Little Things escrita por Siaht


Capítulo 28
XXVIII. he's a keeper


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais uma vez!!!
Tudo bem?
Espero que gostem ♥



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XXVIII

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{he's a keeper }

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Nunca aceite conselhos de abortos estranhos, irônicos e não monogâmicos. Aquela era a lição a ser aprendida com toda aquela situação, Scorpius refletiu mal humorado, deitado em sua cama. Era um sábado bonito de verão, mas o garoto não tinha vontade alguma de sair do quarto. Ou fazer qualquer coisa além de sentir pena de si mesmo. Scorpius Malfoy, afinal, era um grande entusiasta de da auto-piedade.

Havia estragado tudo. Contara a verdade a Rose e arruinara a melhor coisa que já tivera na vida. Apesar de todos os seus melhores esforços, ele era mesmo um Malfoy. No pior dos sentidos. O menino ainda se lamuriava, quando a porta de seu quarto fora abruptamente aberta, revelando um Albus Severus esbaforido. Al não tinha a educação de bater nem mesmo quando estava na casa de outras pessoas.

— Preciso falar com você. — ele informou.

— Boa tarde para você também, Albus. — Scorpius ironizou.

O amigo revirou os olhos.

— Formalidades não são importante agora, Scorp.

— Como você entrou na minha casa? — o Malfoy perguntou, se sentando na cama.

— Quebrei uma janela e invadi. — o menino ironizou. — Seu pai abriu a porta, imbecil.

O Malfoy suspirou.

— Okay, Al. Qual a emergência? — ele indagou desinteressado. Não estava com cabeça para os problemas do amigo, naquele dia.

— Eu beijei o Bradley.

— O que? — agora ele estava definitivamente interessado. Muito interessado.

— Ele me beijou. Nós dois nos beijamos. Enfim, houve um beijo. Mais de um, na verdade.

— Quando isso aconteceu?

— Ontem. Na festa idiota do James.

— E aí?

— E aí nada, Scorpius. A gente ainda não se falou hoje. Eu não sei o que fazer.

— Faça qualquer coisa, mas não peça conselhos ao Louis.

Albus o olhou como se ele tivesse perdido a cabeça.

— Por que diabos eu pediria conselhos amorosos ao Louis?

— Acredite, você nem quer saber...

— Malfoy, eu estou no meio de uma crise aqui.

— Eu sei. — ele disse resignado — Não sou a pessoa mais adequada para te aconselhar nessa situação, Al. Mas vamos lá: o que você quer fazer?

— O que?

— É. O que você quer do Bradley. Uma coisa de uma noite só ou algo mais. Se quiser algo mais, faça alguma coisa. Mande uma coruja ou simplesmente apareça na casa dele, entrando sem pedir licença e não se dando ao trabalho de dar boa tarde, como a criatura pouco educada que você é. — Scorpius disse divertido. — Assim ele já fica sabendo logo de cara na furada em que está entrando.

Albus lhe mostrou o dedo do meio.

— Babaca.

— Mas tenha em mente que as chances de tudo dar errado são grandes. Então, talvez seja melhor não fazer nada e evitar o sofrimento.

— Que porra de conselho é esse, Malfoy?

— Um conselho vindo de alguém com experiência.

O Potter ergueu uma sobrancelha.

— Você está bem? Aconteceu alguma coisa?

— Contei tudo para a Rose ontem. Que eu gosto dela. Que quero ser mais que amigo.

— Oh! — Albus ficou genuinamente surpreso. Achava que o amigo jamais teria coragem de tomar uma atitude — E o que ela disse?

— Que precisava pensar.

O Potter hesitou por um instante.

— Isso não é necessariamente uma coisa ruim. A Rose é uma pessoa inteligente. Pessoas inteligentes costumam pensar muito.

— Nah, eu destruí tudo. Ela nunca mais vai olhar na minha cara.

Al revirou os olhos e jogo uma almofada na cara do loiro.

— Ai.

— Pare com esse derrotismo. Ela não disse “não”. E se disser, bom, vocês vão dar um jeito. Nem que eu tenha que obrigar os dois a se resolverem e voltarem a serem amigos. Não vou perder minha única dinâmica de amizade, porque vocês resolveram se pegar e isso acabou mal.

