia sinceridade no que dizia —, eu sei como você se sente, mas pode acreditar que vale a pena fazer devagarzinho. Deixe-me continuar, eu vou lhe mostrar...

E beijou-a novamente, percorrendo com a boca uma trilha fervente que começava logo abaixo da orelha, descia ao maxilar até capturar seus lábios mais uma vez. O toque daquela boca em sua pele e a magia que aquele toque proporcionava  estavam ameaçando sua capacidade de pensar. Mas havia uma questão prática na qual tinha de pensar, do contrário as conseqüências seriam terríveis demais.

Ela só tinha aquela noite, não podia correr o risco de levar daquela noite, nenhuma situação inconveniente,  capaz de se auto destruir ou à sua família, em um só golpe.

— Você tem...? - lutou para dizer as palavras antes de se entregar  ao deleite que aqueles lábios insistiam em lhe causar. Mas ela tinha de dizer.

— Você tem... preservativos?

— É claro. – respondeu sem interromper as caricias, fazendo-a descobrir pontos prazerosos em si mesma que sequer desconfiava existirem. — A loja do hotel tem de tudo.

— Ah, sim. – ela respondeu encabulada demais por não se dá conta do óbvio.

Lembrou-se que quase teve uma crise histérica ao chegar à recepção do hotel, e inventou um motivo para ir ao banheiro. Jogou bastante água no rosto e fez um coque mal feito. Tudo para tentar clarear as idéias. Quando voltou com as bochechas muito coradas, ele a estava esperando perto do elevador com a chave do quarto na mão.

Ela estava ainda mais linda aos seus olhos, mas não via  hora de ter aquele penteado desfeito e seus cabelos negros espalhados em seu travesseiro.

— Tudo bem? – ele perguntou. Isabella assentiu com a cabeça – Você está perfeita.  – se as palavras dele tinham o intuito de tranqüilizá-la, tiveram o efeito contrário.

Havia entrelinhas tão sedutoras em sua voz que de repente ela queria se ver livre até de mínimas restrições como as sandálias, então os chutou para longe e se deixou relaxar nos braços de Edward, entregando-se ao momento. Os braços dele quase a levantaram do chão, apertando-a contra si de um jeito que ela estremeceu ao sentir a rigidez que denunciava o desejo pulsante dele. E Edward não tinha a menor intenção de esconder este desejo.

Ela passou os braços ao redor do pescoço dele, afundando os dedos em seus cabelos negros e entregando-se a outro beijo forte, quente e passional que alimentou ainda mais a ardência crescente, fazendo Isabella se sentir  embriagada como nem o mais concentrado vinho faria.

Isabella jamais se sentiu tão viva antes. Seu coração trovejava, sua cabeça girava.

Seus seios estavam inchados e tão sensíveis, os mamilos como pequenos botões apontando como setas.

Ele a levantou e carregou pela curta distância até a cama. Deitou-a gentilmente sobre o colchão coberto com um tecido claro mantendo seus lábios nos dela enquanto suas mãos maliciosas procuravam o caminho em suas costas que levava aos botões da blusa, que abriu com agilidade. Fez o mesmo com o fecho do sutiã.

Tocou-a com mãos que pareciam já conhecer seu corpo.

A sensação do calor das palmas das mãos dele em seus seios, envolvendo docemente seus mamilos intumescidos com aqueles dedos fortes fez Isabella abrir os olhos antes fechados, deparando-se com os olhos negros de Edward.

— Chris... — ela começou a dizer o nome dele, mas ele a fez calar novamente com um beijo em seus lábios trêmulos.

— Feche os olhos — ele disse com os lábios ainda sobre os dela. — Fique de olhos fechados. - ele percebeu o olhar hesitante de Isabella. – Confie em mim. Sua voz doce a fez obedecer e retornar à penumbra aveludada de antes. - Não olhe, apenas sinta.

Como ela podia fazer outra coisa com aquelas mãos atormentadoras buscando caminhos eróticos por entre seus seios, desenhando círculos nos mamilos e deixando-os ainda mais rijos?

— Sinta isto... — ele murmurou, e fez mais uma carícia diferente na pele sensível dela, traçando linhas de fogo que emanavam ondas de sensações pelo corpo inteiro dela.

A delicadeza não bastava. Ela queria, precisava de mais! Numa busca cega, ela envolveu os ombros poderosos de Edward, puxando-o para si, amassando seus lábios contra os dele.

— Ajude-me... Mostre-me como... — e se calou, vendo que quase se entregara mais uma vez 

Não queria que ele percebesse, sequer suspeitasse de sua virgindade. O que um homem sofisticado e urbano como Christian iria querer com uma virgem caipira? Ele acabaria rindo de sua falta de experiência, isso sim.

Aquele homem não queria fazer amor com nenhuma inocente. Devia estar acostumado a mulheres tão experientes quanto ele. Ela iria morrer de vergonha se ele notasse como ela estava longe de ser experiente.

— Mostre-me como lhe dar prazer — ela consertou apressadamente, torcendo para ele não perceber.

— Você está indo muito bem sem eu dizer nada — foi o que ele murmurou em resposta.

Quem sabe fechando os olhos ela conseguiria ser a mulher que ele esperava. De olhos fechados ela ficava menos inibida e podia se permitir tocar e ser tocada, passar a mão pelos músculos firmes de seus ombros e braços.

Quando deu por si ele já tinha tirado o casaco.

Mesmo tateando no escuro, seus dedos encontraram os botões da camisa dele, e logo ela estava com as mãos naquele peito firme e peludo. Era tão bom de apesar de aquela excitação latejante lhe atormentando, levando-a a deixar suas mãos percorrem caminhos para o deleite de Christian, a julgar pelos gemidos que ele deu.

 Ficou perplexa ao perceber que ele já havia tirado a roupa dela sem puxar nem arrancar nada, como ela estava esperando. O ar superaquecido do quarto de hotel esquentava sua pele exposta e ela, ainda de olhos fechados, conseguiu não corar ao pensar naqueles olhos negros e profundos percorrendo seu corpo nu.

Mas não havia como ignorar seu toque.

— Por favor...

Isto foi tudo que ela conseguiu dizer, o hálito dele parecia queimar, apesar de não fazer idéia se estava pedindo mais carícias sensuais ou para que ele parasse antes de fazê-la desmaiar de tanto prazer. O prazer era tanto que quase doía. Ela não conseguia mais pensar.

Aquelas mãos maldosas e atormentadoras começaram então a descer, e a acariciar a suave parte interna das coxas de Isabella, deslizando pela cintura até adentrar a calcinha de seda que era a única peça de roupa que ela ainda tinha no corpo. Mas Edward habilmente a tirou, deixando seu corpo sem nada.

Toda a vergonha que ela pensou que sentiria de ficar exposta daquele jeito desapareceu debaixo da onda de desejo. Era aquilo que ela queria; era daquilo que ela precisava. Era aquilo...

Sua mente se despedaçou em uma explosão de deleite erótico quando sentiu que estava sendo tocada na parte mais sensível do corpo feminino. As carícias irresistíveis,  a língua quente daquele homem a  fizeram arfar de um jeito incontrolável, e seu corpo começou a se mover como se estivesse entrando em convulsão. Onda após onda de calor lhe engoliram, deixando-a fraca e largada, boiando à deriva nos tremores secundários e um prazer que ela jamais pôde conhecer antes.

E então Edward cobriu-a com seu corpo. Encaixou suas pernas pesadas e atléticas entre as dela, fazendo-a se abrir mais para ele. A potência quente e firme do desejo de Edward adentrou a deslizante e ardente sombra de sua intimidade mais profunda.  Não havia tempo para medos nem hesitações.

O momento em que o fato se consumou foi tão ligeiro, tão certeiro, penetrando tão profundamente naquele corpo receptivo e desejoso que ela só sentiu uma pontada mínima de dor, uma leve resistência de seus tecidos mais tenros indicando que era a primeira vez que sentia aquilo.

Por um minimo momento ela abriu os olhos e viu o estupor naquele rosto moreno perto do seu, e quando seus olhares se encontraram,  mil perguntas estavam estampadas e com certeza ele iria exigir que fossem respondidas, mas no olhar de Isabella ele também compreendeu um pedido mudo para não fazê-lo naquele momento.

