Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 30
Capítulo XXIX


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos. O que estão achando? Me contem!!!
Lá embaixo, tem uma surpresa pra vocês, fiquei muito feliz em fazer.



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Abril de 1957

Alicia acordou com alguém puxando seu braço forte, quando ela deu por si havia caído no chão e levou a mão a barriga automaticamente com medo.  Quando abriu os olhos viu um Pedro furioso a sua frente e apertando mais ainda o braço dela.

— Que merda é essa? - Ela gritou com ele

— Pode me dizer o que faz dormindo neste sofá? - Lici sentiu seu braço mais dolorido.

Ela tentou puxá-lo, mas Pedro não o soltou. A jovem olhou furiosa para ele, mas não surtiu efeito, ele continuou a encarando com ódio nos olhos. Alicia engoliu em seco.

— Eu não vou respondê-lo, se continuar a me segurar assim.

— Você vai me obedecer, Ali. - Ele falou firme.

Lici sentiu seu corpo tremer.

— Se continuar a me tratar assim, irei perder o bebê. - Ela se agarrou a única esperança.

Pedro afrouxou os dedos em volta de seu braço.

— Sinto muito. - Seus olhos se abaixaram e Lici sentiu arrependimento verdadeiro vindo dele. 

— Espero que não volte a se repetir. - Ela se levantou.

— Não irá, se você começar agir como uma esposa. - Pedro sorriu confiante.

Alicia engoliu em seco e o encarou. Não entendia o que se passava pela mente dele, mas conseguia ver loucura em seus olhos. Como pude permitir que tudo isso acontecesse em minha vida?

— Desculpas, irei fazer o café. - Ela forçou um sorriso.

Só precisava aguentar um dia com ele e depois fugiria para sempre.

Ela suspirou e foi para cozinha prepara um café. Ao abrir os armários viu o quanto estavam abastecidos. Há quanto tempo Pedro planejava tudo aquilo? Pegou o café e o fez, preparou alguma torradas e colocou a mesa. Ela só precisava fingir ser a boa esposa por um dia e depois conseguiria fugir, disse a si mesma mais uma vez. Ao terminar, chamou ele e subiu para o quarto para trocar de roupa, quando desceu viu Pedro tomando café com um jornal na mão. E ela jurou que aquilo era uma cena de filme.

— Se sente, querida. - Ele pediu indicando o assento ao seu lado.

Alicia se sentou ao lado dele e ele se aproximou para dar um beijo em sua bochecha. Ela quis recuar, mas achou melhor não. Era bom que ele achasse que estava ganhando. Ela recebeu aquele beijo com o seu sangue fervendo e a vontade de limpar sua bochecha foi enorme, mas achou melhor não fazer aquilo. Respirou fundo e deu um sorriso. 

— Vou ao emprego. - Pedro baixou o jornal.

— Emprego?

— Sim, temos que ter um emprego para sustentar nossa família. - Sorriu.

Quando mais tempo ela ficava ali, mas ela começava sobre a loucura de Pedro. Quem daria emprego a um louco como ele? Pensou.

— Com certeza. - Alicia sorriu.

A jovem pensou que, pelo menos, seria mais fácil passar o dia se metade dele Pedro não estivesse presente.

Pedro se levantou e pegou as chaves na porta.

— Só há uma cópia. - Ele balançou as chaves no ar.

Alicia engoliu em seco. Sentia que sua boca estava ficando cada vez mais seca. A cada momento ela achava que aquilo era um pesadelo e logo ela acordaria. Não podia ser possível tudo aquilo. Pensava. Ela se levantou e preferiu beber um copo da água. 

Assim que ele saiu, a jovem esperou algum tempo, quando teve a certeza de que ele não voltaria, correu para o quarto do casal. Começou a mexer nas coisas dele guardadas no armário, mas encontrou apenas roupas e acessórios. Achou uma maleta, mas havia apenas documentos da casa e dele dentro. Nada do dispositivo. Precisava daquilo para ir embora. Mas se ele havia a deixado presa dentro de casa, com certeza havia levado o objeto com ele. Alicia se sentou na cama suspirando.

— Quanto tempo tenho que aguentar desse pesadelo? - Disse a si mesma.

Ela resolveu descer e limpou a mesa, fez o almoço com as coisas que já tinha na casa e almoçou sozinha quando deu uma hora da tarde. Esperou sentada no sofá por Pedro e quando viu barulho de chave na porta, se manteve a alerta. Ele entrou e ela forçou o sorriso mais sincero que conseguia ao se levantar e ir até a porta.

— Boa noite, querido.

Pedro olhou confuso para ela. Não era possível que ela tivesse mudado assim.

— Estou cansado, Alicia, vou tomar um banho.

— Ah sim, depois o jantar já está pronto. Fiz frango assado, você vai amar. - Ela sorriu.

— Que bom que está começando a aceitar. - Pedro deu um beijo rápido nela.

Assim que ele deu as costas, Alicia limpou a boca com o dorso da mão. Viu ele subindo as escadas e foi atrás com um sorriso falso. Quando ele entrou no quarto e começou a tirar a roupa, Alicia se ofereceu para ajudá-lo, assim ele deixou toda a roupa jogada na cama e se dirigiu para o banheiro. Alicia se sentou na cama e começou a fingir que estava dobrando, enquanto dobrava cada peça de roupa, procurava pelo dispositivo. Até que achou no bolso do paletó, ela quase suspirou aliviada. Deixou o dispositivo ali mesmo e dobrou todas as roupas deixando em cima da cadeira, com o paletó por cima.

Pegou uma camisa e calça no guarda roupa e levou até o banheiro.

— Separei sua roupa. - Ela disse já no banheiro.

— Obrigada. - Pedro sorriu consigo.

Finalmente terei minha tão sonhada família. Pensou consigo ao ver que Alicia estava aceitando tão bem todas as mudanças. Pensou que seria mais difícil no começo, mas ela estava se adaptando bem.

Alicia saiu do banheiro e esperou ele na mesa para jantar, ele não demorou muito e se juntou a ela. O jantar seguiu com apenas Pedro falando de como havia sido o dia no serviço. Entediante, Alicia concluiu, mas apenas sorriu toda vez que ele olhava para ela e concordava com a cabeça a cada pergunta. Sabia que naquele momento já podia ir embora, mas preferiu esperar quando ele dormisse. Esperava ter sucesso.

Depois do jantar, ele a chamou para assistirem TV e Alicia ficou ali perto dele fingindo rir do que passava na TV. Sabendo que quando chegasse em casa tomaria banho de álcool.

— Estou cansada. Vou ir dormir. - Ela se levantou.

— Boa noite, querida. - Pedro beijou sua mão.

Quando Alicia chegou no quarto dos seus pais, lavou a mão umas dez vezes com nojo de cada toque dele. Ela trocou de roupa, colocando uma camisola, pois era o único pijama que tinha e se deitou. Alguns minutos depois ela viu Pedro chegando, mas fingiu que já estava dormindo. Quando ele deu as costas para ela, abriu os olhos e viu ele mexendo nas roupas em cima da cadeira.

Alicia pedia que o universo a ajudasse naquele momento. Somente naquele momento.

Pedro se juntou a ela na cama e depois de alguns momentos quando Alicia se levantou da cama e passou a mão sobre o rosto dele, teve certeza que ele estava dormindo. Chegou perto da cadeira e procurou o dispositivo no paletó. Estava lá. A jovem olhou para cima e agradeceu às forças divinas que haviam ajudado. Pegou suas roupas antigas, pois sabia que não podia chegar daquela forma no presente.

Decidiu sair do quarto e foi para o seu, decorado de coisa de bebês.

— Vai ficar tudo bem, filho. Você terá um quarto mais bonito que esse. - Disse a jovem olhando para sua barriga ao trocar de roupa.

Ela girou o dispositivo com a luz fraca e pensou em seu tempo, na sua casa e no chá de bebê. Esperava que desse certo, porque ela não saberia o que fazer se não desse. Quando sentiu a luz violeta a envolvendo, viu também a porta do quarto se aberta com fúria e viu um Pedro a agarrando com violência, mas eles saltaram. E Alicia pensou com toda a força que tinha em seu tempo, o desejo dele não poderia interferir. 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que será que vai acontecer com a Alicia e Pedro?
Nesse meio tempo, eu criei um trailer pra essa história. Espero que gostem.
https://www.youtube.com/watch?v=wDceEZ11ROc



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