A Verdadeira Obra de Arte (InoHima) escrita por Linesahh


Capítulo 1
InoHima I One-Shot


Notas iniciais do capítulo

SAHH NA ÁREA!!

Oiê! Você que é apaixonado por esse casal fofo vai A-M-A-R essa pequena one *-* Espero que gostem!



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A Verdadeira Obra de Arte

por Sahh

 

 

— Estou contando com você para fechar a loja, hein, Inojin?

O jovem Yamanaka de cabelos claros suspirou. Era impressão, ou sua mãe adorava lembrá-lo daquilo toda vez que ele ajudava na loja? Quer dizer, ele não era nenhum retardado ou coisa parecida.

— Pode deixar, mamãe, vou deixar tudo destrancado. Daí pode ser que um maluco que ache que roubar meras flores seja um plano excelente faça realmente isso.

Inojin devia ter murmurado um pouco alto demais, pois não demorou muito para a parte detrás de sua cabeça sofrer as consequências. E, daquela vez, a arma havia sido um vaso. Um vaso pequeno, mas, ainda assim, uma peça moderadamente pesada e que, consequentemente, poderia ser fatal caso acertada em diversos pontos específicos do corpo humano.

“Que bela droga...”, pôs-se a massagear a nuca dolorida depois de receber mais uma dura da mãe na frente do último cliente do dia. Inojin agradeceu aos céus quando ela foi embora, pois detestava receber bronca — e agressões físicas — na frente dos outros.

Isso era algo típico da geniosa Ino Yamanaka. Quando era para fazer o filho passar vergonha, não importava se o assunto se tratasse de demonstração de ódio ou carinho; ela não parecia ter problemas em executar nenhum dos dois.

— Uau, e eu achando que eu tinha problemas em casa...

Inojin baixou o braço, encarando o garoto loiro à sua frente com nítido estresse.

Ao menos, seu único consolo em relação ao “espetáculo de demonstração de ódio de Ino Yamanaka a seu amado filho” era justamente a plateia daquela noite; a plateia que, na verdade, tratava-se de um Boruto completamente inconveniente e desprovido de bom senso, que mantinha os olhos atentos e bem-humorados direcionados ao amigo.

Assim que a amargura da situação anterior foi baixada, Inojin finalmente voltou ao foco inicial de seus pensamentos antes de ser humilhado pela mãe. Um foco que, basicamente, era se perguntar o que raios Boruto Uzumaki fazia na Floricultura da sua família em plena sete horas da noite.

Além de ser um verdadeiro ímã para problemas e confusão, Inojin achava que ele realmente era um cara desocupado.

— Dá um tempo, Boruto — falou com ar de desagrado, começando a ajeitar o balcão e o compartimento onde todo dinheiro era guardado. — Agora que já fez questão de me atrasar, escolha logo alguma planta. Quero ir pra casa, sabe?

O Uzumaki fez uma pequena careta, e passou os olhos azuis pelas diversas flores nas prateleiras. Aquilo deu a impressão de que só agora havia se dado conta de que estava em uma Floricultura.

— Na verdade, eu não ia comprar nada, mas... Bem, já que estou aqui...

— Experimente escolher uma rosa. Talvez seja do gosto da Sarada.

Boruto rolou os olhos com tédio para o amigo pálido.

— Hilário, Inojin, completamente hilário — ele desviou o rosto, massageando a nuca. Entretanto, não demorou para que o gesto revelasse o início de uma espécie de reflexão. — Mas agora que deu a ideia...

Inojin revirou os olhos, repuxando o canto da boca num sorriso bem-humorado.

Boruto realmente era um idiota.

Concluiu a compra do amigo rapidamente, que escolheu uma rosa bem bonita e avermelhada. A cor lembrou vagamente a Inojin das vestimentas que Sarada costumava usar, e tinha certeza de que, com Boruto, havia acontecido a mesma coisa.