Scorpius riu sem humor. Albus suspirou.

— Eu realmente sinto muito, Scorp. Se serve de consolo, sempre achei que vocês dois ficariam juntos. Vocês são perfeitos um para o outro.

— Aparentemente não somos.

— Você vai ficar bem? Quer fazer alguma coisa? Podemos ir tomar um sorvete, plantar alguma coisa no seu jardim, comprar gel de cabelo, ouvir música clássica. Até começo um clube do livro só com romances de época cafonas, se você quiser. Estou disposto a me envolver com qualquer um dos seus hobbies de senhora de meia idade.

Scorpius riu. Aquilo era realmente uma grande demonstração de amizade.

— Eu agradeço, Al, mas só quero ficar um pouco sozinho.

— Você tem certeza?

— Tenho.

— Me mande uma coruja, se precisar. Estou falando sério.

— Eu sei. Agora cale a boca e vá logo agarrar seu goleiro.

— Você é mesmo um babaca, Malfoy.

— Você também, Potter.

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Rose passou o sábado inteiro trancada no quarto. Não estava mais triste ou chateada, apenas precisava pensar. Digerir tudo o que acontecera na noite anterior: a revelação de Scorpius, a briga com a mãe, a conversa com Hugo, todos os seus sentimentos. Precisava entender aquela bagunça e o que queria fazer sobre ela. Precisava ficar sozinha. No meio-dia de domingo, contudo, uma batida soou na porta.

— Entra. — ela disse. Sabendo que se fosse Hugo, ele entraria de qualquer jeito. O garoto batia na porta muito mais para avisar que estava chegando, do que para pedir permissão.

Mas, dessa vez, não era Hugo. Parada na entrada do quarto estava sua mãe. Os cabelos amarrados em um coque, o rosto contorcido em uma mistura de cansaço e preocupação. Um embrulho em papel de presente amarelo nas mãos.

— Posso conversar com você? — ela pediu, soando um tanto receosa.

Rose concordou com um aceno de cabeça, não conseguia pensar em uma única palavra para dizer. Talvez devesse pedir desculpas por seu comportamento destemperado na noite de sexta. O lado dela que se recusava a pedir desculpas para a mãe gritava em negação dentro dela. Mas talvez ela precisasse sufoca-lo algum dia. Orgulho não levava a nada, não é mesmo? Ainda assim, Hermione a surpreendeu sentando-se ao seu lado na cama e falando primeiro.

— Rose, eu... eu sinto muito. Você estava certa. — o mundo estava prestes a acabar, a garota pensou. Era a única explicação para a Irritante-Sabe-Tudo de quem era filha estar admitindo que estivera errada — Eu entendo que minhas experiências são diferentes das suas. E, acredite, eu fico feliz por isso. Nunca iria querer que você passasse pelo que passei. Eu só quero que você seja feliz e que seja a melhor versão de si mesma que puder ser. E eu compreendo que talvez a sua melhor versão não se pareça muito comigo. — ela disse de forma gentil e, então, entregou o embrulho amarelo para filha.

A menina o abriu o presente com cuidado. E se surpreendeu ao ver um livro de Adivinhação ali dentro. Ergueu a cabeça, olhando chocada para a mãe. Hermione suspirou.

— Estaria mentindo se dissesse que entendo seus gostos e seus sonhos, Rose. Não entendo. Mas vou tentar respeitá-los. E, se você vai seguir nesse caminho, seja a melhor nele.

Rose sorriu.

— E se eu quiser ser apenas a terceira melhor? Ou ser completamente medíocre? — ela desafiou, porque não conseguia resistir.

Mas Hermione apenas riu, tocando suavemente a bochecha da filha.

— Ah, Rosie, você não conseguiria ser medíocre nem se tentasse. 

As duas riram uma para a outra. Não estava tudo resolvido e as coisas entre elas dificilmente seriam perfeitas. Provavelmente sempre haveria algum atrito entre as duas. Mas também sempre haveria amor. Elas poderiam lidar com o resto. Então não, não estava tudo resolvido, mas era um começo. Um ótimo começo.


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Notas finais do capítulo

Sim, Albus e Bradley é real. Podem comemorar haha
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís