Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 3
Capítulo II




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Abril de 2020

Lici abriu a porta e viu sua mãe em casa com sacolas de compras. Ela havia comprado comida pronta. A mulher alta levantou o olhar para filha e sorriu, deixou o celular sobre a bancada da cozinha e começou a arrumar os pratos na mesa junto com a comida pronta.

— Churrasco. - Falou Elena

Lici sorriu. Amava churrasco e comida pronta do restaurante perto da loja da mãe dela era uma delícia. A jovem largou a mochila em cima do sofá e foi lavar as mãos. 

— Olha o que achei. - Lici pegou o objeto redondo do bolso e mostrou a mãe.

Elena largou os talheres sobre a mesa e pegou o objeto. Ela rodou e rodou várias vezes se admirando de como o objeto era lindo. Ela tentou rodar as partes, mas não conseguiu nada e ficou com medo de fazer força e quebrar. 

— Me empresta? - Ela olhou para filha. 

— Você me devolve?

A mulher concordou com a cabeça e saiu da mesa sumindo em seu atelier que tinha em casa. Lici se serviu e ficou pensativa do que mãe poderia fazer com objeto. Ela era cheia de transformar as coisas que acham em lindas joias. Quando Lici era criança sua mãe vivia fazendo coisas lindas com objetos que a menina achava brincando. Sua mãe voltou depois de 15 minutos balançando um colar a sua frente. Era um lindo colar de tira de couro fina que segurava o objeto redondo em um lindo nó.

— Uau! Ficou lindo. - Se admirou Lici.

Sua mãe devolveu para filha e a mesma colocou o no pescoço, que ficou na altura dos seus seios. Lici pegou o objeto na mão e ficou admirando.

— Obrigada.

A mulher sorriu e se serviu do almoço. Elas começaram a conversar sobre alguns cliente novos que chegaram a loja de Elena para fazerem alianças e Lici conversou sobre o novo estagiário do Professor Marcos. Logo depois a jovem tirou a mesa e guardou o resto da comida na geladeira, sua mãe deu um beijo na bochecha dela e saiu para retornar ao trabalho. Lici lavou a louça que haviam sujado.

O resto do dia a jovem passou fazendo algumas lições e depois vendo série na televisão. Até que chegou a noite, sua mãe voltou do trabalho e correu para tomar um banho e seu pai chegou logo depois. Um homem de ombros largos, cabelos negros grisalhos e olhos verdes, os quais Lici havia puxado.

— Oi Alicia. - Seu pai sempre a chamava pelo nome ou pelo apelido de Ali ou querida.

— Oi pai. - A menina olhou por cima do ombro pro homem que havia acabado de chegar.

Ele largou as chaves e carteira em cima aparador próximo a porta e foi para o quarto. Alicia esquentou o resto do almoço e todos jantaram na mesa. Eles tinham esse costume ou estavam tentando a se acostumar com isso esse ano. Era uma promessa que haviam feito no ano novo para eles. O pai, Gustavo, trabalha em um escritório e sempre reclamava de como não gostava do ambiente e que sonhava com o dia em que poderia fazer um mochilão pela Europa e conversava sobre o preço das passagens.

— Você deveria ir com a mamãe. - Lici comentou.

Sua mãe olhou surpresa para ela. Elena gostava da ideia de querer viajar só com o marido, fazia tempo que não faziam aquilo. Mas odiava a ideia de deixar a filha sozinha.

— Eu posso ir para casa da Mel ou da Bia, às mães delas não se importariam. Ou posso ficar aqui só também, já sou grande, né. - Ela levou a garfada de arroz a boca.

— Ela tem razão, amor. - Disse Gustavo todo sorridente.

— Eu sei, mas não vamos fazer nada agora. Eu preciso pensar, não posso viajar assim de supetão. - Elena entrelaçou a mão ao do marido e deu um sorriso afetuoso para ele.

Ele apenas concordou com a cabeça e o sorriso sumiu. Ele sabia que uma dia iria conseguir fazer aquela viagem, mas esperaria a mulher e jamais deixaria a filha sozinha sem alguém de confiança em um momento que o mundo estava tão perigoso.

— Pode deixar que lavo a louça. - Falou o pai quando viu que a filha já havia terminado e estava indo para pia.

— Obrigada.

Lici sorriu e pegou uma garrafa de água na geladeira e subiu para o quarto. Amanhã teria que acordar cedo, para ir para escola e já estava exausta. A jovem de cabelos negros escovou os dentes, arrumou os cabelos em um coque mal feito e trocou de roupa colocando a camiseta velha que havia dormido ontem. Colocou o celular sobre a mesa lateral para carregar e apagou a luz se ajeitando para dormir.

No meio da noite o objeto que havia sido transformando em um colar brilhou, com uma luz franca na cor violeta. Mas Lici e nem ninguém da casa observou, pois todos já estavam dormindo. E com isso ninguém percebeu quando duas pessoas entraram na casa ao conseguirem abrir a janela.

Eles eram silenciosos e estavam vestindo roupas pretas da cabeça ao pé. A mulher que tinha os cabelos loiros amarrado em um rabo de cavalo olhou para o homem e levou o dedo à boca pedindo silêncio. O homem que era alto, de ombros largos e cabelos castanhos em um corte militar concordou e fechou a janela trás de si.