— Mas sabe, eu não vim aqui comprar flores — o loiro voltou a dizer uns minutos depois, quando os dois já se encontravam do lado de fora do estabelecimento. Inojin, que se ocupava em trancar a Floricultura, não deu muita atenção às palavras do amigo. Na verdade, divagava distraidamente sobre a dúvida de entrar, ou não, em casa pela janela com a ajuda de uma águia, que poderia desenhar.

Afinal, da última vez que entrou pela porta da frente, sua mãe fez questão de acertá-lo com uma baita panelada no meio da cara.

— Hum? Veio fazer o quê, então?... — perguntou, ligeiramente aéreo. Guardou as chaves no bolso.

— Himawari — Inojin travou por um milésimo de segundo ante a resposta de Boruto, que fora proferida com extrema simplicidade. — Ela precisa da sua ajuda.

▪️▪️▪️

“Ai, ai, ai... O Boruto me arranja cada uma...”

Enquanto caminhava com nítida e enigmática ansiedade na tarde do dia seguinte, Inojin se ocupava em revezar os pensamentos entre dois tópicos:

1° — amaldiçoar ininterruptamente Boruto Uzumaki, por ele tê-lo feito prometer fazer algo que ele não queria (estava com coragem) de fazer.

2° — perguntar-se seriamente o motivo para estar amaldiçoando o amigo tanto assim, uma vez que seu pedido estava longe ser qualquer absurdo.

Realmente não conseguia se esconder das próprias perturbações. Enquanto caminhava por várias ruas após sair do trem, com destino já em mente, repassava na cabeça a conversa que tivera com Boruto na noite anterior e o quanto ela o havia deixado sem ação.

“Quero dizer, a Himawari não pediu especificamente sua ajuda. Na verdade, estou aqui para pedir que você a ajude. Não sei se está com tempo livre, mas é importante para ela...”

— Droga, droga, droga — atravessava a praça central em passos rápidos, mal olhando ao redor. — Por que raios fica repetindo a palavra “droga”, Inojin? O que está acontecendo com você?

Bem, nem ele sabia ao certo. O garoto pálido de olhos cor azul-celeste só sabia que tinha que chegar até o lugar onde Boruto havia o recomendado ir por volta do exato horário atual, e por mais que estivesse preso em uma aura desordenadamente hesitante e ansiosa, sentia que estava fora de cogitação dar meia volta.

Afinal, a pessoa que precisava ajudar se tratava justamente dela.

Inojin sabia que poderia estar fazendo várias outras coisas naquele exato momento, como aprimorar o seu Chōzū Giga (Pergaminho da Super Besta), entre outras coisas. Ultimamente, estava estudando uma técnica para fazer com que os desenhos durassem mais tempo, o que ajudaria muito nas missões; e isso com certeza se tratava de uma atividade bem mais importante do que ajudar uma amiga, certo?

Seja lá qual fosse o certo ou errado, Inojin só conseguia pensar que ajudar Himawari não podia ficar para segundo plano. Afinal, ela era uma garota muito boazinha e legal, e seria falta de consideração não tirar ao menos um pouco de seu tempo para analisar o problema no qual ela necessitava de ajuda.

Certo?

De toda forma, finalmente chegou ao local indicado. Pelo que Boruto havia falado, Himawari costumava passar a tarde inteira desenhando ali, mas Inojin não pôde evitar ficar aliviado ao ver que ela ainda não havia chegado.

Visualizou a Academia Ninja, que estava logo atrás de si. Se encontrava em uma das áreas ao redor da Academia, um campo verde com bastante árvores.

Fazia tempo que não andava perto dali. Realmente era nostálgico...

Andou um pouco, parando perto de um balanço que tinha suas cordas amarradas ao tronco de uma árvore extremamente velha. Pensando bem, o balanço também era extremamente velho...