Foi então que tudo foi lentamente saindo de foco.

Então ele começou a se mexer para frente e para trás, mais profundamente, adentrando-a com mais força, e cada investida fazia acumular mais um degrau de sensação, um sobre o outro, fogo sobre fogo, até que sua mente começou a derreter naquele sonho prazeroso que tomou conta de si.

Fechou os olhos novamente para melhor aproveitar as sensações alucinantes que percorriam seu corpo. Jogou a cabeça nos travesseiros com a boca ligeiramente aberta para arfar em busca do ar que lhe escapara dos pulmões. Seu corpo inteiro estava a ponto de entrar em colapso, de entrar em um estado primitivo de concentração total em seu interior.

Ela estava subindo degraus novamente, e subindo mais, e mais, e seguindo na direção do ápice, do que jamais soube da existência, mas pelo qual procurava mesmo assim inconscientemente. E quando ela enfim chegou naquele ponto máximo além do máximo, sentiu que não estava mais dentro do próprio corpo; estava flutuando, livre, em meio a uma explosão de estrelas que se transformou na escuridão completa de um desligamento absoluto. 

" Ah...como aquela sensação era boa!" - ela pensou - " Muito mais do que boa...ah....Como pôde viver tanto tempo sem isso?"

Segundos depois foi a vez de Edward soltar um grunhido de quem estava chegando lá também, até que perdeu a consciência do mundo ao redor e tudo que existia agora era o corpo daquela mulher que o envolvia com tanta paixão, e seus corações batendo ao mesmo tempo.

Foi um estado de inconsciência do qual ele mal acordou ao longo da noite. Às vezes parecia que seus sentidos lutavam para sair do estupor erótico no qual ele estava imerso, quase retomando a consciência real.

Quase.

Porque quando ele tentou se mexer para se levantar sentiu o toque macio das pernas daquela mulher ao seu lado. E junto veio uma espécie de corrente elétrica, puxando-os das profundezas do sono para mais uma vez satisfazer às exigências primitivas de seus corpos.

Até que no fim foram vencidos pela exaustão total que o jogou em um sono tão profundo que ele mal sentiu quando, pelas primeiras horas da manhã, Isabella se levantou da cama. Ela mal conseguiu se levantar da cama. Sentia suas pernas meio bambas e um enorme sono que a obrigavam a uma força hercúlea para mantê-los abertos. Olhar em direção àquele homem adormecido não ajudava em nada. Tentava  vestir as roupas com mais pressa que graça, tomando o máximo de cuidado para não fazer nenhum barulho. Ainda estava na penumbra, o que dificultava um pouco mais.  Não olhava, mas estava totalmente concentrada naquele rosto másculo no travesseiro. Não queria ir embora.

Queria ficar um pouco mais de tempo com aquele homem. Conhecê-lo um pouco mais. Lágrimas começaram a brotar de seus olhos ao pensar no que estava sendo forçada a fazer.  Tinha que ir embora, abandonar aquele sonho glorioso de uma noite só e voltar ao mundo frio e cruel lá fora.

À realidade que a cercaria novamente, fazendo da noite anterior apenas uma lembrança querida.

Ela nem ousou em beijá-lo na testa, como seus instintos ordenavam. Se tivessem se conhecido antes, poderiam ter tido um futuro. 

Ou não...Ela forçou-se a parar de pensar naquilo, pois sabia que só enfraqueceria sua determinação.

Ela tinha de ir embora já, o mais rápido possível. Nem calçou as sandálias, levando na mão mesmo. A blusa abotoada errada e um coque mal feito no cabelo.  Saiu correndo em direção à porta.

Após um momento de quase pânico, respirou aliviada ao fechar a porta e alcançar o corredor acarpetado do hotel. Foi pegar o elevador.

Será que havia esquecido alguma coisa? Deixado alguma pista comprometedora? Conferiu seus pertences rapidamente e viu que estava com tudo. Menos com uma coisa.

A antiga Isabella, doce, inocente e sonhadora havia ficado naquele quarto. A partir de agora seu futuro, exigiria uma nova mulher. Mais fria e amargurada que tudo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coração" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.