— Onde você acha que está? - A mulher perguntou.

— Eu não sei, mas vamos procurar nos quartos. A localização dava nessa casa.

Ambos subiram as escadas de forma muito silenciosa e ninguém na casa percebeu nada. Mas eles também não perceberam quando uma terceira pessoa entrou pela janela que estava aberta e apenas precisava ser empurrada.

A terceira pessoa que entrou na casa era um homem, alto, magrelo e de cabelos negros cacheados. Ninguém o ouviu também quando ele começou a seguir as duas outras pessoas pela casa.

Eles entraram no quarto do casal e assim que abriram a porta eles balançaram a cabeça em sinal de negativa e fecharam a porta. Eles se dirigiram para o quarto de Alicia, que dormia como uma pedra. Eles abriram a porta e concordaram com a cabeça. Estava ali o que eles procuravam. 

Alicia se mexeu na cama e resmungou alguma coisa o que fez o casal se paralisar onde estavam. Mas ela não acordou e depois de eles perceberem isso, começaram a procurar nas gavetas e armários, mas não acharam nada. Até que Lici se mexeu de novo e o coberto que antes a cobria toda, deslizou até metade do seu corpo, deixando exposta o objeto que brilhava em sua cor violeta. O casal se entreolhou e se aproximou da cama da menina.

O homem se posicionou em cima de Alicia e pegou a pequena faca que trazia consigo para cortar a corrente de couro, mas assim que o peso dele foi posto em cima de Alicia, ela acordou.

A jovem estava assustada. Havia um homem em cima dela e todas as piores coisas começaram a passar pela sua cabeça. Não era possível. Como ele havia entrado ali. Ela queria gritar e quando ameaçou fazer isso o homem levou a mão a boca dela e a faca que trazia ao pescoço da jovem.

— Se gritar, você morre.

Ela tremia como uma criança com medo. Tantas vezes que passou com o passo apertado nas ruas escuras e agora seria estuprada dentro da própria casa. Ela começou a chorar.

O homem a olhou com dó, mas era o serviço dele e não podia fazer nada. Ele apenas pegaria o colar e torceria para que ela não acordasse o resto do pessoal da casa.

— Não precisa ser tão bruto com a jovem, né Antônio. - A terceira pessoa que havia entrado na casa entrou no quarto.

Alicia olhou por cima do ombro do homem e ficou mais assustada ainda. Seria abusado por dois homens.

A outra mulher que havia entrado na casa se colocou à frente da terceira pessoa.

— Você irá vir conosco. Não deveria nem estar aqui. - Ela falou com a voz muito calma e doce.

Havia três pessoas no quarto. Alicia estava quase desmaiando de tanto medo.

O homem que estava em cima dela cortou a corrente de couro e fechou a mão em volta do objeto circular. Ele olhou nos olhos de Alicia e a jovem viu um olhar frio e que não teria nenhum problema em matá-la ali agora.

— Eu vou sair. Se você gritar, eu a mato antes que você possa piscar. - Ameaçou.

Ele saiu de cima da jovem com cuidado e ela ficou encolhida na cama com muito medo e não se atreveu a gritar.

Enquanto isso a terceira pessoa que havia entrado na casa lutava com a mulher no quarto de Alicia para impedir que a mulher levasse embora o que era dele. Ele se desviava dos golpes de faca da mulher com maestria e na terceira vez que ele desviou, ele se abaixou e derrubou a mulher com a perna, onde ela tropeçou e caiu batendo a cabeça com tudo. Ela fechou os olhos e sangue começou a sair da sua cabeça, bastava saber se era um corte pequeno ou grande. Mas o homem não se importou.

O homem do corte militar viu a cena e sentiu ódio percorrer suas veia, antes que ele pudesse partir para cima da terceira pessoa, em um ato de coragem Alicia deu com o seu abajur na cabeça do homem. O que deixou ele atordoado e foi perfeito para o homem de cabelos negros pegar o objeto que estava na mão do homem.

Em um ato de ódio corte militar se virou para jovem com a faca em mãos, prestes a matá-la por aquele ato. Mas antes que ele pudesse chegar na jovem, o homem de cabelos castanhos foi mais rápido e chegou na jovem primeiro. Já com objeto em mão aberto e uma luz violeta saia daquilo e começou a envolvê-los e Alicia se sentiu como se estivesse pulando, ou pelo menos ela não sentia mais nada em seus pés. Estava apavorada.

Mas quando abriu os olhos viu que estava em algum lugar escuro, onde só conseguia enxergar a luz ou fumaça, ela não conseguia distinguir, violeta que a envolvia junto do homem que segurava o braço dela com força. De repente ela sentiu algo sobre seu pé de novo, chão, concluiu. Agora via casas e uma rua, não era sua rua, mas era uma de paralelepípedo.

Uma carroça puxada por cavalos passaram correndo por eles e o homem a puxou para fora do caminho antes que ela fosse atropelada por cavalos. Mas não havia carroças e cavalos onde ela morava.

Onde eu estou? Pensou Alicia muito assustada e se tremendo de frio.

— Droga! Viemos para o passado. - Respondeu o homem. - A propósito sou Matheus.

Ele se apresentou. Mas Lici só conseguia prestar atenção na palavra passado.


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