Não tinha tempo para pensar naquilo. Pelo que Boruto havia explicado, Himawari estava preocupadíssima por conta de um projeto pessoal, que era de extrema importância que fosse completado antes que ela se graduasse na Academia — evento que seria em exatos três meses.

O tal “projeto” obviamente se relacionava a desenho, motivo principal a fazer Boruto apelar à ajuda do Yamanaka. Ao que parecia, Himawari desejava fazer desenhos específicos para seu sensei de classe e mais alguns amigos, com intuito de entregar de presente no dia em que se formassem. Era algo que ela queria muito fazer, pois desejava mostrar o quanto a amizade deles era importante.

Inojin sorriu com leveza após tal pensamento. Aquilo era realmente a cara dela...

— Hum? Oh, é você, Inojin-kun?!

O calafrio em sua nuca pareceu se intensificar de repente. Que reação estranha...

— Aah... err, sim, sou eu. E aí está você, Himawari-chan — virou-se, meio sem jeito. Colocou a mão na nuca, massageando-a; talvez assim aquele choque repentino diminuísse.

De qualquer forma, resolveu focar toda a atenção na menina à sua frente.

Desde que havia completado doze anos, Himawari, na concepção de Inojin, havia mudado muito ao mesmo tempo que não mudou nada. Observando-a com aquele costumeiro corte de cabelo curto e sorriso luminoso, Inojin achou que ela havia atingido o ponto máximo de graciosidade e fofura.

— Que grande surpresa! O que está fazendo aqui? — ela perguntou com expressão resplandecente e com uma considerável nota de admiração. Ideias e mais ideias deveriam estar surgindo naquela cabecinha adorável.

Decidindo, então, por esquecer quaisquer pensamentos ou sensações que lhe causassem algum tipo de constrangimento, Inojin abanou a cabeça e olhou-a com igual animação.

— Eu vim ajudar você! Sabe, ontem...

Explicou toda a conversa que tivera com o irmão mais velho da garota, onde haviam combinado de o Yamanaka aparecer naquele mesmo local, o qual Boruto confidenciou que Himawari adorava passar a tarde treinando e desenhando.

Foi decidido por Boruto não contar nada a Himawari sobre Inojin, pois achava que assim seria melhor. Desejava que a irmã tivesse uma agradável surpresa, também.

Ao fim de toda explicação, os dois sentaram-se em um dos bancos à sombra de uma árvore. Inojin, agora sentindo-se bem mais confortável, perguntava-se o motivo para ter ficado tão ansioso nos minutos anteriores. Ele e Himawari eram amigos, afinal. E gostava de passar o tempo na companhia dela.

Virou-se para a garota.

— Quer dizer que deseja fazer retratos de seus colegas?

Ela balançou a cabeça animadamente em concordância.

— Sim, sim! Mas não de todos, na verdade, quero fazer só do Shino-sensei e dos meus amigos, Ehou e Yuina!

Inojin colocou a mão no queixo, abrindo um leve sorriso.

Que projeto interessante... não lembrava da última vez que havia feito um retrato de alguém. Realmente esse tipo de trabalho era um desafio para iniciantes...

Mas sabia que Himawari não era nenhuma amadora.

— Mas por que a insegurança? Os traços de seus desenhos melhoraram absurdamente nos últimos dois anos, sempre está entre os destaques nos concursos artísticos da vila!

Himawari bambeou um pouco a cabeça, juntando as mãos e abrindo um sorriso nervoso. Mostrava a fisionomia de alguém embaraçado.

— Mas é que fazer o retrato de alguém deve ser muito difícil. E, na verdade, já tem algumas semanas que penso em pedir a sua ajuda. Você é um artista incrível, Inojin-kun!

As sobrancelhas do garoto se arquearam lentamente. Um brilho de surpresa e admiração inundou seus olhos.

Aquilo queria dizer que ele se tratava da primeira opção para Himawari pedir ajuda? Quer dizer, Inojin reconhecia que seus talentos artísticos eram inquestionáveis, afinal, trabalhava e lutava por meio deles. Ou seja: era sua obrigação ser bom no que fazia. Mas, por algum motivo, sempre que se colocava ao lado de Himawari, qualquer coisa em que trabalhava se tornava medíocre diante da luminosidade que ela transpassava em tudo, desde sorrir, até lutar.

Desviou do olhar dela, coçando a parte de trás da orelha esquerda com o lápis que tinha em mãos.

— Não é pra tanto assim, Himawari-chan... — após se recompor, endireitou o corpo para ficar de frente para ela. — Mas nem precisa perguntar, te ajudarei no que for preciso. O ninja que sou hoje é graças a você, sabe disso.

Himawari inclinou o corpo para frente, piscando seus lindos e grandes olhos azuis, admirada.

— Uoh! Você ainda se lembra daquilo? Foi muito divertido quando você foi meu aluno, não foi? Seus desenhos se mexiam e eram tão lindos!

Inojin sorriu. Os tempos em que ficou como pupilo de Himawari pareciam ter sido ontem mesmo... Foi graças a adorável Uzumaki que percebeu que colocar sentimentos nos desenhos fazia toda diferença do mundo, tanto para seu jutsu, quanto para se sentir feliz fazendo o que gostava.

Decidiu que se entregaria àquelas lembranças em outro momento. Se desejava ajudar Himawari, era necessário dar o máximo de atenção possível para a situação.

— Obrigado, Himawari-chan. Pode deixar que ajudarei no que puder, mas... — a dúvida e curiosidade surgiu em seus pensamentos. — Como posso ser útil, exatamente?

Um sorriso brincalhão cresceu no rosto da doce menina.

— Desenhando, é claro — ela pegou um pacote no banco, no qual carregava uma bela quantidade de folhas grossas e virgens, colocando-as na frente dele. — Quero que faça um retrato de mim.

Inojin arregalou os olhos. A sensação de constrangimento que outrora achou ter esquecido, voltou com força total.

— Desenhar... você? — remexeu-se internamente, entre surpreso e embaraçado. Por algum motivo que desconhecia, a ponta de seus dedos começou a suar frio.

Himawari, por sua vez, arqueou os olhos, parecendo não compreender sua hesitação. — Oh, claro, Inojin-kun! Só tem eu aqui e... — algo pareceu ter se esclarecido na mente da garota, pois ela logo abriu um sorriso de compreensão. — Ah, você não entendeu? Então irei explicar: o motivo de eu querer que você me desenhe é para que eu tenha uma base, entende? Assim, terei no que me basear quando eu for tentar desenhar!

Com o olhar animadamente intenso que ela lhe direcionava, Inojin sentiu uma estranha necessidade de mudar o foco para a maleta que tinha acima do colo, onde guardava seus pincéis, tintas e telas em branco.

“É, o que ela falou faz sentido...”

Após murmurar que já possuía seu próprio material, Inojin destravou a maleta, pregando uma das telas médias no próprio suporte, que se tratava da tampa do objeto. Aquele presente que recebera em seu último aniversário havia vindo a calhar, pois agora poderia desenhar em qualquer lugar que fosse.

Girou um dos pincéis finos entre os dedos, virando-se para ela.

— Vou começar, está bem?

Tivera de esperar um pouco antes de iniciar os primeiros esboços, pois Himawari indagou se precisava ficar parada como uma estátua. Felizmente para ela, Inojin já era veterano naquela área e, portanto, respondeu que não precisava. Assegurou ainda que ela poderia até mesmo conversar durante o processo, se quisesse.

Sendo assim, Himawari pôs-se a falar.

Comentou sobre tudo e mais um pouco. Falou sobre como era divertido frequentar a Academia e o quanto a lembrança de que a graduação estava próxima a chateava. Confidenciou também sobre a atual convivência em casa, como o fato de seu pai, Naruto Uzumaki — o atual chefe da vila —, estar novamente ocupado nas últimas semanas. Mas tanto ela, como Boruto e Hinata, continuavam o apoiando o máximo possível, desejando que ele fizesse o seu melhor.

Himawari disse também que estava adorando aprender novos pratos com a mãe, e que era superdivertido cozinhar com ela. Já em relação ao irmão, ele também se encontrava bastante ausente por conta das missões diárias e de saídas com seus companheiros de time, Mitsuki e Sarada.

— É legal, Inojin-kun? Quando chega a parte dos times, digo.

O garoto desviou os olhos da tela, direcionando-os para ela. Pela primeira vez naquela conversa, as sobrancelhas de Himawari murcharam um pouco, denunciando uma expressão ansiosa e preocupada.

Sentindo-se incapaz de passar mais de cinco segundos olhando nos olhos dela, Inojin voltou a atenção para a tela, que agora já se encontrava preenchida por um esboço perfeito das feições faciais simétricas de Himawari.

— Acho que isso depende muito de com quem você cai... — falou sem pensar, se corrigindo rapidamente ao ver o semblante da menina se ressequir ainda mais. — Digo!... oras, é que é comum que, às vezes... quero dizer, que há situações em que... — acabou se embolando.

Respirou fundo, sentindo-se um verdadeiro idiota. Por que sempre tinha dificuldade em formular palavras quando estava na presença dela?

Organizou os pensamentos, voltando a pintar suavemente as linhas dos cabelos de Himawari.

— O que estou querendo dizer — começou, calmamente. — É que alguém como você não precisa se preocupar com esse tipo de coisa, como a formação dos times, por exemplo.

As delicadas feições da jovem Uzumaki assumiram um ar de confusão.

— Alguém como eu? Como assim?

Por um triz a mão de Inojin foi ágil o bastante para evitar uma possível linha torta. Que sorte.

— Hã... alguém que não tem inimigos — respondeu, ao mesmo tempo em que sentiu uma sensação engraçada se apoderar de sua mente. — A não ser que...

Himawari riu, balançando a cabeça. Suas madeixas curtas balançaram graciosamente com o vento.

— Ah, agora entendo o que quer dizer! — ela colocou a mão no queixo, olhando para o céu pensativa. — Acho que faz sentido, sim. Se duas pessoas que possuem problemas são colocadas para fazer algo juntas, penso que deve ser complicado para elas — virou a cabeça para o garoto, fechando os olhos e dando um lindo sorriso. — Ainda bem que na minha sala só tenho amigos!

Inojin sorriu, pensando o quanto aquilo era impossível de ser diferente.

Afinal, aquela era a Himawari.

— Mas não se preocupe, de uma forma ou de outra, você vai achar legal — garantiu. — Se até eu, que passo o dia com o preguiçoso do Shikadai e a gulosa da Chocho, sou feliz, para você com certeza será o paraíso completo.

O sorriso de Himawari relaxou.

— Eu espero que sim.

Percebendo que passou alguns segundos a mais do que o necessário a encarando, Inojin voltou a pintar, porém, sem conseguir se livrar daquela sensação estranha...

Mas logo notou que tal ação não adiantou em muita coisa, pois um perfeito par de olhos azuis pintados na tela lhe encararam com tanta intensidade quanto os da garota a seu lado.

“Maldita hora em que fui ser alguém bom de desenho...”, balançou levemente a cabeça, buscando se concentrar. Himawari mostrava-se estar completamente normal, o que significa que nada estava acontecendo. Então, por que continuava a sentir como se houvesse comido uma lata inteira de tinta?

Continuou pintando, tendo que, com muito esforço, checar ocasionalmente o rosto de Himawari, a fim de fazer com que cada traço do retrato saísse perfeito. A Uzumaki, por outro lado, havia parado de falar, e agora se ocupava em revezar seu olhar admirado e animado entre o desenho e o rosto do amigo — gesto que fazia com que Inojin fosse diminuindo, gradualmente, os olhares analíticos ao rosto dela.

Inojin estava impressionado. Cada traço de Himawari era uma mistura excepcional das feições do Hokage e de sua graciosa mãe, Hinata. Ela era a combinação perfeita dos pais. Os cabelos inclinados para um tom lindamente azulado, os olhos grandes e brilhantes da cor do céu da manhã... até mesmo os estranhos riscos nas bochechas que ela e Boruto possuíam, se tornavam um toque essencial para juntar harmoniosamente cada uma de suas admiráveis características faciais.

Para Inojin, Himawari tinha tudo o que era necessário para se assemelhar a uma verdadeira obra de arte.

E fazendo essa analogia, pensou no quanto era triste que seus encontros eram algo raro de acontecer. Sua vida de ninja estava corrida, e agora que Himawari visava seguir o mesmo caminho, era comum que estivessem ocupados demais.

— Uau! Inojin-kun, ficou incrível! Está perfeito, de verdade!

Inojin piscou, percebendo, de repente, que havia concluído seu trabalho. O retrato havia ficado realmente impecável, a ponto de ser confundido facilmente com uma fotografia.

Entregou o desenho para ela, que praticamente pulava de alegria e excitação.

— Está lindo, muito, muito mesmo! — ela voltou-se a ele, pegando-o de surpresa ao fazer uma das expressões mais radiantes que ele já vira na vida. — Muito obrigada, Inojin-kun!

O garoto levantou-se lentamente, ainda desnorteado demais para pensar em algo para responder. Por isso, se limitou a sorrir meio sem jeito e acenar.

— Não precisa agradecer, Himawari-chan. Não tinha como o retrato não ficar perfeito sendo você a modelo.

“Droga!”, mordeu a língua.

O que estava dizendo? Ela iria achá-lo o maior idiota!

Ainda se remoendo por suas estúpidas palavras anteriores, Inojin não sabia se sentia alívio ou desespero com a expressão engraçada que Himawari fez. Parecia ser a de alguém que não compreendera muito bem o sentido de sua frase.

De qualquer forma, de repente, os olhos dela foram atraídos para algo aos pés do garoto.

— Isso é um girassol? — o rosto dela se iluminou.

Inojin ficou confuso por um segundo antes de se tocar na flor caída na grama. Apanhou-a, coçando a orelha com a parte de trás do pincel.

— Ah, é sim... — observou as pétalas amarelas, distraidamente. — Uma vez, ouvi minha mãe comentando que você gosta, então... Bem, de todo jeito, é pra você.

Entregou o girassol a ela, que pareceu encantada.

Himawari levantou os olhos para ele. Pela primeira vez, o sorriso que se abriu em seu rosto, assim como seus olhos, pareceu conter uma parcela de timidez.

— Você é mesmo muito bom para mim.

Inojin impressionou-se, mas Himawari pareceu não perceber. Ela inclinou levemente a cabeça em sinal de respeito antes de agradecer mais uma vez e partir.

Inojin devia ter permanecido ali por mais dez minutos, puramente estático. O peso no peito que passou praticamente o dia inteiro sentindo, de repente, desapareceu. O pincel que tinha em mãos escorregou por entre os dedos.

Pois, no lugar da dúvida, a mais absoluta compreensão havia surgido; assim como a mais pura certeza que floresceu a seguir. Uma certeza que, naquele momento, acompanhava, vividamente, os passos da doce garota que já se encontrava longe.

Acompanhando sua verdadeira obra de arte. 


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Notas finais do capítulo

Ai, gente, eu me derreti toda por essa fic *-* Esse é um dos meus shipps favoritos, ele TEM que acontecer! Espero que tenha gostado, e aguarde, pois vem muito mais!



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